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terça-feira, 31 de março de 2015

ACABOU A FARRA - SETOR AUTOMOTIVO SEGUE EM QUEDA

O setor automotivo foi uma das vedetes do governo do PT durante a vigência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O brasileiro, induzido pela então boa situação econômica do Brasil e pelos benefícios e facilidades ficais, foram à farra. O resultado foi a "superpopulação" de veículos automotores entulhando as vias de tráfego dos centros metropolitanos e bagunçando ainda mais o já caótico trânsito. Pois é, a vedete tirou a máscara e revelou sua face horrenda. Hoje, a triste realidade do setor, desnuda mais uma mentira, mais um engano, mais um engodo nos quais o povo brasileiro foi envolvido. 

A crise da indústria de veículos no país, com declínio nas vendas, paralisações de fábricas, avanço dos estoques e cortes de empregos nas montadoras, está derrubando a cadeia do setor. Desde janeiro, mais de 2 mil trabalhadores da área da autopeças, oficina mecânica e concessionárias em Minas Gerais já perderam o emprego. A última a ser desmontada foi a empresa de autopeças Delphi, em Itabirito, na Região Central do estado, que esta semana fecha definitivamente suas portas, com 800 funcionários demitidos. Atualmente, a produção da Delphi tinha a Fiat como cliente principal. A montadora, por sua vez, entra em mais uma parada técnica, de amanhã até segunda-feira. A decisão foi comunicada ontem, no mesmo dia em que voltaram ao trabalho os 2 mil funcionários da Fiat que estavam em férias coletivas desde o dia 9.

A crise, consequentemente, chegou nas revendedoras. Com as vendas em queda vertiginosa, as concessionárias de veículos de Belo Horizonte e região metropolitana estão diminuindo de tamanho, ou até mesmo fechando as portas. No ano, foram pelo menos 568 demissões em BH, Betim e Contagem, que ganharam força este mês, com 306 desligamentos contabilizados. Em alguns casos, o enxugamento do quadro de pessoal não foi suficiente e as revendas fecham as portas. Foi o que ocorreu com a Vernon, concessionária da Peugeot, na avenida Cristiano Machado, no bairro Cidade Nova. 

Segundo apurou o jornal Hoje em Dia, a revenda não é mais associada à Peugeot e encerrou as atividades na unidade da avenida Cristiano Machado há algumas semanas. A loja foi reaberta na Pampulha como uma revenda multimarcas. Dos 110 trabalhadores contratados nos tempos de bonança, hoje restam dez. O vice-presidente do Sindicon, que representa os trabalhadores em concessionárias de veículos, Diego Gonçalves, disse [em entrevista à Rádio Itatiaia] que, pelo volume de demissões, a expectativa é de fechamento de outras unidades. Em 2014, quando as demissões começaram, foram 2.900 dispensas, segundo números do sindicato.

A estagnação da economia brasileira no ano passado e o nível mais fraco do consumo interno prejudicaram o desempenho das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas, que chegaram ao final de 2014 com queda de 0,6% no faturamento real (já descontada a inflação) em relação a 2013. O cenário negativo também deteriorou as expectativas dos donos de MPEs, fazendo com que o pessimismo deles quanto a economia do País e faturamento do negócio para os próximos seis meses atingisse níveis recordes. 

Entre as regiões, o Grande ABC teve a queda mais acentuada de faturamento, de 4,6%, no acumulado de 2014 sobre 2013. A região, que tem presença forte de empresas do setor automotivo, sofreu com o desempenho fraco da indústria. 


A readequação do número de funcionários a uma nova realidade comercial é generalizada



Segundo o Sincodiv-MG (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais), a situação hoje é muito difícil, e março está caminhando para ser pior do que fevereiro. Segundo o órgão existem concessionárias devolvendo áreas e outras com demissões. Ainda segundo o órgão até primeiro de março havia uma convenção coletiva que dava estabilidade ao trabalhador, mas desde então isso já não é mais um impedimento para cortes. A rede de concessionárias no Brasil emprega 410 mil pessoas atualmente, mas esse número pode ser reduzido drasticamente. Na Grande Minas, revenda Chevrolet, o diretor Creomar Santos não vê motivos para otimismo. A empresa já demitiu em 2014 e não descarta novas dispensas. A queda no primeiro bimestre deste ano foi de 35% na comparação com o primeiro bimestre de 2014. Assim, no cenário macro não há nada que mostre que vai melhorar. Na Carbel, revenda Volkswagen na capital, a situação é semelhante, segundo a gerência.  A equipe de vendas tinha 24 pessoas e hoje tem 15. A empresa também fez cortes na parte de mecânica e funilaria.


Setor de autopeças amarga queda de 12,6% no faturamento



O menor volume de vendas de veículos tem impacto direto e perverso no setor de autopeças. O segmento, que já convivia com negócios fracos em decorrência da competição com os importados, enfrenta agora o agravamento da crise, com queda no faturamento, demissões e ociosidade em curva ascendente. O último levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta queda de 22,5% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus neste ano, até fevereiro, em relação a igual período de 2014. Tendo em vista os dados de fevereiro frente a janeiro, a retração é de 28,3%. Gerente de novos da Carbel Linha Verde, revenda da marca Volkswagen, Rayner Matos, confirma que os negócios estão em baixa e que a loja vende hoje, cerca de 20% menos do que vendia no mesmo período do ano passado. “Ainda não fizemos corte de pessoal. Estamos tentado superar a queda no movimento com outras ações, como a venda de seminovos, que agora está melhor”, afirma.

De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes de Veículos Automotores (Sindipeças), o faturamento do setor em 2014 caiu 12,6% em relação ao ano anterior. A queda foi apurada em todos os mercados: vendas para montadoras (-16,2%), vendas para reposição (-3,8%), exportação (-5,7%) e vendas intrassetoriais (-9,94%). A produção de autopeças foi 15% menor. A ociosidade do setor chegou a 37,7%, alta de 5 pontos percentuais em comparação com 2013. A balança comercial do segmento no primeiro bimestre deste ano acumula déficit de US$ 481 milhões. O desaquecimento atinge tanto as vendas como as compras do Brasil. 

Nas importações, o recuo foi de 25%. Nas exportações, chegou a 17,3%. Enquanto a Argentina é o principal destino das exportações, os Estados Unidos são a principal origem das importações. Em Minas Gerais, os dados de emprego nas fabricas de autopeças ficaram no vermelho em todos os meses do ano. Em dezembro, o contingente de trabalhadores empregados era 15% menor na comparação com igual mês de um ano antes. Em todos os estados pesquisados, o emprego caiu no ano passado, mas em nenhum deles com tanta intensidade como em Minas Gerais. Já o faturamento do setor no Estado, em dezembro, ficou 11% menor do que no mesmo mês do ano anterior. Também nesse indicador foram verificados números negativos em todos os meses de 2014.

[Fonte: Jornal Hoje em Dia, Jornal Estado de Minas, Sebrae, Rádio Itatiaia]

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