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terça-feira, 26 de março de 2019

ESPECIAL — O CRISTÃO E A "MÚSICA SECULAR" — 2




























Infelizmente nos arraiais do povo de Deus, cada vez menos se faz distinção e separação entre o santo e o profano, entre o sagrado e o mundano. O princípio bíblico de que tudo na vida, comida, bebida, linguagem e inclusive manifestações culturais e artísticas devem ser algum tipo de culto, de reverência, de adoração ao Autor da Vida, está se perdendo no entendimento de que tudo é relativo. Entretanto, atentemos-nos para os textos bíblicos:
"Bendize, ó minh'alma ao Senhor, e tudo que há em mim bendiga o seu santo Nome" (Salmo 103:1,2).
"Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Coríntios 10:31).
Após a análise destes versículos e com base no que foi exposto no capítulo anterior, vamos continuar a discorrer nosso raciocínio.

"Um cristão pode ouvir música secular?"


Esta é uma das perguntas feitas com uma frequência recorrente por muitos cristãos, principalmente os adolescentes e jovens que estão mais susceptíveis e expostos aos movimentos culturais e às variedades e constantes mudanças comportamentais.


A resposta que eu dou quando me fazem este tipo de pergunta é a seguinte. Sim, um cristão pode ouvir música secular. A Bíblia não diz em lugar nenhum que não podemos ouvir música secular. Cada pessoa deve seguir sua consciência sobre que música deve ou não deve escutar. E não há escapismo algum na minha resposta.

Qualquer cristão está sujeito a ouvir música secular, quer seja direta ou indiretamente. Quer seja ativa ou passivamente. Para não se ouvir música secular, só sendo surdo. Sobre a questão das nossas escolhas de acordo com nossa consciência, aí já é outra história e eu vou correr para o refúgio da Bíblia:
"Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. 
Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. 
As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. 
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:11-16).
Este texto me dá a base necessária para continuar com meu raciocínio.

Peregrinos nesta Terra


O peregrino está de passagem por uma terra que não lhe pertence, ele caminha em direção a um país cujo coração almeja. Para isso, o peregrino se torna nômade, não se apega ao local de estadia porque sabe que ele é provisório. Por onde caminha não experimenta conforto, pois carrega o mínimo de bagagem possível a fim de tornar o trajeto mais leve.

O patriarca Abraão é o modelo bíblico dessa imagem peregrina. O nosso pai na fé saiu da sua terra, deixou sua parentela, foi ao encontro da Terra Prometida e fez da peregrinação um estilo de vida (Hebreus 11:9). 

Da mesma forma, nós os cristãos somos peregrinos neste mundo. Por isso, não podemos nos embaraçar com as coisas desta vida nem permitir que ocupem o lugar que pertence ao Senhor em nosso coração (1 Timóteo 2:2b-4). 

Isso não significa irresponsabilidades com o trabalho, os estudos e a família, assim como não indica uma segregação, mas uma motivação correta do coração para priorizar "as coisas que são de cima" (Colossenses 3:1).

Cidadãos celestiais


A Bíblia se refere ao fato de que os crentes não são deste mundo (João 17:16) e anseiam por sua pátria celestial (Filipenses 3:20). Dessa forma, não podemos nos conformar com este mundo, pois o nosso estilo de vida deve refletir o exemplo de Jesus revelado nos Evangelhos: uma vida marcada pela prática da justiça, do acolhimento aos sofredores, da libertação dos oprimidos pelo diabo e, especialmente, da prática de amar o próximo, uma virtude eterna (1 Coríntios 13:13). Nesse sentido, podemos viver um pouco do Reino de Deus nesta Terra (Mateus 6:33), embora haja uma tensão entre o tempo presente e a esperança da glória futura a ser manifestada brevemente (Romanos 8:18,19,25).

Música secular é do diabo?


Não, música secular não é necessariamente trabalho do diabo. Existem músicas com uma mensagem muito má, que servem mesmo ao diabo, mas há muita música secular que é bonita e não é má. 

É errado ser radical e proibir toda a música que não seja religiosa. Deus em Sua infinita misericórdia deu o dom de fazer música linda a muitas pessoas que não O conhecem. Alguns pervertem esse dom e fazem música cheia coisas erradas mas muitos outros usam o dom de forma inocente, para criar algo belo.

Só porque uma música vem de uma pessoa que não é cristã, isso não significa que é ruim e não devemos escutar. Pouca gente tem problema com música clássica mas muitos compositores clássicos eram homens perversos, sem temor a Deus. Também há canções cristãs lindas que foram compostas e escritas por pessoas não cristãs. Uma canção pode ter origens ruins e ainda ser usada por Deus (1 Co 1:28,29).

Escutar música "do mundo" é pecado?


Não, escutar música que não é religiosa não é pecado. A mesma canção pode inspirar uma pessoa a atos maus e outra a louvar a Deus! Isso acontece com todos os gêneros musicais, com e sem letra. Pecado não é ouvir a música, pecado é deixar a música lhe afetar de maneira ruim.

Quem tem Jesus no seu coração não precisa de regras dizendo "você não pode ouvir essa ou aquela música" (Colossenses 2:20-23). Há música que quando ouvimos, sabemos que é má e não sentimos bem escutando. 

Quando você sente isso, é melhor não escutar. Mas a mesma música que é má para você pode trazer uma mensagem profunda para outra pessoa. O melhor é não condenar os outros pela música que ouvem.

Deus não nos tirou do mundo. Não podemos viver totalmente isolados de tudo que está lá fora (João 17:18). Podemos apreciar uma música pela sua técnica, sem concordar com seu autor nem com sua mensagem. Em Cristo temos a liberdade de apreciar o que há de bom no mundo sem nos contaminarmos com o pecado.

Música secular (ou seja, não religiosa) também é um meio muito bom para conversar com outras pessoas que não são crentes. É um ponto em comum, que ajuda a quebrar barreiras de medo e preconceito. Tal como Paulo não teve problema em citar filósofos pagãos para se ligar com o povo, nós também não devemos ter medo de usar a linguagem que o mundo entende para passar a mensagem de Cristo. Contudo, é preciso que analisemos não com preconceitos, mas com a mente de Cristo.

Música mundana boa? Não há!


Penso que músicas mundanas que exaltem valores cristãos em suas letras, devem ser olhadas com mais discernimento e analisadas sobre outros aspectos, com menos pressa, menos coração e mais sabedoria. Senão vejamos:

Nenhuma música é neutra, aética, ou amoral. As músicas nos transmitem não só poesias e letras, para refletir, mas emoções e sentimentos. Inclusive mensagens sutis não verbalizadas são passadas quando se ouve uma música qualquer, até mesmo as músicas instrumentais. 

Como sabemos os decibéis, os sons e os ritmos podem alterar comportamentos (2 Reis 3:1-15; 1 Samuel 16:19-23). Ambientes são alterados pelo som, e no cinema cada ação pede uma música apropriada.

A música mundana sempre traz um espírito, uma intenção, uma emoção. Algumas músicas românticas foram feitas por adúlteros declarados a suas amantes, e mesmo as que não foram compostas neste contexto, se compostas por indivíduos que não têm conhecimento e/ou compromisso com Deus, vieram de alguém que jamais conheceu o amor ensinado por Paulo em 1 Coríntios 13. O amor ágape. O que muitos chamam de amor em suas músicas populares, na verdade não é amor, mas sim paixão carnal e até mesmo alguns adolescentes hoje sabem a diferença essencial e substancial entre amor e paixão.
  • Continua no próximo capítulo.

A Deus, o Pai, toda glória!

E nem 1% religioso.

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