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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

ACONTECIMENTOS - ESPECIAL: MEIO SÉCULO DEPOIS DE WOODSTOCK


Ontem, 15 de agosto, foi comemorado os 50 anos do festival de música que mais do que um marco na história, foi um divisor de décadas no mundo passava por transformações, o planeta terra iria caminhar em busca da Era de Aquarius. 

Conhecido com o mais importante evento de música pop da história, a Feira de Música & Arte Woodstock foi também o ápice do movimento de contracultura que se espalhou pelo mundo, e cujos ideais permanecem vivos na internet.

O cenário turbulento


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A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude americana. 

A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock (e que resultaria na surf music) e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.

Assim a década de 1960 pode ser dividida em duas etapas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968 (porque 1969 já apresenta o estado de espírito que definiria os anos 70), em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos.

The Beatles 


É ilustrativo que os Beatles, banda que existiu durante toda a década de 60, tenha trocado as doces melodias de seus primeiros discos pela excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas. "I Want To Hold Your Hand" é o espírito da primeira metade dos anos 60. "A Day In The Life", o espírito da segunda metade.

O Festival

Peace and Love Inc.


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Entre 15 e 18 de agosto de 1969 - eu estava então com exatos dois anos de idade -, estimados meio milhão de pessoas se reuniram numa pequena fazenda no interior de Nova York para assistir a shows de alguns dos principais artistas da época. Ninguém esperava tantas pessoas. Foram vendidos apenas 186 mil ingressos, mas o evento acabou sendo gratuito. 

As estradas ficaram congestionadas e não havia infraestrutura para acomodar as pessoas. Mesmo com todos esses problemas, foram registradas apenas duas mortes: uma por overdose e outra por atropelamento. Embalados pela música folk, blues e rock, jovens tomavam banhos nus na chuva, brincavam na lama, meditavam, usavam drogas - LSD e maconha, principalmente - e faziam sexo em barracas. 

Cenário político

Sexo, drogas & rock'n'roll 


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Mas a revolução que acontecia em meio à tradicional família americana não era menor do que a que tomava conta das ruas do país. Era inaceitável, para a sociedade puritana da época, o sexo antes do casamento, tampouco a ideia de "morar junto". Nas universidades, o controle também era rígido, com "toques de recolher" e vigilância em prédios separados para estudantes do sexo feminino e masculino. 

O início da comercialização da pílula anticoncepcional e os movimentos feminista e homossexual nos anos de 1960 foram importantes elementos da revolução sexual promovida pela cultura hippie. Outro componente da mudança nos costumes foi experimentação de drogas. Os historiadores dessa época, consideram que o estopim aconteceu quando o guru do LSD Timothy Leary e um colega foram expulsos da Universidade de Harvard, onde lecionavam, por conta de pesquisas com drogas psicoativas, em 1962.

A partir de então, drogas psicodélicas passaram a ser associadas à rebeldia e libertação das "amarras mentais de uma sociedade decadente". Sabia-se, então, muito pouco sobre os efeitos nocivos das drogas. A própria CIA, o serviço secreto americano, chegou a fazer experimentos para possível utilização em interrogatórios de presos. Entretanto, o uso de substâncias químicas com fins de "expansão da consciência" não era bem uma novidade. 

Desde o século 19, escritores já escreviam sobre o consumo de entorpecentes como o ópio. Antes dos hippies, escritores beatniks, além de músicos de jazz, também compunham e escreviam sob efeito de alucinógenos. Mas nada se compara com a abertura de uma demanda nos Estados Unidos, a partir da década de 1960, que abriu a rota da maconha, e da cocaína depois, vindas da América Latina, via fronteira mexicana. 

Como resposta, o governo deu início a uma política repressiva, com poucos resultados efetivos até hoje para conter o tráfico. No ano seguinte a Woodstock, duas das maiores estrelas do festival, Janis Joplin   
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e  Jimi Hendrix,                                                              
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além do líder da banda The Doors, Jim Morrison (que não participou do evento),
                                                                    Resultado de imagem para Quem foi Jim Morrison
morreram de overdose ou em decorrência de abuso de drogas ilícitas. Todos os três tinham apenas 27 anos de idade e morreram no apogeu de suas carreiras.

Os contratempos


Michael Lang, produtor musical e proprietário de uma loja de objetos de decoração dedicada a contracultura dos anos 60 e seu amigo Artie Kornfeld, músico, entusiasta e grande negociador, juntos sonharam com um festival de música que poderia ser um marco. Buscaram alterar em forma e cadência os festivais da época, apoiados financeiramente por John Roberts, herdeiro da Polydent/Polygrip (adesivos para dentaduras) e Joel Rosenman, judeu e advogado de sucesso em NY.

Foram muitos os problemas na execução do projeto, mudança de local, recusa de músicos, construção da capilaridade na venda de ingressos, entre outros. Tudo foi passo a passo resolvido pelos empreendedores que não tinham ainda a ideia exata do que estavam criando. Até esse momento a preocupação era com o sucesso do evento que poderia ser concretizado no retorno do investimento que estava sendo feito.

Depois de várias negociações e recusas o festival foi marcado para ser realizado nas terras (cerca de 242 ha) do fazendeiro Max Ysgur, um homem que acreditava firmemente na liberdade de expressão e assim enfrentou uma cidade, Bethel, onde nunca mais foi bem-vindo.

Os ingressos foram vendidos em lojas de discos e outros comércios na área metropolitana de Nova York além de criarem uma caixa postal para venda à distância pelo correio. Os esforços reunidos permitiram a venda antecipada de 186.000 ingressos para um público estimado de 200.000 pessoas. Esse resultado os deixou felizes, mas sem a ideia exata do que viria a acontecer.

De fato, a realidade ficou bem distante disso. Mais de meio milhão de pessoas foram ao festival, derrubando cercas e assim o evento se tornou gratuito... Congestionamentos foram imensos bloquearam estradas havia gente por todos os lados, transformando Bethel em uma eventual área de calamidade pública. O caos poderia estar se instaurando.

A chuva veio forte, as instalações não garantiam o saneamento ou os primeiros socorros para tanta gente, houve racionamento de comida e dificuldades com as condições mínimas de higiene.

Contudo, o festival foi pacífico pois diante das condições envolvidas houve somente duas fatalidades uma devido a overdose de heroína e outra decorrente de um atropelamento de trator. Houve ainda dois partos um dentro de um carro no congestionamento, outro em um helicóptero e registrou-se quatro abortos.

Destacaram-se no festival entre muitos outros, Joan Baez, John Sebastian, Carlos Santana, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, The Who, Joe Cooker, Johnny Winter, Jimi Hendrix... é inegável, e a literatura é farta no evidenciar a qualidade musical excepcional naqueles dias exibida.

A reflexão nessa visão está em se ressaltar a harmonia social levada a níveis jamais observados, a atitude das pessoas focada no compartilhar concretizando um retrato comportamental único na história recente do homem.

Os ideais


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Cultura pacifista, ideais comunitários e socialistas, amor livre e liberação pelas drogas faziam parte da cartilha da contracultura. O massacre cometido pela Família Manson, ocorrido uma semana antes de Woodstock, era sinal de que os tempos estavam mudando. O fim da Guerra do Vietnã, a politização dos movimentos pelos direitos civis, o controle do tráfico de drogas pelo crime organizado, o surgimento da Aids e a desilusão com as utopias levaram juntos os referenciais da cultura hippie

Nos anos de 1990, foram realizadas outras duas edições do Festival de Woodstock. Tumultos e brigas, que contrastaram com o original, revelaram que se tratava apenas de um agourento dos shows de "Paz e Amor". Mas isso não significa que a juventude atual perdeu o interesse pela política ou pelos protestos sociais. Na sociedade globalizada, assuntos como ecologia e distribuição de renda mobilizam estudantes em todo o mundo. E qual é o maior legado da cultura hippie de Woodstock?

After Woodstock


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Segundo o professor Fred Turner, no livro "From Counterculture to Cyberculture ("Da Contracultura à Cibercultura")", o ideal continua vivo, muito mais próximo que imaginamos - na internet. A rede mundial de computadores foi desenvolvida durante os anos 1960 com investimentos militares e esforços de acadêmicos que respiravam a atmosfera da contracultura. Por isso, comunidades virtuais, como o saudoso Orkut - a primeira rede social existente na internet -, e a cultura do compartilhamento livre de arquivos de sites como o Pirate Bay seriam heranças dos hippies.

Conclusão


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Casal da capa do disco oficial com a trilha sonora Woodstock, está junto até hoje
De certa forma, os ideais que embalaram os jovens em três dias de música, amor e paz em Woodstock continuam fazendo parte da juventude. Mesmo que seja dentro de uma floresta de bits. Muitos festivais vieram depois, mas nenhum até o momento, se comparou ao que foi chamado oficialmente de Woodstock Music & Art Fair e mundialmente conhecido por Festival de Woodstock...!


A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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