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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A PARÁBOLA DA COBRA E DO PIRILAMPO

As parábolas (narrativas alegóricas que transmitem uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia) são muito comuns na literatura oriental e consistem em histórias que pretendem trazer algum ensinamento de vida. Possuem simbolismo, onde cada elemento da história tem um significado específico.Vou postar uma série de parábolas e uma reflexão sobre cada uma delas. A primeira dessa série é a conhecida Parábola da cobra e do pirilampo (ou vagalume).

A cobra e o pirilampo


Conta-se que certa vez uma cobra começou a perseguir um pirilampo. Ele, coitado, fugia com medo da predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
– Posso fazer-te três perguntas?
– Podes. Não costumo abrir precedentes, mas já que te vou comer, podes perguntar.
– Pertenço à tua cadeia alimentar?
– Não.
– Fiz-te algum mal?
– Não.
– Então porque é que me queres comer?
– Porque não suporto ver-te brilhar!…

Moral da história


Esta deliciosa metáfora ilustra de forma exemplar a inveja social que envenena demasiadas vezes as relações humanas. É da natureza dos pirilampos brilhar do mesmo modo como é da natureza das cobras rastejar.

Quando as diferenças de competências, características e capacidades entre seres humanos não são percebidas, o mais natural é estabelecerem-se comparações desajustadas, injustas, inúteis e normalmente frustrantes para quem sai desfavorecido.

Há coisas que, por mais que se tente mudar, não há como. Há uns milhares de anos, o sábio Salomão perguntava, de forma claramente retórica: “Pode o leopardo apagar as suas manchas?”

O igualitarismo social é utópico e contranatura porque as pessoas são intrinsecamente diferentes e complexas.

O importante é assegurar a igualdade dos seres humanos em termos de dignidade, o que, desafortunadamente, está muito longe (cada vez mais!) de acontecer. Depois, cada um faz com o que tem e é aquilo que quer e pode, sujeito ainda às vicissitudes da vida.

Até lá, ainda andamos a tropeçar em cobras quase todos os dias. Cobras que não suportam o nosso brilho e que nos querem “apagar”. Daí termos um mundo cada vez mais cinzento, triste e sombrio.

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