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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

EPÍSTOLAS PASTORAIS - 1) INTRODUÇÃO

Nesta tela do século XVI, o apóstolo Paulo é retratado escrevendo suas cartas
Inicio aqui uma série especial de artigos onde teremos uma oportunidade ímpar de estudar as Epístolas de 1 e 2 Timóteo e Tito. Estas cartas, em geral, são consideradas um conjunto, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na igreja. Estes conselhos fazem estas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das Igrejas de hoje.

I - As Epístolas Pastorais 


Aparentemente, a primeira carta a Timóteo foi escrita no período em que Paulo esteve preso em Roma. A segunda carta a Timóteo foi escrita durante segundo encarceramento. Desta vez o apóstolo não conseguiu sobreviver. Pelas várias referências, fica claro por essas cartas e pelo testemunho da história, que as epístolas pastorais datam próximas do final da Era Apostólica. Somente os originais das cartas de João, podem ser mais antigos. 

1. Cartas pastorais 


As três epístolas que estudaremos são chamadas de cartas pastorais, e isso se deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois jovens pastores: Timóteo e Tito. Foram escritas por Paulo um líder itinerante, que estava preocupado com os jovens pastores. Ele os instrui de modo cuidados a respeito do trato com a Igreja e com seus ministérios. 

2. Datas em que foram escritas 


A Primeira Epístola de Timóteo foi escrita por volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisões de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez Filipos). Em seguida, por volta de 65 d.C., foi escrita a Carta a Tito. Já a Segunda Epístola de Timóteo foi escrita em torno de 67 d.C., quando do segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte. Faz parte das "cartas da prisão", ao lado de Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemon. 

3. Conteúdo 


Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e advertências da parte de Deus. O conteúdo pode ser resumido da seguinte maneira:
  • a) Saudação - Nas saudações aos destinatários, Paulo demonstra o seu cuidado para como os jovens obreiros (1 Tm 1:2; 2 Tm 1:1,2; Tt 1:1-4);
  • b) Qualificações ministeriais - Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados (1 Tm 3:1-13; Tt 1:5-9).
  • c) Alerta contra os falsos mestres e as falsas doutrinas (1 Tm 4:1-5; Tt 1:10-16) - Falsos mestres e falsas doutrinas já existiam na igreja primitiva e infelizmente ainda existem (e aos montes) em muitos lugares e na igreja contemporânea.
  • d) O cuidado com a "sã doutrina" (1 Tm 1:10, 6:3; 2 Tm 1:13, 4:3; Tt 2:1) - A desse cuidado contribui para a disseminação das heresias e desvios de toda a espécie.
  • e) Comportamentos e conselhos a diversos grupos (1 Tm 5:1-25; Tt 2:1) - Paulo fala a respeito dos servos, senhores, pais, filhos, jovens e outros grupos.

II - Propósito e Mensagem 


As cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito tinham em comum os seguintes propósitos: 

1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal 


Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como exemplo em tudo (4:12, 16). Para estar na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida exemplar. Também é necessário e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida familiar (3:1-13), a fim de que, quando casado, sua esposa e filhos tenham uma boa conduta. 

2. Combater as heresias 


Paulo sabia das diversas heresias que ameaçavam as igrejas locais. O apóstolo estava preocupado com os crentes que já haviam sido seduzidos pelo judaísmo. O judaísmo exigia o cumprimento de vários rituais e liturgias, contudo Jesus nos ensinou uma nova maneira de cumprir a Lei e de viver. Jesus fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante seu sacrifício na cruz. 

Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou seja, uma filosofia herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria é má e o espírito é bom. Por isso, negava a encarnação de Cristo, pois o corpo sendo matéria, contaminaria seus espírito. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para amenizar os estragos dessa heresia, sob influência de Himeneu e Alexandre (1:19,20). 

III - Uma Mensagem para a Igreja local e a Liderança da Atualidade 


Estamos vivendo os tempos trabalhosos que Paulo falou em 1 Timóteo 4:1,2. Precisamos estar atentos, por isso, vamos estudar duas heresias da atualidade. Estas precisam ser confrontadas com a Palavra de Deus. 

1. O "evangelho" da prosperidade 


Um dos mais eminentes defensores, desta falsa doutrina ensinou que 
"você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi. Você tem um deus dentro de você. Você é um deus". 
Se o crente é "deus" pode tudo; tudo o que disser tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas que desejar, sem pobreza nem enfermidades. À luz da Palavra de Deus, tal ensinamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Sabemos que Deus abomina toda altivez (Provérbios 6:16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas. Somos criaturas, temos falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O poder e a majestade são dEle. 

2. Apostasia dos últimos dias 


Paulo adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos estão abandonando a fé em Cristo. Em Tito, ele faz advertência semelhante sobre falsos líderes, contradizentes e de torpe ganância (1:9-13). Precisamos estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem a Igreja do Senhor. O líder tem a responsabilidade de zelar pela sã doutrina. 

IV - Mensagem para a Liderança 

1. Administração eclesiástica 


Em 1 Timóteo 3:1-12 e em Tito 1:5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar um a igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc. 

2. Ética ministerial 


Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus 
"aprovado, com obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade" (2:15). 
A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de fora (Filipenses 3:17; 1 Coríntios 11:1). O líder cristão não é o que "manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mateus 20:24-28).  

Conclusão 


As cartas pastorais contém doutrinas e exortações quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações as responsabilidades espirituais e morais do ministério, do relacionamento com Deus, com os líderes e das relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino para edificação das igrejas locais nos tempos presentes. 

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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