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sábado, 24 de junho de 2017

FILMES QUE EU VI - 32: "O EXORCISTA"

Há os que o considerem um clássico ou os que não considerem, depende de cada um. O fato é que a história da menina possuída por um demônio e que precisa ser exorcizada envelheceu muito pouco de 1973 para cá. E lá se vão 44 anos.

Continua sendo um filme de terror enervante (de roer as unhas mesmo) e também um dos maiores exemplares do gênero. Não é à toa que foi indicado a diversos prêmios da academia (primeiro filme de terror a ser indicado para a categoria principal).

A "paranoia" do filme


Existe alguma coisa de errado com a menina Regan (Linda Blair, que ficou sempre marcada por este papel). Ou há um problema realmente grave com a cabeça da pobre garota, ou um demônio está realmente habitando seu corpo. Devido os tratamentos e exames que realiza, não sei dizer ao certo qual é a pior alternativa para ela. Mas mais importante, é que não importa o que realmente seja, mas que seja lá o que for aquilo, deve deixar de atormentá-la.

Se a função do cinema é fazer a platéia vivenciar experiências pelas quais nunca passaríamos, pelo menos não em situações normais, este filme excede qualquer expectativa e ainda o deixa imbatível em relação a todos os genéricos que tenham "exorcistas" no nome. Medo, esperança, horror, alívio, passamos por todo um carrossel de emoções durante a exibição, que esqueço de pensar em determinadas lógicas naturais e apenas vou sendo levado pelas experiências.


O livro que originou o filme, o filme que imortalizou o livro


 A história todo mundo meio que já conhece. Em Georgetown, a atriz Chris MacNeil (Ellen Burstyn) estranha a mudança de comportamento da filha, Regan (Linda Blair), de 12 anos. Ela mal sabe que a garota está começando a sofrer a possessão do demônio Pazuzu. Após uma série de consultas médicas, é orientada a recorrer à religião. Quem a ajuda é Padre Karras (Jason Miller), um sacerdote que passa por uma provação de fé. Logo pedirá ajuda ao veterano Padre Merrin (Max von Sydow).

A história é bem conhecida entre os que viram o filme ou não, e foi adaptada do livro para as telas pelo próprio autor, William Peter Blatty (que levou um Oscar). Diz-se que todos os detalhes, especialmente em relação aos ritos, são acurados, mas mesmo que não fossem, não fariam grande diferença pois me fisgou de qualquer maneira. Me interessa mais o padre com crise de fé que deve expulsar o diabo dela do que como ele vai fazer isso. Ele mesmo é relutante como a maior parte da platéia, o que ajuda a aumentar a experiência.

Talvez se tivesse optado por mostrar espíritos voando pelo quarto ou coisa do gênero, o filme poderia estar hoje ultrapassado. Felizmente, poucas vezes antes os efeitos especiais foram usados com tanta sobriedade quanto aqui. 

O quarto parece frio porque está realmente frio. A cama não dá impressão de mexer, ela realmente sai do lugar. Vemos o que realmente acontece, o que somente aumenta o efeito do filme. Se tudo que vemos é real, então talvez o que aconteça também seja. Nada de efeitos ou emoções baratas aqui.

O elenco


Para completar, o elenco do filme é afiadíssimo. Linda Blair faz a garota tão demoníaca que haviam os que dissessem que ela estava realmente possuída. Ellen Burstyn como a mãe atormentada pelo estado da filha está ótima. Jason Miller como o padre em crise está ótimo, complementado por Max von Sydow (estranhamente o único não indicado) como o padre veterano. É tudo isso que transforma o filme em uma experiência. E uma grande experiência.


Por que virou clássico? Virou clássico porque:


Nenhum filme de terror, até então, havia alcançado tanto prestígio, seja da crítica ou dos populares. Nenhum filme de terror alcançou tamanha posteridade, atravessando quatro décadas como um marco na cinematografia de horror e no imaginário coletivo. O grande trunfo de "O exorcista" é ter se tornado sinônimo de medo, de pavor, da eterna luta do bem contra o mal.

Definitivamente é um clássico do cinema. Quarteirões lotavam de espectadores em sua estreia. Já nas primeiras sessões de sua exibição tornou-se necessária a presença de ambulâncias nas portas do cinema, pois reações histéricas, desmaios e gente passando mal viraram rotina e marca registrada do filme.


Sucesso de público e de crítica


Muito aclamado e premiado, "O Exorcista" foi o primeiro filme de terror a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme em 1973. Além disso, obteve indicações nas categorias do Oscar de Melhor Diretor (William Friedkin), Melhor Atriz (Ellen Burstyn), Melhor Ator Coadjuvante (Jason Miller), Melhor Atriz Coadjuvante (Linda Blair), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Edição. Ganhou os Oscar de Melhor Roteiro (William Peter Blatty) e Melhor Som (Christopher Newman e Robert Knudson) em 1973.

O sucesso de "O Exorcista" foi algo sem precedentes. Foi recorde de bilheteria – é a produção de maior rentabilidade da Warner se considerada a inflação – e garantiu 10 indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme (o primeiro do gênero). 

O roteiro foi escrito por William Peter Blatty, escritor do best-seller homônimo lançado apenas dois anos antes. A direção é de William Friedkin logo depois do sucesso que foi "Operação França" (1971). Sempre com muita precisão da atmosfera do temor e muita dedicação para alcançar o resultado esperado, ele não poupou nem mesmo um tiro no set para conseguir um susto genuíno do ator Jason Miller. 


De tirar o fôlego


"O Exorcista" é um fenômeno da cultura pop. O pescoço girando em 360 graus, o vômito esverdeado, a levitação, a masturbação com o crucifixo… Enfim, tudo isso já foi visto em forma de homenagem ou sátira em diversas ocasiões. E isso já demonstra o impacto que a obra teve. 

Claro que em uma resenha como essa não é possível abarcar todos os detalhes e simbolismos, que são muito importantes em "O exorcista". Cada cena possui uma significância no filme, como os flashs em que o rosto de Pazuzu aparece de repente, as visões que Karras tem de sua falecida mãe, a imagem de "Nossa Senhora" violada e ensanguentada na igreja, o papel do investigador Kinderman (Lee J. Cobb) pesquisando os fatos, etc. "O exorcista" tem muito mais força nos detalhes do seu roteiro do que nas próprias cenas explícitas de terror.

Lendas


Muita especulação se faz a respeito do destino dos realizadores e atores do filme. Fatos bizarros com coincidência macabra compõem o conjunto de lendas que cercam "O Exorcista". De fato, foi um filme com muitas incidências um tanto curiosas, pra não dizer maldições, como gostam os amantes de teorias da conspiração. 

Atores morreram e precisaram ser substituídos na trama, barulhos estranhos soavam nos sets, houve um grande incêndio ainda inexplicável que arrasou todo o cenário, atrasando muito as gravações. Além disso, um padre de verdade participou do filme. Várias vezes ele precisava "abençoar" os atores e os sets com "água benta" para que a "má energia" que rondava o filme desaparecesse.


Conclusão


Enfim, independente das especulações, verdades ou não, "O Exorcista" ainda é o favorito dos cinéfilos do gênero de horror. Seu legado ainda é persistente e sua influência constantemente se renova na produção cinematográfica mundial.

Entretanto, não devemos esquecer das qualidades do filme em si. Não há como negar que existe uma construção excelente de clímax, auxiliado pela trilha composta por Mike Oldfield e as atuações anormais do elenco, em especial da garota Linda Blair, que se eternizou no papel e infelizmente se perdeu na carreira. Enfrente o seu medo e assista!

A Deus toda glória.
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3 comentários:

  1. Você é demais, sempre abordando assuntos que interessam muitas gentes. Esse realmente foi e será o clássico dos filmes de terror,essa semana mesmo estava comentado com meu cunhado sobre o filme. Obrigado por esse blog maravilhoso.

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  2. Valeu Marcelo. Fico feliz que esteja gostando do conteúdo do blog. É uma inspiração a que eu continue e uma responsabilidade em que eu procure melhorar cada vez mais. Peço que não só continue a participar comentando, dando sugestões para temas dos artigos mas também divulgando o blog com os seus amigos. Obrigado e um super abraço.

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  3. Amei ver esse filme de terror pelo elenco que tem! Definitivamente Ellen Burstyn fez um bom trabalho no personagem. Eu amei o seu papel. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Esse é um dos trabalhos em sua filmografía que eu mais gosto além de The Tale outro dos filmes drama. Eu recomendo, pessoalmente superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver em sua carreira. Vale a pena.

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