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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

PAPO RETO - 9: O CRISTÃO E A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS

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A princípio, o conceito que temos de drogas é que seja toda substância natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, pode modificar suas funções, tirado este conceito de um dicionário comum.

No entanto, a droga que estamos abordando é a ilícita, aquela que o Estado não permite o consumo. Mas a questão é saber o porquê de tais drogas não serem permitidas, o porquê de não legalizar essas drogas e qual deve ser o posicionamento do cristão diante de um tema que novamente voltou às pautas do dia.

Conceito de droga: droga


As drogas ilícitas, essas mesmo que o Estado nega o consumo/uso, historicamente já foram utilizadas licitamente, sejam como medicamentos, ou como armas de dominação. Como exemplo, temos a cocaína que fora usada como estimulante medicinal no século XIX e início do século XX. O álcool, o cigarro de tabaco, já foram drogas ilícitas, e hoje com regulamentação do governo, com assistência de saúde, são permitidas. 

Tais entorpecentes trazem como efeitos aos indivíduos, despersonalizações, alucinações, ou até sintomas paranóicos e psicóticos em seu comportamento, basicamente uma "fuga da realidade" (FREUD, 1930), trazendo efeitos de prazer, euforia, estimulantes. Podendo mudar os sentidos bruscamente. Esses tóxicos trazem também a dependência, sendo que sempre com a diária utilização o efeito diminui.
 
De acordo com Sigmund Freud:
"O serviço prestado pelos veículos intoxicantes na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça é tão altamente apreciado como um benefício, que tanto indivíduos quanto povos lhes concederam um lugar permanente na economia de sua libido. 
Devemos a tais veículos não só a produção imediata de prazer, mas também um grau altamente desejado de independência do mundo externo, pois sabe-se que, com o auxilio desse 'amortecedor de preocupações', é possível, em qualquer ocasião, afastar-se da pressão da realidade e encontrar refúgio num mundo próprio com melhores condições de sensibilidade. 
Sabe-se igualmente que é exatamente essa propriedade dos intoxicantes que determina o seu perigo e a sua capacidade de causar danos. São responsáveis em certas circunstancias, pelo desperdício de uma grande quota de energia que poderia ser empregada para o aperfeiçoamento do destino humano" (grifo meu).
O consumo ordinário da maconha já não é mais considerado uma prática vergonhosa ou marginalizada na sociedade contemporânea, mas apenas uma preferência comum como o tabaco, o café ou o álcool. Essa mudança traz inúmeras consequências e preocupações, especialmente para pais, pastores, conselheiros bíblicos e líderes de igrejas em geral.

De certa maneira, representantes desses grupos aguardam um "posicionamento cristão" sobre esse assunto. Porém, o assunto é demasiadamente complexo e controverso para se apresentar uma análise que atenda todas as implicações desse fenômeno. Por isso, o que se apresenta aqui são apenas ponderações iniciais de um assunto que necessita maior discussão. Eu não sou especialista em absolutamente nada e tudo o que coloco aqui, é com base em pesquisas que realizei voluntária e autodidaticamente.

É proibido proibir?

A maconha é um remédio?


Na controvérsia sobre a maconha, há alguns que a interpretam como uma droga como qualquer outro medicamento e, portanto, o seu uso não deveria ser discriminado. No entanto, é preciso lembrar que os medicamentos são drogas administradas com o objetivo de reparar ou restaurar as funções normais do corpo humano.

Mas a maconha ou outras drogas psicoativas têm o objetivo de ampliar a experiência e sensação e gratificação humana. Além do mais, qualquer droga (legal ou ilegal) auto administrada apresenta um perigo para a saúde do seu consumidor. 

O que a Bíblia [não] diz


Por anos a resposta cristã sobre a maconha foi que o seu uso era pecaminoso por se tratar de uma droga ilegal e que ofende o corpo, o templo do Espírito. Nos últimos anos, porém, essa posição tem sido contestada até em alguns círculos cristãos. Quanto à sua ilegalidade, as manifestações pró-canabis procuram, a todo custo, alterar esse status e muitos argumentam que a legalização traria mais benefício social do que prejuízo. 

No que diz respeito aos supostos efeitos maléficos no corpo, a erva tem sido apresentada como contendo propriedades medicinais, especialmente útil para tratamentos de casos de dores crônicas. Dessa maneira, a aceitação geral do uso da maconha é mais um fenômeno social a desafiar o cristão a rever ou reafirmar o seu posicionamento sobre o assunto. 

O uso e os efeitos da maconha não são estranhos às famílias evangélicas, pois muitos pais se preocupam e se entristecem pelo interesse de seus filhos pela droga. Mães se espantam ao perceber alguns efeitos estranhos da droga, a ponto de, aparentemente mudar a personalidade de seus filhos: vitimizações, explosões de ira, ânsia por doces, indiferença a tudo e a todos, etc.

Alguns líderes de igrejas não sabem como proceder ao descobrirem que seus jovens não veem qualquer contradição entre confessar a fé cristã e fumar maconha habitualmente. Porém, não se pode dizer que a juventude seja o único grupo interessado nesse consumo. Há muitos cristãos adultos que também se dizem incertos quanto à proibição do uso da maconha e até outros que fazem uso ocasional da erva. Assim, não é mais possível afirmar que o "perigo mora ao lado", pois ele já é uma realidade dentro da casa de alguns cristãos. 

Apenas para complicar um pouco mais, há até a tentativa de se defender teologicamente o uso da maconha. Nesse sentido, alguns usam certos textos bíblicos que supostamente validariam o seu consumo. Um desses textos é Gênesis 1:29: 
"E disse Deus ainda: 'Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento'". 
O argumento frequentemente empregado nesse sentido é: desde que a maconha é uma erva que produz semente, segue-se que o seu consumo é sancionado desde a criação.

Todavia, o que é omitido nesse argumento é que na criação o Senhor se referia a ervas comestíveis, enquanto que o meio mais usado para o consumo da maconha é fumando-a. Ainda que alguns misturem essa erva a comidas, como biscoitos e petiscos, etc., o propósito nesses casos não é alimentício, mas a obtenção dos efeitos sensoriais resultantes de seu ingrediente psicoativo (THC).

Além do mais, qualquer interpretação correta dos textos bíblicos deve considerar o que foi ordenado antes da queda e o que foi pervertido após a mesma, pois a entrada do pecado no universo alterou a realidade tanto da fauna quanto da flora, micro-organismos e DNAs. De fato, nada é mais como antes! 

Alguns defensores do consumo da maconha ainda apelam para a analogia entre a erva e o álcool. De fato, a história bíblica testifica de muitos heróis da fé que ingeriram álcool sem qualquer problema de consciência. Até mesmo o Redentor não se privou de beber o vinho - e sim, era vinho com teor alcoólico mesmo, essa história de que o vinho que era consumido naquela época não era fermentado é conversa para boi dormir, o que se há de analisar no caso em questão são os imprescindíveis contextos espirituais, culturais e sociais que são muito bem delineados e distintos nos registros bíblicos -, ordenando, inclusive, que a sua morte fosse relembrada por meio dessa bebida (Mateus 11:19 e 1 Coríntios 11:24,25).

Nesse caso, porém, há que se considerar que uma pessoa pode consumir pequenas quantidades de álcool sem qualquer intenção de se intoxicar, mas ninguém pode fumar maconha sem esse objetivo. Em quase todos os casos do uso recreativo da maconha, a motivação básica é a intoxicação para se obter os efeitos proporcionados por essa erva! No caso do álcool, a pessoa pode ingeri-lo sem a intenção de entorpecimento. De qualquer forma, o cerne da questão será a motivação da pessoa ao usar um ou outro! 

Finalmente, ainda que exista muita controvérsia sobre o uso da maconha, é possível estabelecer um consenso sensato a respeito de alguns assuntos relacionados ao uso dessa erva. De fato, há alguns tópicos que são claramente reconhecidos e sustentados por todos e antes de qualquer aprofundamento sobre o assunto eles devem ser lembrados. O consenso em relação a esses itens se fundamenta tanto sobre o senso comum quanto o conhecimento factual sobre a canabis

Vejamos:

➫1. Em última instância, qualquer pessoa que recorre ao uso de uma substância psicoativa o faz na tentativa de fugir da realidade e criar uma situação mais aceitável aos seus desejos. Não importa se de início isso assuma o formato de busca por aceitação, modismo, curiosidade ou revolta. O fato é que ninguém recorre a qualquer subterfúgio se o seu mundo interior estiver "resolvido" e em "ordem". Por essa razão, o consumo da maconha ou qualquer outra droga é, de fato, uma rendição aos desejos desordenados do indivíduo e uma busca por uma solução imediata que ao final poderá resultar em maiores sofrimentos. 

2. A maconha consumida nos dias atuais é muito diferente daquela que as pessoas fumavam nos anos 60 e 70. A potência presente no produto atual torna a experiência dos seus usuários mais intensa. Além do mais, a crescente competição entre os fornecedores incentiva ao desenvolvimento de um produto mais "forte", com reações mais rápidas e efeitos colaterais mais nocivos. Hoje, por exemplo, existe a maconha sintética (canabioide sintético), produzida em laboratório, mais barata, mais potente e mais perigosa.

3. Não há nenhuma droga que altera o humor e o estado mental de uma pessoa que seja inofensiva. Certamente é possível dizer que algumas drogas são menos maléficas do que as outras, mas nenhuma delas é inconsequente. No caso da maconha, ela pode até ser menos nociva do que muitas outras drogas, mas ao final, todas podem se tornar viciantes ou "abrir as portas" para o consumo de outras substâncias mais danosas. 

4. Geralmente o consumo de uma droga considerada ilegal aumenta rapidamente após a sua liberação no mercado, mas pode até diminuir com o passar do tempo. Todavia, os problemas domésticos e sociais advindos do seu consumo não acompanham o mesmo processo de interesse, ou seja, eles não diminuem com o passar do tempo. Um exemplo claro disso é o que se vê com o cigarro e o álcool. Além do mais, qualquer tentativa de fugir da realidade ou dos problemas por meio do uso de alguma substância química, acaba se revelando mais problemática, pois após o efeito da mesma, a realidade ainda terá que ser encarada e ela poderá até ter se agravado. 

5. Assim como acontece com o álcool, é possível que alguns usuários casuais de maconha não apresentem efeitos prejudiciais imediatos. Todavia, utilizando a mesma analogia do álcool, é possível identificar pessoas que tiveram suas vidas negativamente alteradas pelo uso dessas drogas psicoativas e já não conseguem mais retornar à normalidade passada. Além do mais, ainda que os efeitos físicos não se apresentem imediatamente, as consequências espirituais e relacionais podem ser devastadoras. 

6. Com todas as tensões da vida em um mundo caído, é compreensível que as pessoas procurem por uma forma de alívio imediato. No caso da maconha, porém, a proposta do alívio pode se tornar um pesadelo, tanto para a família como para o usuário. A razão para isso é que não existe uma paz que seja gerada por um produto químico e nem tranquilidade duradoura que seja resultante de uma substância externa.

A verdadeira paz e tranquilidade são frutos do relacionamento com o Deus da paz, e isso não acontece por uma ingestão, mas conversão e mudança de dentro para fora (Romanos 5:1,2). O esforço por se obter alívio na maconha ou qualquer outra coisa que não na comunhão com o verdadeiro Deus, revela uma distorção na adoração, onde se busca na criação aquilo que só o Criador pode conceder. 

7. A função do Estado, segundo o Apóstolo Paulo, é legislar para o bem das pessoas e praticar a justiça punindo os maus (Rm 13:3-4). O Apóstolo ainda chama as autoridades de "serva de Deus para o seu bem" (4). A noção libertária de um Estado e governo que não interfere em NADA é anti-Bíblica e utópica. Deus não chancela uma liberdade incondicional. Os homens possuem responsabilidade para consigo, o próximo e principalmente, para com Deus. 

8. A falta de empatia e compaixão para com o próximo é um pecado por omissão. Tiago nos diz: 
"Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado" (4:17). 
A omissão diante da auto-destruição do próximo é algo pecaminoso. O cristão deve se importar com a alma e vida dos seres criados a imagem de Deus. Viabilizar a destruição do próximo é um ato pecaminoso. 

9. O hedonismo é censurado pelas Escrituras. O Apóstolo Paulo diz que as obras da carne são 
"...imoralidade sexual, impureza e libertinagem..." (Gálatas 5:19) 
e continua 
"...embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus" (21). 
Toda forma de louvor e adoração ao "deus prazer" é idolatria. O mesmo Apóstolo, falando a Timóteo nos diz que, um dos sinais da depravação humana que antecederiam a volta de Jesus, seriam homens que seriam 
"...mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus" (2 Tm 3:4). 

10. A família é a base da sociedade em toda e qualquer civilização (por mais que tentem a todo custo negar isto). A estrutura pela qual Deus criou a humanidade, está nessa instituição. O Apóstolo Paulo ainda falando ao jovem Timóteo disse: 
"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel" (1 Tm 5:8). 
Um dos fatores que levam a destruição das famílias são as drogas. O cristão que aprova a legalização, além de estar autenticando a destruição de famílias, lares, casamentos, também negou a fé e se tornou um "infiel" ou "pagão". 

11. Um dos mandamentos do decálogo é: 
"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá" (Êxodo 20:12). 
As drogas levam pessoas a desonrarem seus pais, e até, as vezes, usarem de violência ou roubá-los, violando assim, outro mandamento: 
"Não furtarás" (20:15). 
O escritor de Provérbios ainda diz: 
"O que aflige o seu pai, ou manda embora sua mãe, é filho que traz vergonha e desonra" (Provérbios 19:26). 
12. O propósito para o qual Deus criou o homem é para Sua glória e louvor, e para que o homem pudesse desfrutar do seu amor. Mesmo após a queda do homem, Deus proveu a salvação para todo aquele que nele crer (João 3:16). O Apóstolo Paulo vai nos dizer que: 
"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1 Co 6:19). 
O nosso corpo deve glorificar ao nome do Senhor e servir de templo para Seu Espírito. Toda forma de depravação desse corpo é pecaminoso. Pois toda a criação é propriedade do Criador. 

13. Sob o efeito de drogas a sobriedade é deturpada. O Apóstolo Paulo diz; 
"Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação..." (1 Tessalonicenses 5:8). 
A Bíblia descreve vários casos de catástrofes causadas por homens que não estavam sóbrios. Há por exemplo o caso de Ló com suas filhas (Gn 19:32), onde houve um incesto, decorrente de Ló ter sido embrigado por elas.

Conclusão 


De fato, um tema muito polêmico a ser discutido, a legalização das drogas. Sem dúvida temos que analisar com cautela este tema, visto que existem posicionamentos a favor e contra. Posicionamentos estes que são bem estruturados e fundamentados, principalmente quando entra em cena a visão dos Direitos Humanos.

Tendo em vista que no Brasil há a criminalização de determinadas drogas, essa visão nos leva a conclusão lógica de que existe o consumo ilícito de tais produtos e, é um fato mais do que sabido por todos nós. Então se existe o consumo ilícito das drogas o Estado tenta coibir o uso por meio da força.

Como se vê nos noticiários de TV, quase todos os dias a guerra travada entre polícia e traficantes fica mais preocupante e desleal, como o tráfico melhor aparelhado e com o domínio das favelas. Voltando para questão central do tema, as drogas de um modo geral, inclusive o álcool e o cigarro (tabaco), não da pra negar que são nocivos a saúde dos usuários, e no Brasil como bem sabemos a estrutura da saúde, como de tantos outros sistemas são precários. 

Concluindo, a popularidade do consumo da maconha é um convite à reflexão e discussão pelas igrejas e pequenos grupos. Nesse sentido, a pior resposta cristã a esse desafio será manter as pessoas na ignorância do mesmo, pois a curiosidade se alimenta da falta de conhecimento. Há que se considerar ainda as maneiras mais eficientes e coerentes com o Evangelho de se oferecer ajuda àqueles que lutam contra a inclinação de se voltarem para essa ou outras drogas.

Portanto, essa questão de legalizar ou não as drogas ainda é muito delicada, principalmente em nosso país. Com uma política insatisfatória e com um sistema frágil, a saída é estudar mais a política dos outros países, onde a legalização deu certo, e o sistema funciona de maneira satisfatória para atender as necessidades de toda população. 

[Fonte: Scielo]

A Deus, o Pai, toda glória.
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        E nem 1% religioso.

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