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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

FIDEL CASTRO: WE DON'T NEED THIS "HERO"

Fidel Castro morreu aos 90 anos de idade. O anúncio foi feito no sábado (26/11) pelo seu irmão, o Presidente Raúl Castro. Cuba decretou nove dias de luto nacional pela morte do líder histórico.

Pai da revolução


O corpo do pai da revolução cubana vai ser cremado, de acordo com a sua "expressa vontade", indicou emocionado Raúl Castro, num breve discurso ao país. O funeral será a 4 de dezembro em Santiago de Cuba, no sul do país.

Todas as atividades e espetáculos estão interrompidos, segundo o Conselho de Estado cubano, e, durante a semana, deverão realizar-se várias homenagens a Fidel Castro.

O líder histórico cubano apareceu pela última vez em público no mês passado dia 15, quando recebeu na sua residência o Presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. 

A decadência


Após 47 anos no poder, em 31 de julho de 2006, Fidel Castro decidiu afastar-se devido a problemas de saúde e delegou a liderança do regime cubano ao irmão Raul, cinco anos mais novo. A passagem do poder seria definitiva dois anos mais tarde. 

Durante a última década, Fidel fez poucas aparições públicas, foi dado como morto várias vezes na Internet e nas redes sociais e manteve um contato regular com o mundo através dos seus artigos intitulados "Reflexiones", publicados na imprensa oficial e sempre reproduzidos pelas mídias internacionais. Também tem sido um anfitrião exclusivo para Presidentes que visitam Cuba. O ex-presidente do Brasil e líder do PT, Luis Inácio Lula da Silva, tinha um encontro marcado com ele para o mês de dezembro.

Fidel Castro já debilitado


Meses antes de celebrar os 90 anos, Fidel Castro participou, em abril, no VII Congresso do PCC e fez um discurso que soou a despedida:
"Talvez esta seja a última vez que falo nesta sala. Em breve cumprirei 90 anos, não em resultado de nenhum esforço mas por capricho do destino. Sou como todos os demais: também chegará a minha hora", 
afirmou. 

Ao longo dos últimos anos, Fidel também se despediu de alguns dos seus melhores amigos e aliados, como o Nobel da Literatura Gabriel García Márquez (1927/2014) em 2014, o ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela (1918/2013) em 2013 e o líder venezuelano Hugo Chávez (2013). 


Quem é?


Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu a 13 de agosto de 1926, em Birán, localidade do município cubano de Mayari. Após um longo e conturbado período como opositor do regime de Fulgêncio Batista (um então aliado dos Estados Unidos da América), o guerrilheiro Fidel Castro, que estudou Direito na Universidade de Havana, e o seu companheiro de luta Che Guevara (1928/1967) chegavam a 1 de janeiro de 1959 a Havana e a Revolução Cubana fazia a sua entrada na História. 

Fidel Castro assumiu o poder na ilha e tornou-se numa das figuras mais carismáticas, mas também das mais controversas, da História política do século XX.

"Inspirador"


O Presidente russo, Vladimir Putin, referiu-se, este sábado, a Fidel Castro como um "símbolo de uma era na história moderna mundial" que "serviu de exemplo inspirador para muitos povos e países." O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev elogiou Fidel Castro por "fortalecer" Cuba "durante o mais severo bloqueio norte-americano."

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o Presidente francês, François Hollande, apresentaram condolências às autoridades cubanas pela morte do ex-chefe de Estado cubano. Rajoy lembrou que Fidel foi uma "figura de importância histórica", enquanto Hollande destacou as "esperanças" e "desilusões" da Revolução Cubana, que Fidel Castro "encarnou".

O Presidente norte-americano, Barack Obama, disse que a História julgará o impacto de Fidel Castro em Cuba e no mundo, e estendeu a "mão da amizade" ao povo cubano.

Fidel Castro: Herói ou ditador sanguinário?


Para uns, morreu o herói da revolução e libertador dos cubanos. Para outros, morreu o ditador sanguinário e carcereiro do povo. Mas opositores e apoiantes são unânimes em considerar que morreu uma figura histórica.

Fidel Castro, ex-Presidente de Cuba


Embora doente e afastado do poder há algum tempo, para os cubanos a morte de Fidel Castro é um choque. Morte e Fidel eram duas palavras que não combinavam. Tanto mais que Castro lhe parecia imune: em 1953, com apenas 113 rebeldes armados, conduziu um ataque armado contra o maior quartel-general da ditadura de Fulgêncio Batista, e sobreviveu.

Mas não só isso: segundo a contagem oficial, registaram-se 600 tentativas de atentado contra a sua vida, todas fracassadas, claro. E, bem humorado, o próprio Castro comentava: 
"Como não tiveram sorte, não tiveram sucesso nas suas tentativas, eles dizem que estou doente ou morto. Na verdade, eu tenho apenas um problema. Se um dia eu estiver realmente morto, ninguém acreditará".
Dizia-se que as mulheres o amavam e os homens o seguiam. Ao menos os cubanos pobres, pois as elites fugiram para os Estados Unidos da América logo após a revolução, ou o mais tardar em 1961, quando Fidel Castro transformou a sua revolução anti-fascista numa revolução socialista: 
"Esta é uma revolução democrática e socialista do povo humilde para o povo humilde. E estamos prontos a dar a nossa vida por essa revolução socialista. Operários e camponeses, homens e mulheres prometem defendê-la até à última gota de sangue."

O revolucionário


Fidel Castro não tinha origem humilde. Era filho de um fazendeiro rico que se reinventou com líder comunista. Quatro décadas mais tarde, quando do muro de Berlim já só restavam escombros e a União Soviética era uma memória, Fidel Castro continuava no poder como um dinossauro comunista. Viu onze Presidentes americanos passarem pela Casa Branca, todos eles seus inimigos de estimação e o seu pretexto preferido para governar com mão de ferro.

Mão de ferro


A ameaça do norte e o embargo permanente proclamado por Washington sempre serviram de desculpa para os problemas econômicos e a pobreza de um povo inteiro. E quem discordasse publicamente com esta avaliação corria o risco de ir parar à cadeia.

Porque a par da assistência médica, da alimentação básica e da alfabetização, Castro também trouxe ao seu povo a opressão, a arbitrariedade e o paternalismo, para não mencionar os discursos: 
"Sim, lutarei toda a minha vida, enquanto a razão não me abandonar, até ao último segundo."
Mas, na verdade, em 2006 problemas de saúde obrigaram o Presidente a entregar o poder ao vice-presidente, o seu irmão Raúl Castro, que acabou por ser eleito em 2008, quando Fidel se retirou oficialmente da política. O novo Presidente encetou algumas reformas no sentido de liberalizar a economia. Com a morte de Fidel, há quem tenha esperanças que se sigam agora rapidamente as reformas políticas já iniciadas.

Nomeado "Doctor Honoris Causa" por diversas universidades europeias e latino-americanas, Fidel Castro teve seus discursos e ideologias registrados em inúmeros artigos, entrevistas, livros e filmes.

Conclusão


Junto a outro também revolucionário, Ernesto Che Guevara, dá o toque romântico ao pensamento esquerdista. Muitos jovens nas décadas de 60 e 70 do século passado são influenciados por sua ideologia oca sem perceber que “o velho camarada” não passava de um sanguinário ditador que nunca se renovou politicamente e que estava levando o seu país ao colapso e à ruína social e econômica. Cuba hoje ainda é passado.

Fidel morre e com ele toda uma era também se vai. Cuba, sem a menor condição de gerir a sua sociedade usando apenas o sistema comunista, já está se aproximando do Capitalismo que tanto criticava. A economia da China também já é capitalista. No século XXI, a dinâmica das relações internacionais não pode mais retroceder à Guerra Fria nem à ultrapassada ideia de que todos os cidadãos de um país são iguais frente aos novos desafios econômicos e à produção e distribuição de riquezas.

A esquerda, principalmente no Brasil, ao assumir o poder roubou até "casca de ferida", não trouxe os benefícios que tanto pregava e fez tudo aquilo que tanto criticava nos direitistas. Não há bons exemplos a serem seguidos em países como Venezuela, Bolívia e Equador que teimam ainda em seguir a cartilha ditada por Havana. Fidel Castro foi importante por que projetou sua pequena Cuba para mundo. Com ele, enterra sua fracassada ideologia. Enfim, herói por herói eu fico com o Chapolin Colorado.

[Fonte pesquisada: Brasil Escola]

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