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terça-feira, 3 de março de 2015

LIVROS QUE EU LI 2 - OBRAS NACIONAIS

De volta à segunda parte da série Livros que eu li, na qual darei dicas de obras que li nos últimos 30 e poucos anos. Certamente, para que eu listasse todos os títulos a série seria interminável, pois nem eu mesmo consigo enumerar os livros que já li até aqui. Mas, vou listar aqueles que realmente me marcaram - quer seja para o bem ou para o mal. Também é fato que você poderá encontrar na série, livros que já leu e detestou e outros que não leria nem sob tortura. Seja como for, eu continuo com o mesmo objetivo. O de despertar em você o desejo de ler. Boralá?


Capitães da Areia

Jorge Amado
296 páginas
Lançamento: 1937
Editora: Companhia das Letras

A primeira vez que li esse livro foi para fazer uma prova do curso ginasial (atual ensino fundamental). Eu cursava a 7ª série e o livro foi recomendado pela professora de Literatura. Quando comecei a ler eu mergulhei no mundo de Jorge Amado, que até então eu só conhecia pelos romances adaptados para a televisão, como Gabriela Cravo e Canela, por exemplo. Fiquei fascinado pela história tão atual dos adolescentes que se delinquiam nas praias baianas. 

Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de quase dez décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade. Em 2011 o romance adaptado chegou às telonas, em filme homônimo, sob a direção da então estreante cineasta Cecília Amado, neta de Jorge. Sucesso absoluto de crítica.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Machado de Assis
182 Páginas
Lançamento: 1880/81
Editora: Globo

Acho difícil encontrar alguém que nunca tenha lido essa maravilha clássica da nossa literatura, classificado como obra-prima e considerado o melhor do mundo - isso mesmo, do mundo - no gênero. E, se você ainda não leu, dê logo um jeito de ir correndo atrás de um exemplar. Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura nacional. Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, foi também um dos fundadores. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado apresenta um estilo novo, rompendo com a tradicional narração linear e dando início ao realismo brasileiro. Os críticos da época perceberam que a narrativa apresentou elementos modernistas e de realismo mágico. Na obra, o narrador suspende seu relato para desenvolver reflexões paralelas a ele. Outras obras importantes do escritor são: Dom Casmurro e Quincas Borba. 

A publicação desse romance, em 1881, é precedida pela formato em folhetim da obra, publicado na Revista Brasileira entre março e dezembro de 1880. Memórias Póstumas de Brás Cubas é o marco inaugural do realismo no Brasil. Como fica explícito no título, quem narra as memórias já está morto, o que estabelece um diálogo crítico com a estética realista. Noções como verdade, ciência e razão são colocadas em discussão e relativizadas por Brás Cubas. O narrador vê o mundo com ceticismo e desprezo e, dirigindo sua crítica ao gênero humano, transforma o próprio leitor em uma das vítimas das ironias do livro.

1968: O ano que não terminou

288 Páginas
Zuenir Ventura
Lançamento: 1968
Editora: Planeta

Se você, como eu, é um amante da história do período da Ditadura Militar no Brasil (1964/1985) - os chamados Anos de Chumbo - a leitura dessa obra é obrigatória. O livro 1968: O Ano que Não Terminou, considerado um dos maiores clássicos da literatura contemporânea brasileira é um documento desse período tão turbulento e controverso da história da nossa nação. Na obra, o jornalista Zuenir Ventura promove um retrato dos acontecimentos que fizeram do ano de 1968 um divisor de águas na história do Brasil e do mundo, além de colocar em pauta o processo brasileiro de democratização.

Além de ser uma obra de excelente jornalismo, volume presta relevante serviço à revitalização da consciência democrática do país. Obra mais notável do jornalista e escritor, 1968... traz de volta um período crucial da história brasileira, no qual se ergueram lealdades e bandeiras que, às vezes um pouco desbotadas, continuam sendo vistas no cenário político. Com a urgência das grandes reportagens e a sofisticação da alta literatura, Zuenir conta neste marco da não ficção nacional como transcorreu no Brasil o ano que, por todo o mundo, iria se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema: sob a ditadura militar estabelecida em 1964 e sua repressão. Publicado originalmente em 1988, o livro aborda a conjuntura e os aspectos políticos, sociais e culturais de um ano que marcou a história. Sou suspeito para falar mais qualquer coisa que seja. Imprescindível!!!

Bom, por aqui é só. Então até a 3ª parte dessa série. Espero que esteja gostando. Espero que já tenha começado a ler...

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