Total de visualizações de página

sábado, 12 de maio de 2018

PERSONALIDADE RELIGIOSA - JIM ELLIOT (E SEUS AMIGOS)

"A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos" (Cícero).
É impressionante, triste e ao mesmo tempo preocupante a constatação de como o povo cristão é desmemoriado e desinformado, principalmente os dessa presente geração, tão carente de referências, uma vez que fizeram do evangelho uma moeda de troca no fantasmagórico e circense mercado da fé, onde a fama e o status são o legado que grande parte dos ditos "homens e mulheres de Deus", astros e estrelas do world fashion gospel irão deixar aí para a corrosão da ferrugem e o farto banquete das traças. 

Afirmo sem medo de errar que muitos dos irmãos que estão lendo esse artigo nunca antes em suas vidas haviam sequer ouvido falar o nome de Jim Elliot e sua marcante e inspiradora história missionária. Por isso, peço a você que leia esse artigo até o fim e tente no mínimo não se sentir ao menos um pouco constrangido pelo tipo de cristianismo que tem vivido.

"Katalage"

"E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...de sorte que somos embaixadores da parte de Cristo" (Apóstolo Paulo, 2 Coríntios 5:18-19a,20a).
A palavra grega "katalage" significa "reconciliação". Nossa reconciliação com Deus foi efetivada pela morte e ressurreição de Jesus e operada pelo Espírito Santo, transformando nossa inimizade em comunhão com o Pai. Estávamos todos debaixo da ira divina, agora, salvos e redimidos por Jesus, somos embaixadores em Seu nome para anunciar o evangelho a todos os povos.

A história de Jim Elliot e seus quatro amigos é uma das histórias missionárias mais empolgantes e inspiradoras.

Um homem, uma vida, uma história


Jim, em pescaria durante missão na
selva amazônica equatoriana
Jim Elliot nasceu em 8 de outubro de 1927 na cidade de Portland, no estado americano de Oregon. Jim pertencia a uma família cristã dedicada ao Senhor. 

Desde cedo foi instruído nos caminhos de Deus, e veio a receber a Cristo como seu salvador aos 8 anos de idade. Fred, um pastor batista, e Clara Elliot, seus pais, eram bastante cuidadosos quanto à instrução bíblica de seus filhos e exerceram forte influência na formação de suas vidas.

Jim revelou-se um jovem bastante promissor, destacando-se em todas as atividades que se envolvia. Era líder de sua classe, e detentor de uma brilhante oratória. Elaborou um aclamado discurso de honra em homenagem ao presidente americano, Franklin D. Roosevelt, o 32º presidente dos EUA (1933 a 1945), por ocasião de seu falecimento. Graduou em desenho arquitetônico na High School e depois se transferiu para a faculdade cristã de Illinois, a Wheaton College, onde se graduou com as mais elevadas honras.

Priorizando o chamado ministerial


Embora se destacasse talentosíssimo em qualquer atividade em que se envolvesse e aos olhos dos homens pudesse seguir uma carreira secular de sucesso, ele era convicto de sua vocação e chamada para o ministério e por isso priorizou seus estudos com o intuito de alcançar a melhor preparação possível para este intento, tanto que empenhou-se em estudar grego já visando uma possível tradução do evangelho para alguma língua nativa. 

Jim e Elizabeth Elliot (1926-✞2015)
Foi durante seus estudos que conheceu Elizabeth Howard, que também tinha um chamado para missões transculturais e se casaram em 1953 na cidade de Quito (Equador) sendo que em 1955, nasceu sua filha Valerie que anos mais tarde viria a fazer com que o testemunho de seu pai se tornasse ainda mais marcante.

Convicto de seu chamado transcultural, Jim foi duramente criticado por alguns líderes que viam nele um futuro promissor, mas pastoreando grandes Igrejas nos Estados Unidos e não pregando aos índios na Amazônia Equatoriana.

Não à Babilônia


Da esquerda para a direita, Ed McCully,
Roger Youderian e Jim Elliot
O exílio da Babilônia foi a maior tragédia na história de Israel onde o juízo de Deus fez com que a nação fosse completamente destruída com a morte de 90% dos habitantes de Jerusalém. O restante foi levado como prisioneiro pelos Babilônios e este foi sucedido pelo império Persa que após 70 anos fez o povo retornar para sua terra. 

Em 8 de janeiro de 1956 a morte do jovem missionário americano Jim Elliot e dos seus 4 companheiros à beira do rio Curaray no Equador comoveu o mundo quando a mídia noticiou a tragédia. Um jovem brilhante e apaixonado por Deus não considerava sua vida por demais preciosa. Em seus escritos disse: 
"Perdoe me por ser tão ordinário enquanto digo que conheço um Deus extraordinário". 
Em uma das cartas a seus pais disse:
"...Não me surpreende que vocês fossem entristecidos com a notícia da minha ida para a América do Sul. Isso não é nada mais do que aquilo que o Senhor Jesus nos advertiu quando Ele disse aos discípulos que deveriam se tornar tão apaixonados com o reino e em segui-lO de tal forma que todas as outras alianças devem se tornar como se nunca tivessem sido feitas 
E Ele nunca excluiu o laço familiar. Na verdade, esses amores que consideramos como mais íntimo, Ele nos disse que deveriam se tornar como ódio, em comparação com os nossos desejos de defender Sua causa. Não se entristeçam, então, se os seus filhos parecem abandoná-los, mas, em vez disso, alegrem-se de ver a vontade de Deus realizada com alegria.  
Lembrem-se como o salmista descreveu os filhos? Ele disse que eles eram como uma herança do Senhor, e que todo homem deveria ficar feliz se tivesse a sua aljava cheia deles. E do que é cheia uma aljava senão de flechas? E para que servem as flechas se não forem para serem atiradas? Assim, com os braços fortes da oração, puxa-se a corda do arco para trás, lançando as flechas — todas elas, direto nos exércitos do Inimigo" (grifos meus).
Os índios Huaorani eram uma tribo completamente isolada e muito violenta vivendo na região Amazônica do Equador. Logo no primeiro encontro eles mataram os 5 jovens missionários com flechas e lanças deixando 5 viúvas com seus 9 filhos pequenos. Antes de partir ao encontro eles haviam prometido que não iriam se defender atirando contra aqueles que queriam salvar. Embora estivessem armados, nenhum tiro foi disparado.


A verdadeira glória da segunda casa


Nate Saint e um nativo evangelizado
Com a concessão de retorno o povo se reuniu na época de Esdras e Neemias para reconstruir o muro e o templo. Quando a geração mais antiga viu o segundo templo eles gritaram de alegria e de tristeza ao mesmo tempo porque tinham visto a glória do templo de Salomão (Esdras 3:12,13). 

Mas a promessa de Deus é que a glória do segundo templo seria ainda maior. Não fisicamente ou com mais ouro e joias, mas com as nações enchendo a casa do Senhor. A tragédia que marcou a vida destas famílias poderia ter terminado ali como algo sem sentido e hediondo não fosse a corajosa atitude de Elisabeth e Rachel viúvas de Jim Elliot e Nate Saint que retornaram para a mesma aldeia com seus filhos pequenos para continuar o trabalho. 

Nate Saint, o piloto da Missão Operação Auca
Após anos de tradução da Bíblia e evangelização a tribo foi alcançada. O pastor da tribo Kimo que fora um dos assassinos batizou Steve e Kathy Saint, filhos do piloto Nate. Esta incrível história de perdão e reconciliação aconteceu em nossos dias e foi narrado no livro "Através dos Portais do Esplendor" escrito por Elisabeth Elliot e retratado no filme "Terra Selvagem". Deus tornou esta tragédia em glória.
Da esquerda para a direita,
Nate Saint, Pete Fleming e Jim Elliot

Jim Elliot orava constantemente: 
"Consuma minha vida, Senhor. Eu não quero uma vida longa, mas sim cheio de Ti, Senhor Jesus. Satura-me com o óleo do teu Espírito...". 
Jim não abriu mão do chamado missionário que o incendiava cada vez mais e recusou convites para pastorear em algumas igrejas nos ministérios da juventude. 

Para alguns líderes, Jim tinha um futuro bastante promissor no ministério pastoral nas igrejas do EUA. Por esta razão foi criticado quando insistia em sua decisão em levar o evangelho de seu Salvador aos índios na Amazônia. Queriam transformá-lo em um grande evangelista de estádios. 

Jim e Elizabeth trabalharam na tradução do Novo Testamento para a língua dos quechuas. Nesse tempo Jim se lembrou dos índios aucas (hoje conhecidos como Huaoranis) que tinham a fama de serem muito violentos e que não possuíam nenhum contato com o mundo exterior. Com o propósito de levar o evangelho aos índios huaoranis, o grupo começou a elaborar um plano que ficou conhecido como Operação Auca.

Pouco tempo depois, um grupo de quatro índios visitaram os missionários em seu acampamento. Os missionários deram-lhes presentes e alimentos como um sinal de paz.

"Se um grão de trigo não morrer..."


Nate Saint
Passado algum tempo,voltaram os aucas armados com machados e lanças e pouco esses cinco jovens puderam fazer. Foram brutalmente assassinados pelos aucas naquele dia de 8 de Janeiro de 1956.

Angustiadas pela demora do contato de seus maridos, suas esposas solicitaram imediatamente ajuda. Helicópteros e forças do exército equatoriano sobrevoando o rio Curray encontraram os corpos de quatro missionários (nunca foi encontrado o corpo de Ed McCully, provavelmente levado pela correnteza do rio...). Seus corpos foram encontrados brutalmente perfurados por lanças e machados. O relógio de Nate Saint foi encontrado parado em 15h:12 minutos, do que se deduz a hora em que foram mortos.


Conclusão


Anos depois, o batismo da filha de Jim sendo realizado pelo mesmo
índio que o matou, agora convertido ao evangelho
A vida e o testemunho desses cinco missionários martirizados por amor ao evangelho têm inspirado até hoje centenas de jovens a dedicar suas vidas ao Senhor da seara. 

Jim Elliot procurou servir a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua breve vida e de seu ministério foi contado por sua esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre: 
"Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo".
O índio que matou Jim e que se tornou pastor da igreja
na aldeia dos Aucas
As esposas desses missionários, apesar da grande dor que sofreram, decidiram continuar com a missão, e algum tempo depois foram sucedidas na evangelização dos Aucas. A tribo foi evangelizada e alguns anos mais tarde, o assassino de Jim Elliot, agora convertido ao Senhor Jesus e líder da igreja na aldeia batizou a filha de Jim e Elizabeth no rio onde seu pai tinha sido morto.

Se conhecer essa história não te causar um mínimo de desconforto, de constrangimento, de vergonha por essa vida cristã de espiritualidade pífia, rasa, fria, descompromissada, inconstante e infrutífera, onde você vive fazendo exigências pra Deus, como se fosse Ele o servo da realização de seus prazeres e deleites, reveja seus conceitos, reavalie sua fé e não tarde em realmente receber a Jesus como seu único e suficiente Senhor e salvador.

[Fonte: Biografia de Jim Elliot compilada por Luciano Hébert a partir de textos extraídos da internet]

  • Terra Selvagem (End of The Spear, Focus Filmes, 2005) é um filme feito para mostrar a vida dos cinco missionários que morreram como mártires na selva amazônica andina e influenciaram milhares de jovens a dedicar sua vida ao serviço cristão. Pra você que acha que tem feito muito pelo Reino de Deus, que acha que sua vida é muito difícil, vale mais que a pena assistir a esse surpreendente filme. É só clicar no link acima.
A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário