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quarta-feira, 24 de abril de 2019

O QUE A IGREJA TEM FEITO AOS SEUS "SOLDADOS FERIDOS"?


"Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente" (2 Timóteo 2:3-5).
A segunda epístola do apóstolo Paulo ao seu discípulo, o jovem pastor Timóteo revela o coração do apóstolo diante da realidade da sua morte iminente. Foi uma das últimas, talvez a última, das epístolas desse apóstolo influente. O autor estava preso por causa da fé em Cristo, aguardando sua execução pelo crime de pregar o evangelho de Jesus. As palavras que Paulo dirigiu a Timóteo refletem os sentimentos de um soldado velho prestes a morrer no campo de batalha incentivando outro soldado jovem a continuar firme na luta contra o inimigo.

A linguagem e a mentalidade de guerra são evidentes ao longo da carta. Além de termos militares como "soldado", "arregimentar" (2:3,4) e "combate" (4:7). O propósito de Paulo nesta abordagem vai muito além do mero registro de fatos sobre o conflito entre dois exércitos. Paulo investiu sua vida nessa guerra e escreveu para fortalecer a determinação de Timóteo em dar continuidade à batalha (1:7,8; 2:1-3; 4:1,2).

Ele chama esse filho espiritual a persistir na batalha, aceitando sofrimento com confiança no Senhor. Ele usa ilustrações de soldados, atletas e agricultores e cita o exemplo vitorioso de Jesus para encorajar Timóteo na sua batalha. É notável que, no meio de instruções sobre serviço como soldado, Paulo frisa a atitude do servo que não busca contendas e sim, a salvação daqueles que se opõem a Cristo e apresenta descrições dos soldados dos dois lados.

Não deixe o soldado ferido morrer!


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Acompanhando a analogia hermenêutica dos escritos de Paulo nesta epístola, entendemos que durante essa batalha espiritual e ministerial, existe a possibilidade do soldado vir a ser ferido. Neste campo de batalha, a Igreja figura como o quartel general, o front de batalha do Exército de Cristo. Um soldado ferido, não pode continuar na batalha e também não deve ser abandonado no campo de batalha. Antes, deve ser levado ao quartel para receber os devidos cuidados.

Há um clássico hino bem antigo que não canso de ouvir. A letra traz uma mensagem muito bonita:
"Soldado Ferido" - Júnior

Este hino é simplesmente maravilhoso. A parte que mais me chama atenção diz assim:
"...Seguindo Sua ordem 
Lutaram na frente para o Rei 
E o forte inimigo puderam vencer 
Mas por este esforço satã intentou 
Suas vidas matar 
Não deixes um soldado ferido morrer 
 
Verta o bálsamo 
E a ferida sarará 
Protege-o com o Seu manto de amor 
O pão partiremos sim 
Descanso lhes dará 
E toda angústia sairá 
Não deixe os fiéis soldados feridos morrer 
 
Não podes olhar, sem socorrer 
O amor é mais forte, e faz viver 
Não podes deixar um soldado ferido morrer..."
A mensagem do cântico traz um verdadeiro clamor. E muitos são os soldados que feridos na batalha são abandonados, mas não pelo General que os arregimentou, mas sim pelos companheiros que deveriam cuidar dele nesse momento de dor.

Abandonar um soldado ferido no campo de batalha é mesmo uma das mais terríveis demonstrações de covardia, egoísmo e falta de amor, em especial quando a atitude parte dos "coronéis", ou seja, daqueles que têm o comando maior da tropa.

Certa vez ouvi um alto líder eclesiástico dizer em uma reunião para pastores: 
"A Igreja é o único exército na terra que abandona seus feridos no campo de batalha". 
E ele está correto. É triste ver como esta prática tem sido comum entre aqueles que professam seguir o Deus de Amor apresentado na Bíblia Sagrada dos cristãos!

Muitos destes "soldados feridos" dão seu testemunho revelando as angústias que passam em seu coração, quando um pastor (um "oficial do exército") o abandonou para morrer à míngua. E o que mais provoca mágoa é o fato de que muitas vezes estes tais líderes nunca sequer fazem uma visita que seja para tentar trazer o "soldado" de volta ao combate. Aliás, nenhum outro líder se dignifica a visitar o "soldado ferido". Simplesmente o abandonam! É triste... mas é rotineiro.

Disciplinar ou matar?


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Há algum tempo eu assumi com Deus um propósito de nunca levantar minha mão para disciplina ou punição de um irmão da Igreja, sem antes visitá-lo, pessoalmente, para ouvi-lo e orar com ele. Mesmo que o pecado seja aberto, declarado, todos têm o direito de serem ouvidos e de serem tratados como uma ovelha ferida. Não é para isso que serve a Igreja? Veja o exemplo de Jesus com Pedro, após o discípulo ter cometido o grave pecado de negá-lo (João 18:15-18; 21:15-17).

Pena que na maioria das vezes só queremos procurar a maior pedra para ser atirada. Tenho certeza que muitos de nós teriam sido hipócritas o suficiente para atirarem as pedras na mulher adúltera de João 8. Teríamos sido legalistas a tal ponto de interpretar as palavras de Jesus como sendo uma "autorização divina" para punir a transgressora. Afinal, não temos que chamar o pecado pelo nome? 

Hipocrisia... só hipocrisia.


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Penso que muitos líderes, em especial pastores e administradores, não teriam condição ética e moral para pregarem sobre amor, arrependimento, perdão... pois no dia-a-dia tais pessoas demonstram um profundo desconhecimento do que estes temas significam... NA PRÁTICA.

Nossas congregações estão cheias de "ex-irmãos" que foram abandonados feridos, soldados que um dia dedicaram suas vidas à causa do Evangelho, alguns chegaram até mesmo a serem pastores do rebanho, mas por um erro, por um pecado, foram abandonados, descartados... relegados ao ostracismo hipócrita dos que um dia os chamaram de "irmãos".

Tenho um amigo, ex-colega de seminário e de ministério, que hoje vive assim: magoado. Ele deixou seu conforto e vida tranquila, porque queria ser um ministro do Evangelho do Senhor. Preparar esta geração de últimos arautos do Evangelho. Liderar os jovens no caminho da salvação.

Devido a uma queda - à qual TODOS nós estamos iminentemente sujeitos (1 Coríntios 10:12) -, ele foi exposto a uma humilhante situação por outros líderes que tinham muito de "administradores", mas quase nada de "pastores", e ele acabou por abandonar o exercício do ministério pastoral.

Hoje, este meu amigo sente-se triste e ressentido por ter sido tratado de forma tão "ímpia" por aqueles que se rotulavam de "ungidos do Senhor". Tenho orado por ele, pois é uma excelente pessoa, e um excelente cristão... mais um "soldado ferido deixado para morrer no campo de batalha". Tenho pedido para que o Senhor "verta o bálsamo" sobre este meu amigo, e cure suas feridas, assim como Ele tem me ajudado a curar as minhas próprias.

Conclusão


Com estas três ações a pessoa que ainda não está com seu testemunho fortalecido poderá encontrar meios para estruturar sua fé evitando que se afaste das atividades. Quando o testemunho não tem força é preciso agir para que possa nutrir-se novamente e assim se fortalecer.

Curando um soldado ferido

  1. Procure pela pessoa, demonstre interesse e evite julgamentos e questionamentos sobre os motivos de seu afastamento.
  2. Comprometa-se com a responsabilidade assumida. Resgatar é muito mais trabalhoso do que converter. Esteja disposto a apoiar a pessoa, pondo-se a seu lado em todos os momentos possíveis.
  3. Envolva a pessoa em atividades e pequenas responsabilidades com outras pessoas ou grupos, para que ela sinta o desejo de ser útil e de se envolver com as atividades da igreja.
  4. Nutrir com a boa palavra significa não julgar, mas estender as mãos em sinal de boas vindas; significa ajudar a entender e buscar a compreensão das doutrinas e princípios da igreja, para que aos poucos compreenda por si próprio o que a doutrina ensina e com esta compreensão encontre razões para adquirir um testemunho.
Quando se está focado no fortalecimento de um irmão menos ativo, na verdade se está fortalecendo o próprio testemunho e fé. Ao auxiliar na conversão, valida-se o próprio conhecimento e aumenta-se o desejo de servir e seguir o exemplo do Salvador que veio a esta terra para cumprir a missão de resgatar a humanidade e dar-nos a oportunidade de voltarmos a viver com Deus.

Da próxima vez que você se deparar com a oportunidade de levantar sua mão para punir um irmão ferido, um soldado ferido, antes de dizer "sim", vá até este filho de Deus, ore com ele, ouça seu clamor... e verta o bálsamo restaurador.
"Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem desviou de mim a Sua graça" (Salmo 66:20). 
Não desista de ninguém, talvez nunca venha a saber a dimensão de seus esforços, mas pelo menos fez sua parte - e o próximo a precisar de ajuda pode ser justamente você - e deu a oportunidade para que uma pessoa possa fazer novamente sua escolha de permanecer no caminho de volta ao lar celestial.

A Deus, o Pai, toda glória!
E nem 1% religioso.

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