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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A BLACK FRIDAY "DRIBLARÁ" A CRISE?

Fim de ano, Natal, compras, consumo. É sempre a mesma coisa. Agora tem a tal da Black Friday, mais um naco da cultura norte americana - mestra em matéria de consumismo - que veio enlatada para o Brasil. Até parece que os brasileiros precisavam de um "empurrãozinho" para o consumismo. 

Mas e a crise? O ano de 2015 não tem sido fácil para o comércio brasileiro. As tradicionais datas de movimento alto decepcionaram com queda nas vendas pela primeira vez em muitos anos. Mas varejistas nutrem expectativas positivas de uma reviravolta com as festas de final de ano e estão de olho em uma data que vinha mostrando um desempenho cada vez mais forte: a Black Friday, nesta sexta-feira. Mas como será neste momento de recessão e cenário sombrio no comércio? A ideia do dia de "superdescontos" terá força para para convencer o brasileiro a finalmente ir às compras?

O Dia das Mães não registrava uma queda havia 13 anos. Isso se repetiu no Dia dos Pais – algo inédito desde 2005 – e no Dia dos Namorados – o primeiro recuo em seis anos. No ano, o varejo acumula uma retração de 3,3%, segundo o IBGE. Mesmo assim, segundo especialistas, os profissionais ligados ao evento e ao mercado estão cautelosos, mas otimistas e preveem um crescimento de dois dígitos nas vendas geradas pelo evento em 2015.

Tornaram-se comuns reclamações por promoções enganosas e problemas técnicos dos sites participantes


Os consumidores, o grande alvo da megapromoção, precisam estar atentos para não cair em armadilhas e ter a Black Friday transformada no que se apelidou em edições passadas de “Black Fraude”. 

Entre denúncias relatadas em anos anteriores estavam alta de preços pouco antes da data do evento para depois baixá-los e nomeá-los como “superdescontos”, diferenças entre os preços anunciados no momento da compra e na hora do pagamento do pedido, além de desrespeito aos prazos de entrega dos produtos. Sendo assim, os consumidores precisam estar atentos para não cair em armadilhas.

Dica para fugir da Black Fraude: consulte os sites que comparam preços, produtos e serviços. Eles são boas fontes de informação, e os melhores estão constantemente atualizados. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) recomenda os seguintes sites para monitorar descontos:
Não por acaso a data acabou sendo apelidada nas redes sociais de “Black Fraude”: a data em que, segundo a piada, os produtos “custam a metade do dobro”. Muita gente também se queixou de produtos que se esgotaram nos primeiros minutos da sexta-feira, mostrando que o produto em oferta era apenas um chamariz para os sites, conforme dados do site Reclame Aqui. Outro problema recorrente foram as falhas técnicas nos sites, responsáveis por 21% das mensagens enviadas ao Reclame Aqui no ano passado. 

Consumidores protestaram, porque os sites ficavam lentos, ou eles eram colocados em filas de espera sem que nunca chegasse sua vez. Quando tinham acesso à página, o produto escolhido sumia do carrinho de compras virtual antes de finalizar a compra ou não conseguiam pagar por ele. Nas últimas duas edições, boa parte das pessoas que tentaram se frustraram, e isso se reflete no alto índice de desconfiança das pessoas em relação à Black Friday hoje em dia.

Muitos consumidores ainda estão em dúvida quanto à realidade dos descontos prometidos. A Black Friday, o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, é tradicionalmente um dia de descontos no varejo americano. O nome Black Friday, que em inglês significa literalmente “Sexta-Feira Negra”, faz mais sentido traduzido para o português como “Sexta-Feira Azul”, pois o feriado (nos EUA),  passou a denotar o momento em que as lojas aproveitam para sair do vermelho e passar a registrar lucro. Ou seja, cultura estadunidense em essência e absolutamente nada a ver com a cultura brasileira.

Versão brasileira


Nos últimos anos, a Black Friday foi adotada pelo varejo em outros países, como Reino Unido, Austrália, México, Romênia, Costa Rica, Alemanha, Áustria e Suíça, para marcar o início da temporada de compras de Natal. No Brasil, as promoções foram realizadas pela primeira vez em 2010, ainda de forma tímida, movimentando R$ 3 milhões em vendas, segundo levantamento da consultoria ClearSale, e cresceram exponencialmente desde então. No ano passado, o volume movimentado pelos produtos vendidos saltou para R$ 424 milhões – quase o dobro do registrado em 2012, quando o montante já havia sido 117% superior ao de 2011. Junto com o aumento das vendas, também se multiplicaram os problemas. O site Reclame Aqui recebeu no ano passado 8,5 mil reclamações por causa da Black Friday, 6,2% a mais do que em 2012.

Do total, 27% eram relativas à maquiagem de preços, nome dado à prática de elevar o valor de um produto poucos dias antes da data da promoção para oferecer então um “desconto” em que o preço cobrado é igual ou até mesmo superior ao valor não-promocional. Em 2013, uma pesquisa do Programa de Administração de Varejo, um centro de estudos em consumo, e da Íconna, empresa de monitoramento de comércio eletrônico, mostrou que o número de produtos que ficaram mais caros na Black Friday foi maior do que o dobro daqueles que receberam descontos. Após o fim do evento, 22,6% das mercadorias oferecidas com “ofertas” tiveram seus preços reduzidos. 

Selo de credibilidade


Para combater a maquiagem de preços e o clima de desconfiança gerado por ela, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico lançou no ano passado um selo para dar credibilidade às promoções realizadas na Black Friday. Ao longo do último mês, lojas virtuais puderam se cadastrar no site Black Friday Legal, onde aderiram a um código de ética, comprometendo-se a não maquiar preços. Se descumprirem a regra, não receberão o selo no ano seguinte.

Neste ano, 500 lojas exibirão o selo, mais de trêz vezes acima das 123 varejistas credenciadas em 2013. A alta procura surpreendeu, já que a entidade esperava um aumento de 20% a 25% nas inscrições. Se ainda assim esta prática for identificada pelo consumidor, eles devem denunciá-la ao Procon, pois são crimes de oferta e publicidade enganosa, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

O órgão tem uma lista de 450 sites que devem ser evitados por consumidores, pois eles foram alvo de reclamações e não responderam às notificações, ou seus responsáveis não foram encontrados. Depois de 2012, quando a imagem da Black Friday ficou bem arranhada por causa de promoções enganosas, o setor fez uma reavaliação e passou a tomar mais cuidados. "Não tivemos tantos problemas no ano passado, só casos pontuais", diz a analista Fátima Lemos, do Procon-SP.

"Todo mundo perde quando a promoção não funciona como deveria. Esperamos que, com a experiência acumulada e o aprendizado, tenhamos um ano ainda melhor em 2014" Pedro Eugênio Piza, fundador do portal Busca Descontos, que trouxe a Black Friday para o Brasil em 2010, diz que as empresas também trabalharam no aperfeiçoamento dos sites para lidar com a demanda por consumidores online. Com promoções relâmpago ao longo deste ano, varejistas tentaram gerar o mesmo aumento de demanda normalmente registrado na Black Friday e, assim, identificar falhas. “As empresas começaram a se planejar mais cedo e fizeram grandes investimentos em infraestrutura para evitar problemas”, diz . “Ainda assim, temos que ter o pé no chão. É preciso entender que um site também tem limites. Assim como em uma loja física, não é possível atender a todo mundo ao mesmo tempo.”

Moderação para não cair em tentação


Válido recorrer à Bíblia: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" 1 João 2:15-17 (Grifo meu).

Fonte: FG, Procon

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