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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES: "HEY JUDE", THE BEATLES



Eu não sou e nunca fui fã dos Beatles, mas não dá para ficar indiferente à importância do grupo na história da música internacional. E a canção "Hey Jude" é a música citada com maior frequência em obras literárias, segundo uma recente pesquisa do site Small Demons, que recentemente divulgou uma lista com as 20 faixas mais mencionadas em livros. As informações são do site New Musical Express.

De acordo com o Small Demons, a música "Hey Jude" foi mencionada em pelo menos 55 livros de ficção, incluindo obras como Wolves Of The Calla, do escritor Stephen King, e The Afterlife, de John Updike.

Que a música é uma das mais conhecidas - quase uma referência mesmo - do lendário quarto inglês, acredito que todos sabem. Aliás, em 1989 essa canção ganhou uma infame versão feita pelo cantor, compositor ("Primeiros Erros", "Rolam as Pedras") e guitarrista Kiko Zambianchi, que, mesmo sendo infame, tornou-se o maior sucesso da carreira dele, tocou à exaustão nas rádios AM/FM nacionais e ainda hoje é presença marcante nas coletâneas dos anos 80 e nas playlists pessoais de muitos brasileiros.

A tal música fez tanto sucesso, mas tanto sucesso por aqui, que acabou entrando para a trilha sonora da novela Top Model, exibida pela Rede Globo - considerada uma das maiores audiências do horário das sete na emissora -, entre 18 de setembro de 1989 e 4 de maio de 1990. Neste artigo vamos conhecer a história dessa composição da dupla Lennon & McCartney.

A letra


"Hey Jude" 
The Beatles 
Hey Jude, don't make it bad 
Take a sad song and make it better 
Remember to let her into your heart 
Then you can start to make it better 
Hey Jude, don't be afraidYou were made to go out and get her 
The minute you let her under your skin 
Then you begin to make it better 
And anytime you feel the pain, hey Jude, refrain 
Don't carry the world upon your shoulders 
For well you know that it's a fool who plays it cool 
By making his world a little colder 
Nah nah nah nah nah nah nah nah nah 
Hey Jude, don't let me down 
You have found her, now go and get her 
Remember to let her into your heart 
Then you can start to make it better 
So let it out and let it in, hey Jude, begin 
You're waiting for someone to perform with 
And don't you know that it's just you, hey Jude, you'll do 
The movement you need is on your shoulder 
Nah nah nah nah nah nah nah nah nah yeah 
Hey Jude, don't make it bad 
Take a sad song and make it better 
Remember to let her under your skin 
Then you'll begin to make it 
Better better better better better better, oh 
Nah nah nah nah nah nah, nah nah nah, hey Jude 
Nah nah nah nah nah nah, nah nah nah, hey Jude

A tradução

"Ei, Jude"  
Ei, Jude, não fique mal 
Pegue uma canção triste e torne-a melhor 
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração 
Então você pode começar a melhorar as coisas 
Ei, Jude, não tenha medo 
Você foi feito para ir lá e conquistá-la 
O minuto que você deixá-la debaixo da sua pele 
Então você pode começar a melhorar as coisas 
E qualquer vez que você sentir dor 
Ei, Jude, vá com calma 
Não carregue o mundo nos seus ombros 
Você bem sabe que é tolice 
De quem lida com isso com indiferença 
Por deixar este mundo um pouco mais frio 
Na na na na na na na na 
Ei, Jude, não vá me desapontar 
Você a encontrou, agora vá e a conquiste 
Lembre-se (ei, Jude) de deixá-la entrar em seu coração 
Então você pode começar a melhorar as coisas 
Então coloque para fora e deixe entrar  
Ei, Jude, comece 
Você está esperando por alguém com quem realizar as coisas 
E você não sabe que essa pessoa é exatamente você? Ei, Jude, você vai fazer! 
O movimento que você precisa está nos seus ombros 
Na na na na na na na na 
Ei, Jude, não fique mal 
Pegue uma canção triste e torne-a melhor 
Lembre-se de deixá-la debaixo de sua pele 
Então você começará a melhorar as coisas (melhorar, melhorar, melhorar, melhorar, oh!) 
Na, na na na na na, na na na, ei, Jude 
Na, na na na na na, na na na, ei, Jude

A história da canção


Quando Cynthia Lennon - a primeira esposa de John e mãe de Julian - chegou de viagem e encontrou John e Yoko juntos na casa onde ela vivia com ele, a separação realmente começou. Um acordo provisório foi estabelecido para que Cynthia e Julian, completamente abalados com a atitude de John, pudessem ficar em Kenwood, casa em que John morava com Cynthia, enquanto John e Yoko firmavam residência em um apartamento em Montagu Square, no centro de Londres.

Cynthia, [o então pequeno] Julian e Lennon

Paul McCartney e Julian Lennon – filho de John e Cynthia que, na época da separação, tinha 5 anos – sempre tiveram uma relação muito próxima. Paul foi o único do círculo de amizade dos Beatles que foi até Kenwood demonstrar apoio por tudo o que havia acontecido. Ele foi dirigindo de sua casa em St. John’s Wood até Weybridge levando uma única rosa vermelha.

Paul tinha o costume de usar o tempo que passava no carro para trabalhar em músicas novas e, nesse dia, preocupado com o futuro de Julian, ele começou a cantarolar "Hey Julian..." e improvisar uma letra sobre o tema do conforto e da segurança. Em certo momento da viagem de uma hora, "Hey Julian" se tornou "Hey Jules", e Paul criou o trecho 
"Hey Jules, don’t make it bad, take a sad song and make it better". 
Foi só na hora de desenvolver a letra, algum tempo depois, que ele transformou Jules em Jude, por achar que soava mais forte e musical. 
Paul e Julian

Paul chegou a Kenwood em uma tarde ensolarada, entregou a rosa vermelha e disse 
"Eu sinto muito, Cyn, eu não sei o que deu nele. Isso não está certo". 
Paul ficou algum tempo. Disse que John estava levando Yoko para as sessões de gravação, o que ele, George e Ringo [a] detestavam. Paul havia terminado seu relacionamento com Jane Asher algumas semanas antes. Jane havia voltado para casa, depois da turnê de uma peça de teatro, com alguns dias de antecedência e o surpreendera na casa deles com outra garota.

Ela o deixou e, diferente de John, Paul se culpava e estava com o coração partido. Depois de tantos problemas Paul brincou: 
"Nós podemos nos casar, o que você acha, Cyn?" 
Paul não se importou com o que John pensaria disso e foi o único a desafiá-lo. Ele partiu prometendo manter contato, mas um ou dois meses depois o relacionamento de Paul com a fotógrafa americana Linda Eastman teve início e sua vida entrou em uma nova fase. 
Cynthia  e Julian Lennon

Uma música, encontros e desencontros


A música foi se tornando menos específica e John achou que o tema era dedicado a ele, encorajando-o a sair dos Beatles e ir viver com Yoko 
("You were made to go out and get her"). 
Um verso em particular – 
"...the movement you need is on your shoulder..." – 
deveria ser apenas um tapa-buraco. Quando Paul tocou a música para John, comentou que aquela parte precisava ser substituída e que ele parecia estar cantando sobre seu papagaio. 
"Esse provavelmente é o melhor verso da música", 
disse John. 
"Deixe aí. Eu sei o que significa". 
Paul afirmaria mais tarde que, até hoje, lembra de John quando canta essa frase em seus shows.

"Jude" e seus dilemas


Paul (ao piano) mostrando a música para Lennon

Julian Lennon cresceu conhecendo a história por trás de "Hey Jude", mas só em 1987 ouviu os fatos diretamente de Paul, quando o encontrou em Nova York. 
"Foi a primeira vez que nós sentamos e conversamos. Ele me contou que vinha pensando na minha situação todos aqueles anos atrás, no que eu estava passando e pelo que eu ainda teria de passar no futuro. 
Paul e eu passávamos bastante tempo juntos – mais do que meu pai e eu. Talvez Paul gostasse mais de crianças na época. Tivemos uma grande amizade, e parece haver muito mais fotos daqueles tempos em que estou brincando com Paul do que com meu pai", 
conta Julian. 
"Eu nunca quis saber realmente a verdade sobre como meu pai era e como ele era comigo", 
ele admite. 
"Mantive minha boca fechada. Muita coisa negativa foi dita sobre mim, como quando ele disse que eu tinha saído de uma garrafa de uísque em um sábado à noite. Coisas assim. É muito difícil lidar com isso. Eu pensava 'cadê o amor nisso tudo?'. Foi muito prejudicial psicologicamente, e por anos isso me afetou. Eu costumava pensar 'como ele pôde dizer isso sobre o próprio filho?'".
Cynthia, Jane Asher, Paul, Julian [e um distante] Lennon

Julian não se limita à letra de "Hey Jude" já há algum tempo, mas acha difícil fugir dela. Ele está em um restaurante e a música toca, ou ela surge no carro quando está dirigindo. 
"Ela me surpreende toda vez que a escuto. É muito estranho pensar que alguém escreveu uma música sobre você. Ainda me emociona", 
ele diz.

Conclusão


Como podemos ver, "Hey Jude" tem uma triste história de traições e dilemas entre dois amigos, um pai e um filho que sempre foram bem distantes. Na verdade, a única coisa que sempre ligou Julian a John foi mesmo o sobrenome. Aliás, o próprio Lennon teve uma história de separação e rejeição por parte dos pais, fato que ele narrou na letra de outra belíssima canção de sua carreira solo, "Mother".

Em uma votação feita pelas emissoras locais da rede britânica BBC, "Hey Jude" ficou à frente de "Yesterday" e "Let it Be", respectivamente, na segunda e terceira posição, todas compostas por Paul McCartney. A enquete para eleger a canção preferida dos Beatles teve participação de 12 mil pessoas e faz parte de um programa especial para comemorar o aniversário do single de estreia do quarteto. Nele, batizado de "My Beatles Story Day", os participantes compartilham suas lembranças do grupo.

A rede britânica incluiu ainda em sua grade uma programação especial para lembrar o legado musical deixado pelos Beatles, incluindo nela um documentário de uma hora, no qual é contada a história do grupo desde a publicação de seu primeiro trabalho.

A última interpretação dessa canção por um dos integrantes do quarteto foi de Paul McCartney, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em agosto de 2012.

"Hey Jude" foi o single de maior sucesso de toda a carreira dos Beatles. Chegou ao topo das paradas no mundo todo e, antes do fim de 1967, mais de 5 milhões de cópias tinham sido vendidas. A letra original escrita por Paul foi comprada por Julian Lennon em um leilão, décadas depois, agora, sabemos bem porque, não é mesmo?


A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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