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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

ENTENDENDO A FORÇA DA DEMOCRACIA E A IMPOSSIBILIDADE DE UMA DITADURA MILITAR NO BRASIL

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Democracia – do grego: demos, que significa povo e kratein, governar.

A definição mais aceita é a seguinte: Governo do povo, para o povo e pelo povo.

Nela, o governo é exercido em função do bem comum. Visa o aperfeiçoamento de todos, dando-lhes oportunidades, favorecendo a aquisição dos meios básicos e necessários a esse aperfeiçoamento, defendendo os direitos inalienáveis do homem e facilitando-lhe o cumprimento dos deveres.

Origem da democracia


A democracia surgiu na Atenas antiga, no século V a.C., e significa "governo do povo". Após uma série de conflitos entre os atenienses, devido às reivindicações das crescentes camadas médias que colidiam com in­teresses dos eupátridas, foi estabelecida a democracia como forma de decidir as questões políticas.

Participa­vam na Eclésia (assembleia) somente aqueles que eram cidadãos. E cidadãos eram todos os homens livres e na­tivos de Atenas, o que correspondia a 10% da população da cidade. Escravos, mulheres, estrangeiros e crianças estavam impedidos de participar da tomada de decisões.

A participação dos cidadãos era direta, mas o direito de votar era para poucos.

Características gerais


Na democracia, o povo participa do governo pelo voto, pelo plebiscito. As Leis saem daqueles que foram escolhidos pelo povo para serem seus legítimos representantes.

Este regime de governo não é sistema fechado e rígido. Ele se amolda conforme as necessidades e a evolução do povo. É por isso que dizemos que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. A democracia dá igualdade de oportunidade para todos, pois são iguais perante a lei.

Na democracia, todos podem constituir associações para fins jurídicos, econômicos, sendo asseguradas pelo Estado. Há apoio, pelo menos moral, a toda iniciativa particular que não atende contra o bem comum. Nela, todos se sentem responsáveis pelo progresso e pelos fracassos, pois todos concorrem para a escolha dos governantes.

O Estado democrático, por ter caráter mais descentralizado, procura desenvolver e aproveitar as capacidades de cada cidadão e os meios de cada região. A concorrência pode ser, na democracia, quando regulada por leis justas e sábias, grande fator de desenvolvimento.

Na democracia, o governo age livremente na pauta das leis em vigor, mas o povo a fiscaliza e julga por eleições e plebiscitos. A democracia desenvolve, nos indivíduos, o senso da própria dignidade e responsabilidade. Garante melhor os direitos da pessoa humana.

Princípios da democracia


A democracia nasceu de quatro princípios vitais que a tem diferenciado sempre mais claramente no curso da história e cujo dinamismo foi definitivamente revelado nos surtos dos últimos anos.
  • 1º princípio
A democracia, na sua oposição ao totalitarismo, se inspira nos princípios que determinam os vários fins do estado como imutáveis e superiores a toda ideologia particular.

Esses princípios indicados na fórmula "governo para o povo" baseiam-se na convicção comum de que os governos não existem senão em função dos direitos naturais e inalienáveis com os quais o Criador dotou o homem que nenhuma autoridade humana pode ab-rogar. Escopo do Estado é proteger e promover o bem comum do povo, assegurar por outro lado as condições sociais, materiais e espirituais que permitam integral desenvolvimento de todos os cidadãos.
  • 2º princípio
A democracia, na sua oposição ao autoritarismo, se inspira no princípio da soberania popular.

Segundo esse princípio, ninguém pode apoderar-se do governo em virtude da própria força, mas sim o povo, a quem compete o bem comum, é responsável em assegurar-lhe a realização designando a autoridade responsável . Este princípio, indicado na fórmula "governo do povo" é o principal elemento genérico do regime democrático. 

Com base na lei natural que faz dos homens tanto seres sociais levados a constituírem-se necessariamente em sociedades para fruir do bem comum, os governos são investidos, pelo consentimento do povo, do poder de obrigar em consciência e de punir os transgressores.
  • 3º princípio
A democracia, na sua oposição à ditadura, se inspira nos princípios estruturais, os quais garantem a participação popular de tal sorte que o governo funcione na realidade, para o povo.

Esses princípios indicados na fórmula "governo pelo povo" constituem a característica específica do regime democrático. Desde de que cada homem é dotado de razão e chega à idade adulta com um mínimo de experiência, o povo está no grau de participar na atividade atinente ao bem comum, exprimindo a própria vontade através de seus representantes e de outros meios diretos entre os quais os mais regulares são os movimentos de opinião pública.

Os grupos sociais e técnicos não ainda politicamente maduros, tem direito de receber uma educação que lhes permita assumir sua responsabilidade nas questões relativas ao bem comum.
  • 4º princípio
A democracia, na sua oposição a todos os regimes que degradam o povo, se inspira nos princípios que afirmam o primado dos valores espirituais.

Tal reconhecimento de forças sobreeconômicas e sobrenacionais, em última análise sobre-humanas, as quais criam uma atmosfera religiosa, faz parte do clima da democracia. Esta atmosfera de confiança naquilo que o homem tem de melhor, o estimula a superar a si mesmo e é a força que pode criar na maioria dos cidadãos um comportamento respeitável e digno.

O Estado democrático deve favorecer, pois, no povo, a livre prática daquelas leis superiores que tem a sua última razão em Deus, e são a melhor garantia contra os perigos de doutrinas que suprimem a liberdade. ("Pro Deo").

Benefícios da democracia


A experiência vem demonstrando que os países democráticos se desenvolvem mais a contento de todos, com mais rapidez e eficiência do que os totalitários. É praticada a democracia nos países de maior cultura política. É tão bem aceita, que até os regimes ou movimentos totalitários se declaram democráticos.

De fato, só a verdadeira democracia garante e concretiza os seguintes objetivos: o bem comum, os direitos humanos, os deveres, a vida segura para todos, o bem estar, igualdade de tratamento, liberdade de expressão, de ação, de culto e de escolha do próprio estado de vida, de participação na vida política.

Porque é praticamente impossível o retorno da Ditadura no Brasil?


Recentemente, desde que foi instaurada a intervenção militar no Rio de Janeiro, há muitos que temem pelo retorno do regime militar no Brasil. Esse temor se intensificou ainda mais com a entrada de um representante militar na disputa pela presidência da República. Há os que acreditam que os militares poderão ter de "impor isso".

Contudo, um golpe militar no Brasil é praticamente impossível. Para começar, temos uma democracia consolidada e amparada em sólidas instituições, entre as quais uma imprensa livre e independente. São fortes defesas contra o autoritarismo. Há, além disso, cinco outras razões para descartar uma nova ditadura no Brasil. Vamos conhecer quais são elas:
  • A primeira
É a ausência de um quadro de desorganização econômica e social, que costuma preceder intervenções militares. Ao contrário, estamos saindo de nossa mais severa recessão. Todos os indicadores apontam para a recuperação firme da renda e do emprego, ainda que a passos bem lentos.
  • A segunda
É a inexistência de demanda de intervenção militar pela elite empresarial e pela classe média, que aconteceu nos meses que antecederam o golpe de 1964. Uma associação de empresários, o Instituto de Estudos Econômicos e Sociais (Ipes), conspirou com militares pela deposição de João Goulart. A classe média realizou as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, consideradas por militares e por setores conservadores como resposta a suposta ameaça comunista de grupos radicais apoiados pelo presidente.
  • A terceira
É a inexistência, como em 1964, de militares com liderança, experiência e capacidade de reunir apoio da caserna e, assim, comandar o golpe. Os generais daquela época haviam participado de outros movimentos. Muitos deles integraram o grupo dos tenentes de 1922 – os que tentaram derrubar o presidente Epitácio Pessoa –, participaram da coluna Prestes, marcharam com Getúlio Vargas na Revolução de 1930 e da deposição dele em 1945. Havia vários ministérios militares. A partir governo FHC, as Forças Armadas estão sob o comando de um civil no Ministério da Defesa.
  • A quarta
É o apoio da maior parte dos países à democracia e a resistência internacional a golpes de Estado. Ao contrário do que aconteceu em 1964, um governo golpista dificilmente seria reconhecido pelas potências mundiais. O golpe seria rejeitado na América do Sul, dada a cláusula democrática do Mercosul e de outras associações regionais de governos soberanos.
  • A quinta
Finalmente, o Brasil perderia a chance de fazer parte da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE. Seu pedido de ingresso, recentemente apresentado, seria imediatamente arquivado. O país perderia muito com a recusa.

Conclusão


A democracia, no entanto só será o apanágio de todos e regime insuperável, quando todos os cidadãos forem "conscientizados" e "politizados", isto é, quando tomarem conta de sua responsabilidade, dos seus deveres e direitos, quando compreenderem o valor da organização política e da importância do bem comum para a felicidade geral, quando o simples operário, como o rico, o sábio, como o mais humilde dos cidadãos, estiverem cônscios de que seu desenvolvimento será completo, seus direitos serão assegurados na democracia com a colaboração de todos.

Infelizmente, o fato é que estamos, no entanto, bem longe disso, mas caminhamos para tal compreensão.

Já sobre o "fantasma" da ditadura, em resumo, além da inexistência dos fatores que contribuíram para o êxito do golpe de 1964, uma nova tentativa deixaria o país isolado. O movimento tenderia a ser revertido, como já aconteceu aqui na América Latina. Apenas um colapso da economia e do emprego, com graves repercussões sociais e políticas, poderia dar margem a um movimento militar, mesmo assim incerto quanto ao seu êxito. Estamos muito longe disso.

Sempre vale alertar para o risco de intervenção militar quando um general insinua ser favorável a um golpe, mas esse é um risco é remoto.

[Fonte: CUNHA, Fernando Witaker da. Democracia e cultura Os pressupostos da ação política. S. ed. Rio de Janeiro, Freitas bastos, 1968. CORRÊA, Nereu. Democracia, educação e liberdade. S. ed. Rio de Janeiro, Val, 1965. FERRAZ, Hermes. A democracia na sociedade moderna. S. ed. São Paulo, João Scortecci, 1994. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. A democracia possível. 4. ed. São Paulo, Saraiva, 1978. MADDICK, Henry. Democracia, descentralização e desenvolvimento. S. ed. Trad. de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro, Forense, 1966. AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 8. Ed. São Paulo, Globo, 1994.]

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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