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domingo, 4 de agosto de 2019

MARTA OU MARIA, COM QUEM VOCÊ MAIS SE IDENTIFICA?


Com a morte de Judas Iscariotes, ficou uma conflitante vaga na equipe apostólica: a vaga de traidor, a qual veio a ser a vaga número 1, após a derrota de satanás no deserto. 

Hoje em dia a maior oferta de vagas está no segmento de apóstatas. É uma posição em franco crescimento, e cada dia que passa, os requisitos para concorrer a uma vaga são menores. 

Entendendo a apostasia e suas consequências


"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;  
Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência" (1 Timóteo 4:1,2).
O termo apóstata se aplica ao cristão que se esfriou, que se desviou da fé. A palavra apostasia significa ainda separação do corpo constituído (Corpo de Cristo) ao qual o indivíduo pertencia.

As razões que podem levar um cristão a se tornar um apóstata são muitas. Listarei algumas aqui, sem seguir nenhuma regra específica:
  • crise financeira, 
  • brigas, inimizades, 
  • ciumeiras, 
  • invejas, 
  • divisões, 
  • decepções, frustrações
  • desobediência, rebeldia, 
  • desemprego,
  • más escolhas, 
  • doenças, 
  • tristezas etc.
Sabemos o que cada uma dessas palavras significa e já fomos atingidos por elas, em menor ou maior grau. Nem sempre os sofrimentos da vida presente nos fazem achegar mais a Deus. Às vezes esses sofrimentos e tristezas fazem exatamente o contrário: afastam-nos de Deus e dos irmãos.

Eu listei apenas alguns exemplos de crises que podemos enfrentar ao longo da nossa vida. Cada um dos leitores poderia acrescentar outros tantos, conforme a sua própria vivência. A propósito, eu gostaria de perguntar qual foi a maior tristeza que você já vivenciou? Reflita por um momento e responda para si mesmo.

Sim, o desemprego muito nos entristece… A traição, então, mais ainda… Mas eu me refiro a sua maior dor, àquela que não superamos facilmente e que exige tempo, muito tempo para nos recuperarmos.
"Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte" (1 Coríntios 15:26).
Posso supor que você agora tenha pensado na morte de um ente querido, de uma pessoa muito próxima, do seu relacionamento íntimo e pessoal. Creio ser consenso que a morte de uma pessoa querida é a maior dor que podemos experimentar. A morte de um filho, de um cônjuge, dos pais ou de um irmão é uma dor que dói pra valer, seja você cristão ou não.

Marta, Maria, a morte e a ressurreição


Vamos rever na Bíblia a história de duas moças, cristãs, que perderam seu irmão de uma forma muito inesperada. Essa história está relatada no capítulo 11 do evangelho de João, do versículo 1 até o 45. Convido o leitor a interromper por um momento nossa conversa e ler (ou reler) esse relato de João.

Se até o próprio Jesus, Filho de Deus, perturbou-se no espírito e chorou ante a experiência da morte de uma pessoa querida, quanto mais nós, pobres mortais. Muito podemos aprender com esse relato.

A dor profunda da família de Betânia


A razão da morte de Lázaro foi uma enfermidade. Lázaro ficou gravemente enfermo, e suas irmãs Marta e Maria enviaram um recado a Jesus, a fim de que Ele viesse curá-lo. Jesus tinha uma profunda afeição pelos três irmãos, e muitas vezes hospedou-se na casa deles. 

Marta e Maria já tinham visto muitos milagres e curas realizados por Jesus, elas andavam com o Mestre e sabiam que Ele era o "médico dos médicos" (lembrando que isso é uma força de expressão, pois a Bíblia não diz isso). Portanto, era muito importante que Jesus fosse avisado o quanto antes que Lázaro estava doente, pois tinham certeza de que Ele viria prontamente em seu socorro.

Jesus agindo em tempo oportuno, que não necessariamente é o tempo determinado e/ou esperado por nós


Mas estranhamente não foi isso que aconteceu! Jesus recebeu o recado do mensageiro e tão somente garantiu que a doença de Lázaro não era para morte, mas sim para a glória de Deus (?!). Ele disse isso, mas não se moveu, não foi ao encontro das irmãs. 

Suponho que as irmãs tinham expectativa de receber a visita de Jesus imediatamente, mas, para surpresa de todos, o mensageiro voltou sozinho, com apenas um comentário aparentemente tranquilizador de Jesus. Era de se concluir que a doença não era tão grave quanto parecia, afinal Jesus não se deu nem ao trabalho de ir e, mais, disse que a doença que acometia Lázaro não era mortal, ou seja, não era um caso sério, pensou-se.

Mas o pior estava por vir. A doença de Lázaro foi-se agravando, agravando até que o impensável aconteceu: Lázaro morreu! Isso era impossível. Marta, Maria e todos os amigos próximos a Lázaro torciam por sua melhora. Quando ouviram o recado de Jesus, eles passaram a ter certeza, e agora Lázaro jazia morto em frente aos seus olhos. O que poderiam pensar - o que eu ou você pensaria no lugar delas?
  1. Jesus fez pouco caso? 
  2. Jesus estava muito ocupado? 
  3. Jesus se enganou quando disse que não era sério? 
  4. O que Jesus fazia de tão importante que não pôde visitar seu amigo enfermo (afinal, não era uma de suas premissas ministeriais a cura dos enfermos - Isaías 53:4,5)?
Imagino que essas e muitas outras perguntas passaram pela cabeça das irmãs. Também suponho que essas mesmas perguntas eram feitas à meia voz entre os presentes no velório, com certo tom de reprovação ou decepção. Nota-se inclusive que após a morte de Lázaro nenhum mensageiro é enviado a Jesus para dar-lhe a notícia do falecimento, afinal, se quando estava doente, Ele não veio, muito menos agora…

A Marta e Maria restava tão somente chorar. Nada mais poderia ser feito. E foi em meio ao choro e pesar que tiveram de cuidar dos detalhes do sepultamento do seu irmão: local do sepultamento, preparação do corpo, aviso dos parentes e amigos mais distantes etc. Todos esses detalhes drenaram as últimas forças que ainda restavam nas duas irmãs.

Ei, Jesus! Cadê você? 


Passaram-se um, dois, três dias e elas sequer tiveram alguma notícia de Jesus. Não houve nenhum recado, nenhuma visita. Somente no quarto dia alguém entrou na casa e, esgueirando-se entre as muitas visitas que ainda se lamentavam pela morte do querido Lázaro, avisou as irmãs que Jesus estava chegando. 
  • Faço uma pausa aqui para perguntar qual deveria ter sido a reação delas ao saber que Jesus estava chegando, com "quatro dias de atraso". Ou melhor, pergunto a você, leitor, qual seria a sua reação se estivesse no lugar delas.

Marta vai até Jesus


Marta levantou-se e saiu ao encontro de Jesus. Maria não se moveu. Marta, aquela jovem muito prática que vivia cuidando dos afazeres domésticos, saiu ao encontro de Jesus. Maria, aquela que vivia aos pés do mestre ouvindo suas palavras, em sua tristeza e resignação ficou. 

Certas vezes, nós também somos chamados a nos encontrarmos com o Mestre, mesmo quando estamos mergulhados em tristeza e sofrimento. Às vezes, quando somos avisados de que Ele está ali fora nos esperando, o primeiro pensamento que nos vem à mente é:
  • Ele não se importa, Ele não se importou, Ele não se preocupa comigo.

Quando esse convite chega até nós, também temos duas opções: 
  1. levantarmo-nos e sairmos ao seu encontro (como Marta) ou 
  2. continuarmos imóveis, mergulhados na nossa tristeza e sofrimento, na nossa autocomiseração (como Maria).
Marta levantou-se e saiu ao encontro de Jesus. A conversa que se segue é muito emblemática. Marta reafirma sua confiança em Jesus quando diz que Lázaro não teria morrido se Jesus estivesse presente. Jesus rebate dizendo que Ele morreu mas irá ressuscitar. Marta não enxerga a profundidade dessas palavras. Ela entende que Jesus está-se referindo ao julgamento final, quando todos irão ressuscitar para a vida eterna ou para a morte eterna.

Jesus então faz sua auto-revelação mais clara e audível: 
  • EU SOU a ressurreição e a vida, Marta! Eu não faço pouco caso, eu não me engano, eu nunca estou ocupado, eu não me atraso, confie em mim!
Marta é chamada para um novo nível de relacionamento com Jesus, nível esse que ela ainda não havia experimentado. Prontamente ela responde: sim, tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo, eu creio!

Algo grande estava para acontecer, Marta ainda não sabia o que era, mas podia sentir. Por um momento, todo o pesar que ela sentia se desanuviou, os dias de choro e tristeza se dissiparam, seu espírito se revigorou. Retirou-se depressa e foi chamar sua irmã, Maria.

Jesus manda chamar Maria


Ao entrar apressadamente na casa, falou ao ouvido da sua irmã: o Mestre chegou e te chama. Sim, ao ouvido de Maria. Muitas vezes é assim que Jesus nos chama. Ele manda apenas um "recado pelo irmão". Maria estava abatida, triste, confusa, frustrada. Ela poderia ter respondido: 
"Outra hora, agora não…", 
"Não estou legal, outro dia eu vou…", 
"Agora que Ele chega?! Agora é tarde!", 
"Fala que eu não estou…". 
Nós teríamos muitas opções, afinal nós já fizemos isso muitas vezes. Mas o texto diz que Maria tomou uma atitude muito diferente da nossa. Diz que 
"...ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com Ele…".
O que Maria fez ao encontrar-se com Jesus?! É de se pensar que ela "soltaria os cachorros em cima" de Jesus. Isso seria o natural. Mas Maria fez o que ela sabia fazer muito bem: jogou-se aos pés de Jesus. 

A Maria que sabia ficar aos pés de Jesus se deliciando com suas doces palavras no conforto do momento também sabia se jogar aos seus pés nos momentos de maior aflição e angústia. Em seguida ela fala as mesmas palavras da sua irmã Marta. Até parece que haviam combinado. 

Duas irmãs diferentes, com temperamentos diferentes, gênios diferentes, personalidades diferentes, mas um mesmo sentimento, uma mesma fé, uma mesma certeza. Ela também sabia que se Jesus ali estivesse, aquela desgraça não haveria acontecido. Ela reconhece isso muito transtornada, em meio a lágrimas. Jesus, vendo-a chorar, agita-se no seu espírito e se comove. Com Marta Ele tentou explicar quem Ele era. Com Maria não há mais tempo para explicações. Jesus precisa demonstrar quem Ele é. Não há mais o que esperar, não há mais o que falar. 
  • Jesus chora, pois quem ama chora.

Conclusão


O povo que acompanhava vê nas lágrimas de Jesus o seu amor por Lázaro, ainda que dentre eles haja (como sempre) alguns que sabem somente acusar e julgar, questionando por que o deixou morrer. Imediatamente pede para que o levem até Lázaro e que tirem a pedra do túmulo. 

Marta não vê propósito nesse pedido, uma vez que o corpo já é de quatro dias e cheira mal. Não há mais nada a ser feito, sequer a ser olhado, pois o corpo já estava em estado de decomposição. Os mais antigos costumam dizer que 
"…pra tudo se tem jeito, só não se tem jeito pra morte…"
um dito popular muito usado em várias regiões do Brasil, mas que não é condizente com o que está prestes a acontecer com Lázaro. Jesus ressuscita-o! Contradizendo minha a sabedoria dos antigos, e para espanto de todos os presentes, Lázaro revive!

A morte não pode nos separar de Cristo


O relato vívido do sofrimento desta família é muito esclarecedor para todos nós. Temos muito que aprender com estas irmãs. Está na hora de colocarmos em prática o que aprendemos em Romanos 8:35,38,39. Nada poderá nos separar do amor de Cristo, nem sofrimento, nem dificuldades, nem perseguições, nem fome, nem pobreza, nem a morte. Nada! E sabe o significado "nada" no aramaico? Isso mesmo: NADA!

Nada separou Lázaro do amor de Cristo. Na verdade, só uma coisa pode-nos separar do amor de Cristo: nós mesmos. Hebreus 12:12-16 diz que somos nós que abandonamos a graça de Deus, e não Deus que nos abandona.

O sofrimento de Marta e Maria era real e tinha um propósito maior. E se elas tivessem decidido não sair ao encontro de Jesus? Elas bem que teriam lá seus motivos… Ou se elas saíssem ao seu encontro apenas para criticá-lO ou ainda se elas se revoltassem e O expulsassem? Como que o propósito ao qual se referia Jesus no início do relato iria se concretizar?

Geralmente nós caímos em dois extremos: 
  1. ou nós nos separamos de Jesus devido às dificuldades e sofrimentos 
  2. ou nós nos aproximamos de Jesus para resolver nossas dificuldades.
Marta saiu ao encontro de Jesus sem ser chamada. Ela simplesmente foi. Maria a princípio não quis ir, mas quando foi chamada, aceitou o convite e foi. Ambas não foram ao encontro pedir a ressurreição de Lázaro e o fim do seu sofrimento. Ambas foram surpreendidas por Jesus, afinal Jesus é surpreendente!
  • A pergunta que fica é: você é Marta, é Maria ou não é nenhuma das duas?
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso. 

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