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domingo, 31 de março de 2019

ORGULHO: O SENTIMENTO QUE FAZ O CRISTÃO PARECIDO COM O DIABO


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O orgulho é um tipo de pecado do qual ninguém escapa. Num grau maior ou menor, todos têm problemas com ele. A posição de Deus sobre o orgulho é de total reprovação, ao mesmo tempo em que a atitude de humildade é por ele aprovada e recomendada: 
"...no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça" (1 Pedro 5:5). 
Invariavelmente, a maioria dos seres humanos considera-se humilde. À exceção de cristãos genuinamente convertidos, raramente vemos alguém admitir que seja orgulhoso. O que vemos, com normalidade, é a admissão do "lado bom" do orgulho ou, como se diz popularmente, o orgulho de ser brasileiro, o orgulho ser cristão, o orgulho de ser honesto, etc. 

O que não vemos é a confissão do orgulho pecaminoso que nos leva à auto-exaltação, que nos coloca em posição superior e cria em nós uma maneira de viver baseada na arrogância e na soberba. Conquanto o orgulho seja algo inerente à natureza humana, Deus não nos deu esse deplorável defeito e, se não veio de Deus...

A Bíblia Sagrada declara que o Senhor nos fez perfeitos. Porém, o pecado deixou-nos cheios de problemas. O orgulho é um dos mais abomináveis a Deus (sim, mais do que a homossexualidade, a prostituição e outros tantos que gostamos de apontar e denominar com aspereza, preconceito e repulsa).

Sobre o orgulho, disse Deus:
"Eu odeio o orgulho e a falta de modéstia, diz o Senhor" (Provérbios 8:13 – NTLH). 

Como se caracteriza o orgulho?


O orgulho é a exaltação do eu. Sendo assim, a pessoa orgulhosa não admite, mas vê as demais pessoas pequenas e enxerga Deus menor do que ele é. Num estágio avançado do orgulho, deixa-se de acreditar nas pessoas e na existência de Deus. 

De fato, o orgulho é a maior barreira entre o homem e o homem e entre o homem e Deus, porque gera incredulidade, tanto na humanidade quanto na divindade. A experiência de vida mostra que as pessoas suportam quase todos os erros uns dos outros, mas detestam o orgulho. Dependendo do erro, elas até se mobilizam em favor do outro, mas o orgulho é rechaçado.

O orgulho é uma oposição à humildade


A humildade de Jesus é um convite a ser assumido por cada discípulo e discípula: 
"...aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração..." (Mateus 11:29). 
A palavra humildade ganhou um uso recorrente, em nossa semântica cotidiana, de simplicidade. Fala-se que os pobres são humildes; que os sem estudo são humildes. Esse uso tem sua razão de ser, quando ampliamos o alcance interpretativo de tal palavra.

Humildade e humilhação são duas palavras muito próximas, etimologicamente. Ambas estão intimamente ligadas a húmus, terra, chão. Os empobrecidos e empobrecidas, então, estão nessa situação de humildade -humilhação: rebaixados em sua dignidade, estão ao chão. 

Para além desse lugar usual possível, para a palavra humildade, interessa-nos, aqui, refletir a partir de outro lugar, que também se radica no contexto etimológico da palavra: húmus. Curiosamente, também a palavra homem, do latim homo, pertence à mesma família da palavra húmus. Para um cristão, a associação com a narrativa bíblica do Gênesis é inevitável. Do barro, do chão, Deus modela Adão, que, literalmente, significa o terroso.

Tornar-se humildade, nesse contexto, corresponde a assumir uma virtude. Esse é o ponto de partida, aliás, da espiritualidade cristã.  Bonita a dimensão simbólica de tudo isso: ao assumir o caminho de converter-se, isto é, de voltar para Deus numa mudança de mentalidade, é preciso perceber qual lugar ocupamos na vida, diante de nós mesmos, dos outros e de Deus. 

Ser humilde significa, então, não dar para si uma importância maior que a que realmente se tem. Não se trata de modéstia, definitivamente, mas de reconhecer a si mesmo, num processo profundamente espiritual, de dar-se o valor que realmente se tem.

Importante a associação com a palavra húmus: no pó, a identificação de nossa pertença à criação. Da terra, essa mãe-sustento, nasce nossa participação em igualdade de importância com todo o mundo criado. Nem mais nem menos importantes. Recordar de nossa pertença ao chão, ao pó, isto é, ser humilde, é assumir nosso lugar no mundo, em relação a ele e a tudo o que nele contém. 

Viver a humildade corresponde, então, a viver não se colocando em posição superior a nada nem a ninguém, mas no mesmo nível. É preciso que não nos esqueçamos do que significa o pecado: arrancar nosso rosto humano para buscar assumir um lugar que não nos pertence, que é o de querer ser como deuses. Em outras palavras: o pecado é a nossa desumanização, o nosso esquecimento-negação de que somos terra.

Jesus, que para os cristãos e cristãs é o paradigma da humanização, ensina-nos o que é verdadeiramente assumir um lugar existencial que transparece humildade. Mesmo podendo, não se colocou superior a ninguém, mas, ao contrário, rebaixou-se ao ponto de poder elevar quem também estava ao chão. 

É o que faz na ocasião em que a mulher iria ser apedrejada, quando acusada de adultério: Jesus vai ao chão e, lá, no lugar dos humilhados, põe-se a escrever na terra. Os acusadores, mesmo confrontados com os próprios pecados, são incapazes de se curvarem numa postura humilde (João 8:1-11). Essa narrativa exemplifica toda uma postura de vida, assumida por Jesus.

Ela manifesta, aliás, toda a teologia da kénosis. Jesus não se apega à sua condição divina, mas se esvazia para assumir a condição de servo. Humilhou-se ao ponto de assumir a morte de cruz, para prestar um serviço à humanidade (Filipenses 2:5-8). Assumindo a vida humana, o Filho de Deus participa de nossa condição terrosa. E é de lá, da terra, do chão, que nos eleva à condição de filhos e filhas de Deus; que nos possibilita sermos elevados à participação na santidade divina, por pura graça. 

Quando a santidade divina visita o mais íntimo e profundo de nós, alcançando-nos desde a terra, na encarnação do Filho de Deus, somos chamados a assumir nossa dignidade, reconhecendo o que verdadeiramente somos e o que, por graça, somos chamados e levados a ser: plenamente humanos.

É impossível ser um cristão autêntico sendo orgulhoso


Diante de tudo isso, deveria causar estranheza o fato de que cristãos e cristãs cedam ao orgulho. Há uma terrível e real tentação, dentro e fora das igrejas, de que cristãos e cristãs se comportem como se fossem melhores que outras pessoas, inclusive melhor que aqueles e aquelas com as quais lida na vida comunitária. 

Cristãos e cristãs devem ser melhores para os outros e, jamais, pretenderem-se melhor que os outros. A vaidade cristã só nos afasta do Reino, porque desfigura o lugar propriamente cristão que é o do serviço. 
"Entre vocês não deve ser assim: ao contrário, aquele dentre vós quiser ser grande, seja o servidor..." (Marcos 10:43) 
é um imperativo colocado por Jesus a cada discípulo e discípula: aos passos do Mestre, estamos no mundo para servir e não para ocupar lugares de importância que sequer temos direito. 

Assumir a humildade tal como a do coração de Jesus é tarefa espiritual necessária, se queremos nos assumir como cristãos e cristãs, discípulos e discípulas de Jesus. A humildade é virtude necessária e irrenunciável àqueles e àquelas que pretendem ser fiéis à missão dada por Jesus, de anunciadores e promotores do Reino de Deus. Descer ao chão, para lá tocar as situações de humilhação, de indignidade, de pecado é atitude urgente para aqueles que querem ser sinal fecundo do Reino.

O estilo de vida cristã não é aquele composto pelos puros e santamente afastados: mas daqueles que, imersos na terra do mundo, irradiam humanidade, escrevendo ao chão, para solidarizar-se com quem precisa ser tocado pela libertação própria do Reino de Deus. Percorrer o caminho da humildade é compreender que, fora do chão, lugar concreto onde a vida se dá, não há salvação.


O Que Fazer Quando O Orgulho Domina O Crente?

Procurando a mudança


Avalie a si mesmo e não leve o sucesso tão a sério - A pessoa humilde não é aquela que vive dizendo "não sei", "não sou capaz", "não consigo". Humildade não significa incapacidade, mas a certeza do que se pode realizar. Por isso, a palavra de Deus alerta: 
"...não se achem melhores do que realmente são..." (Romanos 12:3 – NTLH). 
Esse "realizar", contudo, precisa ser absorvido com moderação, com a certeza de que a estrutura de quem "chegou lá", de quem "venceu" não deixou se ser pó, frágil, quebrável (cf. Deuteronômio  8:13,14; Eclesiastes 5:15; 2 Coríntios 4:7). Portanto, não se subestime nem se superestime; e, quando realizar seus sonhos, declare: "Bendito seja o Senhor!", em vez de "Bendito seja o meu nome!" 

Valorize o trabalho dos outros e não exija deferência - Ninguém se torna artilheiro, cestinha, recordista, sem um time. E mais: Os incentivos da arquibancada, às vezes, são decisivos. A busca isolada pelo primeiro lugar resulta em humilhação (Lucas 14:10). Por isso, quando você vencer, valorize o trabalho de cada um como se fosse superior ao seu (Fp 2:3). No melhor de sua vida, porte-se quieto, não louve a si próprio, nem exija deferência; no tempo certo, ela virá: 
"Seja outro o que te louve, e não a tua boca; estrangeiro, e não os teus lábios" (Pv 27:2). 
Desta forma, aplauda seus companheiros e não fale favorável a si mesmo; deixe que os outros o louvem.

Não se gabe antes da vitória e fale dela com humildade - A história humana revela exemplos de pessoas que foram a um evento, a um desafio, a uma disputa, repletas de autoconfiança e voltaram humilhadas. Certa vez, Acabe alertou o rei da Síria: 
"...um verdadeiro soldado se gaba depois de uma batalha e não antes" (1 Reis 20:11 – NTLH). 

Conclusão


Você quer realmente mudar? Você se reconhece orgulhoso e deseja abandonar esse grave pecado? Se quiser mudança, o melhor lugar para receber auxílio é ao pé da cruz de Cristo. Ali, o Rei do universo mudou a sua história, porque a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2:7,8). Se quiser mudança, esqueça a glória pessoal; faça como Paulo: 
"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo" (Gálatas 6:14). 
Em vez de gabar-se, de seus próprios feitos, gabe-se do que Cristo fez por você, na cruz 

[Fonte: LUCADO, Max. Aliviando a Bagagem. São Paulo: CPAD, 2004]

A Deus, o Pai, toda glória! 
E nem 1% religioso. 

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