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quinta-feira, 1 de junho de 2017

A SÃ DOUTRINA - AVIVAMENTO GERA MOVIMENTO, MAS MOVIMENTO NÃO É AVIVAMENTO


Continuando no tema sobre avivamento – o assunto é bem abrangente e não dá para ser tratado em apenas um artigo. Hoje, em pleno século XXI, a Igreja do Senhor Jesus precisa, mais do que nunca, provar um avivamento, ou melhor, de um reavivamento. Porém, o que é que, na verdade, a igreja tem buscado? Avivamento ou... movimento?

Alguns cristãos, atualmente, ficam inconformados com liturgia dos cultos de suas igrejas, dizendo coisas do tipo "os cultos não são mais os mesmos", "essa igreja está sem fogo", "não há mais pentecostes" e outras coisas mais.

Será que estamos tristes, na verdade, porque não há mais avivamento ou... movimento? Para entendermos melhor, vamos refletir sobre estes dois significados.
  • Movimento – Ato ou processo de mover (-se); deslocamento; animação, agitação; série de atividades organizadas por pessoas que trabalham em conjunto para alcançar determinado fim.
  • Avivamento – O verbo hebraico hyh ("avivar") tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Mas, também significa "purificar", "corrigir" e "livrar do mal". O verbo avivar, em suas várias formas, é usado mais de 250 vezes no A.T., dos quais 55 vezes estão num grau chamado Piel. 
Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Encontramos no N.T. grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: "egeíro", "anastáso", "anázoe" e "anakaínooi". Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos, ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente".

Movimento... Que parece Avivamento


Efeito denorex. Denorex era um shampoo anticaspa com forte cheiro de remédio, cujo slogan publicitário dizia "Denorex, parece [remédio] mas não é." Esse termo passou a ser usado, simplesmente, para descrever tudo aquilo que "parece, mas não é". Nada mais é do que uma abordagem sobre o que, para muitos cristãos, é avivamento; todavia, não há amparo bíblico para tal afirmação.

  • Programa agendado pela Igreja
Avivamento não é a ação da Igreja, mas de Deus. Igreja alguma não promove nem faz avivamento; ela não é agente de avivamento.

Edwin Orr, uma das maiores autoridades sobre avivamentos, disse que viu duas igrejas nos Estados Unidos convidando pessoas para suas reuniões de avivamentos. Uma delas dizia: "Reavivamento aqui todas as segundas-feiras à noite", enquanto que a outra prometia: "Reavivamento aqui todas as noites, exceto às segundas-feiras".

  • Mudança Litúrgica
Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental aparatoso.

Louvor não é encenação. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é pululância, gingos e danças. Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. Louvor em que as pessoas apenas saltitam e pulam, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus.

Hoje existem muitos cultos solenes, aparatosos, pomposos, cheios de pirotecnias tecnológicas mas estão mortos. Disse J. I. Parcker:
"Não há nada mais solene do que um cadáver. Há cultos solenes que estão mortos".
  • Milagrolatria
Muitas pessoas hoje estão limitando o avivamento a milagres, curas exorcismos. Toda vez que superenfatizamos uma verdade em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta verdade.

Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Isto é fato inquestionável e não está sob discussão. 

Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A igreja hoje está correndo mais atrás de sinais do que atrás de santidade. A igreja, hoje, empolga-se mais com milagres do que com a vida cheia do Espírito.

Uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. Avivamento não é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelo fruto do Espírito.

  • Fanatismo
Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento, saem da realidade, tornam-se tão "espirituais" que já não sabem mais conviver com a vida, isolando-se, fazendo da vida uma caverna de fuga.

Acham que Deus só está interessado nas coisas espirituais. Acham que Deus só olha para a vida de trabalho na igreja, sem observar os negócios, a família, o trabalho, os estudos e a vida no dia-a-dia.

Esta não é a visão bíblica nem a visão do verdadeiro avivamento. O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo em que pregou sobre avivamento. Charles Finney pregou ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado ao mesmo tempo em que foi o maior avivalista do seu país. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. 

O avivamento sempre traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao enfrentamento.

  • Campanhas Evangelísticas
Não podemos confundir avivamento com campanhas evangelísticas. Na evangelização, a igreja trabalha para Deus; no avivamento, Deus trabalha para a igreja. Na evangelização, a igreja vai aos pecadores; no avivamento os pecadores correm para a igreja. Na evangelização, os pregadores apelam aos pecadores; no avivamento, os pecadores apelam aos pregadores.

Ao refletir sobre esses pontos, podemos nos perguntar: De fato, o que é avivamento? O que ele provoca? Quais as consequências do avivamento? Como conhecer uma pessoa avivada?

O Verdadeiro Avivamento


Imaginemos a cena: uma vasta e silenciosa multidão observa enquanto Esdras sobe uma plataforma recém-construída na praça. Quando ele abre o livro, todos se põem de pé. Louvam com as mãos para o alto; depois se prostram, com seus rostos contra o solo. Esdras começa a ler. Seus colaboradores circulam entre a multidão, explicando e interpretando o que diz a Palavra de Deus. As pessoas ouvem atentamente. E então começa a crescer um som estranho, que se estende entre a multidão; é o som do pranto . Com este resumo eu posso entender o que significa avivamento. 

O verdadeiro AVIVAMENTO é provocado pela Palavra de Deus

Quando a palavra de Deus foi posta em prática, ela produziu: 
  1. Reverência – quando Esdras abriu o livro da Lei e todo o povo se pôs em pé espontaneamente (Nm 8:5);
  2. Adoração espontânea – o povo se sente impulsionado a louvar a Deus adorando-o com as mãos para o alto (8:6a);
  3. Quebrantamento – os judeus se humilham diante de Deus, inclinando-se com o rosto em terra (8:6b);
  4. Temor – eles choravam por seus pecados ao ouvir a Palavra (8:9);
  5. Conversão (mudança de conduta) – os Israelitas estavam casados com mulheres estrangeiras, mas, ao provar do avivamento produzido pela Palavra de Deus, despediram as suas mulheres e renovaram as suas promessas com Deus. 
Ao refletir sobre esse tema, chego a conclusão que movimento não produz avivamento; mas, o avivamento produz mudança de vida, porque ele é produto (fruto) da Palavra de Deus.


Conclusão


Mas qual a diferença entre Movimento e Avivamento ? O movimento é pontual e passageiro, faz com que as pessoas se emocionem, pulem, cantem e se entreguem de maneira superficial, mais motivados pela atmosfera psicológica, emocional que é criada, do que por um verdadeiro senso de arrependimento e submissão. 

O avivamento traz consigo uma mudança profunda e duradoura, de caráter permanente, não temporária e superficial. Faz com que as pessoas se sintam envergonhadas pelo seu estilo de vida e constrangidas diante da Santidade de Deus, por isso a busca por Santidade, pois sentimos a nossa mediocridade ante a Majestade e Glória de Deus. 

O avivamento desperta em nós um compromisso com o Deus da Palavra e um amor irresistível pela Palavra de Deus, fazendo com que conheçamos mais ao Senhor e naturalmente sentimos a necessidade de viver de acordo com os padrões estabelecidos nas Sagradas Escrituras, além de aprendermos s ter uma relação apropriada com o Espírito Santo.

Só relembrando...


no Antigo Testamento, o povo de Israel após retornar do cativeiro babilônico quase perdeu sua identidade religiosa e, foi necessário que Esdras, o sacerdote reunisse todo o povo ao seu redor e ensinasse novamente o povo as Leis e ordenanças divinas. 

O que lemos no relato no capítulo 8 é que o povo chorava copiosamente pois sentiram suas misérias e faltas diante da Lei do Senhor que não estava sendo observada. A partir daquele momento, o povo que estava vestido de pano de saco e em jejum voltou á celebrar as festas até então esquecidas e também a obedecerem á Lei de Moisés.
"E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: 'Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis.' Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei" (8,9, grifo meu)
Isso é avivamento! Um exemplo mais recente que temos de um outro grande avivamento, foi durante o período dos grandes pregadores como John Wesley, Whitefield, Edwards entre outros, culminando com o grande movimento de Missões Mundiais com William Carey, e as pregações de D.L. Moody, e Charles H. Spurgeon. Ou Seja: só há avivamento quando há retorno às Escrituras! E infelizmente não é isso que os atuais movimentos de avivamento têm promovido.

Além disso como queremos que haja avivamento sem que de alguma forma sejamos relevantes para esta nação? Se somos mais de 22% da população, por que temos sido um fracasso nas áreas da ação social e participação efetiva em questões humanitárias? Como está sendo traduzido este amor que declaramos ter ao próximo? Os grandes avivamentos como os ocorridos no século XVIII, por exemplo, além de redundarem na salvação de milhares culminou na prestação de um socorro aos pobres e aflitos. O teólogo Howard A. Snyder registrou o seguinte a respeito de John Wesley e o avivamento em sua época:
"A migração para as cidades criou uma nova classe de moradores urbanos pobres nos dias de Wesley. A Revolução Industrial caminhava a todo vapor, alimentada pelo carvão. 
Ao pregar para os carvoeiros de Kingswood, Wesley estava alcançando os que foram mais cruelmente vitimados pela industrialização. Porém, a reação dos carvoeiros foi fenomenal, e Wesley trabalhou sem parar para manter o bem estar espiritual e material deles. Entre outras coisas ele abriu clínicas gratuitas, estabeleceu uma espécie de cooperativa de crédito e abriu escolas e orfanatos. 
Seu ministério se estendeu para incluir os mineiros de chumbo, operários de fundição de indústria siderúrgica, estivadores, peões de fazendas, prisioneiros e mulheres que trabalhavam nas indústrias" [SHAEFFER, Francis. Um manifesto cristão. Página 192].
Quando lemos sobre os homens desse período, nos envergonhamos diante da mudança moral é ética que eles fizeram na sua geração. E nós o que temos feito? E os proponentes desse avivamento? O que querem, se só ensinam as pessoas a correrem atrás de bênção materiais, criando crentes hedonistas, materialistas, mimados e egoístas que não se preocupam com uma comunhão horizontal, mas só sabem olhar para seus próprios umbigos, dando testemunhos de que possuem dois ou três carros na garagem, gordas contas bancárias, ensinam a barganhar com Deus, promovendo cada vez mais a famigerada Teologia da Prosperidade? 

Que só pregam sobre a cura física e não a espiritual, mas nunca se viu tantas pessoas enfermas e doentes nos corredores dos hospitais, que lotados, não conseguem atender aqueles que vão se amontoando em macas ou até mesmo no chão. Se fala sobre Avivamento, mas nunca se viu uma geração tão ignorante em relação às Sagradas Escrituras (mesmo tendo hoje mais de 30 traduções e/ou versões da Bíblia só em Português!). 

O que devemos fazer então?


Primeiramente orar ao Senhor, pois é "Ele que opera em nós tanto o querer quanto o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2:13). Também é Ele quem toca naqueles que escolheu para cumprir seus propósitos. Cabe a nós, como bons soldados de Cristo estarmos preparados aguardando o chamado do Senhor. 

Cabe a nós também, pastores, líderes, mestres e professores preparar nossa geração, com discipulado, ensinamento e uma boa ortodoxia, resgatando em nossos jovens o desejo de estudar as Sagradas Escrituras, libertando-os do analfabetismo bíblico. E por fim: "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mateus 9:38).

[Fonte: Logos Apologética - http://logosapologeticahoje.blogspot.com.br/]

A Deus toda glória.
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