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sábado, 21 de julho de 2018

PORQUE É TÃO DIFÍCIL SE ALEGRAR COM AS CONQUISTAS DOS OUTROS?



"Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram" (Romanos 12:15, grifo meu).
Esse é um texto que poderíamos afirmar ser um dos mais claros e fáceis de se compreender na Bíblia, mas não é! O apóstolo Paulo aqui nos direciona a uma reflexão muito profunda sobre a nossa consciência no que tange ao que acontece com nosso próximo em situações antagônicas: alegria e a tristeza. Observe que, creio eu, propositalmente, ele nos desafia a primeiro nos alegrar com a alegria dos outros.  

No meu entender o segundo conselho é de mais fácil aplicação, pois com exceções, nossa tendência natural é nos emocionarmos com a tragédia e as derrotas do outro - é a síndrome de carpideira¹ -, e o primeiro conselho não, e esse é nosso assunto.

Chorar com e pelos outros é fácil, já nos alegrar...


Vou direto ao ponto. Nossa natureza pecaminosa não se satisfaz com a alegria do nosso próximo, pois não reservamos esse espaço em nosso coração, pois na verdade somente o EU tem direito a ser feliz, a ter sucesso, a conquistas, responda no seu intimo, é assim ou não? Temos muita dificuldade de torcer pelo outro.

Você já se viu na situação de torcer para que o filho do seu vizinho ou alguém da igreja vá bem num vestibular? Ou que seu colega de trabalho tenha uma promoção e cresça na empresa? Você já torceu para que alguém se dê melhor na vida do que você afora um familiar? Somos assim!

Algo que precisa ser tema de intensas e contínuas reflexões nos dias de hoje é, certamente, a tendência que temos de sermos indiferentes aos outros. É necessário refletirmos, pois a reflexão é um importante instrumento que nos permite repensar muitos pontos dentro de nós e, assim, mudarmos aquilo que não está adequado quando o que se quer é uma vida melhor.

O constante desafio de vencer a indiferença


"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (Filipenses 2:3,4 - grifo meu).
Contudo, quando a indiferença é vencida, ou seja, quando conseguimos pensar mais no outro, sensibilizando-nos com as lágrimas que escorrem pela face conhecida ou não, precisamos pensar também sobre até que ponto estamos conseguindo de fato sermos mais humanos, mais amigos, mais companheiros.

Em várias faixas etárias e grupos sociais, temos identificado um fato realmente preocupante, que é a dificuldade que temos para comemorar uma vitória que não é nossa, uma vez que se é difícil chorar com aqueles que choram, muito mais difícil é sorrir com aqueles que sorriem, instruções riquíssimas que Bíblia Sagrada diz a nós todos os dias.

Isto ocorre porque muitas das vezes julgamos não termos tempo para nos preocupar com as dores, as tristezas, os conflitos e os dramas dos outros, visto que as correrias do dia a dia nos impedem de sermos solidários e, ainda que tudo esteja à nossa frente, preferimos fingir que não temos o conhecimento sobre as mazelas que afligem quem está próximo a nós.

Entretanto, se há algo que pode ser pior que a indiferença em relação à dor alheia, é quando identificamos o sucesso e a alegria presentes na família, na carreira profissional, no exercício ministerial de outras pessoas e, em vez de ficarmos felizes por isto, a sensação que nos invade é semelhante àquilo que se pode chamar de desgosto e desprazer.

Perguntas e frases como 
"por que isto está acontecendo com ele e não comigo?”, “ele não merece ter isso, eu sim”, “o carro que ele comprou nem é tão bonito assim, se fosse eu, compraria de outra cor ou modelo"... 
e muitas outras se formulam na mente e no coração daquele que não sabe "sorrir com aqueles que sorriem".

Esta tendência é muito negativa, mas mesmo assim é cada vez mais fácil identificar tais comportamentos e, por isso, nós na figura de pais, professores ou pastores temos muito trabalho à frente, visto que saber se alegrar frente à felicidade de outras pessoas é característica de pessoas com autoconfiança e verdadeiro amor ao próximo, desejos que temos para nossos alunos, filhos e irmãos.

O amor ao próximo é o antídoto da inveja

Mas quem é o meu próximo?


"Se vocês de fato obedecerem à lei do Reino encontrada na Escritura que diz: 'Ame o seu próximo como a si mesmo', estarão agindo corretamente"
(Tiago 2:8, grifo meu).

Muitas vezes podemos dar desculpas para a nossa falta de amor em relação a alguém, dizendo que tal pessoa não é o nosso próximo. Mas o nosso próximo é qualquer pessoa que necessita da nossa ajuda.

Muitas vezes a distância física não permite que ajudemos alguém de algumas maneiras, mas isso não nos impede de amar. Quem ama ora, intercede e pede a Deus para abençoar aqueles que estão em sofrimento, mesmo que eles tenham nos prejudicado de alguma forma.

Entre os conhecimentos que precisamos ajudar nossos discípulos a construírem está o fato de que o sucesso do outro nunca será impedimento para o meu sucesso, mas as dores e as aflições alheias precisam ser vencidas juntamente a cada um de nós, pois cada pessoa é membro de um corpo maior, que pode ser tanto a sociedade como também a família.
"De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular" (1 Coríntios 12:26,27 - grifo meu).
Todos nós também precisamos compreender que é muito melhor vermos alguém bem empregado profissionalmente, fazendo parte de uma família unida, conseguindo alcançar seus objetivos, obtendo êxito no exercício do seu chamado ministerial do que vermos pessoas sofrendo as muitas mazelas que hoje assolam o mundo, a igreja e, por isso, é tão importante nos alegarmos com a alegria do outro.

Uma verdade que também não pode deixar de ser considerada é que, não raras vezes, não compreendemos quando alguém vem nos contar um grande feito. É comum imaginarmos que este alguém está, na verdade, exibindo o que conseguiu, de maneira a alcançar alguns prestígios que poderiam ser nossos.

Tais pensamentos são comuns entre muitos de nós - quiçá, na maioria de nós -, pois vivemos em meio a pessoas que assim pensam e acabamos reproduzindo muitos destes maus conceitos dentro de nós, fazendo aumentar ainda mais a distância e a barreira que existem entre nós e a felicidade de outro.

Como pais, professores, líderes espirituais é nosso papel orientarmos nossos filhos, alunos, seguidores a olhar do lado e entender a conquista de outras pessoas como também a sua. Como exercício para isto, podemos sugerir que eles elogiem uns aos outros, extraindo somente o que há de melhor em cada um.

Certamente, este exercício irá contribuir significativamente para que todos adquiram um comportamento nobre diante do sucesso alheio e, de quebra, os ambientes das nossas salas de aula, das nossas casas, das nossas congregações serão, sem a menor dúvida, muito melhores, enquanto que nós teremos a certeza de um futuro muito melhor do que o nosso presente tem sido.

Conclusão


Deus nos chama para viver em amor. Isso significa que precisamos amar as pessoas à nossa volta. Nem sempre isso é fácil, porque essas pessoas podem ser muito diferentes de nós. Mas a Bíblia explica por que é muito importante amar o próximo:
"Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: 'Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'" (João 15:17; Gálatas 5:14 - grifo meu).
Chorar com os que choram, muitos fazem, pois é mais fácil, o difícil é você se alegrar com os que se alegram, celebrar a vitória do outro.

A vida cristã é um eterno andar na contramão dos valores e costumes desse mundo, pois da mesma forma, muitas pessoas não torcem para nós mesmo, e só se importam consigo mesmo.

Quando penso nisso sou imediatamente levado a ver o exemplo de Jesus, que como Deus poderia virar as costas para nossa situação de ruína por conta do pecado que há em nós, mas não fez isso, pelo contrário, pensando numa mudança radical da nossa vida, da nossa eternidade, doou-se a cada um de nós dando-nos a Sua vida, morrendo numa cruz, para que pudéssemos nos alegrar com a vida eterna, e esse é Seu maior exemplo, não pensar só em Si (Fp 2).

Jesus chorava com os que sofriam e fez tudo que era possível para lhes mudar a realidade, mas Sua maior marca foi trazer novamente a Alegria pela vida, que é a graça do nosso Deus para todos que creem. E aí, vai aceitar o desafio de se alegrar com a alegria alheia ou vai preferir viver a vida alimentando invejas e indiferenças? Mais uma vez, é tudo uma questão de escolha. Faça a sua e assuma as consequências advindas dela.

Carpideira: substantivo feminino - 1. mulher mercenária que pranteava os mortos durante os funerais. - 2. por extensão mulher que se lamenta, que chora com frequência.]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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