CRENTE DOMINGUEIRO CARA-DE-PAU!

Antes de começar a ler este artigo, para evitar de você "dar piti", saiba que:

• Não se aplica a quem tenha compromissos (como trabalho e estudo), que impossibilite sua frequência nas atividades ministeriais durante a semana.

Se este é o seu caso, relaxe. Fique em paz com sua consciência que o céu te espera. 

"Este é o nosso orgulho: A nossa consciência dá testemunho de que nos temos conduzido no mundo, especialmente em nosso relacionamento com vocês, com santidade e sinceridade provenientes de Deus, não de acordo com a sabedoria do mundo, mas de acordo com a graça de Deus (...) Por isso procuro sempre conservar minha consciência limpa diante de Deus e dos homens" (2 Coríntios 1:12; Atos 24:16).

Agora, se você é do tipo que pode, mas não participa das atividades ministeriais durante a semana, pode usar a carapuça como cobertor.

A importância do culto dominical

Os encontros do povo de Deus, aos domingos, são sem dúvida, revigorantes, abençoadores e extremamente prazerosos. Louvor, adoração, comunhão, oração, pregação, ensino bíblico... fazem do culto um momento especial na vida de cada um de nós.

 

Mas e depois que passa o momento do culto, qual é a nossa experiência com Deus? Nos cultos de domingo vemos as pessoas muito envolvidas (ao menos, aparentemente...), mas em suas vidas (fora do ambiente eclesiástico), estão elas realmente envolvidas com Deus? 

"Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver" (Salmos 23:6).

Neste versículo, o salmista deixa bem claro que Deus é Deus de todos os dias. Achar que o domingo é um dia especial e/ou específico para adorar a Deus, é o mesmo equívoco doutrinário cometido pelos que guardam o sábado.

Outra coisa que tem de ficar bem clara: o vocábulo "igreja" na Bíblia tem dois significados específicos e que devem ser analisados de acordo com o contexto no qual está inserido.

O que é Igreja na Bíblia?

Aqui, irei focar no termo em seu sentido de coletividade e não de pessoalidade (templo do Espírito - 1 Co 6:19,20). Não se pode misturar as coisas de jeito nenhum e um entendimento não anula o outro, muito pelo contrário, se completam e devem ser aplicados cada um em seu respectivo contexto.

A Igreja é a união de todos aqueles que foram chamados por Deus, os quais, pela ação do Espírito Santo, creem que Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus enviado ao mundo para redimi-los de seus pecados. É por isso que a Igreja é definida como sendo o corpo de Cristo (Efésios 1:22,23).

A palavra "Igreja" traduz o latim ecclesia, que por sua vez vem do grego ekklesia, que basicamente significa "assembleia pública", ou algo como "reunião dos que foram chamados". É comum escutar que Igreja significa "chamados para fora". Isso acontece porque o termo grego original é formado por uma combinação de duas palavras que significam "chamar" e "fora".

De fato teologicamente essa é uma verdade absoluta com relação à Igreja, no sentido de que os membros do corpo de Cristo foram chamados para viverem fora do padrão pecaminoso do mundo. Porém não é exatamente nesse sentido que a palavra "Igreja" é empregada na Bíblia.

Os escritores neotestamentários empregaram o grego ekklesia no sentido de "reunião de pessoas", "ajuntamento' ou “assembleia". No Antigo Testamento, os autores bíblicos utilizaram o hebraico qahal, que significa "multidão humana reunida", para designar a assembleia do povo de Deus (Deuteronômio 10:4; 23:2,3; 31:30; Sl 22:23). Já na Septuaginta, esse mesmo termo geralmente é traduzido pelo grego ekklesia.

Mesmo no Novo Testamento, por duas vezes o termo ekklesia é utilizado para se referir à assembleia dos israelitas (At 7:38,39; Hebreus 2:12). Mas em todas as outras ocorrências, ekklesia designa a Igreja Cristã, tanto no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais (Romanos 16:16; 1 Co 4:17; 7:17; 14:33; Colossenses 4:15) quanto em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, só há uma única Igreja (At 20:28; 1 Co12:28; 15:9; Ef 1:22).

Domingueiro sim, e daí?

Muitos crentes só têm vida com Deus no domingo. A adoração é só no domingo, o louvor é só no domingo, a oração é só no domingo, a Palavra de Deus é só no domingo, a comunhão é só no domingo... 

Se tem um culto no lar e/ou na igreja na terça-feira (ou em qualquer outro dia da semana), não comparecem. Se tem um culto de oração na quarta-feira (idem), não estão presentes. Se tem um evento especial no dia de sábado, também não marcam presença. É verdade que alguns trabalham ou estudam nestes dias e horários. Mas o que dizer daqueles que podem participar e não participam? 

Há uma antiga canção que diz que no princípio o crente era tão alegre! Ele estava sempre na Igreja. Participava de todos os cultos. Era uma fogueira na vida espiritual. Mas com o passar do tempo ele se transformou num crente domingueiro. A canção é antiga, mas não é isto que tem acontecido hoje com tantos crentes? 

Na terça, está chovendo. Na quarta, está fazendo calor. No sábado, está cansado. Ele diz: 

"-Deus está vendo que não dá (Ele conhece o meu coração)!". 

No domingo ele é santarrão. Na segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado, não é santo não! É o crente domingueiro! Envolvimento diário com Deus não existe em sua vida. Ele gosta mesmo é de encher o seu "tanque espiritual" no domingo e descansar nos demais dias da semana. 

Já parou para imaginar se Deus escolhesse apenas um único dia na semana (seja ele qual for) para nos ouvir, nos atender, nos abençoar, nos responder... se atentar para nós? Certamente estaríamos perdidos! E quanto à alimentação? Já pensou se só nos alimentássemos um único dia da semana? Sobreviveríamos?

Conclusão

Depois falamos que a Igreja de Cristo hoje precisa de um avivamento espiritual. Mas como a Igreja experimentará um avivamento autêntico com esse contingente de crentes domingueiros? Praticamente impossível! Avivamento vem com cristãos que têm "vida diária" com Deus (dentro e, principalmente, fora da igreja). 

Em Apocalipse 3:14-22 Jesus disse aos cristãos laodicenses que não há nada mais que entristeça a Deus do que uma vida espiritual morna ou um cristianismo morno. Isto só vem causar enjoos e consequentemente vômitos a Deus. Será que hoje não estamos "repetindo" a Igreja de Laodicéia? E o que o Senhor Jesus fará conosco? 

É verdade que Deus não nos chamou para sermos apenas "frequentadores de Igreja", mas também não nos chamou para sermos crentes apenas domingueiros. Precisamos ser mais participativos! 

Queridos irmãos, façamos como Davi, que pediu para morar na Casa do Senhor todos os dias da sua vida! (Sl 27:4). Sejamos cristãos todos os dias e não apenas crentes no domingo!

A Deus, o Pai, toda glória.

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         E nem 1% religioso.