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sexta-feira, 1 de abril de 2016

NADA MAIS QUE A MENTIRA!

O dia primeiro de abril é considerado o dia da mentira. A mentira, ou o comportamento de enganar os outros, é um padrão de comportamento que está, amplamente, difundido na natureza. Animais e até plantas se disfarçam para evitar predadores, ou para enganar as presas. Em humanos, além da mentira para enganar os outros, existem variadas formas de autoengano, um tipo de mentira em que a pessoa engana a si mesma, declarando não ter conhecimento de uma informação, embora o seu comportamento revele o contrário. Ou seja, humanos mentem para os outros, mas, também, mentem para si mesmos.

Mentir é um comportamento muito mais corriqueiro do que imaginamos, como revelaram pesquisas, nas quais os participantes eram observados durante conversas e mentiam, pelo menos, uma vez a cada oito minutos. A maioria das mentiras não era grave, em geral, refletiam desculpas para comportamentos socialmente censurados. Um exemplo de mentira detectado nessa pesquisa foi justificar um atraso por ter enfrentado um forte engarrafamento no trânsito, mesmo que o sujeito não tenha, na realidade, se empenhado para ser pontual.

Definindo a mentira


Podemos definir mentira como qualquer forma de comportamento que comunica aos outros informações falsas, ou que serve para ocultar informações verdadeiras. Neste sentido, mentir pode ser um ato consciente ou não, pode ser verbalizado ou transmitido pela linguagem corporal e pode envolver tanto a afirmação da informação falsa, como a negação ou a omissão da informação verdadeira.

O comportamento de mentir evoluiu em função das vantagens de sobrevivência e reprodução, que nossos antepassados obtiveram ao enganar os outros. Mentir também é um comportamento adaptativo em ambientes atuais, e acaba sendo um componente central de nossas interações sociais, em certa medida. Despistar as intenções, esconder certas informações ou persuadir fazem parte do jogo social de pessoas saudáveis, embora, claro, os psicopatas usem muito mais estes recursos para manipular, de forma maquiavélica e sem consideração pelos outros.

Mentir é mais comum do que imaginamos. Pesquisas nas quais os participantes eram observados durante conversas revelaram que eles mentiam, pelo menos, uma vez a cada oito minutos. Normalmente, as mentiras não eram graves, e envolviam justificativas para comportamentos que são censurados socialmente

A mentira segundo a ciência


Um estudo em Neurociências, utilizando ressonância magnética funcional, procurou mapear os circuitos neurais envolvidos na mentira. Nesta investigação, os sujeitos eram instruídos a mentir quando se deparavam com uma carta de baralho, que já haviam visto anteriormente. Quando os sujeitos mentiam, negando que tinham visto a carta, aumentava a atividade dos neurônios das regiões do córtex pré-frontal e do giro do cíngulo anterior. O córtex pré-frontal está associado à capacidade de inibição, e o giro do cíngulo anterior, ao direcionamento da atenção e controle dos impulsos, que são faculdades necessárias para que o cérebro possa impedir o surgimento da verdade. Portanto, mentir requer mais processamento e esforço do cérebro do que falar a verdade.

Outros pesquisadores mediram o tempo de reação dos sujeitos, quando se perguntava a eles se conheciam certos fatos. Os sujeitos deveriam apertar um botão para responder a uma pergunta. A descoberta interessante deste estudo foi que a demora para apertar o botão, respondendo à pergunta, era de meio segundo para a resposta sincera, enquanto as respostas mentirosas requeriam maior processamento, levando o dobro do tempo, mais de um segundo. A resposta continuava mais lenta, mesmo quando os sujeitos eram instruídos e treinados a apertar o botão o mais rapidamente possível.

Mentir, portanto, requer mais processamento do que falar a verdade e, dessa forma, consome mais tempo, um elemento que pode dar pistas para detectar o engodo. Talvez essa seja uma razão, pela qual evoluiu o enigmático autoengano, pois quando uma pessoa esconde a verdade de si mesma, não dá sinais de mentira e, assim, não é detectada pelas pistas verbais ou não verbais. Neste sentido, mentir para si mesmo pode ser uma estratégia, que evoluiu para enganar melhor os outros na complexa sociedade dos primatas com maior cérebro e maior tamanho de grupo social de todos, os seres humanos. O filósofo David Smith chegou a sugerir que seria mais correto intitular nossa espécie não como Homo Sapiens (homem sábio), mas, sim, como Homo Fallax, homem mentiroso.

A psicologia da mentira


"Quem tiver olhos para ver e ouvidos atentos pode convencer-se de que nenhum mortal é capaz de manter segredo. Se os lábios estiverem silenciosos, a pessoa ficará batendo os dedos na mesa e trairá a si mesma, suando por cada um dos seus poros!" • Sigmund Freud

Sabemos que a honestidade é à base de qualquer relacionamento humano. Mas, muitas vezes, as pessoas deixam de ser honestas conosco. É de grande valor estar ciente das verdadeiras intenções de alguém, e isso vai lhe poupar tempo, dinheiro e energia.

O que você vai ler na sequência desse artigo é baseado no resultado de anos de estudos na área do comportamento humano; principalmente do trabalho do Dr. David J. Lieberman - um renomado Ph.D. em Psicologia e Hipnoterapeuta - em seu livro: "Never be lied again". É válido salientar que não são meramente técnicas para se descobrir a verdade, mas sim técnicas poderosas e eficazes, os quais são utilizadas mundialmente por entrevistadores - inclusive por profissionais na área de RH - e interrogadores experientes.

Chegou a hora de saber as reais intenções das pessoas e impedir que elas tirem vantagem de você. E, convenhamos, muito oportuno em tempos atuais onde a mentira é algo tão comum em âmbitos governamentais.

Os 30 sinais de uma mentira


Apresento-lhe os 30 sinais de uma mentira. O corpo nos revela a verdade. Estudos demonstraram que numa apresentação diante de um grupo de pessoas, 5% do impacto são determinadas pela linguagem corporal - postura, gestos e contato visual -, 38% pelo tom de voz e apenas 7% pelo conteúdo da apresentação (traduzido da publicação internacional para especialistas em Psicologia Comportamental - Mehrabian e Ferris, "Inference of attitudes from noverbal communication in two channels", in The Journal of Counselling Psychology, vol. 31, 1967, p. 248-52). Podemos concluir que não é o que dizemos, mas como dizemos, que faz a diferença. Sabendo disso, podemos usar a observação para nos ajudar a descobrir a verdade.

  • 1. A pessoa fará pouco ou nenhum contato direto nos olhos. 
  • 2. A expressão física será limitada, com poucos movimentos dos braços e das mãos. Quando tais movimentos ocorrem, eles parecem rígidos e mecânicos. As mãos, os braços e as pernas tendem a ficar encolhidos contra o corpo e a pessoa ocupa menos espaço.
  • 3. Uma ou ambas as mãos podem ser levadas ao rosto (a mão pode cobrir a boca, indicando que ela não acredita - ou está insegura - no que está dizendo). Também é improvável que a pessoa toque seu peito com um gesto de mão aberta. 
  • 4. A fim de parecer mais tranquila, a pessoa poderá se encolher um pouco.
  • 5. Não há sincronismo entre gestos e palavras. 
  • 6. A cabeça se move de modo mecânico.
  • 7. Ocorre o movimento de distanciamento da pessoa para longe de seu acusador, possivelmente em direção à saída. 
  • 8. A pessoa que mente reluta em se defrontar com seu acusador e pode virar sua cabeça ou posicionar seu corpo para o lado oposto. 
  • 9. O corpo ficará encolhido. É improvável que permaneça ereto.
  • 10. Haverá pouco ou nenhum contato físico por parte da pessoa durante a tentativa de convencê-lo.
  • 11. A pessoa não apontará seu dedo para quem está tentando convencer.
  • 12. Observe para onde os olhos da pessoa se movem na hora da resposta de sua pergunta. Se olhar para cima e à direita, e for destra, tem grandes chances de estar mentindo. 
  • 13. Observe o tempo de demora na resposta de sua pergunta. Uma demora na resposta indica que ela está criando a desculpa e em seguida verificando se esta é coerente ou não. A pessoa que mente não consegue responder automaticamente à sua pergunta.
  • 14. A pessoa que mente adquire uma expressão corporal mais relaxada quando você muda de assunto. 
  • 15. Se a pessoa ficar tranquila enquanto você a acusa, então é melhor desconfiar. Dificilmente as pessoas ficam tranquilas enquanto são acusadas por algo que sabem que são inocentes. A tendência natural do ser humano é manter um certo desespero para provar que é inocente. Por outro lado, a pessoa que mente fica quieta, evitando a todo custo falar de mais detalhes sobre a acusação. 
  • 16. Quem mente utilizará as palavras de quem o ouve para afirmar seu ponto de vista.
  • 17. A pessoa que mente continuará acrescentando informações até se certificar de que você se convenceu com o que ela disse. 
  • 18. Ela pode ficar de costas para a parede, dando a impressão que mentalmente está pronta para se defender.
  • 19. Em relação à história contada, o mentiroso, geralmente, deixa de mencionar aspectos negativos. 
  • 20. Um mentiroso pode estar pronto para responder as suas perguntas, mas ele mesmo não coloca nenhuma questão. 
  • 21. A pessoa que mente pode utilizar as seguintes frases para ganhar tempo, a fim de pensar numa resposta (ou como forma de mudar de assunto): "Por que eu mentiria para você?", "Para dizer a verdade...", "Para ser franco...", "De onde você tirou essa idéia?", "Por que está me perguntando uma coisa dessas?", "Poderia repetir a pergunta?", "Eu acho que este não é um bom lugar para se discutir isso", "Podemos falar mais tarde a respeito disso?", "Como se atreve a me perguntar uma coisa dessas?". 
  • 22. Ela evita responder, pedindo para você repetir a pergunta, ou então responde com outra pergunta.
  • 23. A pessoa utiliza de humor e sarcasmo para aliviar as preocupações do interlocutor. 
  • 24. A pessoa que está mentindo pode corar, transpirar e respirar com dificuldade. 
  • 25. O corpo da pessoa mentirosa pode ficar trêmulo: as mãos podem tremer. Se a pessoa estiver escondendo as mãos, isso pode ser uma tentativa de ocultar um tremor incontrolável.
  • 26. Observe a voz. Ela pode falhar e a pessoa pode parecer incoerente. 
  • 27. Voz fora do tom: as cordas vocais, como qualquer outro músculo, tendem a ficar enrijecidos quando a pessoa está sob pressão. Isso produzirá um som mais alto. 
  • 28. Engolir em seco: a pessoa pode começar a engolir em seco. 
  • 29. Pigarrear: Se ela estiver mentindo têm grandes chances de pigarrear enquanto fala com você. Devido à ansiedade, o muco se forma na garganta, e uma pessoa que fala em público, se estiver nervosa, pode pigarrear para limpar a garganta antes de começar a falar. 
  • 30. Já reparou que quando estamos convictos do que estamos dizendo, nossas mãos e braços gesticulam, enfatizando nosso ponto de vista e demonstrando forte convicção? A pessoa que mente não consegue fazer isso. 

Conclusão


Devemos estar atentos a estes sinais, mas nem sempre é possível observá-los em alguém, exceto quando já há uma desconfiança de que a pessoa esteja mentindo. O melhor antídoto contra a mentira é a verdade, seja ela qual for. A Bíblia diz que o diabo é o pai da mentira (João 8:40-44). Jesus é a verdade (Jo 14:6), logo, todos os mentirosos se identificam com o diabo e são consequentemente opositores de Deus. Forte não é mesmo? Por isso, conceitos freudianos à parte, está escrito e é com o que devemos ficar: "Porquanto nada podemos contra a verdade, senão a favor dela." - 2 Coríntios 13:8 - VKJ

[Fonte: SPPSIC, Ebah]

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