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segunda-feira, 24 de junho de 2019

CONHECENDO A PRÁTICA CORRETA DO JEJUM BÍBLICO — 1

Devido ao fato de o assunto ser bem bastante complexo, decidi dividi-lo em duas partes, para que o artigo não ficasse muito extenso. Quando o tema é a prática do jejum no meio cristão, os excessos e os equívocos são os detalhes que fazem com que a compreensão sobre o uso dessa importante ferramenta espiritual fique confuso.

Meu intuito com esse artigo é tentar ajudar aos leitores e seguidores do Conexão Geral a terem uma compreensão bíblica sobre a prática do jejum, de acordo não com minhas experiências pessoais ou de outrem, mas em consonância com o que nos ensina as Escrituras. De início, três coisas precisam ficar bem claras: 
  1. O jejum não torna ninguém "mais crente", "mais poderoso" ou "mais especial"; 
  2. O jejum não uma moeda de troca com Deus; 
  3. O jejum não converte ninguém - sobre a conversão da humanidade, essa conta é devida unicamente a Jesus, que, "...com o Seu sangue comprou para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5:9b, conforme 1 Coríntios 6:20a). Quando eu jejuo, o faço para minha consagração pessoal e não para os outros. 
Isto posto, vamos ao assunto. 

O jejum, de acordo com a Bíblia (na Antiga e na Nova Aliança) 


Muitos cristãos já abdicaram do jejum bíblico. Esta prática cristã tem sido negligenciada em muitas de nossas igrejas. Alguns até acreditam que não precisamos mais jejuar. Os que assim pensam demonstram não conhecer as Escrituras. 

Quando Jesus foi interpelado pelo motivo de seus discípulos não jejuarem respondeu o seguinte: 
"Podem, andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão" (Mateus 9:15, grifo meu). 
Jesus deixou o ensino bem claro, quando retornasse ao céu e enquanto não voltasse sua igreja deveria jejuar. E, ainda com base neste versículo, os dois contextos - Lei e Graça - estão distinta e devidamente delineados. 

O que é jejum 


Jejum é abstenção completa ou parcial dos alimentos, é no Antigo Testamento uma prova de humilhação espiritual frequentemente descrita pela frase: "...afligir a alma" (Levíticos 16:29-31). Os judeus jejuavam do pôr do sol de um dia até o pôr do sol do outro dia. Ou seja, das 18 horas de um dia, até às 18 horas do outro dia. Contabilizando assim, 24 horas de jejum. 

O jejum era comum no Judaísmo e também no Cristianismo Primitivo e tem desaparecido quase que totalmente em algumas igrejas, certamente para o seu próprio detrimento. Em oposição ao comportamento de muitos nos tempos hodiernos, a Bíblia contém inúmeros exemplos de jejum, vejamos: 

Jejum no Antigo Testamento 

  • Daniel ao orar em favor dos exilados (Daniel 9:3). 

Jejum no Novo Testamento 

  • Jesus Cristo, antes de iniciar seu ministério (Lucas 4:1,2); 
  • Paulo após a sua conversão em Damasco (Atos 9:8-10); 
  • A Igreja de Antioquia ao separar missionários (13:2,3); 
  • Paulo e Barnabé ao empossar pastores (14:23). 
Por meio destes exemplos podemos perceber que os jejuns foram realizados em momentos decisivos revestidos de magnitude e desenvolvimento espiritual na vida destes personagens bíblicos, inclusive do próprio filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo! 

O jejum, portanto, entendemos ser de grande importância para o seu desenvolvimento espiritual. Vamos, então, meditar no assunto "6 Razões Para O Cristão Jejuar". A primeira razão é… 

1) Porque o jejum é um meio de nos humilharmos diante de Deus. 

Esse é o caminho para o poder e a graça de Deus na vida do cristão. A Escritura Sagrada, nos diz, em Tiago 4:10: 
"Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará".
E o jejum é um meio que Deus nos deu para nos humilharmos diante dEle. E isso nos dará sensibilidade espiritual para percebermos o nosso pecado e consertarmos nossa vida com Deus. O salmista entendeu isso e disse, no Salmo 35:13: 
"Eu humilhava a minha alma com o jejum". 
Certamente, você será levantado por Deus, quando se humilhar diante dEle. Leia também os textos de 2 Crônicas 7:14; Isaías 58; Daniel 9:3-5; Tiago 4:7

2) Porque o jejum é um meio para obtermos vitória sobre ataques e tentações malignas. 

O Senhor Jesus é nosso modelo perfeito e Ele nos deixou o exemplo em relação ao jejum. Foi bem no começo de Seu ministério, logo após o Seu batismo nas águas e no Espírito. O escritor sagrado diz, em Lc 4:1,2, que 
"Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome".
Nesses quarenta dias de jejum, o Senhor alcançou a vitória sobre os ataques e as tentações do inimigo. E, isso, de tal maneira que o v.14, do mesmo capítulo, diz: 
"Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia".
Por isso, precisamos jejuar. 

4) Porque é um meio para receber capacitação de Deus na realização de Sua Obra. 

A Igreja buscou a capacitação de Deus, em jejum e oração, quando enviou os primeiros missionários. É o que lemos em At 13:2,3: 
"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram".
Os apóstolos escolhiam os presbíteros para as novas igrejas, em Jejum e oração. Está escrito em 14.23, que, 
"...depois de orar com jejuns, os encomendavam ao Senhor em quem haviam crido". 
Esse foi o modelo estabelecido pelo Espírito Santo na Igreja primitiva. E, a quinta razão para jejuar é… 

4) Porque o jejum é um meio para alcançarmos vitória em tempos de crise. 

A História do povo de Deus revela a importância do jejum em tempos de crise. Um dos maiores exemplos que temos é o de Ester, juntamente com seu povo. Um decreto do rei determinava o extermínio de todo o povo judeu. Por isso, Ester mandou um pedido a seu tio Mardoqueu, em 4:16, dizendo: 
"Vá e reúna todos os judeus que estiverem em Susã, e todos vocês jejuem e orem por mim. Durante três dias não comam, nem bebam nada, nem de dia nem de noite. Eu e as minhas empregadas também jejuaremos. Depois irei falar com o rei, mesmo sendo contra a lei; e, se eu tiver de morrer por causa disso, eu morrerei".
E Deus lhes concedeu uma vitória tão grande, que é comemorada pelos judeus até o dia de hoje. Portanto, precisamos jejuar para alcançarmos vitória em tempos de crise. 

5) Porque o jejum é um meio para buscarmos direção e proteção de Deus. 

Esse foi o entendimento de um grande homem de Deus – Esdras. Eis o testemunho que ele nos deixou escrito, em 8.21-23: 
"Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso. Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: 'A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam.' Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e Ele nos atendeu".
Por isso, você também pode jejuar para pedir direção e proteção de Deus. 

7) Porque o jejum é um meio para buscarmos restauração espiritual. 

O profeta Joel descreve uma situação de calamidade espiritual na vida do povo de Israel. E mesmo depois de falar sobre o juízo prestes a vir, ele diz, em 2:12: 
"Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade".
E o resultado dessa busca em jejum e oração se encontra nos vs. 18,28, onde está escrito: 
"Então, o SENHOR se mostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo… E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne".
Sim! Deus restaura aqueles que o buscam de coração, em jejum e oração. Deus o abençoe. Continuaremos no próximo número, se Deus o permitir. 

"Modelo" de jejum 


No evangelho de Mateus temos o registro do ensino de Jesus de como devemos praticar o jejum. Somos advertidos a não realizar o jejum com motivações erradas. O jejum não deve servir para demonstração de espiritualidade. Nem para ser aplaudido ou reconhecido pelos homens. As orientações de Jesus, quanto ao jejum bíblico, são as seguintes: 
"Não vos mostreis contristados..." (Mt 6:16) 
É possível que a referência inclua a ideia de que os hipócritas tinham por hábito ficar sujos e barbudos. Colocavam tanta cinza na cabeça, que esta descia pelo rosto e barba desfigurando a fisionomia. 

A pretensão de piedade e o desejo de serem reconhecidos pelos homens foram ações condenadas por Jesus. O jejum tinha sido reduzido em mera formalidade, sem conteúdo verdadeiramente espiritual. Em nossos dias são igualmente condenáveis a falsa aparência de piedade. 
"...Unge a tua cabeça, e lava o teu rosto..." (6:17) 
Na prática do jejum judaico, os atos de ungir-se e lavar-se eram proibidos, para que fossem demonstrados sentimentos de contrição e arrependimento. Na Nova Aliança, Jesus ensinou que o verdadeiro cristão não precisa ostentar o que faz e nem chamar atenção sobre si mesmo. Deve proceder normalmente de modo que ninguém perceba que esteja jejuando. 
"... Em secreto te recompensará" (6:18). 
O jejum deve fugir de toda motivação e propósito equivocado. A recompensa do verdadeiro jejum será concedida por Deus em secreto, para evitar o aplauso dos homens. 

Quem jejua publicamente recebe galardão humano. Aquele que o faz em secreto será recompensado pelo Senhor. Qualquer outro modelo e forma de jejum é antibíblico e deve ser desconsiderado. 

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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