Quando nos dedicamos a orar é claro que desejamos ver as nossas orações atendidas, respondidas e a Bíblia nos ensina muito a respeito da certeza de que elas serão realmente atendidas, vejamos.
A certeza de que as orações são respondidas
É de grande significância que, sempre que no Novo Testamento fala de petições dirigidas à Deus ressalte que tais petições são atendidas - Mateus 6:8; 7:7-11; 18:19; 21;22; João 14:13, 14; 15:7, 16; 16:23, 24, 26; 1 João 3:22; 5:14, 15; Tiago 1:5. É como se as testemunhas no NT quisessem muito especialmente encorajar os homens a orarem, dando a certeza ao suplicante que Deus ouve tais pedidos. O NT tem consciência de que esta certeza conserva viva toda a oração; no caso de tal certeza se enfraquecer ou diminuir por causa da dúvida, a oração pereceria.
O NT ressalta repetidas vezes que a oração que Deus responde deve ser o tipo certo de oração. Há uma alusão a isto em Mt 7:7, 8, onde os verbos buscar se empregam em paralelo com pedir. Frequentemente a Bíblia nos orienta em direção a Deus. Assim, temos um indício daquilo que se constitui a oração verdadeira.
Impedimentos às orações
Quando Deus se silencia pode significar que algum impedimento pode estar ocorrendo contra nossas orações; precisamos, então, ver que a Bíblia nos diz sobre isso
- Impedimentos gerados pelo pecado - O principal impendimento às nossas orações são nossos próprios pecados, conforme nos diz o texto de Isaías 59:1, 2. Geralmente são cinco os tipos de pecados - e todas as suas ramificações - que servem como empecilhos às respostas da oração: [1] Desobediência - Deuteronômio 1:43-45 - Quem O obedece e faz a vontade sua vontade Ele o ouve (Jo 9:31); [2] Falta de amor ao próximo - Is 58:9, 10 - Pedimos e recebemos porque obedecemos ao Seu mandamento de amar ao nosso próximo na mesma proporção em que nos amamos (1 Jo 3:22, 23); [3] Injustiça - Miqueias 3:1-4; Is 1:15-17 - Deus ouve e responde os justos (Salmo 34:17); [4] Espírito irreconciliável - Mt 5:23, 24; Marcos 11:25 - Deus ouve e responde os que se humilham (2 Crônicas 7:14); [5] Desentendimento conjugal - 1 Pedro 3:7 - Na concordância do casal há promessa de resposta - Mt 18:19.
- Impedimentos gerados pelas forças ocultas das trevas - O segundo tipo de impedimento às nossas orações é aquele gerado pela oposição do inferno tentando impedir que nossas orações tenham êxito. Isso aconteceu com Daniel quando ele orava buscando discernimento dos acontecimentos dos últimos dias (Daniel 9:2, 3) e o príncipe do reino da Pérsia (símbolo de um principado do inferno) se opôs (veja Dn 10:12, 13) e isso aconteceu durante 21 dias (veja Dn 10:2). Portanto, tendo conhecimento dessa batalha espiritual no intuito de nos posicionar em perseverante oração, até vermos as respostas se concretizando e se materializando. Assim,como o povo de Israel teve que lutar contra os povos pagãos para conquistar a Terra Prometida temos que travar uma batalha contra os exércitos do inferno para que conquistemos êxito em nossas orações.
Oração espiritual
Orar no (não "em") espírito ou orar em línguas é um sinal de que a oração é mais santa? Vai esse tipo de oração direto para o trono de Deus? Vamos ver o que a Bíblia diz sobre isso.
- Orar no espírito ou em línguas - O apóstolo Paulo dá especial importância ao fato de a verdadeira oração ser obra do Espírito Santo em sintonia com o nosso espírito. Para ele, na oração, em última análise, é o Espírito que habita em nós e nos dá "energia", que conversa com o próprio Deus, que é Espírito (veja 2 Coríntios 3:17, conforme João 4:24). Logo a oração eficaz, não depende da eloquência humana nem de qualquer estado de espírito específico do homem. O apóstolo ressalta, pelo contrário, que a oração operada no Espírito tanto evidencia da certeza da salvação, quanto aumento da mesma (Romanos 8:15, 16). Orar em línguas (glossolália) é uma necessidade e somos edificados com isso, porém estas orações são feitas por pessoas pecadoras e cheias de fraquezas, no entanto, as fraquezas não são meras falhas espirituais, mas sim descrições da condição humana. Além disso, quando oramos em línguas isso não é um sinal de que a igreja se realizou, por assim dizer, ou que isso represente uma espiritualidade adiantada, pelo contrário, para Paulo nada mais é do que o clamor por libertação, feito por aqueles que sofrem tentações. Podemos então concluir que orar no espírito ou orar em línguas estranhas é uma expressão de fé e busca de Deus e não um sinal de santidade é necessário para orarmos em intimidade com Deus e sermos edificados, porém é uma expressão da nossa fraqueza, de que necessitamos da operação do Espírito de Deus em nosso espírito, nos edificando, para alcançarmos pleno êxito na nossa busca em direção a Deus. A oração em línguas é a oração perfeita. A oração em outras línguas é uma oração concernente à realidade da Nova Aliança, estabelecida em Cristo Jesus. Na velha aliança não vemos a operação desta oração, mas em todo o novo testamento observamos a oração em línguas sendo enfatizada por Paulo. Orar em línguas é para a nossa dispensação, pois só podem orar em línguas aqueles que nasceram do Espírito Santo de Deus. Como a profecia estava para a velha aliança, orar em outras línguas está para a dispensação da Nova Aliança.
- Orando a Palavra - A Bíblia que é a Palavra de Deus, é o nosso manual e fonte de oração. Há princípios espirituais que governam nossa vida com Deus. No que concerne à oração, convém salientar a importância de se obedecer aos princípios revelados na Bíblia, para que a nossa vida de oração seja frutífera, por isso, como uma regra de ouro, baseie suas orações na Palavra de Deus. Note uma coisa: se você vai orar a Palavra de Deus e ela é digna de confiança, você está pisando em terreno firme. Enquanto você andar nesse terreno terá sucesso, Mas na hora em que sair da Palavra, já terá entrado em terreno escorregadio, e estará fadado a fracassar. Confie, portanto, na integridade da Palavra de Deus e deixe que ela seja sua plataforma de oração. Firme-se sobre ela e recuse-se a sair dela. Discipline sua mente e permita que dos seus lábios brotem apenas palavras em linha com aquilo que Deus falou e registrou nas Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus deve ser para nós a fonte de todas as nossas orações.
Entendendo o "Pai nosso"
Jesus ensinou seus discípulos a orar e deixou um modelo de oração que deve ser bem entendido. Mais do que uma "reza" pra ser repetida por "papagaios religiosos" a oração do Pai nosso tem lições, indicações de como devemos estruturar nosso diálogo com Deus. Para melhor entendimento vamos dividi-la em 10 níveis:
- Redenção (identificação) - "Pai nosso... - Jo 1:12;
- Autoridade (soberania) - ...que estás nos céus... - Mc 16:17; Lc 10:19;
- Adoração (entrega) - ...santificado seja o Teu nome... - Jo 4:23, 24; 8:50;
- Governo (autoridade) - ...venha o Teu reino... - Mt 24:14; 2 Pd 3:12;
- Submissão (rendição) - ...seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu... - Rm 12:2;
- Provisão (prosperidade) - ...o pão nosso de cada dia nos dá hoje... - Sl 23:1;
- Perdão (obediência) - ...perdoa nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores... - Mt 18:21, 22;
- Proteção (confiança) - ...não nos deixe cair em tentação... - Mt 26:41;
- Libertação - ...mas livra nos do mal... - Jo 8:32;
- Segurança (concordância) - ...pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém!" - Hb 4:1
Conclusão
Jesus não precisava orar, mesmo assim dedicou grande parte de seu ministério à oração, Lc 22:41; não precisava jejuar, mas absteve-se de alimentos por quarenta dias no deserto, Mt 4: 2. Não precisava ler a Lei, pois Ele mesmo era a Palavra viva, mas leu-a na sinagoga, Jo 5: 24. O Senhor Jesus estava, dessa forma, ensinando-nos os mais altos valores e caminhos da vida devocional, através dos quais alcançamos nossa comunhão e relacionamento com Deus.
Jesus pontilhou seu ministério com muita oração, a mais pura e genuína intercessão que jamais se viu. Vemos Jesus enfatizando a validade da oração em várias circunstâncias no desenvolvimento de seu ministério, mesmo estando centralizado em submissão e obediência na vontade do Pai.
Ao orar, estamos acreditando sinceramente que estamos sendo ouvidos. Jesus se torna mais enfático quando enriquece seu diálogo com o Pai, ao dizer: “Eu sabia que sempre me ouves”, referindo-se à certeza inabalável de que se traduz a oração. O que desejamos é que nossa oração seja eficaz, seja atendida pelo Senhor. Tiago com entusiasmo afirma: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros para que sareis. Muito pode, por sua eficácia a oração de um justo" - Tg 5:16. Guardemos dentro de nós estas orientações e nos unamos no propósito da oração, aprendendo com Jesus uma intimidade séria, produtiva e compensadora.
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