Total de visualizações de página

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

CARVALHOS DE JUSTIÇA

Você já parou para analisar o quanto a Bíblia fala sobre o carvalho no Antigo Testamento? Por diversas vezes e em contextos específicos, o Senhor usa essa árvore como figura de linguagem. Eu tive curiosidade de saber um pouco mais sobre o carvalho e compartilho o resultado da minha curiosidade nesse artigo.

O carvalho é um gênero de árvore classificada de dicotiledôneas cupulíveras. Há cerca de trezentas espécies de carvalho. Ela ocupa o primeiro lugar entre as árvores por causa da sua longevidade, suas grandes dimensões e qualidade da madeira. Muitas tradições em todo o Mundo consideram o carvalho como uma árvore sagrada devido à sua robustez e majestosidade. Considerava-se que havia uma forte relação de poder com os céus pelo fato de os carvalhos atraírem os raios e, por esse motivo, controlarem os trovões e as tempestades. Estas árvores estavam assim em contato com as divindades e representavam-nas de alguma forma na Terra. Símbolo de força moral e física, como o atesta a sua expressão em latim, robur, o mesmo termo utilizado para robustez e força, o carvalho representa a árvore por excelência e, através dela, o centro ou o eixo do Mundo.

O carvalho e as culturas religiosas


Na Idade Média, considerava-se que o carvalho tinha uma influência mágica sobre o tempo e a madeira de carvalho fazia parte das poções da feitiçaria que provocavam trovoadas e tempestades. Era a árvore de Zeus, na Grécia, de Júpiter, em Roma, e de vários outros deuses do Norte e do Leste da Europa. O bosque da deusa Diana estava cheio de carvalhos que eram também o símbolo da deusa. As coroas que homenageavam os soldados romanos pelos seus feitos nas batalhas eram feitas de folhas de carvalho e bolotas, o fruto não comestível gerados pelos carvalhos.

A sua importância como meio de comunicação entre o Céu e a Terra, ou entre os homens e as divindades, é notória em muitas culturas. O carvalho tem uma grande relevância na simbologia bíblica. Abraão recebeu as revelações de Deus junto a um carvalho, tanto em Hebron como em Siquém. O Antigo Testamento mencionava também que a morada de Abraão em Hebron era junto a um frondoso carvalho. Ulisses, na Odisseia, consulta o carvalho de Zeus no seu regresso a casa. Plínio, o Velho, mencionou os druidas celtas relacionando o seu nome com o nome celta de carvalho, duir, e por isso passaram a ser conhecidos posteriormente como "homens de carvalho".

Esta comparação devia-se ao facto de os druidas serem considerados homens de sabedoria e força, qualidades também atribuídas ao carvalho. Os celtas assumiram o carvalho como uma divindade e um símbolo de acolhimento ou lar e também uma espécie de templo, dado o seu forte tronco e os seus ramos e folhagens espessos. Por esta razão, na Irlanda, as igrejas eram chamadas de dairthech, "casas de carvalho", o mesmo nome que entre os druidas significava bosque sagrado.

O carvalho e a Bíblia


Carvalho (Heb. אַלּוֹן= allon), esta palavra hebraica com formas diferentes, segundo o contexto ao qual estiver inserida - segundo os tradutores da Bíblia, diversos termos hebraicos são traduzidos por carvalho, no entanto, alguns deles trata-se do terebinto -,  aparece 22 vezes na Bíblia - todas as passagens estão registradas no Antigo Testamento -  (Gn. 12:6; 13:18; 14:13; 18:1; 35:8; 46:14; Nm. 26:26; Dt. 11:30; Js. 19:33; Jz. 4:11; 9:6, 37; 1 Sam. 10:3; 1 Cr. 4:37; Is. 2:13; 6:13; 44:14; Ez. 27:6; Os. 4:13; Am 2:9; Zc. 11:2).

Os carvalhos são as principais árvores dos bosques e florestas naturais de Israel. As três espécies que crescem lá têm em comum sua madeira forte e dura e todas alcançam uma grande altura e chegam a uma idade muito avançada. O nome hebraico, Allon, significa carvalho (Amós 2:9). Florestas de carvalhos extensivos ainda existem em Basã, e estes, juntamente com os cedros do Líbano, simbolizada orgulho e a altivez (Is 2:13; Zc 11:2). O povo de Tiro fez os remos para os seus navios de carvalhos de Basã (Ez 27:6 ). Na Bíblia o pé de carvalho é o símbolo da força: ‘(o amorreu) era forte como os carvalhos’ (Amós 2:9).

Existem na Síria cerca de nove espécies de carvalho, e quase outras tantas variedades (Isaías 6:13; 44:14; Oséias 4:13; Amós 2:9). Há na Palestina carvalhos solitários, não cortados para fazer uso da lenha, que atingem grandes alturas. Quando a terra foi colonizada pelos cananeus, era, provavelmente, a Palestina ocidental tão rica de montados, como o é hoje a Palestina oriental.

A relação do Carvalho com a cor vermelha


Em Israel, encontra-se a espécie que a Botânica classifica como Quercus Calliprinus (quercus: carvalho em latim). Dela, os israelitas extraíam o tanino, usado para curtir o couro (Atos 1:6).

E também, há outro variante da árvore, identificada como Quermes (as palavras vermelho e vermelhão tem origem etimológica neste nome). O Carvalho Quermes serve de fonte de alimento para um inseto também conhecido como Quermes, que por meio de seu bico longo extrai a sua seiva da árvore e chega a morrer no processo de alimentação. Dos corpos secos deles se produz o corante vermelho. Referências bíblicas sobre o corante: Ezequiel 23:14; Jeremias 22:14.

Esta cor, em hebraico "shani" e "shani tolaat", é traduzida ao português como escarlate , vermelho. Em 2 Crônicas 2:7 ela é vertida ao nosso idioma como carmesim. A tintura é bem conhecida desde os tempos mais remotos: usada nas peças de roupa dos sacerdote e sumo sacerdote (Êxodo 28:6, 8, 15). Como também é mencionada em outras situações: o fio pendurado na janela da prostituta de Jericó (Josué 2:18); Saul usava roupas na cor escarlate (2 Samuel 1:24); o carmesim era cor conceituada (Lamentações 4.5); um manto escarlate foi posto sobre Jesus para fazer zombaria (Mateus 27:28; Lucas 23:11). "Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" - Isaías 1:18.

A árvore


Na Palestina, o carvalho acha-se representado principalmente pelo carvalho de Quermes, do qual há exemplares de uma circunferência entre 6,5 à 8 metros. Outra abundante espécie é a Valônia do Levante, isto é o carvalho decíduo de cúpula espinhosa: empregam-se as suas bolotas no curtimento de peles, mas os árabes servem-se delas como alimento.

Alguns carvalhos são sempre viçosos, mas outros são precoces, deixando cair as suas folhas no outono. É esta uma clara distinção que seria feita mesmo numa idade não científica. Que era esse o caso entre os antigos hebreus, depreende-se de duas passagens de Isaías: ‘sereis como o carvalho, cujas folhas murcham’ (1:30); e, ‘Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco’ (6:13).

Abraão habitava nos carvalhais de Manre; em Siquém, Jacó usou um pé de carvalho como esconderijo; Rebeca foi sepultada debaixo de uma dessas árvores (Gênesis 13:18; 35:4; 35:8). Josué erigiu uma grande pedra aproveitando-se da sombra do carvalho; o Anjo do Senhor assentou-se debaixo desta árvore que estava em Ofra; Absalão ficou preso pela cabeça em seus galhos; a madeira do carvalho foi usada para praticar idolatria; os remos dos barcos da Síria eram feitos da madeira do carvalho (Josué 24:26; Juízes 6:11,19; 2 Samuel 18:9; Isaías 44:14; Ezequiel 6:13; 27:6).

O Carvalho dos Adivinhos


Em algumas traduções bíblicas, em Juízes 9:37, encontramos a expressão “Carvalho dos Adivinhos” , ou “Planície de Meonenim”, ou “Carvalho de Meonenim”. Sempre usada como nome próprio. Meonenim é o particípio intensivo do verbo “anan”, que significa “praticar agouros”, uma prática proibida que era desenvolvida como negócio debaixo dos carvalhos, provavelmente por cananeus e israelitas apóstatas (2 Reis 2:16; 2 Crônicas 33:6; Levíticos 19:26). Sobre a adivinhação, veja também Deuteronômio 18:10,14; Miquéias 5;12.

Alguns carvalhos serviam como locais para adoração de ídolos (Os 4:13), e sepultamentos ocorriam sob eles (Gn 35:8) . O carvalho tem uma vida longa e, quando envelhece ou é cortado, ele tem a capacidade de se renovar, lançando novos brotos do toco ou raízes e com o tempo se transformam em árvore grande. Em sua profecia descrevendo o destino do povo judeu, para os quais foi decretado que eles deveriam sofrer grandes perdas , o profeta Isaías usa a imagem do velho carvalho (juntamente com uma Elá , Terebinto) que está perto do portão de Shallekhet em Jerusalém e que frequentemente tinha seus galhos e tronco cortado, apenas o seu coto permanecia Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída. Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu tocols  6:13.

O carvalho em Israel


Evidências desse fenômeno podem ser vistas em muitos carvalhos em Israel hoje. A mais famosa e, provavelmente, o mais velho deles , é "o carvalho de Abraão" em Hebron. Este carvalho, ou um de seus antepassados, é mencionado no Apócrifos - Jubileus e Tobit - como a árvore sob a qual Abraão recebeu os reis. Flávio Josefo (Ant. , 1:186 ; cf . Guerras, 4:533 ) também fala disso. Jerônimo escreve que Tito vendeu 10.000 cativos da Judéia sob esta árvore . Desde o terceiro século muitos peregrinos judeus e cristãos têm mencionado que esta árvore é considerada sagrada. É uma arvore  da espécie Quercus calliprinos, que constitui a maioria dos bosques, nas colinas da Judéia e da Galiléia . A maioria deles parecem com arbustos como resultado de cortes contínuos e por serem roídos por cabras.

Algumas árvores gigantes ainda sobrevivem (como por exemplo no Aqua Bella, agora chamado Ein Ḥemed). As outras duas espécies de carvalhos que crescem em Israel são caducifólias. Nas colinas da Baixa Galiléia (nas proximidades de Tivon e Allonim) existem bosques de carvalho Tabor (Quercus ithaburensis) . Esta árvore pode também ser vista no Ḥurshat Tal no vale Huleh onde existem cerca de 200 árvores gigantes (50 pés de altura com troncos de 16 pés ou mais de circunferência). A terceira espécie é o Quercus infectoria (Quercus boissier ) , chamado em hebraico  como carvalho tola, por causa do verme carmesim (tola) que vive de seus ramos. Esta árvore que tem um tronco alto e reto altura, é chamado na Mishná de milah ou milast (Mid. 3:7) .

O carvalho e nós - os "carvalhos de justiça"


Todas ás vezes que nos deparamos com problemas em nossa vida, observamos o quanto somos frágeis. As alegrias se vão e só fica a verdade de que somos impotentes para lidar com adversidades que surgem no decorrer de nossa existência. Deus nos deixa lições interessantes em sua criação para nos mostrar o contrário, que o homem foi criado forte e que essa força é sempre adquirida e absorvida dessas situações adversas.

Pois é, essa árvore é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor de catástrofes naturais do ambiente. Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam logo o carvalho (existindo no local, é claro), que naturalmente é a árvore que mais absorve as conseqüências de temporais. 

Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo! Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso! Basta apenas eles olharem para o carvalho. Por absorver as conseqüências das tempestades, a robusta árvore assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força.

Muitas vezes uma aparência triste! Cada tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça! Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme! Assim somos nós.Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes! Um pouco marcados. Muitas vezes com aparência abatida, mas fortes!!! Com raízes bem firmes e profundas na terra! 

Podemos, com isso, compreender o que o nosso PAI maravilhoso quis nos ensinar, quando disse que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. E também a confiança do rei Davi quando cantou: _"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte eu não temerei mal algum, porque Tu estás comigo..."Por isso quando olhar pela janela o lindo alvorecer, lembre-se de que não há temor com os infortúnios do dia, porque DEUS está consigo!

Deus nos deixa lições interessantes em sua criação para nos mostrar o contrário, que o homem foi criado forte e que essa força é sempre adquirida e absorvida dessas situações adversas. "A fim de que sejamos chamados carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor, para sua glória." - Is 61:3

Linda, maravilhosa, perfeita canção composta por Kleber Lucas e magistralmente interpretada pelo magistral Carlinhos Felix, faixa do cd "Carlinhos Felix - Ao Vivo", de 1998.

Fonte: Enciclopédia Judaica

Um comentário:

  1. O CARVALHO INDICA A LONGEVIDADE DO HOMEM DURANTE O REINO MILENAR DE CRISTO PREVISTO 06 VEZES EM APOCALIPSE E OCORRERÁ LOGO APÓS A GRANDE TRIBULAÇÃO

    ResponderExcluir