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segunda-feira, 30 de julho de 2018

AJAYÔ OU ALELUIA? FAÇA A SUA ESCOLHA

Quem assiste aos realities musicais The Voice Brasil e The Voice Brasil Kids, certamente já ouviram o cantor, compositor e multi instrumentista baiano Carlinhos Brown saudar aos seus escolhidos com um grito de guerra que virou sua marca registra: ajayô! E ele não só dá o tal grito, como evoca toda a plateia a gritar também. 

Também não é mistério a ninguém que Brown é adepto do candomblé. Mas, qual será o significado da palavra "ajayô"? Já ouvi muito crente dizendo que trata-se de uma invocação de demônios. Será? O fato é que muita gente faz tal saudação sem saber ao certo o seu significado. Sabe o típico caso de maria vai com as outras? Pois é. 

Bom, nada melhor do ir até a fonte para buscar uma elucidação sobre o verdadeiro significado da tal palavra. E foi exatamente o que eu fiz. De início, quero deixar bem claro que meu intuito com esse artigo não é atacar a crença de ninguém. Por motivos de cunho pessoal e opcional eu discordo com todas as práticas litúrgicas das religiões de matrizes afrodescendentes. Entretanto, minha discordância não me confere em absoluto nenhum direito ao desrespeito para com elas e seus adeptos, que se registre isso.

Ajaiô! "Ajaiô"?


A saudação que se tornou popular entre os brasileiros é exatamente isso: uma saudação. Muito antes de ser gritada por Carlinhos Brown no palco dos The Voice, ela já era gritada por centenas de milhares de pessoas no carnaval baiano. Tanto que o termo se popularizou graças ao bloco afro Filhos de Gandhy.

Essa saudação tem origem na mitologia africana e, segundo a crença do candomblé é uma forma de pedir proteção a Oxalá, considerado o orixá criador do homem. Englobou-se na cultura brasileira através do candomblé de rua, chamado também de afoxé, tendo raízes na cultura do povo Iorubá.


Filhos de Gandhy


O Afoxé Filhos de Gandhy, durante as festividades baianas, principalmente o Carnaval de Salvador, tornou-se um cortejo de rua, usado inclusive pelos não adeptos ao candomblé.

O Filhos de Gandhy foi criado em 1949 como um bloco de carnaval comum. Tornou-se um afoxé em 1951, quando passou a cantar músicas africanas e adotou o Candomblé como religião oficial. E durante a passagem do bloco pelas ruas de Salvador os cantores do trio gritam, três vezes, a palavra "ajayô", tal e qual o Brown faz nos programas.

O público brincante nas ruas então grita de volta a interjeição "ê", entre um "ajayô" e outro. E é nesse momento que você se pergunta, mas, afinal, "o que significa o ajayô gritado por Brown e pelos Filhos de Gandhy?". E é isso que vamos te responder agora, com base em pesquisa realizada em sites voltados aos seguidores do candomblé.

O povo Ioroba

Cultura, religião e política


Ajayô é uma palavra com sonoridade ioruba, por isso muitas pessoas pensam que se trata de uma saudação aos orixás. Entretanto, não existe, na língua ioruba, esse termo. Assim, o mais provável é que "ajayô" seja uma invenção baiana, criada pelo afoxé Filhos de Gandhy como uma interjeição.

O povo ioruba é um dos maiores grupos étnicos da Nigéria, um país africano, somando mais de 20 milhões de indivíduos no início do século XXI. Vivendo em grande parte a sudoeste do país, há alguns grupos pequenos espalhados em Benin e ao norte de Togo. Muitas pessoas desse povo foram trazidas para a América como escravos. No Brasil, esse povo foi chamado de nagô e introduziu o candomblé (uma religião afro-brasileira).

Os iorubas são tradicionalmente os mais hábeis artesãos da África, trabalhando como ferreiros e tecelões ou no artesanato de couro, vidro, marfim e madeira. As mulheres fiam o algodão, fazem cestaria e tingimento de tecidos. A maior parte do povo ioruba vive do cultivo da terra. As mulheres trabalham pouco nas lavouras, mas são elas que controlam o complexo sistema de vendas dos produtos.

O povo ioruba tem uma língua e uma cultura fortes há séculos, mas nunca formou uma só unidade política. Migrou do leste para o oeste do rio Níger, seu atual território, há mais de mil anos. As cidades tiveram papel importante na sua história, no período anterior à colonização da África pelos países europeus. Numerosos reinos de diversos tamanhos organizavam-se em torno de um único rei, o obá. As cidades eram muito povoadas. No século XVII, a cidade de Oyo deu origem ao maior dos reinos iorubas e Ile-Ife tornou-se uma cidade de forte significado religioso, pois, segundo a mitologia ioruba, foi o centro da criação do mundo.

Nas cidades iorubas, o palácio do obá fica no centro e ao seu redor estão as habitações de seus descendentes. O reinado é hereditário. Atualmente essas construções costumam ter estruturas modernas.

Entre os iorubas há muita diversidade política e social, mas também algumas características comuns: a herança e a sucessão seguem a linhagem paterna e os descendentes vivem juntos, partilham alguns nomes e tabus, louvam seus próprios deuses e também participam de diversas associações, como a aro, uma associação de ajuda aos trabalhadores da terra. A autoridade é representada pelo obá, que é também o líder religioso, e por um conselho de chefes.


O verdadeiro significado de "ajayô"


Segundo a crença do candomblé, esse neologismo "iorubaiano" significa "axé", "bem-vindo", "olá", um desejo de paz ou qualquer outra saudação positiva, a depender do contexto. No carnaval de Salvador, ele é comumente usado como um desejo de que as pessoas se divirtam sem violência. Está começando a entender o que significa "ajayô" ? Então, veja mais!

O que significa Ajayô – Origem


Apesar de não ser uma palavra ioruba, o neologismo ajayô é inspirado nessa língua africana. Afinal, trata-se de um termo criado para ser gritado efusivamente em um bloco de tradições africanas que segue os preceitos do Candomblé.

Então, ela pode ser considerada uma corruptela, ou seja, uma nova pronúncia ou escrita originada de uma linguagem com maior prestígio social. Para saber o que significa ajayô, é preciso entender que essa nova palavra foi criada na década de 1950 e teve origem no termo "ajoyê".

Ajoyê é uma palavra bastante utilizada no Candomblé e significa "zeladora dos orixás". Isso explica, também, porque ajayô é considerado por muitos praticantes de religiões africanas como uma saudação a essas entidades.

As ajoyês, também chamadas de ekedis, são mulheres humanas que não entram em transe e são escolhidas pelos orixás dos terreiros de Candomblé. Seu papel principal é o de servir como "dama de honra" dos orixás, um cargo de grande responsabilidade.

Dentre suas funções estão a de cuidar das roupas dos orixás, zelar por eles, dançar com essas entidades e se certificar de que os visitantes do terreiro estejam confortáveis. A ajoyê também precisa "desvirar" o orixá incorporado por filhos do terreiro e checar se o devoto se encontra em boas condições físicas e mentais.

Conclusão


Eis aí o significado da palavra "ajayô". Com todo respeito e consideração a todos os praticantes do candomblé, mas, considerando-se os contextos, se é para entoar algum "grito de guerra" eu prefiro um sonoro e retumbante ALELUIA!!!


A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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