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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES - "CHÃO DE GIZ", ZÉ RAMALHO

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"Chão de Giz" é um clássico da música brasileira. Ela tem aquele clima de roda de amigos com vozes e violão "disputando" quem desafina mais. Me lembro dos meus tempos de ginásio (atual ensino médio), no pátio da Escola Estadual Odilon Berhens, aqui em minha cidade natal, Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Eu estudava à noite e toda sexta-feira tinha um colega (infelizmente não me lembro o nome dele agora) que levava o seu violão e fazíamos uma rodinha na hora do recreio.

O repertório era essencialmente de MPB e/ou do rock nacional da década de oitenta. "Chão de Giz" constava na lista dos cantantes. Mas, apesar da linda e melancólica melodia, o certo é que nenhum de nós sabia ao certo o significado dos versos da complexa letra. E tem muita gente que ainda hoje, ouve e canta a música, mas ainda não sabe o seu significado. Porém, atualmente a internet está aí para nos ajudar e fazendo uma pesquisa descobri o significado da letra explicada por ninguém menos que o seu próprio compositor.

Uma música, uma história


"Chão de Giz" é uma música da autoria do cantor e compositor brasileiro Zé Ramalho que descreve o fim de um relacionamento amoroso. A canção foi gravada em 1978 no álbum de estreia solo do artista paraibano. 

"Chão de Giz" foi composta pelo próprio cantor é uma das suas obras-primas tendo sido regravada algumas vezes ao longo dos últimos quarenta anos. A música também fez parte da trilha sonora da novela "Cordel Encantado", exibida no horário das 18h:00, pela Rede Globo originalmente em 2011 e que está sendo reexibida atualmente na sessão "Vale a Pena Ver de Novo".

Muita gente sabe que "Chão de Giz" é uma das principais canções de Zé Ramalho. Muita gente admira a canção e sempre a canta quando a ouve no rádio ou no barzinho, mas poucas pessoas entendem ou sabe o significado da letra tão complexa. "Chão de Giz" é realmente espetacular. Descubra agora um pouco mais sobre o significado e a interpretação dessa belíssima canção.

Letra da Música Chão de Giz


"Eu desço dessa solidão 
Espalho coisas sobre 
Um chão de giz 
Há meros devaneios tolos 
A me torturar 
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas 
Amiúdes! 
Eu vou te jogar 
Num pano de guardar confetes 
Eu vou te jogar 
Num pano de guardar confetes 

Disparo balas de canhão 
É inútil, pois existe 
Um grão-vizir 
Há tantas violetas velhas 
Sem um colibri 
Queria usar quem sabe 
Uma camisa de força 
Ou de Vênus 
Mas não vou gozar de nós 
Apenas um cigarro 
Nem vou lhe beijar 
Gastando assim o meu batom 

Agora pego 
Um caminhão na lona 
Vou a nocaute outra vez 
Prá sempre fui acorrentado 
No seu calcanhar 
Meus vinte anos de 'boy that's over, baby'! 
Freud explica 
Não vou me sujar 
Fumando apenas um cigarro 
Nem vou lhe beijar 
Gastando assim o meu batom 
Quanto ao pano dos confetes 
Já passou meu carnaval 
E isso explica porque o sexo 
É assunto popular 
  
No mais estou indo embora! 
No mais estou indo embora! 
No mais estou indo embora! 
No mais!"

Significado da música Chão de Giz


Chão de Giz é uma das composições mais famosas do artista e consiste em uma letra poética repleta de metáforas. Por este motivo, existem também várias interpretações possíveis. É possível concluir que a música se trata de um amor não correspondido ou do fim de um amor entre duas pessoas.

Uma teoria bastante divulgada indica que a música foi criada para lidar com um alegado relacionamento frustrado do compositor com uma mulher casada. A relação teria durado bastante tempo e a mulher era bem mais velha, casada com uma pessoa influente da sociedade de João Pessoa.

Apesar de Zé Ramalho ter ficado perdidamente apaixonado e o casal ter mantido o caso durante um longo período, a mulher acabou por dispensa-lo. Desiludido, o compositor teria criado "Chão de Giz".
Zé Ramalho, nos anos setenta. 

No entanto, existe ainda a interpretação que a música retrata as coisas efêmeras da vida. Essas coisas passageiras se apagam da nossa vida com facilidade, assim como o giz é apagado do chão.

Uma interpretação não tão consensual indica que o giz se refere à cocaína e a música se refere ao consumo da droga em questão e os dilemas causados. Teorias à parte, vamos à

Interpretação da música "Chão de Giz", segundo o próprio Zé Ramalho.


A fim de fazermos uma interpretação mais completa da canção destrinchamos a letra verso a verso para analisarmos ao pormenor. Vamos ao primeiro verso:
"Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz..."
Esta frase evidencia o sofrimento causado pelas lembranças. O autor desce e se encontra humilde no chão, olhando para as memórias de um relacionamento que se apagou rapidamente, como o giz e apagado do chão.
"...Há meros devaneios tolos, a me torturar..."
O passado causa dor e as memórias de um amor frustrado são uma tortura que fazem o autor delirar.
"...Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes..."
Existia o hábito de colecionar as fotos da sua amada, que saíam no jornal, o que indica que ela era alguém da alta sociedade.
"...Eu vou te jogar num pano de guardar confetes..."
Os panos de guardar confetes eram sacos usados por costureiras do nordeste, onde guardavam retalhos de pano ou papel. Neste caso, o artista refere que vai guardar essas partes da sua vida, para que não causem mais dor.
"...Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir..."
Um grão-vizir era uma figura importante e de autoridade, que servia como conselheiro de um sultão da antiga Pérsia. O compositor revela vontade de lutar pelo relacionamento, mas sabe que não vale a pena lutar, porque existe alguém que é mais influente, poderoso ou rico (provavelmente o marido).
"...Há tantas violetas velhas sem um colibri..."
Nesta metáfora, a violeta velha representa uma pessoa mais velha e o colibri alguém mais jovem. Com esta frase, o autor revela que há muitas pessoas mais velhas que não têm alguém novo ou alguém que saiba amá-las verdadeiramente.
"...Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de Vênus..."
É possível ver nesta frase o conflito de sentimentos que existem no autor, a loucura (representada pela camisa de forças) e a paixão, o prazer (representados pela camisa de Vênus).
"...Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez..."
Revela a decisão de ir embora, porque sabe que o relacionamento nunca terá um futuro. No entanto, ter chegado a essa conclusão foi devastador e o eu-lírico se sente abatido, como um lutador de boxe que é nocauteado por um forte golpe.
"...Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar 
Meus vinte anos de 'boy, that's over, baby'..." 
É revelada a dependência do elemento mais novo do relacionamento, que está preso. Ele se descreve como um rapaz (boy - palavra em inglês) e com a expressão em inglês "that's over, baby" (que significa: "terminou, querida"), revela que essa ligação entre os dois chegou ao fim.
"...Não vou me sujar fumando apenas um cigarro..."
Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso.
"...Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval..." 
Esta frase indica que os dois provavelmente se conheceram durante o carnaval e o pano de confetes (onde guarda as recordações), já não tem mais utilidade, porque já está no passado.
"...E isso explica porque o sexo é assunto popular..."
Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado. Ela só queria sexo e nada mais.
"...No mais, estou indo embora." 
No fim da canção, depois de todas as recordações e afirmações o compositor conclui que para ele terminou e que está indo embora. No fim da música, ele se despede desse amor que causou dor e o fez olhar para o chão de giz.

  • Repetindo: Toda essa explicação foi dada pelo próprio Zé Ramalho.

Conclusão

Sobre a gravação



Capa do disco que contem faixa com a música

"Chão de Giz" foi gravada pela primeira vez no ano de 1978, no primeiro CD solo do cantor paraibano Zé Ramalho. O álbum, lançado pela gravadora Epic/CDB já continha sucessos que vieram a acompanhar o cantor pelo resto de sua carreira. Falo de canções como como 'Avohai' e 'Vila do Sossego'.

As músicas desse primeiro álbum foram todas compostas pelo cantor. A maior parte delas é de criação individual, embora em quatro faixas haja uma parceria com outros músicos.


A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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