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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

COMO IDENTIFICAR UMA BOA MENSAGEM?

Tela "Christ, Marth, Marie", ilustrando a célebre passagem de Lucas 10:39

Com o avanço da tecnologia, que tornou possível para qualquer pessoa a gravação de vídeos amadores e com o advento das mídias sociais, que possibilita a qualquer fazer divulgação de seus vídeos, ficou muito fácil a acessibilidade do público cristão às mensagens, ministrações e/ou pregações dos mais variados tipos. Além dos amadores, muitos "profissionais" do púlpito usam a internet para veiculação de suas mensagens, suas igrejas e suas doutrinas, muitas delas nada ortodoxas e algumas verdadeiro festival de heresias. E o número de pessoas que acessam, que são seguidoras dessa turma é enorme.

Mas não é só coisa ruim que há na rede. Há muita coisa boa. Ministros sérios, comprometidos com a Palavra, cujas mensagens vão em linha com o que está registrado nas Escrituras Sagradas. São homens e mulheres que seguem "perseverantes na doutrina dos apóstolos". O problema é que o número de procura a esse tipo de mensagem é bem menor se comparado ao contrário. Este fato prova que as pessoas estão mais à procura de mensagens que lhes massageiam o ego, com conteúdo triunfalista ou enigmáticos do que a simplicidade da mensagem da cruz. 

Tem gente que se propõe a pesquisar sobre "o sexo dos anjos", sobre quem foram os caras que engravidaram as filhas de Adão e Eva, sobre o que fez e por onde andou Jesus em sua adolescência e juventude, sobre os enigmas do "código da Bíblia", se o dízimo é da lei ou é da graça, se falar em línguas estranhas "é ou não é de Deus"... e patacoadas semelhantes, coisas que em absolutamente nada trará acréscimos que contribuam para o desenvolvimento espiritual de ninguém. E estes "pesquisadores" são os mesmos que fogem da Escola Dominical e são negligentes com o leitura e o estudo da Bíblia Sagrada.

Mas neste cenário de tanta "diversidade teológica", qual podemos considerar como uma boa mensagem? Neste artigo, vamos destacar a primeira das quatro coisas citadas por Lucas no livro de Atos, sobre as bases nas quais se firmou a Igreja Primitiva: a doutrina dos apóstolos.

A doutrina dos apóstolos


Ouço sempre que devemos seguir a doutrina dos apóstolos e que se alguém lhe ensinar outro evangelho que seja anátema, citações dos textos de Atos 2:42 e Gálatas 1:8. Aí vem a pergunta: O que é a tão falada “doutrina dos apóstolos?” Comecei a pesquisar sobre isso para que eu mesma pudesse ter um melhor entendimento.

A raiz grega “didasko” (ensinar, conversar com outros a fim de instruir-los, pronunciar discursos didáticos, ser um professor, desempenhar o ofício de professor, conduzir-se como um professor, ensinar alguém, dar instrução, instilar doutrina em alguém, explicar ou expor algo, etc. – Dicionário Strong), sugere que “doutrinar” é levar alguém a aprender. Segundo a tradição judaica, teria o significado de “sentar-se aos pés de um mestre, professor ou doutor, a fim de ser ensinado”, conforme podemos ler em Lucas 10:39 “E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra” [grifo meu]. “Assentando-se também”, leva-nos a concluir que haviam outras pessoas sentadas aos seus pés aprendendo o que lhes ensinava. O próprio Senhor Jesus doutrinava: “... ouvindo isto, as multidões se maravilhavam da sua doutrina (Trad. João Ferreira de Almeida).”, “E a multidão de judeus, ouvindo, ficavam maravilhados de sua explicação da Lei (Trad. Código Real Galileu)." - Mateus 22:33. 

Entre as características da Igreja do 1º século, com a comunhão entre os irmãos e o partir o pão, estava também a “doutrina dos apóstolos”, que nada mais era do que a transmissão dos ensinamentos que o próprio Jesus havia lhes ordenado: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. (Mateus 28:19). Essa é uma prática judaica desde sempre. E é chamado de Yeshivá (do hebraico, "assento", pl. yeshivot) é o nome dado às instituições para estudo da Torá e do Talmud. As yeshivot geralmente abrigam rapazes ou homens. A instituição equivalente para mulheres é a midrashá, embora o termo yeshivá possa ser usado também para uma instituição mista ou de mulheres.

Na época de Jesus, havia duas escolas, também conhecidas como casas e ainda academias dirigidas por dois mestres da Torá: Shamai e Hilel. Ambos tinham sua Yeshivá, preparavam seus discípulos e dominavam a vida nacional de Israel nos dias anteriores ao nascimento de Jesus. Quando nosso Mestre tinha 12 anos de idade e ficou no Templo compartilhando a Torah (a Lei e os Profetas) com os sábios de Israel, possivelmente Shamai e Hilel estiveram entre os doutores que se admiravam de Suas respostas.

Será que, mesmo diante dessas evidências, podemos dizer que doutrina não tem importância, e que não precisamos dela, por um total desconhecimento do que significa? A Palavra responde: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina do Messias e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho (Trad. João F. de Almeida)”. “Todo aquele que transgride a Torá e não persevera nos ensinamentos do Messias, não tem a D-us. O que permanece em seu ensinamento tem ao Pai e ao Filho (Trad. do Código Real Galileu)”. (2 João 1:9).

Perseverando na doutrina dos apóstolos


O primeiro sermão ministrado por Pedro produziu mais de três mil convertidos! 3.000! Talvez alguns pensaram: “Agora, o que faremos com todas estas pessoas?” Lucas resumiu as atividades destes primeiros crentes em um versículo: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42). O ensinamento na primeira igreja foi chamado a doutrina dos apóstolos. Jesus revelou a sua vontade aos apóstolos e mandou que eles a entregassem ao mundo. Observe que este ensinamento não foi chamado “a doutrina da igreja”. 

Muitos seguimentos religiosos aceitam "outras doutrinas" ,, "outras revelações" como autoridade na composição de suas regras de fé e de prática. Mas o relato de Lucas demonstra que aconteceu ao contrário. Foi a pregação do evangelho que deu origem à igreja. Então, santos apóstolos e profetas guiaram a igreja até Deus completar a sua revelação (Efésios 3:5). A doutrina da igreja primitiva veio dos apóstolos porque eles a receberam diretamente de Deus.

Perseveravam


Não devemos falhar em observar quem perseverava na doutrina. Todos os crentes, não somente os pregadores, perseveravam na doutrina. Frequentemente, esperamos os outros se dedicarem à doutrina para nos guiarem. Todos os membros da primeira congregação foram dedicados à palavra. Todos desejavam aprender. Isso não significa que todos fossem mestres ou peritos. 

Deus não precisa de um monte de professores para cumprir seu plano. De fato, os estudiosos frequentemente se acham sofisticados demais para aceitar a simplicidade do plano de Deus (1 Coríntios 1:18-31). Não precisamos fazer seminário, mas Deus quer que sejamos capazes de defender as razões da nossa esperança nele (1 Pedro 3:15). Essa defesa será possível somente por meio de um discipulado dedicado.

Ouvintes e Praticantes


Os primeiros cristãos desejavam aprender porque queriam fazer. O cristianismo não é uma busca acadêmica. No livro de Atos, Lucas escreveu sobre vidas transformadas, não sobre formaturas de faculdades. Os tessalônicos suportaram perseguições. Os efésios queimaram livros de artes mágicas. Um casal, Áquila e Priscila, saíram de Roma, foram para Corinto e depois para Éfeso, e depois voltaram para Roma pelo seu desejo de divulgar o evangelho. Pessoas de fé se mostram dedicadas em ouvir e praticar!

E você? Ficaria bem no meio daqueles 3.000 convertidos e seguir firmado na doutrina dos apóstolos?

Conclusão


Faço minhas as palavras de C. H. Brown (teólogo americano): 
“A doutrina e o modo de viver são duas coisas que andam juntas. Alguém dirá que não faz nenhuma diferença em que você crê e que o mais importante é o modo de viver. Isto é falso! Você não pode viver certo se não crer certo. Não se pode separar a conduta da doutrina. A única conduta complacente é a que deseja obedecer à Palavra de Deus revelada.”
Em Atos 2 estavam pessoas que se juntavam ao grupo dostalmidim, “estudantes, discípulos”, e eles se congregavam para anunciar que Jesus era o Messias esperado pelos judeus e estudar a Torá (a Palavra), que conhecemos hoje como Velho Testamento. Aquelas pessoas não se reuniam para fazer o que se vê hoje nesse ajuntamento chamado “igreja”, que hoje,mais parece uma bizarra colcha de retalhos doutrinárias, que alimenta disputas ("A MINHA igreja é a melhor!") e, consequentemente, divisões, promovendo um violento esquartejamento do corpo de Cristo.

Atos 2:41b-42a “...e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos...(Trad. João F. de Almeida)” “...E se acrescentaram naquele dia três mil almas e perseveravam no estudo da Torá explicada pelos apóstolos...(Trad. Código Real Galileu) . Atividades puramente espirituais. Esse é o padrão para a igreja em qualquer tempo. Nunca teria havido uma igreja primitiva a não ser por este ensino específico. Por isso somos obrigados a enfatizar que o ensino deve vir primeiro porque foi ele que conduziu às conversões. Foi a pregação de Pedro, portanto o ensino ou “doutrina”, que uniu essas pessoas.

Ou seja, uma boa mensagem, passando do Gênesis ao Apocalipse, é a que cujo conteúdo se sustente na seguinte base: 
  1. O nascimento virginal de Jesus - que identifica sua deidade;
  2. Sua morte vicária na cruz do calvário - que consolida a salvação, redenção e reconciliação da humanidade perdida com o Deus Pai;
  3. Sua ressurreição ao terceiro dia - que revela a consumação da sua obra de redenção de humanidade morta em seus pecados e delitos, assegurando a ela a comunhão eterna com o Deus Criador; e,
  4. A descida do Espírito Santo - o "selo" da presença do Deus vivo no homem redimido, feito agora, morada do Deus Todo Poderoso.
Uma mensagem que não tenha essa base ou que tenha algo além dela NÃO PROVÉM DE DEUS, é invencionice fruto da "fértil" e (conforme disse Tiago em sua epístola - 3:1a, 13-18) diabólica sabedoria humana.

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