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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

IMAGEM [NÃO] É TUDO

Já se disse que imagem é tudo, e também que uma imagem vale mais que mil palavras. Só pode ser verdade, ainda mais levando-se em conta que todo mundo, na mais diversas áreas, dá cada vez mais importância à aparência das coisas do que das pessoas. Dê uma olhada à sua volta e veja quantos apelos visuais são exibidos ao mesmo tempo. Fala-se muito em conteúdo, mas o que se percebe é que a embalagem é que tem sido mesmo valorizada.

Apelo visual


Hoje, o que conta mais pontos é a imagem que as pessoas passam, ou tentam passar. Todos querem causar boa impressão, o que faz com que sejam mais aceito e se deem bem. Isso vale para as mais diversas esferas da convivência humana, aí incluídas as relações profissionais, o ambiente familiar, os eventos sociais... E a igreja. 

Parece que, para muitos cristãos de hoje, o que vale são as aparências. Princípios e valores interiores caem no esquecimento. A mídia a cada dia alimenta isso em nós. A que ponto estamos chegando: até revista de moda gospel já circula no circo evangélico. Pior são algumas teologias fundamentadas em valores totalmente opostos àqueles ensinados e vividos pelo Mestre Jesus.

Menos imagem e mais substância


Diante disso, o escritor cristão Eugene Peterson disse algo interessante: 

"Vivemos em uma cultura onde a imagem é tudo e a substância é nada; onde um novo começo é muito mais atraente do que a longa execução de um projeto. Imagens são importantes, começos são valorizados; porém, uma imagem sem substância, sem conteúdo, é ilusão". 

A fobia por crescimento, doença da moda entre alguns pastores, leva a liderança a não dar atenção para o que vai no interior de suas ovelhas. 

Afinal, o lado exterior é mais fácil de se trabalhar - é só se vestir conforme manda o figurino, utilizar o linguajar evangeliquês, levantar a mãozinha na hora que todo mundo levanta e barganhar com o dízimo. Até algumas importantes celebrações de fé, como a Ceia do Senhor, estão se transformando em ritos completamente artificiais e mecânicos. Os cultos viram desfile de moda nos quais o compromisso com Deus é tão descartável quanto o copinho em que é servido o vinho da comunhão.

Muitos acham que basta frequentar o culto matinal dominical e estar cadastrado na Escola Bíblica, ou cumprir os requisitos de uma igreja para ficar tudo certo. Mas não é bem assim, como Peterson volta a nos chamar a atenção: 

"Frequentar assiduamente uma boa igreja e repetir palavras certas é imensamente mais fácil de se fazer do que esforçar-se para manter uma vida de justiça e amor entre as pessoas com os quais se trabalha e convive."

Já é tempo de a gente voltar atrás e tentar entender o que o Senhor sempre quis nos dizer. O apóstolo Paulo deixou claro que deveríamos os gloriar apenas em Cristo e em sua obra de salvação por nós. Se é para sermos alguma coisa, que isso venha do Senhor, e não da nossa aparência de piedade e santidade.

O fariseu (a aparência) e o publicano (a substância)


Jesus, numa de suas parábolas, contou a história do fariseu, postado num lugar onde todos podiam vê-lo, clamava em voz alta que fazia e acontecia, o publicano, humilde, permanecia no seu canto suplicando baixinho pela misericórdia de Deus. O fariseu foi notado pelos homens, mas saiu dali do mesmo jeito, carregando seu orgulho no ventre; já o outro voltou justificado para casa.

Vamos dedicar mais tempo a busca de uma intimidade com o Senhor que dispense os esteriótipos de crente. Isso se consegue com uma vida de continua oração, valorizando a simplicidade e o cuidado com aquilo que realmente importa. Quantos passam por nós, clamando por ajuda, e nem são notados? Quantas vezes menosprezamos um irmão por causa de sua aparência, ou do seu despreparo? Será que é para isso que fomos chamados -  para aparentarmos ser o que não somos? Não adianta. O Senhor sonda os corações, e não serão roupas, discursos e atitudes de encomenda que irão enganá-lo.

A igreja brasileira clama por líderes, por pastores que entendam que o amor tem que ser vivido em toda esfera existencial. Não podemos deixar de amar em momento nenhum. O tempo dos pastores carrancudos, com rosto de aço, donos da verdade, sem falhas e cheios de pompa, já passou. Novos pastores estão surgindo, com um olhar mais compassivo, que valorizam a adoração e buscam isso como um estilo de vida. Vamos buscar propósitos para a nossa vida nessa jornada e jogar no lixo a tal da fachada. Quando Jesus esteve entre nós, enfatizou incansavelmente a prática do amor e disse que chegariam dias em que o amor de muitos esfriaria. O alô já foi dado. Quem tem ouvidos, ouça!

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