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domingo, 21 de julho de 2019

EU O CONHECIA,SÓ DE OUVIR FALAR...

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O texto desse artigo é baseado na mensagem que ministrei no culto dominical de hoje (21/7/2019). Não é um esboço, pois a mensagem foi revelada. Vou transcrever as revelações que o Senhor me trouxe, através da história de vida de Jó. Apesar de quase sempre ser dado ênfase nas questões materiais - o que Jó tinha, perdeu e foi posteriormente restituído em dobro - (principalmente pelos pregadores da teologia da prosperidade), aprendi com Deus que o cerne do ensino que Ele quer nos dar com todos os acontecimentos da vida de Jó é bem além das questões materiais.

Quem foi Jó?

Resumo biográfico


Jó foi um homem muito rico que viveu na terra de Uz. Como possuía grande riqueza, é certo que desfrutava de alta posição social. A Bíblia nos diz que Jó era proprietário de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Uma quantidade tão grande de gado na época em Jó viveu, certamente representava um imponente patrimônio. Para cuidar de tantas propriedades, Jó contava com um número muito grande de servos a seu serviço, de modo que, somando tudo, Jó era o homem mais rico do oriente (1:3).

A localização da cidade de Uz é incerta, porém uma das possibilidades mais aceitas entre os estudiosos é a de que Uz ficava em uma região a leste de Judá e, talvez, fronteiriça com o deserto, porém era uma terra propícia para a criação de gado e agricultura (1:3,14). A melhor probabilidade é a de que Jó tenha vivido na era patriarcal, pelo menos é isto o que alguns detalhes biográficos sobre ele parecem sugerir, como por exemplo, o fato d'ele ter vivido cerca de dois séculos (42:16) e o papel que desempenhava semelhante ao de Abraão como sacerdote da família (1:5; cf. Gn 15:9,10). 


O que temos a aprender com a história de Jó


Jó é o maior exemplo de sofrimento e de paciência em meio a luta registrado nas Escrituras Sagradas. Imagino que o Senhor permitiu que este livro estivesse nas Escrituras para o nosso ensino e exortação no que diz respeito a estes assuntos. 

Tiago, apóstolo e irmão carnal do Senhor Jesus escreveu-nos em sua epístola dizendo: 
"E nós achamos que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento. Vocês têm ouvido a respeito da paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia" (5:11).
Acredito também que o livro de Jó foi escrito e sobreviveu através dos séculos porque, no momento de maior lucidez que ele teve em meio àquele sofrimento todo, antes de fazer a declaração profética que foi a chave de todo o desfecho da situação em que ele se encontrava; declaração que penetrou os céus e "virou o jogo" a seu favor. 

Antes dessa declaração poderosa ele diz: 
"Como gostaria que as minhas palavras fossem escritas, que fossem escritas num livro! Ou que com uma ponteira de ferro elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na pedra!" (Jó 19:23,24).
E foi exatamente isto que aconteceu, pois, o que ele declarou profeticamente após falar assim foi poderoso para mudar seu destino e ainda hoje é poderoso para mudar o nosso destino, pois a mesma foi escrita em um livro como ele desejou – no livro de Jó.


O testemunho de Deus em favor de Jó


O livro de Jó começa assim: 
"Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado" (1:1).
Jó era bom, honesto, temia a Deus e se desviava do mal. Essas prerrogativas positivas foram atribuídas a ele pelo próprio Deus. Veja o verso 8: 
"Aí o Deus Eterno disse [a satanás]: 'Você notou o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado'" (1:8).


Um relacionamento perfeito no âmbito religioso, mas superficial e distante no âmbito da intimidade


Jó era íntegro, temente a Deus e se desviava do mal, mas, havia algo que ele não possuía e, essa coisa que ele não possuía o fez mergulhar num mar de sofrimento e tribulação, permitidos e gerenciados por Deus para que ele não fosse provado além de suas forças. Tribulações que, além de nos ensinar a ter paciência no meio da prova também nos leva a perguntar: porque tais tribulações foram necessárias? 

Ao descobrir o que faltava em Jó que o levou até lá descobrimos também como saímos de lá, ou até mesmo, como não irmos para lá – como não cair na tentação, na prova, na tribulação. Podemos não cair nelas; podemos sair delas; podemos nos alegrar nelas.

Deus não tem prazer no sofrimento dos seus filhos. Se um pai natural não se alegra no sofrimento do seu filho, muito menos o Pai Celestial. Em primeira de Pedro 1:6 lemos que: 
"Se necessário sejais contristados por vários provações…" (grifo meu).
Ou seja, a expressão "se necessário" neste texto deixa claro que somente seremos contristados por várias provações se não conseguirmos receber a instrução e a direção de Deus de outra maneira. 

Este texto deixa claro que o desejo do Eterno não é o de nos atribular, e, sim, de nos ensinar. Se fosse ao contrário o Senhor Jesus não teria nos ensinado a orar: 
"...não nos deixes cair em tentação…" (Mateus 6:13). 
A tentação, a provação, a tribulação existem, mas, você não precisa necessariamente cair nela, pelo contrário: "livra-nos, ó Deus…". Normalmente quando andamos por uma rua ou estrada naturalmente nos desviamos dos buracos – é instintivo.

Se pudéssemos estabelecer uma ordem, primeiro vem a tentação, depois a provação e por fim a tribulação. Com a permissão de Deus o diabo tenta, Deus prova, e depois somos atribulados para separarmos o que é palha e o que é trigo. O tribulum era uma instrumento usado para separar a palha do trigo.

No capítulo 42:5 de Jó podemos entender o que faltava na vida de Jó que o levou a passar por tudo aquilo. No fundo o objetivo de Deus era fazer com que ele adquirisse o que lhe faltava. Veja o texto bíblico: 
"Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos."
Veja bem, Jó era homem íntegro, temente Deus e que se desviava do mal, porém não conhecia a Deus pessoalmente. Ele servia um Deus de quem ele tinha ouvido falar e o fazia de forma zelosa, porém, o Senhor Deus, o Eterno deseja mais do que servos – Ele nos quer como amigos. Ele deseja se revelar a mim e a você a cada dia. A Bíblia diz que o Senhor Deus se encontrava com Adão no jardim do Éden todos os dias na viração do dia (Gn 3:8). 

A Bíblia diz que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã… (Lamentações 3:22,23). Você não pode pensar na misericórdia de Deus sem pensar na presença do Deus misericordioso. É como se Ele nos trouxesse uma dose gostosa de misericórdia no café da manhã. Então, Jó servia a Deus, porém, não conhecia a Deus. E isso fez com que Deus permitisse a tentação, a prova, a tribulação somente para que ele chegasse a este ponto: "hoje os meus olhos te vêm." Dentro do coração de cada crente deve existir este clamor: "eu preciso te ver, Senhor."

De acordo com a palavra de Deus a fé cristã está fundamentada sobre três pilares que estão descritos em 1 Coríntios 15:1-8,11
  1. Cristo morreu por mim; 
  2. Foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia;
  3. Apareceu a Pedro, aos doze apóstolos, para mais de quinhentos irmãos de uma só vez, para Tiago e também a Paulo. Enfim, todos nós veremos ao Senhor, mesmo que seja no dia, o dia da sua gloriosa manifestação nas nuvens do céu quando todo olho o verá.
No meio daquele sofrimento um anseio e uma certeza brotou no coração de Jó. Tudo aquilo era para gerar nele esta fome, esta sede, esta convicção. E quando ele recebe dentro de si esta fé sobrenatural, antes de fazer a declaração profética que mudaria o curso da sua vida, ele anseia: há como eu gostaria que isto fosse registrado em um livro… leia o texto como ele é: 19:23-27.

Eu sei que o meu Redentor, meu Resgatador, meu Defensor vive e por fim se levantará sobre a terra… Ele não estava se referindo ao Deus do céu, e, sim ao Redentor que se levantaria sobre a terra. Ele teve uma revelação de Jesus Cristo. Na verdade Jó é um exemplo do sofrimento daquele que não têm uma revelação do Redentor, Jesus Cristo. 

O redentor, ou resgatador, no Velho Testamento era o irmão mais velho da família. Quando a herança era repartida o irmão mais velho recebia dupla porção da herança. A porção extra não era para si próprio. Ela servia para resgatar algum membro da família que se tornava escravo de algum credor. É muito comum na igreja ouvirmos orações inflamadas do tipo: "Senhor, eu quero dupla porção…" Mas, será que tais pessoas estariam disposta a usar a segunda porção para resgatar o irmão necessitado?

Bom, vamos voltar a falar de Jó, pois é muito forte quando ele diz: eu sei que o meu redentor está vivo… ele se levantará sobre a terra… em minha carne eu verei a Deus, ou seja, não seria depois da sua morte, mas, em vida… Vê-lo-ei por mim mesmo… os meus olhos o verão, e não outros… de saudade desfalece o coração dentro de mim.

Agora ele já não estava mais desfalecendo por causa da pobreza, do luto e dos tumores, mas, desfalecia de saudade pela presença gloriosa de Deus. Ao declarar isso, profeticamente ele gerou no mundo espiritual o que se consolidou no mundo natural conforme lemos no capítulo 38

Do capítulo 38 ao 42 Deus aparece para Jó e ele O vê com os seus próprios olhos: 
"Depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó…" (38:1) 
Essa conversa entre o Senhor e Jó vai até o capítulo 42 onde ele admite no verso 5:
"...eu te conhecia somente de ouvir falar, mas agora os meus olhos te veem por isso me arrependo…" 

A presença de Deus produz arrependimento, o arrependimento produz santidade, a santidade, a autoridade. Jó era servo de Deus, mas então ele se torna amigo de Deus.

1 Pedro 1:6 
"Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma."
Como eu já mencionei antes, a expressão "se necessário" dá a ideia que a provação somente vem quando não conseguimos ouvir a Deus de outro modo. Ao ler o texto do livro de Jó 33:14-30 você compreenderá melhor o que quero dizer.

O Senhor Deus tem duas maneiras de nos levar a conhecer sua presença, seus propósitos, sua vontade. De acordo com o texto citado acima podemos afirmar que a primeira opção de Deus é a revelação. A segunda opção, a tentação, a prova, a tribulação (Tg 1:12-15). Para finalizar, gostaria que você lesse o Salmo 34.

Conclusão


Que mensagem maravilhosa Jó disse para Deus. Deus que muitos conhecem por nome, por ouvir falar; mas não o conhecem por fé e verdade; devido a falta de uma experiência pessoal com Ele. Jó demostrou extrema alegria ao falar da diferença entre ouvir falar e conhecê-lo, através de uma experiência pessoal.

Jó falou muitas coisas sem o pleno conhecimento de Deus, ele disse: 
"...na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia"

"E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo, o vosso coração..." (Jeremias 29:13)
De igual modo, nós também, podemos ter uma experiência viva e maravilhosa com esse Deus.

Jó reconheceu que "antes" de todo o sofrimento pelo qual estava sendo submetido, seu conhecimento de Deus era intelectual, limitado, baseado no que ouvia falar. Mas "agora", isto é, por causa de sua situação presente de sofrimento, ele foi confrontado pelo próprio Deus, ouviu-o, experimentou-o, e conheceu o Senhor de verdade.

Depois de tudo o que ocorreu, Jó viveu 140 anos, e viu até sua quarta geração (42:16). Muito abençoado por Deus, Jó morreu com uma idade muito avançada. Tiago, em sua epístola, se referiu a Jó como um exemplo de paciência em suportar as aflições que lhe atingiram (5:11).

Tudo muda quando passamos a conhecer Deus. Hoje estimulo você a não conhecer a Deus pela "boca de outras pessoas", mas que você O conheça de fato e verdade em sua vida, de poder dizer "Eu vi o Senhor agindo!", "Eu conheço O Deus o qual eu dou testemunho". Ouse, teime, insista, persista em ter experiências com Deus. Ele é real!!!

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

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