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quarta-feira, 13 de maio de 2020

COMPORTAMENTO — O AUMENTO DO SUICÍDIO EM TEMPOS DE ISOLAMENTO SOCIAL — 2

Portal Luteranos | Mãos de mãe!

O que é o suicídio


O suicídio refere-se ao desejo consciente de morrer e à noção clara do que o ato executado pode gerar (Araújo et al., 2010). Em geral a decisão de tirar a própria vida não ocorre de uma hora para outra, o individuo manifesta anteriormente sinais ou ideias de atentar contra a própria vida e esse sinais precisam ser observados em especial por familiares e amigos, pois é aí que existe a chance de intervenção.

Mitos e Verdades sobre o suicídio 

  • Mito — O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio.
  • VerdadeFALSO. Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
  • Mito — Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida.
  • VerdadeFALSO. O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.
  • Mito — As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção.
  • VerdadeFALSO. A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
  • Mito — Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou.
  • VerdadeFALSO. Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se "melhor" ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.
  • Mito — Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo.
  • VerdadeFALSO. Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
  • Mito — Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco.
  • VerdadeFALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
  • Mito — É proibido que a mídia aborde o tema suicídio.
  • VerdadeFALSO. A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda etc.
De acordo com a ABEPS (Associação Brasileira de Estudos de Prevenção ao Suicídio), discutir sobre o assunto é a melhor forma para conscientizar a acabar com o estigma que ronda esse tema, estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente e de acordo com os estudos é sabido que quase todos os suicidas tinham um transtorno psicológico, como por exemplo depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco.

Se queremos, portanto, combater mais eficazmente a Covid-19, devemos absolutamente aumentar as defesas psicológicas além das imunológicas das pessoas. Uma ótima forma de prevenção seria a cessação da pressão mediática que está causando pânico e incerteza, substituindo-a com uma comunicação positiva, convidando a enfrentar com serenidade e fortaleza a eventual doença.

É evidente que se está revelando um quadro de humanidade frágil, débil, facilmente tomada de depressão, mas exatamente por isso é preciso da uma mensagem diversa, que não pode ser a de um flash mob, de vídeos patrióticos, contando com um humanitarismo vago (vai ficar tudo bem...) ou com um orgulho nacionalista. Deve-se dizer que as pessoas se curam do coronavírus, na grande maioria dos casos. É preciso dar sentido à dor, ao sofrimento, ao luto. É preciso dar as razões pelas quais não devemos ter medo.

Conclusão

Suicídio, como prevenir?

  • Fale sobre suicídio — É importante falar sobre o assunto, eliminar o estigma e o preconceito acerca do suicídio é o primeiro passo para conscientizar as pessoas ao seu redor. Nós, pastores e líderes religiosos, não podemos fingir que este problema não nos diz respeito ou que estamos imunes a ele, pois, recentemente, uma verdadeira epidemia de suicídios justamente de pastores (abordei o tema aqui no blog: ➫ aqui) explicitou a realidade dos fatos e demonstrou que, como qualquer outro ser humano na face da Terra, também temos nossas limitações e debilidades que nos colocam vulneráveis à iminência da prática do suicídio.
  • Esteja atento — Familiares e amigos sempre dão sinais quando não estão bem, desenvolver esse olhar cuidadoso com o outro é um dos aspectos mais importantes para a prevenção.
  • Busque ajuda — Órgãos como o CVV prestam apoio, oferecendo atendimento gratuito via chat, telefone, Skype e presencialmente todos os dias da semana, 24 horas por dia. Se você notar qualquer mudança de comportamento em familiares ou amigos, busque ajuda de um profissional qualificado.
➫ Importante: Eu não sou especialista no assunto. Esse artigo foi feito com base em pesquisas (vide citação das fontes no final de cada capítulo) e tem caráter informativo. Se você se identificou com qualquer sintoma desse artigo, talvez você precise de ajuda profissional, procure um Psicólogo.
[Fonte: Clínica de Psicologia em Bragança Paulista, por Danielle Vieira – Psicóloga em Bragança Paulista e São Paulo – SP, CRP 06/131376. Gazeta do Povo, por Paolo Gulisano é um médico e escritor italiano. © 2020 La Nuova Bussola Quotidiana. Publicado com permissão. Original em italiano; Suicídio: informando para prevenir. Associação Brasileira de Psiquiatria, Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio. Brasília: CFM/ABP, 2014. Braga, Luiza de Lima, & Dell’Aglio, Débora Dalbosco. (2013). Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos Clínicos, 6(1), 2-14. https://dx.doi.org/10.4013/ctc.2013.61.01]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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