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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

ACONTECIMENTOS - 1ª EDIÇÃO DO ROCK IN RIO BRASIL EM 1985


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Existe uma fórmula para a criação de um festival de música? Talvez. Mas o fato é que Roberto Medina inventou sua própria, e com ela realizou um dos maiores festivais do mundo. E fez isso quando esse sonho parecia quase impossível no Brasil. 

A origem


O Rock in Rio que a gente conhece hoje é muito diferente da primeira edição realizada em 1985. Embora o evento não contasse com palcos dedicados a gêneros musicais diversos e atrações como uma roda gigante e montanha-russa, o tamanho atual do festival não é surpreendente: desde a concepção, o projeto visava ser o maior evento de música do planeta.

Entre 11 e 20 de janeiro de 1985, num terreno alagadiço de 250 mil metros quadrados em Jacarepaguá (o equivalente a 12 Maracanãs), no Rio de Janeiro, cerca de 1,4 milhão de pessoas viram aquele que seria o maior festival de rock do País até hoje. Era um momento de grande simbolismo na vida do País: no mesmo dia do show da banda carioca Barão Vermelho, havia sido eleito Tancredo Neves, o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura. 

Um sonho impossível, mas provável


No início dos anos 80, nada indicaria que o Brasil seria capaz de suportar algo daquele porte. O país vivia incertezas políticas, transitando da ditadura militar para a democracia, e tinha má fama no exterior por ser um investimento ruim pras bandas gringas; além de histórico de devedor, o Brasil possuía reputação de perder equipamentos de artistas estrangeiros.

Concebido pelo empresário Roberto Medina, o projeto era inegavelmente megalomaníaco, mas a ambição do carioca tinha fundamento: em 1980, o show, também idealizado por ele, do Frank Sinatra (✰1915—✞1998) no Maracanã entrou para o livro dos recordes por reunir a maior plateia pagante para um evento de um artista musical até então. Mais de 170 mil pessoas foram ao estádio.

Por outro lado, o currículo de Medina não bastava para convencer os artistas de que a ideia daria certo. Com o projeto do Rock in Rio em mãos, Medina azucrinou dezenas de bandas internacionais e recebeu rejeições de todos os lados. No último passo antes de desistir completamente, o empresário resgatou a amizade com Frank Sinatra e contou com a ajuda do agente do cantor, Lee Solters. Foi graças a Lee, que organizou uma coletiva de imprensa em Los Angeles, que o projeto saiu do papel. No dia seguinte à conferência, bandas fizeram fila para participar do festival tão comentado nos jornais.
Ozzy Osbourne foi o primeiro a aceitar a proposta. O seu contrato, aliás, trouxe uma das cláusulas mais engraçadas para um festival: Ozzy assinou o compromisso de não morder nenhum animal vivo no palco, em referência à famosa história de que o príncipe das trevas mordeu a cabeça de um morcego. 

Com Ozzy Osbourne confirmado, Medina conseguiu o Queen. Na época, trazer a banda para o Rio de Janeiro era um feitio por si só. Alguns anos antes, em 81, o Queen foi impedido de tocar no Maracanã, que segundo o governador Chagas Freitas era local para eventos de “relevância esportiva, religiosa e cultural”.

Ao fim das negociações, Medina havia angariado as maiores bandas de rock dos anos 80. Além de Ozzy Osbourne e Queen o festival contou com AC/DC, Iron Maiden, Yes, James Taylor, Rod Stewart, e outros. Das nacionais, marcaram presença nomes de todos os estilos: Ney Matogrosso, Ivan Lins, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Barão Vermelho e por aí vai. 

Com 10 dias de duração e um público de mais de 1.2 milhão (triplo do Woodstock), o RiR de 1985 abriu as portas do Brasil para a música internacional e fez do país uma passagem obrigatória para os maiores artistas. Um dos destaques, o show do Queen, ficou marcado como um dos momentos mais emocionantes, não só para o festival, como também para a banda. Aquele mesmo conjunto proibido na cidade há poucos anos, agora regia um público de quase 200 mil pessoas que tomava conta do vocal de “Love Of My Life” e emocionava Freddie Mercury.

O primeiro a subir no palco no Rock In Rio no dia 11 de Janeiro de 1985 foi Ney Matogrosso, que abriu o histórico evento com a canção “América do Sul”. O hino de despertar é perfeito para embalar o que acontecia ali: a concretização de uma ideia absurda que resultou em uma revolução na indústria musical do Brasil e se mantém em crescimento até hoje fazendo jus ao projeto inicial.

Curiosidades


Durante dez dias, 14 artistas internacionais e 15 atrações nacionais se apresentaram num ritual de lama e Paz & Amor. Naquele ano de 1985, Freddie Mercury, do Queen, ficou tão impressionado com o entusiasmo do público que, durante a canção Love Of My Life, decidiu reger a plateia em uma cena que se tornou mítica na história do rock’n’roll. 

A banda australiana AC/DC foi inflexível em pelo menos uma exigência: só tocaria no Brasil se pudesse trazer um gigantesco sino de 1,5 tonelada, usado na música Hell's Bells. A produção do Rock in Rio aceitou o desafio e trouxe o sino de navio. Mas aconteceu o que ninguém esperava: o palco não suportava o peso do sino. No fim, o AC/DC subiu no palco com uma réplica de gesso, uma improvisação feita da produção do festival. Na mesma edição, Ozzy Osbourne levou a torcida do Flamengo à loucura ao subir ao palco com uma camisa do Zico. 

O Iron Maiden fez seu primeiro show na América Latina no Rock in Rio, em 1985. A banda subiu ao palco às 23h58 (uma referência à canção Two Minutes To Midnight) e fez um dos shows mais históricos da banda e do festival, com a presença do Eddie, o monstro de estimação do grupo.

Conclusão


Não é exagero dizer que o Rock in Rio mudou a cara do showbusiness brasileiro, quando, a partir do dia 11 de janeiro de 1985, começou a trazer uma sequência inacreditável de shows para a época. Aliado ao novo som que surgia no início dos anos 1980, algumas bandas no Rio começaram um movimento que mais tarde uniria artistas novos tão diferentes quanto Titãs, Legião Urbana (que não esteve no festival em 1985), Paralamas e Lulu Santos

Ao reunir estas duas tendências, o Rock in Rio tornou-se história, não apenas do ponto de vista doméstico (quando ensinou a produtores de todo o país que era possível fazer espetáculos parecidos com os internacionais) quanto no resto do mundo (quando o festival foi comemorado pela mídia de fora do Brasil como o maior evento ao vivo de todos os tempos).

E foi só o começo de uma nova era, que realizou outras edições — igualmente épicas — do festival no Brasil, além de levar esta marca para o exterior, com edições realizadas em Portugal, Espanha e Estados Unidos. Sempre reunindo clássicos do rock e o melhor da música pop do período.
Um dos momentos mais marcantes e inesquecíveis do Rock In Rio em 1985, foi sem dúvida a apresentação da banda Queen, quando um coro com quase 200 mil pessoas cantaram sob a regência do maestro Freddie Mercury (✰1946—✞1991) um dos clássicos do quarteto britânico, a belíssima “Love Of My Life: eu estava lá!


A Deus, o Pai, toda glória.
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        E nem 1% religioso.

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