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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

SÍNDROME DO PÂNICO, UMA TRISTE REALIDADE QUE NÃO CABE DEBAIXO DO TAPETE


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Síndrome do pânico: eis um dos grandes males do século que, ao contrário do que muitos ainda acreditam, pode acometer a pessoas de todas as idades, raça, credo ou nível sócio-financeiro. Recentemente o assunto voltou aos holofotes da mídia, quando o famoso padre-cantor Fábio de Melo corajosamente vir à público e se confessar ser vítima dessa doença.

Mas, o que é a síndrome do pânico, como identificá-la? De acordo com literatura especialista, é um mal com sintomas ligados ao medo, pânico, apreensão exagerada, podendo desestabilizar toda a família, se não for tratada adequadamente. Pode ser desencadeada por algum abalo emocional drástico, ou simplesmente surgir de forma quase imperceptível, assumindo paulatina ou repentinamente, formas desproporcionais. Há algum tempo estava devendo aos leitores/seguidores do blog Circuito Geral uma artigo abordando esse assunto, o que, obviamente, me requereu uma pesquisa minuciosa em fontes críveis.

Crente com síndrome do pânico? Como assim?


Ao contrário do que imagina a esmagadora maioria, há sim muitos casos da síndrome do pânico em cristãos fiéis, que além de tudo debatem-se não entendendo o porquê de tantos temores e medos não se dissiparem a despeito da confiança em Jesus, de clamores e petições. Em geral, questionam-se:
"Será que tudo isso não passa de falta de fé????"
Para enfrentá-la é preciso reconhecê-la. Normalmente quem sofre da síndrome de pânico desconhece totalmente a doença. Insiste que é problema espiritual ou cardíaco. A situação piora quando parentes e amigos – ignorantes sobre a enfermidade – fazem observações que "afundam" mais o enfermo. Selecionei algumas – das que considero mais infelizes – colocações de amigos e parentes aos que sofrem de pânico:
  • "Isso não é de nada, é dengo, é manha";
  • "Faz isso para chamar a atenção";
  • "Vamos, lute, você não tem nada";
  • "É obra maligna" (Tal estapafúrdia afirmação tem empurrado muitos crentes que sofrem de síndrome do pânico à depressão);
  • "Tá desse jeito porque tem tudo dentro de casa";
  • "Isso é princípio de loucura"...
Há muitas outras. E a situação piora quando depois de fazer vários exames clínicos e laboratoriais, o diagnóstico afirma estar "tudo em ordem". É nesse momento – não havendo uma boa orientação bíblica e médica – que o enfermo "entra em parafuso" (totalmente desorientado, achando que está a caminho da loucura).

Quando surgiu a patologia?


A Síndrome do Pânico é uma patologia antiga, creio. A descoberta da enfermidade pela ciência médica é recente, não tem muitos anos. Familiarizar o pânico com o leitor exige, para boa compreensão do assunto, trechos repetitivos. É a maneira certa para ajudar a memorizar fatos, sintomas e conduta diante da desconfortável doença. Bem informado sobre o assunto, através da leitura, certamente haverá mais base para ajudar a quem sofre ou, sendo portador da síndrome, enfrentá-la e vencê-la. Ser repetitivo, em certos assuntos, ajuda.

Assim sendo, não poderia deixar de fora desta argumentação, importante esclarecimento que foi obtido via Internet. 

Identificando os sinais


Você já experimentou um momento no qual seu coração, de repente, começou a bater forte e você se sentiu zonzo e trêmulo? Você pode ter tido um ataque de pânico. Estes episódios são muito assustadores. As pessoas, em geral, pensam que tem alguma doença terminal, estão enlouquecendo ou estão perdendo o controle completamente, mas nenhuma dessas calamidades acontece de fato.

Segundo especialistas, a maior parte dos ataques de pânico surgem inesperadamente. Mas alguns são desencadeados pelo alto consumo de cafeína – ou uso de drogas estimulantes tais como as usadas contra asma e resfriados. Outras vezes, os ataques ocorrem durante períodos estressantes, como os que envolvem uma jornada de trabalho pesado ou um transtorno emocional.

Muitas pessoas que sofrem com essa síndrome vivem aterrorizadas pela certeza do próximo ataque e passam a evitar qualquer situação que possa provocar um. Essa ansiedade antecipatória e a evitação podem ser seriamente limitadoras.

Certamente estas informações de profissionais especializados no assunto serão de grande importância aos portadores da síndrome, familiares e amigos.
Convém, também, tecer alguns esclarecimentos sobre a ansiedade. Afinal, como já observamos, a Síndrome do Pânico é um dos distúrbios da ansiedade.

Ansiedade e ansiedade


Antes de quaisquer comentários, que fique bem claro que há ansiedade e ansiedade. Como assim? Explico melhor, é claro. Há um tipo de ansiedade que já foi condenada por Cristo. Quando discursava sobre a cobiça e a inquietação de muitos quanto ao futuro, disse o Senhor:
"...Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir..."  (Lucas 12:22). 
Sim, este é o tipo de ansiedade condenada: a preocupação com os bens matérias e o futuro. Há, bem eu sei, aqueles que até adoecem com tal inquietação. É pecaminosa, pois revela ausência de fé. Por mais pequenina que seja, a fé sabe "viver um dia de cada vez" e, é claro, entender que 
"...as aves do céu não semeiam nem ceifam, não tem despensa nem celeiro; todavia Deus as alimenta. Quanto mais valeis do que as aves..."  (Lucas 12:24).
Quanto ao outro tipo de ansiedade – já está cientificamente provado – é uma patologia das emoções. É aquela que provoca uma estranha sudorese nas mãos e nos pés, tira ou acrescenta (em demasia) o apetite, provoca insônia, cansaço, muito cansaço e, é claro, a maltratante preocupação, principalmente com coisas que nem aconteceram.

É o constante sofrimento com o irreal. É só imaginar para começar a sofrer. Monta-se uma situação irreal (que a pessoa pensa que vai acontecer) e a mente começa a viver imaginando como se fosse realidade. Aí não tem jeito, o estresse e a fadiga chegam causando danos ao físico, embora, o mesmo, se examinado, certamente não apresentará moléstia alguma. Tudo se concentra na imaginação. Sem dúvida alguma o desconforto é grande. Despende-se boa quantidade de adrenalina, o que, em alguns casos, provoca um gosto amargo na boca. A ansiedade, como patologia emocional, sempre leva a pessoa a imaginar o pior. Daí o sofrimento.

De um folheto do Serviço de Informações Roche, sobre a - Ansiedade Orientações Gerais - transcrevo um trecho que bem define a ansiedade oriunda das emoções enfermas:
"Ansiedade e medo são emoções tão corriqueiras que o dicionário está repleto de sinônimos para elas. A principal diferença entre o medo e a ansiedade é que o primeiro ocorre como uma resposta a um perigo real, enquanto a segunda ocorre sem que qualquer tipo de perigo objetivo esteja presente. A ansiedade é um estado emocional parecido com o medo, porém, dirigido para o futuro, desproporcional (a uma ameaça reconhecível) e que traz intenso desconforto físico. 
A ansiedade pode manifestar-se de várias maneiras: em forma de ataques de pânico; de fobias (medos específicos de altura, avião, situações sociais, etc.); como conseqüência de uma experiência traumática (assaltos, acidentes, etc.); e de maneira generalizada quando os sintomas persistem constantes ao longo do tempo". 
É na parte que envolve fobias a caracterização da ansiedade como doença emocional. Aqui, com clareza, é vista a diferenciação da outra ansiedade condenada pelas Escrituras.

Há crentes fiéis (amam Jesus Cristo) que não podem nem pensar em ficar dentro de elevadores ou em outros locais fechados. Suam frio. Outros, não podem subir lugares altos. Condenar tais irmãos por falta de fé é demonstrar falta de conhecimento sobre o assunto e, pior, é colocar sobre os mesmos, o fardo de um sentimento de culpa.

Às vezes, em se tratando de situações como doenças, calar é bem mais eloquente e ajuda mais. Em vez de ser "consoladores molestos" (Jó 16:2), falando do que não têm conhecimento, é melhor, bem melhor orar e recitar versos bíblicos que consolam o abatido. É como nos exorta o salmista: 
"Por meio dos teus preceitos consigo entendimento" (Salmo 119:104a). 
Assim, com discernimento bíblico, saber-se-á à hora de falar e, se necessário for, permanecer calado, ouvindo somente e orando pelo aflito.

Voltando à ansiedade, é bom esclarecer mais alguns detalhes:
"A ansiedade, por exemplo, é uma emoção normal que nos alerta para situações novas ou de perigos. É uma reação positiva do organismo que leva uma pessoa a se preparar para uma prova ou treinar para uma competição. 
Quando essa reação é exagerada e desproporcional aos estímulos, a ansiedade torna-se um problema que, além do medo e da apreensão, causa sintomas físicos, como taquicardia, sudorese e diarréia – e psíquicos como nervosismo, tensão e dificuldade de concentração, capazes de afetar o pensamento, a percepção e o aprendizado." 
"...Os distúrbios da ansiedade são reações do homem frente às suas vivências. O transtorno de pânico pode ser uma reação aguda a um determinado fato da vida do indivíduo... ou seja, por trás de um quadro ansioso, pode existir uma situação de vida mal resolvida..." (Revista ISTOÉ, n° 1571, 10 Nov 99).
Achei importante inserir o trecho do citado artigo, pois, como se pode observar, uma "situação mal resolvida" pode reforçar a doença ou esconder um pecado. Aqui há uma bipolaridade que, somente um pastor bíblico ou um profissional crente, poderão, com certeza discernir o assunto. Se pecado, levar a situação ao "Gólgota". Ali, tudo se resolve. Se enfermidade das emoções, a prescrição medicamentosa de um médico competente e o devido acompanhamento pelo mesmo, com certeza, a melhora do paciente se apressará.

Ainda sobre a ansiedade patológica, como reforço ao que já foi dito, transcrevo mais um excelente trecho do material da Internet:
"A maioria das pessoas experimentam ansiedades em um ou outro momento da vida. E com certa medida pode até ser benéfica. Por exemplo, estar ansioso por causa de um teste, dar um recital, fazer uma palestra ou encontrar alguém desconhecido é uma resposta normal e pode nos ajudar a melhorar nossa performance. 
Entretanto, algumas pessoas têm sintomas tão severos que a resposta interfere em suas funções diárias na escola e em outras situações sociais. Essa ansiedade incapacitadora pode se desenvolver em ataques de pânico e síndrome do pânico". 
"...Os pacientes têm frequentemente a sensação de catástrofe ou perigos iminentes e sentem uma ânsia por fugir. Eles podem ir a um pronto-socorro por medo de estarem tendo um ataque cardíaco ou um derrame cerebral ou que estão prestes a morrer...". 
"A Síndrome do Pânico comumente apresenta-se de forma atípica dificultando-se, assim, seu diagnóstico. Episódios de pânico com menos de quatro manifestações são chamados de ataques de sintomas limitados e são muito comuns. Por vezes, os ataques de pânico acontecem à noite (...). A Síndrome do Pânico pode coexistir com problemas médicos ou pode imitar seus sintomas". 
"Pacientes com Síndrome do Pânico, em geral têm problemas psiquiátricos adicionais. Cerca de 30% a 50% tiveram pelo menos um episódio de depressão". 
"A qualidade de vida é geralmente empobrecida em pacientes com a síndrome devido à degeneração social, ocupacional, educacional e matrimonial". 
"... Uma sondagem cuidadosa da história do paciente e um exame físico acompanhado de alguns exames laboratoriais (ex: contagem completa de células do sangue, teste do funcionamento da Tireóide, eletrocardiograma) são importantes na avaliação da SP. Algumas substâncias como cafeína, álcool e manipulações para resfriados sem prescrição médica podem causar ou agravar os sintomas do pânico. 
Os pacientes com SP são muito sensíveis aos efeitos da cafeína que, quando ingerida em alta quantidade, pode causar-lhes agitação, temores, medo e nervosismo. A história do uso freqüente de cafeína em altas doses é comum entre os pacientes da síndrome em nossa clínica". 
"...A SP é uma desordem de ansiedade comum e potencialmente debilitadora que pode adversamente afetar a vida pessoal, social, profissional e acadêmica dos pacientes. Pode permanecer encoberta por um longo período uma vez que os sintomas físicos podem estimular outras condições". 
"A avaliação por um profissional de saúde que esteja bastante atendo aos aspectos médicos e psicológicos da SP, pode conduzir a um diagnóstico apropriado e à administração efetiva da medicação e psicoterapia". (John R. Vanin, MD; Sandra K. Vanin, EdD).

Conclusão


Creio que foi possível, mesmo sendo de forma bem condensada e repetitiva (como vos disse, às vezes é necessário), passar ao leitor um conhecimento sobre o pânico e a ansiedade. Ajuda a enfrentar a maltratante doença. É menos doloroso e muito ajuda a conviver com a mesma. Aos poucos o "cavalo selvagem" vai sendo "domado". Antes de ser "domado", provoca muitos "tombos" ao domador. Vou concluir este artigo alistando outros danos causados pela Síndrome do Pânico – o "cavalo selvagem":
  • Fobia: (medo irracional e persistente de algo específico como: animal, avião, sangue, etc. Ou situação sem perigo real como: falar em público, assinar cheques, comer diante dos outros, etc.). Ainda sobre fobia, "...a pessoa reconhece que o medo é desproporcional ou absurdo, mas, não consegue controlá-lo" (ISTOÉ, 10 Nov 1999).
É bom salientar, para melhor conhecimento do leitor, que há uma classificação de Fobia que envolve pânico. Da citada revista, transcrevo: 
  • Fobia Social: medo de situações sociais onde a pessoa acha que pode ser avaliada de forma negativa pelos outros. Quando tem de enfrentar uma situação temida (participar de festas, ser apresentado a alguém), o indivíduo pode começar a suar, enrubescer e sentir, entre outras coisas, taquicardia, palpitação, tensão muscular e mal-estar no estômago. Em alguns casos a pessoa pode se isolar em cada por medo de enfrentar o contato com as pessoas.
  • Fobia Específica: medo de animais, trovões, raios, sangue, avião, etc.
  • Agorafobia: o paciente evita situações onde pode ter um ataque de pânico. Sente medo de se afastar de casa ou de pessoas e familiares que lhe dão segurança. É comum se esquivar de lugares fechados com muita gente (cinema, shopping, restaurantes), elevadores, meios de transportes, túneis e congestionamentos de trânsito, por achar difícil a fuga para um lugar seguro que pode ficar sem ajuda no caso de um ataque de pânico. É o medo de ter medo. Quando precisa ir a um lugar onde acha que pode ocorrer uma crise a pessoa sente muita ansiedade e pode manifestar os seus sintomas psíquicos e físicos.
O cristão autêntico, porém, possui de maneira mais profunda esse sentimento que denominamos fé. Pela fé você se apropria desse poder divino e o transforma em coragem, vencendo obstáculos e dificuldades, geradores de medo.

Aparentemente aqui há uma contradição: fé, falta de fé, medos... Se você leitor, é um cristão autêntico, mas também vítima da síndrome do pânico, aconselho-o a fazer duas coisas: 
  • Procurar um médico especialista para tratamento seguro;
  • Buscar no exercício da sua fé, por meio da oração e comunhão com Deus, suporte para enfrentar os fatos indesejados, bem como alijar a si próprio o medo que não é medo, mas falta de fé. Convém examinar e perguntar em que ou em quem estamos depositando nossas esperanças.
Em suma, com fé em Deus podemos procurar e achar, a nível humano e a nível espiritual, a ajuda e tratamento para medos e pânicos sejam eles fatores reais, ou não.

Como pode ser observado, não se condena por falta de fé o crente que sofre de pânico. Entendo, como já disse, que, em muitos casos há o pecado "adormecido" no profundo do ser. Há cura, pois há Calvário. 

Pastores e profissionais crentes, bem sabem como agir. Há casos também, e são muitos, de situações traumáticas ou oriundas de uma infância "educada" no medo. Como podemos ver, há tratamento e cura.

Estas informações certamente ajudarão o salvo a entender e enfrentar a Síndrome do Pânico. Todavia, é mister que fique bem claro, o maior medicamento para ajudar o crente a enfrentar tal situação, certamente é a confiança e descanso na Palavra de Deus. Um verso – e aqui encerro este artigo – que muito tem me ajudado nesta batalha está em Salmos 42:5 e 7, que diz: 
"Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois, ainda O louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu". 
Com tal promessa, creiam, passará a fase de abatimento e virá tempo da vitória, louvado a Deus por tudo. Creia, creia mesmo! A vitória virá, com certeza! Deus é fiel e está no trono!

[Fonte: Roche BrasilVoz do Trono, por pastor José Infante Jr. - Primeira Igreja Batista Bíblica de Vitória da Conquista]

A Deus toda glória. 
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