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terça-feira, 8 de setembro de 2015

#LUTO!

Que a realidade da igreja cristã moderna vem mudando ao longo do tempo é fato. Uma nova safra de pregadores, com uma proposta bem mais atual de pregação. Jovens ministros que no embalo do avanço tecnológico apresentam um novo jeito de pregar a Palavra de Deus. Bem mais "descontraídos", esses novos pastores-líderes atraem principalmente o público jovem que interagem com eles pelos diversos mecanismos virtuais, são os chamados "seguidores". Abordando assuntos um tanto quanto "tabus" - como sexo e sexualidade, por exemplo -, esses novos e irreverentes ministros usam e abusam das mídias sociais como plataforma para o exercício de seus ministérios.

E por falar em mídias sociais, elas são a "bola da vez" nesse novo cenário da igreja cristã moderna. Através delas pode-se fazer quase tudo o que se faz na congregação dos templos físicos. E elas são o canal expositivo não só de líderes - que protagonizam o paradoxo de não se limitarem mais aos púlpitos de suas igrejas sem necessariamente sair deles - mas também de famosos e anônimos artistas - ops!, digo, "ministros de louvor" e/ou "adoradores" - da música cristã que há tempos deixou de ser sacra e tornou-se gospel. 

No site de vídeos mais acessado no mundo, o Youtube, é possível encontrar postagens com apresentações performáticas dos mais diversos segmentos da música gospel. E, normalmente, há muita coisa de excelente qualidade e outras tantas inqualificáveis de tão ruins - e isto tanto de ilustres famosos quanto dos ilustres desconhecidos. Contudo, não falta crente que usa a web (palavra inglesa que significa "teia" ou "rede") no afã de ser "descoberto" por algum "promoter", em busca de seus 15 (talvez mais, quem sabe?) minutinhos de fama, se o vídeo "bombar" 

E o irmãozinho ou a irmãzinha que nunca "pagou mico" ou se envolveu em "barracos" no Facebook (rede social lançada em 2004 que "enterrou" de vez o seu precursor, que também teve seu apogeu por aqui, o finado Orkut), que atire a primeira pedra. O Face (apelido carinhoso), inclusive, tem uma das "igrejas" mais numerosa em membros no mundo inteiro. Há crentes cuja frequência de acessos no Face é incomparavelmente superior se comparada com suas idas em algum templo. 

Pela web também é possível "cultuar", ler e/ou ouvir Bíblias nas mais diversas traduções, devolver dízimos e ofertas. Fazer missões, evangelizar, abençoar, amaldiçoar, criticar, confraternizar, adorar, louvar, pecar, juntar, espalhar, namorar, pedir perdão, perdoar, confessar e até - acredite - "falar" (ou seria "teclar"?) em mistério! Em um lugar mágico, onde todos são "lindos", "fofos" e "amados", fica fácil e atrativo aos irmãos compartilharem seus álbuns de fotografias. Assim, eis que surgem as "selfies" (Selfie é uma palavra em inglês, um neologismo com origem no termo self-portrait, que significa autorretrato, e é uma foto tirada e compartilhada na internet.).

E não é só. Na época em que me converti, no segundo semestre do ano de 1996, onde a internet era algo ainda muito distante, as igreja temáticas já existiam, apesar de enfrentarem ferrenha resistência por parte dos cristãos tradicionais. Eram igrejas chamadas de "undegrounds" ("Underground" significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia.) de roqueiros, de punks, de pagodeiros... além do boom das neopentecostais e sua atrativa teologia da prosperidade. Entretanto, era inimaginável uma igreja voltada especificamente para o público homossexual. Hoje, ela não só é uma realidade, quanto é liderada por casais homossexuais de pastores e pastoras assumidamente gays: eis o chamado evangelho inclusivo que cresce assustadoramente para o desespero dos "fundamentalistas cristãos". Adequação aos novos tempos? 

Na mesma proporção em que, segundo afirmam as pesquisas, aumenta o número de evangélicos no Brasil, aumentam também o número de escândalos - sexuais, financeiros, doutrinários e outros - envolvendo representantes das incontáveis denominações. Falando em denominações, são nelas que os crentes expressam sua criatividade. Eis alguns nomes no mínimo "esquisitos" de igrejas (me perdoe caso a sua esteja relacionada aqui): Igreja Batista a Paz do Senhor e Anti-Globo, Assembleia de Deus Canela de Fogo, Assembleia de Deus com Doutrinas e sem Costumes, Assembleia de Deus da Reforma Universal, Assembleia de Deus do Pai, Filho e Espírito Santo, Assembleia, Ministério de Ostentação ao Rebanho, Associação Evangélica Fiel até Debaixo d'água, Comunidade Arqueiros de Cristo, Comunidade do Coração Reciclado, Comunidade Evangélica Shalom Adonai Cristo!, Comunidade Porta das Ovelhas Não Perdidas, Congregação Anti-Blasfêmias, Congregação Passo Para o Futuro do Evangelho em Nome de Jesus Amem!... E olha que não citarei os nomes mais, digamos, bizarros.

Mas, na mesma proporção em que a igreja atrai visibilidade seja para o bem ou para o mal, um triste fenômeno a assola e a coloca em risco: o fim das clássicas, importantes e vitais REUNIÕES DE ORAÇÃO. Os frios, impessoais e distantes grupos de oração do WhatApp (WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS. Também conhecido pelo apelido de "zapzap",ou simplesmente por "zap") nunca poderão substituí-las. Elas são insubstituíveis. 

Sei que você está cansado de ouvir: precisamos orar mais. Sei que você considera um chato aos que insistem em ficar batendo nesta mesma tecla: precisamos orar mais. Tudo bem, talvez o melhor caminho seja eu me dedicar à oração, e não ficar falando sobre oração com você. Ao invés de “falar sobre oração”, eu devo é “falar em oração” com Deus, acerca de você. Já entendi, prometo-lhe que não vou lhe convidar mais para culto de oração, nem para Escola Dominical, nem para reuniões de pequenos grupos. Mas, agora, peço-te que leia essa interessante, reveladora e triste metáfora de autoria desconhecida com a qual eu encerro este artigo. E sabe onde ela está disponível? Na internet!

"Faleceu, na Igreja dos Negligentes e Frios na Fé, dona 'Reunião de Oração', que já estava enferma desde os primeiros séculos da era cristã. Foi proprietária de grandes avivamentos bíblicos e de grande poder e influência no passado.  
Os médicos constataram que sua doença foi motivada pela 'frieza de coração'. Constataram ainda: 'dureza de coração e de joelhos'; os quais não se dobravam mais, ainda diagnosticaram 'fraqueza de ânimo' e muita 'falta de tempo e de boa vontade'.  
A Dona Reunião de Oração foi medicada, mas erroneamente, pois lhe deram doses em grande quantidade de medicamentos errados, tais como: 'administração de empresa e organização exagerada para reavivá-la', mudando-lhe o regime, mas isso não adiantou de nada. Deram-lhe também 'xarope de reuniões sociais' o qual a sufocou. Ainda medicaram injeções regulares de 'competições esportivas', o que provocou má circulação nas veias das amizades e artérias dos relacionamentos, provocando alguns males da carne tais como: 'rivalidades e ciúmes', principalmente, entre os jovens. Administraram-lhe muitos tabletes de 'acampamentos', 'encontros', 'eventos' e comprimidos de 'clubes', durante os quais ela deveria ficar de repouso, sem participar dos mesmos. Deram-lhe também para tomar muitas cápsulas de 'gincana bíblica', mas apenas para lhe diminuir as dores da morte.  
Resultado: Morreu Dona 'Reunião de Oração!' A autópsia revelou: falta de alimentação apropriada com 'O Pão da Vida', carência urgentíssima de líquido santo ('A Água Viva'), ausência quase total de limpeza e eliminação dos males que estavam em seu corpo através de 'choro e lágrimas de arrependimento'. 
Dona Reunião de Oração frequentava a Igreja dos Negligentes, situada à Rua do Mundanismo, número 666. Após a morte da Dona Reunião de oração, a liderança da Igreja dos Negligentes resolveu que os cultos de meio de semana não existirão mais. Resolveu também que aos domingos, haverá cultos somente pela manhã, assim mesmo quando não houver feriados prolongados nos finais de semana, pois seus membros darão prioridade às suas agendas pessoais. Ao final de contas, Dona Reunião de Oração, já não existe mais para 'importuná-los'." 

Conclusão


As igrejas estão acabando com as reuniões de oração. Mas quem é a igreja? Nós somos a igreja. Nós estamos matando a reunião de oração. Duas consequências desastrosas: Primeira, a nossa destruição espiritual. Quando não oramos dizemos para Deus que não precisamos Dele. Segunda, a morte da igreja. Saiba que com a morte da reunião de oração, a igreja morre. Os templos, biblicamente chamados de Casa de Oração, não terão mais utilidade espiritual. Poderão ser vendidos ou transformados em museus, como acontece hoje na Europa e nos EUA. Reflitamos!

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