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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

EIS OS CAMINHOS, PODE ESCOLHER O SEU

Sei que muitos que "não concordam", "não aceitam", "rechaçam", "questionam", "duvidam"...  do que vou dizer nesse artigo, mas concordando ou não - isto é um direito e um problema pessoal -, o que exponho aqui não é um posicionamento pessoal ou filosofia racional. Não tenho a pretensão de mudar os conceitos de outrem, mas reservo-me o direito de defender os meus. Aliás, trata-se de uma revelação bíblica contextual.

Deus nos criou com capacidade de fazermos escolhas. Esse é um dom precioso que exige responsabilidade. O desejo do Pai é que sejamos livres e não escravos de nossas decisões. Preferir entre o bem e o mal é uma questão diária e pessoal na qual Deus não se envolve. E o pior é que há mais apelos para a prática do mal do que do bem.

Deus nos criou com liberdade de escolha por muitas razões.


1] Fomos criados à Sua imagem. Um dos mais importantes traços que Ele poderia nos dar é a habilidade de raciocinar e escolher bem.

2] Não faz parte do caráter de Deus ser um ditador, um manipulador, ou seja, um governante com poder e autoridade absolutos. Não somos fantoches, marionetes, bonecos para brincar (pelo menos não aos olhos de Deus). Leia o que a Bíblia diz sobre o caráter de Deus em Salmo 116:5, Miquéias 7:18 e 1 João 4:8.

3] Deus nos criou com a liberdade de escolha para o desenvolvimento de nosso caráter. Deus poderia ter criado Adão e Eva sem a faculdade de transgredir Suas ordens, mas em tal caso não poderia haver desenvolvimento de caráter; serviriam a Deus não voluntariamente, mas constrangidos. Portanto, Ele lhes deu o poder da escolha, a saber, o poder de prestar ou não obediência.

No Salmo 1:1,2, a Bíblia declara que o indivíduo (bem aventurado) feliz é aquele que faz escolhas sábias: “Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus..."

Um conselho obriga a pessoa a fazer o que está sendo aconselhada? De quem é a decisão final? Fazer ou deixar de fazer dependerá exclusivamente da vontade e da decisão individual. Jesus nos chama a fazer escolhas todos os dias. Leia sobre algumas escolhas que Ele  nos orienta (orientação NÃO é obrigação) a fazer: Deuteronômio 30:19, Josué 24:15.

Enquanto a porta da graça estiver aberta para nós, não é tarde demais para corrigir escolhas ruins. A decisão mais importante que podemos tomas é seguir a Jesus completamente. Desejar ser um cristão não é o suficiente. Precisamos decidir ser essencialmente cristãos. Deus não é maravilhoso em nos dar a liberdade de escolha? Como podemos escolher outro senão a Cristo?

Livre arbítrio, afinal, existe ou não?


Falar de livre arbítrio vai além de tratar de forma simplista, da possibilidade do homem em escolher entre o certo e o errado. Mais do que isso, envolve a capacidade que Deus dotou o ser humano de através de suas decisões poder transformar a si mesmo e o mundo que o cerca a cada dia. A existência do livre arbítrio é um assunto muito controverso e debatido. Muitos estudiosos negam que ao homem fosse dado tamanho dom. E em meio a tanta diversidade de opiniões, e um emaranhado de conceitos, acreditamos que a autoridade maior que nos traz um melhor esclarecimento sobre esse assunto, seria a própria bíblia.

Tendo a perspectiva de que o livre arbítrio seria um presente recebido ao nascer, não há um texto melhor para consultar do que o do livro do Gênesis, já que este trata justamente da criação do homem, de sua natureza, de sua essência, juntamente com seus atributos de livre escolha, de liberdade e consciência. Entender o livre arbítrio presente no livro de Gênesis pode ser um ponto difícil a princípio, pois liberdade de escolha passa profundamente pelos campos da filosofia, e o Gênesis é um livro que trata da história humana em um modo não convencional.

O relato da criação é, de fato, filosofia escrita deliberadamente em uma forma não filosófica, pois lida com questões importantes para que possamos entender como a liberdade de decisão aparece nas relações humanas, mais do que somente de forma teórica. O livre arbítrio é algo seguramente prático, pois no fim fala de comportamento. Podemos ver que a bíblia mostra que o livre arbítrio está intimamente ligado a seguintes questões, todas ramos de estudo filosófico:

* A metafísica e tudo que existe no mundo (Ontologia);
A área que envolve o conhecimento do ser humano (Epistemologia);

* A liberdade. Somos livres? (Psicologia filosófica); e

* Como devemos nos comportar (Ética).

Entretanto, entendamos que a bíblia nos evidencia o livre arbítrio de uma forma não muito filosófica, e seu modo de relato não caberia em nenhuma obra de Platão ou Sócrates. Isto porque a filosofia tenta expressar a verdade através de sistemas de pensamentos e sofisma. Já o Gênesis trata de verdades implícitas através de histórias e acontecimentos. É uma forma única e exclusiva, é filosofia de um modo diferente, na forma de uma narrativa de histórias.

Assim, nós aprendemos sobre a origem de tudo o que existe no mundo, ao lermos a história da criação. Nós aprendemos sobre a arvore do conhecimento , pela história do triângulo que envolveu o homem, a mulher e a serpente. Começamos a entender a liberdade humana e seu abuso, através da história de Caim, e aprendemos como devemos nos comportar (ou não), através das vidas de Abraão, Sara e seus filhos. E porque a bíblia apresenta a verdade e o livre arbítrio, para seus leitores, na forma de histórias? Uma das razões, de forma bem simples, é que histórias são de alcance universal. A bíblia é um livro escrito para todas as gerações, para pessoas de todas as classes sociais.

Não só as elites, em especial as elites que "detêm o saber", como a representada pelos altos cargos religiosos, pastores, bispos, sacerdotes, xamãs, santos, gurus, não só eles têm o poder de ler e entender as escrituras, mas do mais simples e humilde homem e mulher, jovem ou criança, todos podem entender a bíblia através de suas histórias. Então, mais do que uma simples narrativa, este clima de suspense pelo desconhecimento do futuro reflete o tema central do Gênesis, o dom, o presente da liberdade de poder decidir seu próprio destino, que Deus deu para a humanidade. E, por mais complexo que possa parecer, este entendimento está acessível a qualquer um, do mais erudito ao mais simples dos mortais. 

O bem e o mal, mesma árvore, única raiz (Rm 7:15-25)


O Criador é livre e exerce a sua liberdade em si mesmo. E quando pôs no homem a sua imagem e semelhança, Deus o presenteou com a liberdade. Essa é uma benção sem par, pois se somos o pó da terra, recebemos em nós o "sopro divino" também. Esse "sopro de Deus", essa liberdade nos traz muitas possibilidades. E mesmo que o ambiente onde vivemos possa nos moldar, nós temos condições de influenciar este mesmo ambiente, em retorno. Sim, nós fomos criados por Deus, mas recebemos a capacidade de sermos criativos.

Nós podemos escolher como agimos e reagimos, mais do que qualquer outro ser criado. Isso é algo bom, mas pode ser ruim ao mesmo tempo, se não agirmos com responsabilidade. A própria narrativa bíblica nos mostra isso. Podemos obedecer ou desobedecer, causar harmonia ou discórdia. A liberdade para fazer o bem vem de mãos dadas com a possibilidade de causar o mal. O nosso destino não está escrito nas estrelas, nem no genoma humano, nem em qualquer outro modo de determinismo. Nós nos tornamos aquilo que escolhemos ser. Ninguém pode saber o que acontecerá no futuro.

E a melhor forma de mostrar o livre arbítrio na prática, é através das histórias bíblicas. A narrativa começa com a criação do mundo, onde descobrimos o universo como um lugar de paz e ordem. A espécie humana é a única exceção, pois ela tem a capacidade de fazer o mal e criar o caos. Veja as escolhas feitas pela geração de Noé, que acabaram causando um dilúvio, pondo em perigo toda a raça humana. Com Adão e Eva veio o primeiro pecado, com Caim o primeiro homicídio. No tempo de Noé a terra se encheu de violência. Com a Torre de Babel a humanidade descobre o orgulho em excesso. Mal haviam aprendido como fazer tijolos e eles tentam chegar "até os céus", para transgredir o domínio divino.

E assim a humanidade vai desenvolvendo a sua capacidade de decidir entre praticar o bem ou o mal. 

Conclusão


O Significado Bíblico da História é Teocêntrico. No centro do conceito bíblico sobre história se encontra o Ser Divino e tudo gira em torno dEle. Deus é ativo e Soberano na história humana. A história começa quando Deus cria os céus e a terra. Ele é quem dá origem à História: a) Gn 1-2 – Criador do universo e da humanidade; b) Gn 1:1-25 – Estabelece o mundo físico, espaço no qual se desenrola a história. c) Gn 1:3-5 – O tempo é estabelecido por Ele. É a sequência na qual a história acontece. Inclusive o tempo sagrado Gn 2:1-3. d) Gn 1:26-28, 2:7-25 – Humanidade que são os personagens da história. Ex: Atos 17

O Papel do Ser Humano: Liberdade de escolha e autodeterminação (livre arbítrio). Se a história bíblica é Teocêntrica, ela, no entanto, enfatiza reiteradamente a importância do fator humano e da capacidade do homem escolher, influenciar o futuro e os eventos históricos. Ex. - Gn 2:17 – Deus proíbe comer de uma determinada árvore (Há uma proibição da parte de Deus.).  Gn 3:6-7 – O Homem desobedece e come (comeu do fruto – escolha). Resultado Histórico da escolha do homem = queda, pecado e morte (nossa história atual). No lugar do plano de Deus, escolhe outro plano. Vê-se que a capacidade humana de influenciar não é pouca.

A importância da liberdade humana é bem exemplificada na sessão: Bênçãos e Maldições – no final de Deuteronômio. Dt 28:1-2 – Se escolher obedecer – aceitar – haverá bênçãos. Dt 28:15 – Se escolher desobedecer – rejeitar – haverá maldições. Dt 30:1-3 – Se escolher mudar – haverá restauração. Dt 30:15-20 – Reitera a noção de liberdade de escolha do homem. Há uma interação da soberania de Deus e a liberdade humana. Deus aceita e respeita a liberdade de escolha humana, tolerando-a até um limite. O limite desta liberdade é até aonde o plano de Deus para o futuro não seja comprometido ou que seu remanescente seja extirpado da face da terra. Exs. Noé – Dilúvio (paradigma do fim) - Nm 13-14 - No Éden – Plano de Deus é de Glória – O homem escolheu outra direção (estrutura) – Deus permitiu, mas colocou limites (condições de vida difícil) – Deus reconduz sem forçar essa volta (Graça oferecida). E, ainda que esteja sobre outro contexto de tempo, a essência da mensagem do Senhor sobre Noé e a arca é atemporal, pois o próprio Jesus a citou, fazendo menção profética aos tempos antecedentes a sua volta à terra (Mt 24:37).

A escolha é sempre minha e não é válido o contra-argumento da “influência” na tentativa de justificar as escolhas erradas, pois, ainda que se pesem as influências, discernir e determinar qual a influência favorável ou não também é minha. Enfim, a última palavra quem dá sempre sou eu.

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