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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

LIVROS QUE EU LI - "1984", DE GEORGE ORWELL

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"1984" é um livro mundialmente celebrado. A obra trata de uma temática que não poderia ser mais atual: o que pode ocorrer com uma sociedade altamente vigiada? E quando essa vigilância transforma-se em mecanismo para controlar as pessoas?

Pensando nesse contexto, hoje o blog Circuito Geral apresenta uma análise de "1984" de George Orwell, destacando seus principais pontos e como eles se relacionam com os dias atuais.

1949, 1984, 2000...


Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução.

À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de "1984" no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.

Sobre o Autor


Pseudônimo de Eric Arthur Blair, George Orwell nasceu em 1903, na Índia, onde seu pai trabalhava para o império britânico, e estudou em colégios tradicionais da Inglaterra. Jornalista, crítico e romancista, é um dos mais influentes escritores do século XX.

Teve seu estilo marcado por estilo bem-humorado, contrário ao totalitarismo e atento às injustiças sociais. Suas principais obras, além de "1984", são "A revolução dos bichos" (1945), "Dias na Birmânia" (1934)  e "A Flor da Inglaterra" (1936). Morreu de tuberculose em 1950.

Sobre o livro


A história se passa no ano de 1984, em um futuro distópico onde o Estado impõe um regime extremamente totalitário para a sociedade, através da vigilância do Grande Irmão, imposta pelo partido (Ingsoc), onde ninguém escapa do seu poder. Assim, o local do romance, Oceania, é dominado pelo medo e pela repressão, pois quem pensava contra o regime era acusado de cometer um crime (no livro, crimideia, ou crime de ideia, na tradução de novilíngua, idioma do futuro). 

No romance, o personagem principal, que representa o contraponto ao regime, é Winston Smith. Logo ele começa a questionar o modo como age o Estado. Winston faz parte do Ministério da Verdade, tendo como função alterar dados para que toda a história, comunicado e documento estivesse de acordo com o que o partido pregava. A crimideia acontecia justamente quando alguma pessoa era denunciada por questionar esses documentos. A punição era aplicada pela Polícia do Pensamento, que eliminava a pessoa. 
"Crimideia não acarreta a morte: crimideia é a morte." 
Winston, herói de "1984", último romance de Orwell, portanto, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. 

De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 
"só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".

Curiosidades


O livro marcou não só sua geração por já ter nascido tocando em assuntos polêmicos, mas influenciou vários pensadores, obras e até a cultura pop. Abaixo, listei as principais curiosidades de 1984: 
  • O livro possui citações marcantes, como: "Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado". 
  • Esse romance, apesar de contar a história no futuro, foi inspirado em regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940, trazendo uma profunda reflexão e crítica ao fato de cidadãos comuns serem reduzidos a peças para servir o estado, através do controle total. Muito mais do que o nazismo ou stalinismo é possível traçar paralelos com diversas formas de controle do governo e também do mercado sob a sociedade. 
  • Cultura pop: não é novidade que o reality show, Big Brother, foi inspirado no Grande Irmão da ficção, trazendo a mesma ideia para o programa: indivíduos ficam confinados e são vigiados por câmeras 24 horas. virou um termo conhecido para se referir a algo totalitário, opressivo. Por exemplo, aquele país tem políticas "orwellianas". 
  • Um exemplo marcante do que vivemos hoje foi que, em 2011, nos EUA, quando o Governo do país queria manter o monitoramento de determinados indivíduos sem mandado, o juiz da Suprema Corte, Stephen Breyer embasou seus questionamentos fazendo claras referências à obra de 1984. 
  • Atualmente, a sociedade vive sob a vigilância de câmeras de segurança em ruas, lojas e sob as câmeras de celulares, tablets e computadores, algo como as teletelas descritas em 1984 como as TV's que transmitiam as imagens de propagandas do regime, mas também captavam imagens da audiência. 
  • Indo mais além nessa questão, atualmente, debate-se amplamente sobre a questão da privacidade e vigilância de dados na Internet. Até que ponto redes sociais e buscadores como o Google estão capturando nossos dados de navegação e hábitos na rede para influenciarem nosso comportamento e enviarem conteúdos? 
  • Em 1974, o cantor David Bowie lançou a canção "1984", inspirada no romance. Ela está no álbum "Diamond Dogs". 
  • A HQ "V de Vingança", de Alan Moore, que depois teve sua adaptação para o cinema, também foi inspirada em "1984". 
  • "1984" é o nome de um dos comerciais da Apple mais famosos e polêmicos de todos os tempos. Assista:


Conclusão


George Orwell não queria apenas criar uma obra ficcional, mas um meio de protesto. Embora o sentido esteja sendo deturpado por reality shows que usam as idéias para criar programas de inutilidades na televisão. Uma cultura pop que desvirtua o real interesse de uma obra de arte em todo o seu teor político. O cerceamento dos direitos individuais bem como dos meios midiáticos, não se trata de ficção, mas de meios de ação adotados pelos regimes ditatoriais. 

Não temos ideia de quanto nos foi subtraído mediante escusas transações políticas. O Leviatã mostra-se mais terrível do que costumava ser. E creio que, ainda nesse século, o mundo de 1984 pode vir à tona, com os megablocos, a novilíngua e a tríade que sustenta o duplipensamento: guerra é paz; liberdade é escravidão; e ignorância é força. A guerra será o meio de sustentar uma falsa paz. Como invadir nações em virtude de um chamado "Eixo do mal".

A liberdade é considerada escravidão, por deixar abertas várias possibilidades. Afinal, o Leviatã pode cuidar de seu povo, tomando para si a obrigação de fazer escolhas. A ignorância do povo é a força dos governos totalitários. Essa tríade que tornou possível ao Big Brother manter-se no poder, pode muito bem vir a ser usada pelos governantes que se perpetuam no governo, principalmente das nações sul-americanas.

O silêncio imposto à mídia, que se espalha como epidemia entre os países do sul leva-nos ao conceito de verdadeira liberdade: aquela de poder dizer o que está realmente acontecendo, dizer a verdade é a nossa maior conquista. Ocorre que o totalitarismo se dissemina sobre uma população de miseráveis calados pela força. 

E 1984 está cada vez mais próximo, é provável que chegue o dia que lamentaremos, como Wiston, não termos a liberdade fundamental: a de poder dizer que dois e dois são quatro. E muitos ainda se enganam ao dizer que 1984 trata-se de um livro de ficção científica. É, na verdade, uma crítica ao totalitarismo, para nos conscientizar que não estamos a salvo das "teletelas", na verdade, elas apenas começaram a nos vigiar por toda parte.


A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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