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sábado, 2 de abril de 2016

O DESAFIO DO AUTISMO

Hoje (2 de abril) foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Inexplicavelmente a data não teve a divulgação e nem a atenção merecida. O meu propósito com esse artigo é cumprir uma prestação de serviço, uma vez que o autismo é uma doença enfrentada por muitas famílias em todo o Brasil e nas mais diversas classes sociais.

O tema autismo - que já foi retratado pela dramaturgia no excelente filme "Rain Man" (com Dustin Hoffman e Tom Cruise, EUA, 1988) e nas novelas "O Grito" (1978, de Jorge Andrade) e "Amor à Vida" (2014, de Walcyr Carrasco) ambas exibidas pela Rede Globo - veio por um acaso da vida, pois não tenho parentes ou amigos com autismo, sendo esse um dos principais motivos pelo qual, as pessoas buscam conhecer o assunto. Assim, comecei a ler alguns materiais sobre o assunto, dos quais compilei as informações para este artigo.

De tantas pesquisas e buscas, acabei encontrando um blog que contava a história de uma menina chamada Carly Fleischmann, sua história de vida mexeu demais comigo. Para quem desconhece, em resumo se trata de uma história de superação: ela foi diagnosticada como uma criança com autismo grave e retardo mental severo. Porém ela acabou contrariando todas as expectativas médicas e gerando questionamentos à Ciência ao mostrar uma evolução inesperada.

Mas o caso de Carly não é necessariamente uma novidade no autismo. Há tempos é conhecido pelos especialistas que pessoas autistas - ao contrário do que pode parecer - têm uma enorme propensão à genialidade. O maior exemplo disso é o cientista Albert Eistein, que era autista. Eistein foi o mais célebre cientista do século 20. Foi ele o físico que propôs a teoria da relatividade. Ele também ganhou o Prêmio Nobel de física de 1921. Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências.

O que é


Os transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) constituem uma categoria diagnóstica que se caracteriza por um início precoce e alterações no desenvolvimento das habilidades sociais, comunicativas e cognitivas dos indivíduos afetados. 

O autismo infantil é o principal exemplo de uma categoria diagnóstica classificada entre os TID. Seu diagnóstico é descritivo, pautado na observação de comprometimentos qualitativos no desenvolvimento da interação social e da linguagem, além de um comportamento repetitivo e um repertório restrito de interesses e atividades. As manifestações clínicas variam de criança para criança e, dificilmente, podem ser identificadas em uma única consulta médica. 

Quando o diagnóstico é precoce, é possível traçar um plano terapêutico que pode possibilitar uma redução dos comprometimentos no processo de desenvolvimento. Crian- ças que sofrem intervenções por volta dos 3 anos de idade apresentam grandes ganhos no seu desenvolvimento. Da mesma forma, aquelas que desenvolvem a linguagem antes dos cinco anos têm maiores chances de se adaptarem à escola regular. 

O tratamento tem custo elevado, visto requerer atenção de diversos profissionais especializados, uma série de exames clínicos para investigação diagnóstica, além de um atendimento de alta frequência e por toda a vida. 

Sintomas


Característica 1 – Indica necessidade através de gestos;

Característica 2 – Habilidade motoras desniveladas;

Característica 3 – Hiperatividade física marcante;

Característica 4 – Repete palavras sem sentido aparente – o uso dessa característica vem como forma de praticar ou exercitar atividades relacionadas à terapia da fala, que por meio de onomatopeias (imitar um som com um fonema ou palavra; ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, contribuindo na formação das palavras) ou fricativas (som de consoante que se produz com estreitamento, mas sem contato das partes do tubo vocal, como o "V" e o "F").

Característica 5 – Movimentos corporais estereotipados são comuns e se apresentam na forma de "flapping", balanceio da cabeça, movimentos com os dedos, saltos e rodopios. Esses movimentos costumam ocorrer, principalmente, entre os mais jovens e os que têm um funcionamento global mais baixo.

Diagnóstico


O diagnóstico sindrômico é realizado apenas de forma descritiva, visto que não há marcador biológico para o transtorno. Apesar disso, é comum a investigação com exames de avaliação anatômica e funcional do cérebro, bem como estudo genético, com cariótipo, pesquisa de X Frágil, e Bateria de Erros Inatos do metabolismo. Esses exames não têm o objetivo de diagnosticar autismo infantil, mas de investigar possíveis diagnósticos diferenciais ou comórbidos. 

Conclusão


Através das informações discutidas neste artigo, espero ter contribuído para o esclarecimento de, pelo menos, alguns aspectos centrais acerca do transtorno autista. Apesar de as pesquisas ainda não terem avançado o suficiente para se determinar fatores e processos específicos que estejam definitivamente envolvidos na etiologia do autismo, acreditamos que já há avanços o bastante em termos de informações que dão suporte à implementação de práticas diagnósticas adequadas e de boa qualidade. 

A identificação de sintomas de risco como parte da rotina de profissionais que trabalham com a população infantil, bem como a formação de equipes interdisciplinares especializadas em diagnóstico de autismo, por exemplo, têm permitido que o diagnóstico seja determinado de forma bastante segura, mesmo em crianças de tenra idade. Isso constitui um avanço de importância primordial, visto que a idade na qual a criança começa a receber intervenções apropriadas representa um dos elementos essenciais para um melhor prognóstico em termos de seu desenvolvimentos e de sua atuação.

Sobretudo, o que mais espero é que indivíduos autistas sejam respeitados, reconhecidos e tenham o tratamento digno.

Ah, e por falar nisso, é preciso urgentemente que as igrejas se preparem para uma atuação expressiva, equilibrada e responsável para os possíveis casos de autismo em suas fileiras. Por favor, senhores líderes religiosos, não enfiem mais esse desafio debaixo do tapete da omissão.

[Fonte: SciElo, Abrapso, Pepsic]

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