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quinta-feira, 6 de junho de 2019

ACONTECIMENTOS - O ACIDENTE FATAL COM A BANDA MAMONAS ASSASSINAS

Integrantes do conjunto Mamonas Assassinas - 1995
Há 23 anos uma trágica notícia chocava o Brasil inteiro. O ano era 1996, na manhã do dia 2 de março, um sábado que ficou marcado negativamente na história da música brasileira. Um dos maiores grupos musicais dos anos 1990 teve a carreira interrompida de maneira drástica. 

A banda Mamonas Assassinas encontrou o trágico fim após a queda da aeronave Lear Jet, na Serra da Cantareira, em São Paulo. Toda a tripulação morreu no impacto. O último show da curta existência do grupo foi em Brasília, na noite do mesmo dia 2 de março de 1996. A apresentação reuniu 4,5 mil pessoas no Estádio Mané Garrincha e fez Dinho tirar a camisa e descer do palco para o meio da plateia. 

Irreverência, humor e empatia


Segundo o organizador do evento, Valdermar Cunha, dono da produtora Artway, responsável por levar os "garotos de Guarulhos", como também eram carinhosamente chamados, para o tão esperado show na capital federal, aquele dia eles chegaram em Brasília de manhã, passaram o som e tudo correu como o esperado. 

Estavam sempre alegres e brincando nos bastidores. Eram daquele jeito que a gente via no vídeo, a alegria era contagiante. Mas a alegria vivida pelos admiradores brasilienses durante uma hora e meia se transformou numa imensa tristeza ao fim da noite, após o desastre ocorrido com o Lear Jet que conduzia a banda, ao cair na Serra da Mantiqueira, na volta a São Paulo. 

Com letras bem-humoradas e figurinos variados, cheios de fantasias, a banda tinha estourado no ano anterior e lançado apenas um disco homônimo e músicas como "Robocop Gay" — música que, se lançada hoje, certamente incomodaria os militantes LGBTs e a banda poderia ser chamada de homofóbica —, "Vira-Vira" e "Pelados em Santos". 

À época, o álbum tinha vendido mais de 1,75 milhão de cópias — o recordista do ano — e era sucesso principalmente entre as crianças. No auge, o grupo formado por músicos de 20 e poucos anos começava a ficar conhecido fora do Brasil e tinha viagem marcada para Portugal.

O primeiro álbum


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A polêmica capa do primeiro disco da banda — se fosse hoje, certamente, por mais hipócrita que pudesse parecer, daria muito o que falar
A banda adotou um estilo que misturava vários gêneros, como forró, brega, pagode e rock, além de mudar completamente o visual com fantasias, chapéus e perucas. O símbolo da banda é o mesmo da marca Volkswagen, mas virado de ponta cabeça, para formar um M e um A. 

O primeiro álbum da banda, foi lançado em junho de 1995, os Mamonas Assassinas lançaram seu primeiro disco, autointitulado, e que trouxe diversos hits como "Pelados em Santos", "Vira-Vira", "Robocop Gay" e "Mundo Animal". A banda explodiu no país inteiro, começou a fazer shows em todos os lugares e adotou uma rotina apertada que incluía shows, com cachês a 75.000 reais, participações em programas de TV e muitas viagens.

Recentemente o canal pago History foi criticado por censurar a capa do emblemático disco. Ano passado, no aniversário de 22 anos da morte da banda, o canal decidiu fazer uma homenagem ao grupo na web. No entanto, uma atitude deixou os internautas para lá de incomodados. É que a capa do primeiro disco da banda, que exibe o formato de seios, foi publicada com um efeito especial para censurar a exposição dos mamilos.
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A capa censurada pelo canal pago History

Da Utopia à realidade


O embrião dos Mamonas foi um grupo de pop rock que se inspirava em Legião Urbana e Cazuza: o Utopia. A primeira formação contava apenas com Bento Hinoto e os irmãos Reoli. Em um show no Parque Cecap, bairro próximo de Cumbica muito frequentado por adolescentes, os músicos receberam um pedido dos fãs: tocar "Sweet Child O'Mine", sucesso dos Guns N'Roses.

Como Utopia, o grupo lançou apenas um disco, com o mesmo nome da banda, em 1992. O LP tinha apenas seis canções e foi um fiasco comercial: das 1.000 cópias produzidas, apenas cem foram vendidas. Mesmo assim, o grupo seguiu fazendo pequenas apresentações na periferia de São Paulo.

Sucesso e polêmicas


Donos de um estilo irreverente e apelando com frequência para palavrões e expressões maliciosas, os Mamonas conquistaram em poucos meses uma legião de fãs, formada principalmente por crianças e adolescentes. O grupo esteve envolvido em uma polêmica por causa de suas letras. Por considerá-las indecentes, um diretor da Radiobrás resolveu proibir sua execução na rede oficial de rádio. A determinação foi retirada por ordem da presidência da Radiobrás. O tal diretor foi demitido.

O sucesso dos Mamonas começava a ultrapassar as fronteiras do Brasil atingindo principalmente a Argentina e Portugal. O grupo seguiria no dia seguinte ao acidente para Portugal, onde fariam uma apresentação e uma série de entrevistas. As rádios portuguesas estavam executando exaustivamente a música "Vira-Vira", que satiriza o tradicional ritmo português. 

O acidente fatal

O adeus sem despedida


Foto do último show realizado em Brasília, no dia 2 de março de 1996

O Lear Jet 25 prefixo PT-LSD deixou o aeroporto de Brasília às 21h45. O acidente matou também outras quatro pessoas. Os nove ocupantes morreram: os dois tripulantes, um segurança, um assistente de palco e os cinco jovens músicos dos Mamonas Assassinas - o vocalista Alecsander Alves, 25, o Dinho, o tecladista Júlio [Rasec] César Barbosa, 27, o guitarrista Alberto [Bento] Hinoto, 25, o baterista Sérgio [Reoli] Reis de Oliveira, 26, e o baixista Samuel [Reoli] Reis de Oliveira, 22, voltavam para São Paulo após uma apresentação no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Nele estavam também o segurança Sérgio Saturnino Porto, o ajudante de palco Isaac Souto e o piloto Jorge Germano Martins, 30, e o co-piloto Alberto Yoshihumi Takeda, 24. Os corpos de todos os ocupantes do avião ficaram mutilados. Um encontro com uma amiga salvou a vida de um dos integrantes da equipe do Mamonas Assassinas. André Brito, o Ralado, desistiu de viajar para se encontrar com uma amiga em Brasília.

Às 23h20, dez minutos antes da queda, o avião fez o último contato com o aeroporto de Guarulhos. Recebeu permissão para pousar, mas arremeteu (subindo novamente, antes de as rodas tocarem a pista), e a torre de comando perdeu contato. O tempo estava fechado na Grande São Paulo na noite de 2 de março de 1996, um sábado. Uma espessa neblina cobria quando o Lear Jet, um jato executivo, rasgou 400 metros de mata no Parque Estadual da Cantareira, avançou por sobre as árvores, atravessou a cortina de névoa fria e colidiu na mata e abriu uma clareira no local da queda. 

A operação de resgate começou à 0h de domingo. Cerca de 30 homens do COE (Comando de Operações Especiais da PM) e 20 do Corpo de Bombeiros vasculharam a mata com lanternas. Quando o dia clareou, às 5h45, chegou o primeiro helicóptero. Integrantes do COE sobrevoaram a área e localizaram os restos do avião.

O avião rasgou a mata. A 1.200 metros de altitude, por uma extensão de 400 metros, era possível encontrar pedaços do Lear Jet entre as árvores derrubadas, em meio a um forte cheiro de querosene (combustível do avião). Formou-se uma clareira no local onde a parte dianteira do Lear Jet foi encontrada, após 20 minutos de caminhada pela serra.

Uma das asas ficou pendurada em uma árvore. Às 6h45 foi encontrado o primeiro corpo. A maioria dos ocupantes da aeronave ficou irreconhecível. Os bombeiros resgataram membros dos corpos por um raio de cem metros na mata.

Marcos César Carbone, então com 34, tio de Dinho, reconheceu o corpo do vocalista, último a ser localizado, pela única parte de seu rosto que permaneceu ligada ao tronco, um pedaço do maxilar. O vocalista perdeu um braço e uma perna. Dias após o acidente, um garoto encontrou o braço do vocalista no meio da mata.

Pedaços das roupas listradas usadas pelos Mamonas em shows ficaram espalhadas pela mata. Uma bermuda quadriculada nas cores laranja e branco estava a 50 metros do local onde foi encontrado o primeiro corpo. Quatro mochilas dos integrantes permaneceram intactas. Uma das jaquetas de couro com a inscrição do grupo foi achada ao lado do painel do avião.

As partes resgatadas dos corpos eram embrulhadas em lonas. O COE usou serras elétricas para derrubar árvores e permitir que o helicóptero da PM pudesse carregar os cadáveres para um platô da pedreira da Cachoeira. O primeiro foi içado às 9h30 e o último, às 10h45.

Conclusão


O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, concluiu que colaboraram para o acidente a fadiga da tripulação (piloto e copiloto estariam trabalhando sem descanso havia 16 horas e 30 minutos) e a situação meteorológica, entre outros fatores.

Segundo o relatório, 
"a região sobrevoada pela aeronave apresentava circunstâncias ambientais limitadoras de visibilidade, porquanto trata-se de área de baixa densidade demográfica, quase sem iluminação, em uma noite escura e com cobertura de nuvens".

Após o acidente fatal, os Mamonas Assassinas receberam uma série de homenagens póstumas em vias de Guarulhos, como uma praça com o nome da banda no Parque Cecap, e ruas com os nomes dos músicos, como a Rua Alecsander Alves, nome de batismo de Dinho, no bairro Villa Barros, onde o cantor morou. 

Apesar da forma trágica com a qual se despediram da vida, os Mamonas estão eternizados na memória de seus fãs e admiradores com toda a alegria e descontração que foram a marca registrada de sua metórica e curta carreira.

A Deus toda glória.
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E nem 1% religião

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