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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

OS TRÊS ASPECTOS DA LEI, SEUS CONTEXTOS E SUAS APLICAÇÕES

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Um elemento fundamentalmente importante da antiga aliança que ainda se discute hoje é o lugar da lei, especialmente dos Dez Mandamentos. Esses mandamentos são com frequência associados à antiga aliança na cabeça da maioria dos cristãos. Alguns chegam a sugerir que, sob a nova aliança, a lei moral e os Dez Mandamentos não se aplicam. Muitas vezes, citam as palavras de Paulo em Romanos 6:14 como suporte para esta posição:
"...porque vocês não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça".

Lei X Graça ou Graça em concordância com a Lei?


Contextualizando, Paulo estava negando que a lei é um meio de justificação (ver Rm 3:20). Ele costumava usar a expressão "debaixo da Lei" para descrever aqueles que buscavam justificação por meio da lei (compare-se Gálatas 4:21 com 5:4). Então, quando afirmou que estamos "não debaixo da Lei" em Romanos 6

Paulo ressaltou o que sempre se repete, do início ao fim em Romanos: os verdadeiros crentes não estão buscando obter justificação por meio da obediência à lei. É desse tipo de escravidão à lei que somos livres. Somos livres da condenação da lei. Somos livres da obrigação de conquistar nossa própria retidão justificativa.

No entanto, não somos livres das obrigações morais da lei (6:15). As proibições contra a mentira, o roubo, o falso testemunho, a desobediência a nossos pais e assim por diante - os requisitos morais da lei - não foram revogados.

Como as cerimônias e os sacrifícios exigidos pela lei não estão mais vigentes, mas os requisitos morais da lei ainda estão? Para responder a essa pergunta, é importante saber algo sobre os vários aspectos da lei. A lei moral é um dos três componentes da lei, sendo os outros o civil e o cerimonial.

Lei civil e cerimonial

Civil


O aspecto da lei civil foi dado por Deus a Israel para separar esse povo como uma única nação. Ele precisava dar aos israelitas instruções especiais para que pudessem organizar a vida social e econômica de sua nação. Essas instruções e ordenanças não só proporcionaram ordem à cultura israelita, mas também estabeleceram limites que visavam isolar o povo de Deus das culturas pagãs ao redor dele (ver Êxodo capítulo 21 ao 23; Deuteronômio capítulo 12 ao 28).


Cerimonial


O elemento cerimonial da lei foi dado por Deus aos israelitas para governar o culto apropriado. As leis cerimoniais eram os mandamentos que delineavam todos os tipos e símbolos associados ao sacerdócio levítico. Como já vimos, essas cerimônias somente ilustram realidades maiores no plano redentor de Deus. Por exemplo, os sacrifícios de animais e as várias lavagens eram apenas símbolos da obra expiatória de Cristo e da obra santificadora do Espírito Santo. 

Durante a sequência de cerimônias, as pessoas eram lembradas da santidade de Deus, de seu próprio pecado e da necessidade desesperada de salvação (ver Êxodo capítulos 25 ao 29); 35 ao 40 e todo o livro de Levíticos). Assim, os aspectos cerimoniais da lei somente ilustravam o propósito redentor de Deus para Seu povo. Eles nunca foram realmente eficazes (ver Hebreus 10:4), portanto, nunca foram feitos para ser mais que leis temporárias.

Marcos proféticos


Ambos os aspectos, civil e cerimonial, da lei da antiga aliança, portanto, serviram a seus propósitos e foram anulados. Certamente, hoje, nenhum cristão deve voltar aos componentes civil e cerimonial, desnecessários, da lei de Deus. O apóstolo Paulo explicou claramente a abolição das leis civil e cerimonial sob a nova aliança. Primeiro, em relação à civil, ele disse:
"Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. 
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; 
e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades" (Efésios 2:11-16).
Paulo falou mais sobre a posição dos gentios dentro do corpo de Cristo e, ao fazê-lo, declarou nula a lei cerimonial (Colossenses 2:13,14; 16-19).

Lei Moral


Por fim, existe a lei moral. Isso está bem resumido nos Dez Mandamentos, que, por sua vez, são resumidos em Dois Grandes Mandamentos:
"E Jesus disse-lhe: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento [Dt 6:5). 
Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo [Lv 19:18]. 
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas'" (Mateus 22:37-40).
A lei moral tem a ver com a atitude ética, moral e virtuosa de uma pessoa e com seu comportamento em relação aos outros e a Deus. A lei moral é eterna. Ela reflete a natureza de Deus, era obrigatória mesmo antes de ser inscrita em pedra no monte Sinai e permanece em vigor sob a nova aliança. 

Claramente, a lei moral era obrigatória antes do Sinai, mesmo para os habitantes anteriores da Terra Prometida. Na verdade, a razão pela qual Deus os expulsou e deu a terra a Israel foi que eles haviam violado Sua lei moral (ver Levíticos 18:24-28). A lei moral é, portanto, a peça central dos mandamentos que Deus deu a Moisés e nunca será revogada. Portanto, precisamos levar em conta seu propósito orientado pelo Espírito.

A lei moral foi dada por três razões básicas.
  • Primeiro - foi revelada para nos mostrar a essência de Deus. Na lei moral, a representação suprema de quem Ele é, de Sua santidade, é claramente estabelecida. Moisés e os filhos de Israel conheciam essa verdade mesmo antes que a lei fosse formalmente dada em Êxodo 20: "Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?" (15:11).
  • Segundo - a lei moral revela a vontade de Deus em relação ao comportamento da humanidade, que é a preocupação expressa nos Dez Mandamentos. Ele nos ensinam como nos comportarmos para com Deus (ver Êxodo 20:3-11) e nos dizem como nos comportarmos moral e eticamente com outras pessoas (ver Êxodo 20:12-17).
  • Terceiro - por fim, a lei moral nos mostra que somos pecadores. À medida que reconhecemos a santidade de Deus e nos conscientizamos de seus padrões, a conclusão lógica é que veremos como sempre caímos longe do nível de Deus (ver Gálatas 3:19-22). Esse é o ímpeto de arrependimento e apela à piedade de Deus pedindo perdão gracioso. As conversões do Antigo Testamento ocorriam quando o penitente batia no peito, por assim dizer, assumindo a culpa por seu pecado e sua frustração pela incapacidade de fazer algo a respeito. Suplicar pela graça de Deus era sua única esperança.
Então, qual é a resposta correta e bíblica para nossa pergunta anterior acerca do ugar da lei moral na vida do crente na nova aliança? D. Martyn Lloyd-Jones (★1899-✞1981) respeitado teólogo, respondeu a essa pergunta e forneceu um excelente resumo para nossa breve consideração da lei moral:
"A posição em relação a isso [a lei moral] é diferente, porque aqui Deus está determinando algo permanente, perpétuo, o relacionamento que sempre deve existir entre Ele e o homem. Tudo isso é encontrado, é claro, no que nosso Senhor chama de primeiro e grande mandamento. 'Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças'. 
Isso é permanente; não é apenas para a nação teocrática. É para toda a humanidade. O segundo mandamento, diz Ele, semelhante a este, é: 'Ame cada um o seu próximo com a si mesmo'. Isso também não era apenas pra a nação teocrática de Israel; não era meramente a antiga lei cerimonial. 
É uma condição permanente e parte de nossa relação perpétua com Deus. Assim, a lei moral, tal como interpretada pelo Novo Testamento, permanece, por mais que tenha feito e faça até o fim dos temos e até que sejamos aperfeiçoados. 
Em 1 João 3, o apóstolo é muito cuidados ao lembrar aos leitores que o pecado em pessoas cristãs ainda é 'uma transgressão da lei'. 'Ainda vemos nosso relacionamento com a lei', diz João, 'porque o pecado é uma transgressão da lei'. A lei ainda está lá, e quando eu peco estou quebrando essa lei; mesmo se eu for cristão e mesmo que nunca tenha sido judeu, sou um gentio. Portanto, a lei moral ainda se aplica a nós."

Conclusão


Jesus deu o novo comentário da lei moral (Mateus capítulos 5 ao 7) e um novo resumo (por exemplo, Marcos 12:28-34), mas Ele NÃO ABOLIU nem disse que, por ser mediador de uma aliança melhor, a lei moral não importa mais (ver especialmente Mateus 5:17,18). Em nossa ânsia de ver as glórias da nova aliança e a plenitude do Espírito Santo nela, temos de ter cuidado para não descartar os padrões imutáveis de conduta de Deus.

[Fonte: Extraído do livro "Bem-estar Espiritual"; MacArhur, John; 192 p.; 2018; Pórtico]

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