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segunda-feira, 18 de abril de 2016

FILMES QUE EU VI - 6: "THELMA & LOUISE"



Falar sobre o filme mais marcante de minha vida é tarefa difícil devido ao grande número de variáveis que compõe essa escolha… Aliás, nem é este o propósito dessa série de especial de artigos. Poderia voltar aqui várias vezes apresentando a vocês filmes que refletiram fases de minha vida ou traços de minha personalidade de forma tão visceral que nem um livro o faria de forma tão fiel. 

Fazendo uma varredura em minha memória, percebi que existe um recorrente, e é sobre ele que vou falar no momento: "Thelma & Louise". Trata-se de um filme da década de 90, de gênero road movie, que retrata a vida de duas mulheres submetidas a um acontecimento que altera a rota de suas vidas de forma descontrolada. 

Elas passam a agir instintivamente e, apesar de sabermos da ilegalidade, não conseguimos julgá-las. Não tenho a intenção de fazer spoilers, visto que muitos de vocês ainda irão assisti-lo (Por favor, assistam!), mas posso dizer que é dirigido por Ridley Scott — simplesmente o diretor de "Alien" e "Blade Runner" — e estrelado por Geena Davis e Susan Sarandon, duas ladies da sétima arte.


Tá bom, eu faço o spoiler


"Thelma & Louise" é um dos poucos filmes do cinema que realmente retratam a mulher da maneira que merecem: livres, aventureiras e, sobretudo, leais à sua própria causa. 

Sem sombras de dúvida, esse é um grande trabalho de Ridley Scott, que, em parceira com as duas grandes atrizes principais desse longa, compôs uma pequena pérola do cinema. Há aqueles que dizem não se tratar de uma obra essencial para os cinéfilos; eu prefiro acreditar que, mesmo não sendo uma obra-prima do cinema, seja um filme extremamente válido e, na pior das hipóteses, pode apenas entreter o espectador.

O filme conta a história de duas mulheres, Thelma, interpretada por Gina Davis e Louise, interpretada por Susan Sarandon, que, cansadas da vida que levam, decidem partir numa viagem inesperada e cheia de surpresas. Este filme, lançado nos EUA em 1991, foi vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original e do Globo de Ouro de Melhor Roteiro. Ainda no elenco, estão os atores Harvey Keitel, Michael Madsen, Christopher McDonald, Stephen Tobolowsky, Timothy Carhart e Brad Pitt, este em um de seus primeiros papéis. 

Thelma e Louise

 
Thelma é uma dona de casa submissa aos despropósitos maritais. Louise é uma garçonete que implica com o jeito com o qual Thelma vive sua vida. Um dia, elas combinam de sair para passar dois dias fora — pescando e se divertindo. No entanto, um acontecimento inusitado faz com que elas cometam um crime e rapidamente se tornam fugitivas procuradas, com direito a inclusão do FBI na investigação e perseguições policiais. 

A história do filme poderia facilmente fazer o espectador pensar que se trata de uma aventurazinha boba — e a sinopse até pode fazer parecer com que seja mesmo —, mas o filme contém proporções grandiosas e se mostra um excelente road-movie, com excelente mistura de elementos dramáticos, policiais e aventureiros. O grande acerto dessa obra é não se preocupar em criar situações que nos façam julgar as personagens, mas sim compreendê-las na totalidade de seus atos, quase sempre libertários. 

O tema principal do filme não são as aventuras pelas quais passam as personagens. O foco se mantém na transformação pela qual passam Thelma e Louise ao longo do filme e no quanto são capazes de conhecer-se através dos perigos que encontram. As duas levam vidas comuns e sem grandes perspectivas, até que têm a oportunidade de se tornarem realmente livres, sem receios e sem arrependimentos. 

E o grande charme do filme é mostrar isso com delicadeza e segurança, sem fazer com que nós nos sintamos em dúvida em relação ao comportamento dos personagens  elas são mulheres de posicionamento firme e, embora impulsivas, veem nisso a chance de serem elas mesmas. O final do filme apenas prova o quão verdadeiro é o que eu digo: dada as circunstâncias, as personagens optam pelo ato libertário, uma vez que a morte é a prova de que elas realmente estão em paz consigo mesmas e que, sobretudo, elas são livres o suficiente para fazer essa escolha e ainda ser felizes com ela. 


Não é uma obra-prima, mas... 


Ridley Scott compôs uma obra impressionante, na minha opinião. A maneira como soube captar as expressões e as cenas envolvendo as duas atrizes foi fascinante, principalmente porque ele consegue fazê-las ser uma só: 
  • Louise, a princípio extrovertida, torna-se temerosa em relação a que atitude tomar; 
  • Thelma, bastante submissa, mostra-se forte incentivadora das atitudes impulsivas. Dessa maneira, elas se completam e o diretor soube como mostrar isso com eficiente.
Destaque especial para as ótimas paisagens fotografadas - mesmo que boa parte da viagem dela consista em percorrer o deserto, Scott soube como tornar o deserto um cenário interessantíssimo. O cenário, aliás, serve como contraponto em relação às personagens: ainda que isoladas geograficamente, elas estão muito bem acompanhadas  por elas mesmas. Susan Sarandon e Geena Davis estão fabulosas, deslumbrantes. 

A primeira compôs uma personagem difícil, que passa por uma provação emocional muito forte. Mesmo que não saibamos exatamente o que aconteceu no Texas, temos certeza de que isso é peso dramático na vida de Louise. Sarandon soube como mostrar o peso e a leveza da personagem, nos presenteando com ótimos olhares, ótimas cenas. Geena Davis faz da impulsividade de Thelma um elemento favorável. A atriz a torna engraçada, traz humor às cenas, faz-nos rir com as suas atitudes inconsequentes. 

Enfim, pode até não ser uma obra-prima, mas não me restam dúvidas de que o filme mereceu as indicações que recebeu, porque provavelmente esse é um dos melhores road-movies já criados nas últimas décadas. 

Conclusão 


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"Thelma & Louise" é um filme interessante, do qual gosto bastante. Vê-lo é um prazer; revê-lo é um prazer maior. A cada vez que eu o vejo, descubro novas características nas personagens e as enxergo ainda maiores, bem mais fantásticas do que da vez anterior. 

Ridley Scott em sua melhor obra? Talvez. E reafirmo aquilo que disse no primeiro parágrafo: esse filme é uma pequena pérola do cinema! Nenhuma mulher pode se dizer feminista se não tiver visto ao menos uma vez "Thelma & Louise", porque essas duas personagens são realmente a figura simbólica da alma feminina livre. 

Não deixe de observar as tomadas, são cenas lindíssimas, lugares maravilhosos e imagens que nos remetem a cheiros e sentidos que somente uma filmagem muito bem dirigida pode nos proporcionar… Chegamos ao fim da projeção com a sensação de que ela poderia durar mais duas horas muito bem vindas… Pegue seu balde de pipoca, senta no sofá e divirta-se, imaginando o que você faria se estivesse no lugar delas!!! 


  • Título Original: "Thelma and Louise" 
  • Elenco: Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey Keitel, Michael Madsen, Brad Pitt 
  • Direção: Ridley Scott 
  • Gênero: Drama e aventura 
  • Estréia: 1991




A Deus, o Pai, toda glória! 
E nem 1% religioso. 

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