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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

PAPO RETO -11: O CRISTÃO E OS JOGOS DE AZAR

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"'Tudo me é permitido', mas nem tudo convém. 'Tudo me é permitido', mas eu não deixarei que nada domine" (1 Coríntios 6:12).

Jogos de Azar - Pode ou Não?


Já me fizeram esta pergunta várias vezes. Sou contra jogos de azar, mas este é o tipo de posição que admite revisão se me aparecerem argumentos melhores e mais coerentes do que aqueles que vou colocar aqui.

Entre os jogos de azar estão aqueles jogos permitidos por lei, que são as várias modalidades de loteria, os bingos - este último, muito usado até por igrejas cristãs e instituições - e os sorteios pelo telefone valendo dinheiro, carros e outros prêmios. Quem explora este tipo de jogo tem licença de órgão público competente. Mas nem por isso quer dizer que sejam jogos que convêm ao crente - observe que falo sobre o princípio da conveniência e não da licitude.

Temos também os jogos ilícitos, cujo mais popular é o Jogo do Bicho. Os cassinos são mais uma modalidade de jogos de azar cuja legalidade e implantação oficial está sendo discutida no Brasil. Nos EUA, a cidade mais populosa e mais densamente povoada do estado americano de Nevada, a famosa Las Vegas, localizada ao sul do estado, no Condado de Clark, é conhecida mundialmente como a cidade dos cassinos.  Para o cristão, o que realmente importa é se estas modalidades de jogo acabam por afetar algum princípio bíblico.


Analisando os princípios


Apostas e jogos de sorte são uma realidade no meio social, pois a diversão, o lazer e o entretenimento, nas suas várias expressões, fazem parte de uma das dimensões do ser humano. Porém, a pergunta é se essas práticas são convenientes ou não. Diante do que a Igreja ensina sobre apostas e jogos de sorte ou azar, sendo essa uma questão complexa, um aspecto imprescindível é destacar o abandono e a confiança na Providência de Deus, que rege todas as coisas e deve ter a primazia na vida de todo ser humano. Também é preciso a todos disposição e empenho para o trabalho, que não deve ser descartado frente a possíveis acomodamentos por motivos fúteis.

Exemplos de incoerência


Um pai de família que deixa de comprar o necessário para sua casa se manter com dignidade e gasta seu dinheiro com jogos de sorte e apostas está dando prioridade ao que é secundário. Outra situação é quando uma pessoa, devido a sua exagerada frequência nos jogos e apostas, acaba viciando-se nessas práticas e deixa de fazer as coisas realmente necessárias em sua vida, como cuidar da própria saúde, cumprir com responsabilidades familiares e sociais.

Outro risco é acreditar mais em apostas e jogos de sorte/azar do que no próprio Deus, o que pode interferir tanto na espiritualidade da pessoa quanto no seu equilíbrio na vivência social. Com efeito, o vício provoca a perda da liberdade de filho de Deus e dos princípios básicos do Evangelho (Gálatas 5:1, 13, 16, 17). 

Assim, é importante ter claro que o ser humano também deve trabalhar para sua sobrevivência, pois, em Gênesis 3:17, ao falar sobre a terra, diz que o homem 
"...tirará dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida". 
Ou seja, não se deve confiar o sustento às apostas e jogos.

Tem algum versículo na Bíblia que proíbe a prática dos jogos de sorte/azar?


Esta é a pergunta que segue à outra. Ou esta pergunta é feita por quem realmente tem interesse  no conhecimento das regras bíblicas ou é feita por quem quer  confrontar, só para justificar uma decisão que já tomou no coração. Em ambos os casos a resposta é uma só: NÃO!

A Bíblia não proíbe de forma explícita os jogos de azar - assim como não proíbe fumar ou beber bebidas alcoólicas. Entretanto, nossa ética é elaborada não somente com aquilo que a Bíblia ensina explicitamente como também com aquilo que pode ser legitimamente derivado e inferido das Escrituras. Existem diversos princípios bíblicos que deveriam fazer o crente hesitar antes de jogar:

1. O trabalho é o caminho normal que a Bíblia nos apresenta para ganharmos o dinheiro que precisamos - Provérbios 31, Efésios 4:282 Tessalonicenses 3:12.


Quando uma pessoa não pode trabalhar, por motivos diversos, desde desemprego até incapacidade, ela deve procurar outros meios de sustento e depender de Deus pela oração (Filipenses 4:6,19). A probabilidade da situação do desempregado piorar ainda mais se ele gastar seu pouco dinheiro em jogo é muito grande.

2. Tudo que ganho pertence a Deus (Salmo 24:1), e como mordomo, não sou livre para usar o dinheiro do jeito que quiser, mas sim para atingir os propósitos de Deus. 


E quais são estes propósitos? Aqui vão alguns mencionados na Palavra: 
  1. Suprir as necessidades da minha família (1 Timóteo 5:8), o que pode incluir, além de sustento e educação, lazer e outras atividades que contribuam para a vida familiar; 
  2. compartilhar com os irmãos que têm necessidades e sustentar a obra do Evangelho (2 Coríntios capítulos 8 e 9; Gl 6:6-10; 3 João).

3. Deus usa o dinheiro para realizar alguns importantes propósitos em minha vida.


Suprir minhas necessidades básicas (Mateus 6:11; 1 Tm 6:8); modelar meu caráter (Fp 4:10-13); guiar-me em determinadas decisões pela falta ou suficiência de recursos; ajudar outros por meu intermédio; mostrar seu poder provendo miraculosamente as minhas necessidades. Jogar na loteria não contribui para qualquer destes objetivos.

4. Cobiça e inveja são pecado (Êxodo 20:18; 1 Tm 6:9; Hebreus 13:5).


Estas são as principais motivações para os jogos de azar na grande maioria das vezes. A atração de ganhar dinheiro fácil tem fascinado a muitos evangélicos.


5. Existem várias advertências no livro de Provérbios sobre ganhar dinheiro que podem se aplicar aos jogos de azar.


O desejo de enriquecer rapidamente traz castigo (28:20,22); o dinheiro que se ganha facilmente vai embora da mesma forma (13:11); e riqueza acumulada da forma errada prejudica a família (15:27).

Os jogos de sorte/azar no contexto social


É importante lembrar, ainda, que os jogos de azar são responsáveis por muitos males sociais, emocionais e jurídicos no povo, tanto de crentes como de não crentes. Menciono alguns deles:
  1. O empobrecimento - Há pessoas que são cativadas pelo vício de jogar e, diariamente estão jogando. E, como só um ou poucos ganham, há pessoas que passam a vida toda jogando sem nunca ganhar. Não poucos perderam tudo o que tinham em jogos. Muitos pais de família pobres gastam o dinheiro da feira no jogo.
  2. O vício de jogar apostando dinheiro - A tentação para jogar começa desde cedo a estimular uma compulsão entre crianças e jovens que começam a adquirir o hábito de "tentar a sorte". Há milhares de jovens que já são viciados no jogo, especialmente com a vinda da internet e a possibilidade de jogos online com apostas.
  3. Arruinar vidas e carreiras - Não são poucas as histórias de pessoas que se arruinaram financeiramente jogando na bolsa de valores – conheço pelo menos uma pessoa nesta condição – ou apostando em outros tipos de jogo.
  4. Jogar dinheiro fora - As chances de se ganhar na loteria são piores do que se pensa. Para efeito de comparação, a probabilidade de uma pessoa morrer em um atentado terrorista durante uma viagem ao exterior é de 1 em 650 mil e atingida por um raio é de 1 em 30 mil. Se uma pessoa compra 50 bilhetes a cada semana, ela irá ganhar o prêmio principal uma vez a cada 5 mil anos.

Conclusão

Postura coerente frente a essa realidade


Diante da participação de apostas e jogos de sorte, conforme a Igreja ensina, é importante que cada um saiba analisar suas próprias limitações e intenções por trás de cada prática, para não se viciar, ou optar sempre por aquilo que pode ser supérfluo. Com isso, se for por simples diversão, sem resquício de vícios e com uma consciência moral reta, não haverá problemas nesse sentido.

Uma forma de não incorrer em riscos relacionados ao excesso de jogos de sorte, cartas e apostas é perceber como e o quanto estamos envolvidos, se temos o domínio sobre nós mesmos para dizer sim e não na hora de começar e na hora de parar.

Outra pergunta frequente é se as igrejas deveriam receber ofertas e dízimos de dinheiro ganho em loteria. Minha tendência é dizer que não deveriam. Guardadas as devidas proporções, lembro que no Antigo Testamento o sacerdote era proibido de receber oferta de dinheiro ganho na prostituição (Deuteronômio 23:18) e que no Novo, Pedro recusou o dinheiro de Ananias e Safira (Atos 5) e de Simão, o Mago (8:18-20).

Alguém pode dizer que o valor gasto nas apostas em casas lotéricas é muito pequeno. Concordo. Mas é uma questão de princípio e não de quantidade. Quando o que está em jogo são princípios, um centavo vale tanto quanto um milhão.

Assim, o que precisa reger nossa vida é a Providência de Deus, tanto na parte material quanto a promoção de divertimentos que sejam saudáveis para o corpo e a alma. 

O básico e necessário sempre nos será concedido pelo Senhor por meio da Sua Providência junto ao nosso esforço e trabalho, pois Jesus nos garante: 
"Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo" (Mt 6:33).

[Fonte: Algumas informações deste artigo foram extraídas com base no vídeo "Encontro Apologético - O Cristão e os Jogos de Azar", com preleção do pr. Paulo Romeiro]

A Deus, o Pai, toda glória.
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           E nem 1% religioso.

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