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sábado, 31 de agosto de 2019

PENA DE MORTE: JUSTIÇA OU VINGANÇA?


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  • Não tenho com este presente artigo a mínima pretensão de posar como "dono da verdade" e muito menos trazer uma palavra final sobre o tema que é assaz complexo. Meu intuito é, com base em pesquisas realizadas, propor uma reflexão acerca do assunto, tendo como viés, obviamente, os princípios regidos pela Bíblia Sagrada, a Carta Magna de Deus aos seus seguidores, que é absoluta e não está submissa a conceitos pessoais de justiça (João 14:20-25).
Que a criminalidade no Brasil grassa num galope incontrolável é fato. Diariamente somos surpreendidos com o registro de crimes cada vez com mais requintes de crueldade em todo o país. E a violência é bem democrática, não faz nenhum tipo de distinção. Ou seja, qualquer um de nós está susceptível a ser uma próxima vítima em potencial. 

Na mesma medida em que se cresce os números da violência, mais se discute a deficiência dos órgãos responsáveis pela segurança pública e aumenta o sentimento de impunidade. Com uma legislação flexível, cheia de benefícios e de brechas que favorecem os criminosos, a falta de uma melhor - e/ou uma má - distribuição de renda para o investimento em políticas públicas de segurança, somada à crise no sistema carcerário, têm levantado uma questão um tanto quanto polêmica: seria a pena de morte uma solução para combater o alto índice de criminalidade no Brasil? Qual o posicionamento da comunidade cristã diante dessa polêmica?

Saindo de cima do muro


Mais da metade dos brasileiros apoia a pena de morte. É o mais alto índice desde 1991, quando o Instituto de Pesquisa Datafolha passou a incluir o tema em suas abordagens. No dia 8 de janeiro de 2018 foi publicado o percentual de 57% de brasileiros que apoiam a aplicação da pena de morte no país. Um dado curioso é que a consulta revelou que os católicos são mais favoráveis à medida (63%) do que os evangélicos (50%), enquanto o apoio dos ateus é de 46%.

Ainda de acordo com a pesquisa, o "sim" à pena de morte é mais sonoro entre a população mais pobre e entre os homens. Jovens entre 25 e 34 anos são os que mais apoiam a medida (64%), uma percentagem reduzida para 52% entre aqueles que têm mais de 60 anos. Em 10 anos, o número saltou de 47% para 57% da população que se manisfesta a favor desse tipo de punição. Para a sondagem, o Datafolha entrevistou 2.765 brasileiros em 192 municípios, nos dias 29 e 30 de novembro do ano anterior (2017). No atual levantamento, 57% das pessoas entrevistadas manifestaram-se a favor da sentença máxima, 39% disseram ser contra, e 3% não responderam.

O que é a Pena de Morte


A Pena de Morte ou Pena Capital é um tema muito polêmico, debatido e discutido; pois mexe com a Palavra de Deus, com o projeto do ser humano (vida) e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Quando nos deparamos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, vemos dois artigos que são cruciais neste processo de análise:
  • Artigo 3º"Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal";
  • Artigo 5º – "Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes".
Encontrei uma definição boa sobre a pena de morte: 
"é a sentença aplicada pelo poder judiciário que consiste em retirar legalmente a vida a uma pessoa que cometeu, ou é suspeita de ter cometido, um crime que é considerado pelo poder como suficientemente grave e justo de ser punido com a morte".

O que diz a declaração Universal dos direitos Humanos


A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adaptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Dezembro de 1948, em resposta ao terror e brutalidade de alguns governos, reconhece o direito de cada pessoa à vida, afirmando ainda que ninguém deverá ser sujeitado a tortura ou a tratamento ou castigo cruel, desumano e degradante. A pena de morte viola estes direitos. Alguns protocolos foram assinados:
  • O Segundo Protocolo Facultativo para o Tratado Internacional de Direitos Civis e Políticos, adaptado pela Assembléia Geral da ONU em 1989, defende a total abolição da pena de morte permitindo mantê-la em tempo de guerra.
  • O Sexto Protocolo da Convenção Européia sobre Direitos Humanos, adaptado pelo Conselho da Europa em 1982, prevê a abolição da pena de morte em tempo de paz,podendo os estados mantê-la para crimes em tempo de guerra ou em caso de guerra iminente.
O artigo 1º deste Protocolo, em vigor desde 1 de Março de 1985, prescreve: 
"A pena de morte é abolida. Ninguém pode ser condenado a tal pena ou executado"
O artigo 2º
"Um Estado pode prever na sua legislação a pena de morte para atos praticados em tempo de guerra ou de perigo iminente de guerra"
  • O Protocolo da Convenção Americana sobre Direitos Humanos para a Abolição da Pena de Morte, adaptado pela Assembléia Geral da OEA em 1990, pretende a total abolição da pena de morte, permitindo aos estados mantê-la em tempo de guerra desde que façam essa reserva ao ratificar ou aceitar o protocolo.

A BíBLIA E A PENA DE MORTE

I) A Lei do Senhor, antes da Tora


A Lei Moral de Deus, constituindo a sua vontade permanente para o homem, e estabelecendo as obrigações e deveres, do homem para com Deus e do homem para com o seu semelhante, foi revelada em diversas ocasiões, mesmo antes da codificação mosaica.

Considerando os três aspectos da Lei e a sua aplicabilidade, vemos que as determinações de Deus ao homem proferidas antes da legislação mosaica (como por exemplo: Gênesis 9:6) possuem considerável significado para nós, pois certamente não fazem parte nem da lei civil de Israel (que ainda não existia como nação), nem da lei religiosa daquele povo (que ainda não havia sido emitida de forma codificada e sistemática). As determinações deste período que não dizem respeito a procedimentos ou práticas cerimoniais religiosas são expressões puras da Lei Moral de Deus, representando a vontade dEste, em todos os tempos, para todas as criaturas.

A Pena de Morte foi instituída por Deus neste período. Foi comandada a Noé e a seus descendentes, antes das Leis Civis ou Judiciais, numa inferência de sua aplicabilidade universal. A Pena Capital foi instituída por Deus e não pelo homem. Sua instituição se deu não porque Deus desse pouca validade à vida do homem, mas exatamente porque Ele considerava esta vida extremamente importante. 

Desta forma, perdia o direito à sua própria vida qualquer um que ousasse atentar contra a criatura formada à imagem e semelhança do seu Criador. Esta foi a base da instituição da pena de morte, em Gênesis 9:6, enraizada na Lei Moral de Deus, como um reforço à sua determinação: "não matarás". Esta mesma santidade de vida, encontraria reflexo posteriormente na codificação da Lei Moral de Deus, ou seja, no 6º Mandamento.

II) No Tempo da Lei


Nunca podemos nos esquecer que o Antigo Testamento era regido pelas Leis de Deus. Porém, precisamos discernir os diversos aspectos desta lei, que já tratei detalhadamente em outro artigo (➫ aqui) e reveremos em síntese:
  • A Lei Civil ou Judicial – Representa a legislação dada à sociedade ou ao estado de Israel. Ex: os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições. Tinha a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel. Como tal, não é aplicável normativamente em nossa sociedade.
  • A Lei Religiosa ou Cerimonial – Esta representa a legislação levítica do Velho Testamento. Ex: os sacrifícios e todo aquele simbolismo cerimonial. Tinha a finalidade de imprimir nos homens a santidade de Deus e apontar para o Messias, Cristo, fora do qual não há esperança.
  • A Lei Moral – Representa a vontade de Deus para com o homem, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus deveres principais. Tem a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a discernir o bem do mal. É aplicável em todas as épocas e ocasiões.

Há controvérsias?


Como entender passagens como Êxodo 21:12-14; 22:2; Números 35:31 e Deuteronômio 19:1-13. Como entender que o mesmo Deus que disse: "Não matarás", mandou matar, através dos exércitos de Israel, milhares de pessoas, incluindo homens, mulheres, crianças, e até animais (Observar Dt 13:15; Juízes 20:48)?

Dt 17:12,13 


Essa passagem salienta que o ofício judicial fora divinamente determinado e que os vereditos deviam ser aceitos, sob pena de morte. Essa pena era aplicada principalmente nos casos de homicídios. Uma pessoa que tirasse a vida de uma pessoa, pagaria na mesma moeda. 

E isso era assim, devido ao fato de que a vida era um bem sagrado estando protegido pela lei de Deus. A vida era algo de valor inestimável em Israel. Por exemplo, não havia pena de morte em relação a bens patrimoniais. 

Nesse casos, dava-se a pena de forma restitutiva, ou seja, se alguém roubasse uma galinha, esse ladrão restituiria duas galinhas ao dono. Dependendo da gravidade do furto, roubo, essa restituição poderia ser maior. Já no caso do homicídio doloso, haveria a retribuição com a própria vida. Teria que pagar o crime com a própria vida.

Em Levítico 24:21 diz: 
"...quem matar um animal fará restituição, mas quem matar um homem será morto."

III) No Novo Testamento


No caso específico da Pena de Morte, temos alguns registros, onde o assunto é mencionado, não havendo indicação de que os pontos básicos de justiça divina tivessem agora sido modificados, para a nossa era. Vamos ver alguns destes trechos:
Mateus 26:52 –
"Jesus disse: 'todos os que lançarem mão da espada, pela espada morrerá'".
Parece ser um reconhecimento tácito da legitimidade de aplicação da Pena Capital, como justa punição aos que vivem pela violência e desrespeito à vida.

João 19:11 – 
"...nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado." 
Jesus reconhece que o poder de Pilatos de tirar a vida, vem do alto. Ele não contesta este poder, mas o considera legitimo, ainda que aplicado ilegitimamente, no caso de Jesus, e talvez desproporcionalmente aos parâmetros bíblicos, no caso de outras execuções.

Atos 25:11 – 
"Paulo, na sua defesa perante Festo, disse: Se eu cometi algum erro e fiz qualquer coisa digna de morte, não recuso morre." 
Verifique que:
  • a) Paulo reconhece que existiam crimes dignos de morte,
  • b) Paulo informa que não ofereceria resistência ao recebimento da Pena de Morte,
  • c) Paulo, implicitamente, reconhece que alguma autoridade possuía o direito de condenar alguém à morte.
Romanos 1:32 – 
"...que são dignos de morte, os que tais coisas praticam". 
Paulo reconhece que existem pessoas "dignas de morte" dependendo dos atos praticados.

Romanos 13:1 (e versículos seguintes) – 

O conhecido trecho, que especifica as obrigações do governo, já tratado na abordagem dada pela Confissão de Fé, coloca claramente a espada nas mãos do Governo, como instrumento legítimo de punição.

1 Pedro 2:13-14 – 
"...sujeitai-vos à toda ordenação humana".
Os governos recebem a autoridade das mãos de Deus. Devemos clamar contra as injustiças, mas não recebemos sanção para considerá-los ilegítimos aplicadores da justiça, por mais distanciados que estejam de Deus. Não recebemos sanção, de igual modo, para desobedecê-los, mesmo quando são injustos ("...sujeitai-vos não somente aos bons e humanos, mas também aos maus..." 2:18), a não ser quando nos impelem a que desobedeçamos às próprias determinações de Deus. Neste caso, devemos agir e responder como o próprio Pedro em Atos 5:29: 
"Mais importa obedecer a Deus, do que aos homens".

Apocalipse 13:10 – 
"Se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto" – 
Em harmonia com a afirmação de Cristo, em Mateus 26:52, numa inferência de que o princípio de justiça da retribuição, continua válido no Novo Testamento.

Semelhantemente ao verificado no Velho Testamento, as determinações eternas de Deus não estavam atreladas à bondade ou não dos governos temporais. O governo do contexto do Novo Testamento era bastante injusto, ruim e primitivo, mas mesmo assim a legitimidade dos governos não foi retirada.

COMO NOS POSICIONARMOS COMO CRISTÃOS EM RELAÇÃO A PENA DE MORTE


Como cristãos não podemos dizer que a pena de morte não tenha respaldo bíblico, quando aplicada em casos extremos, de crimes hediondos, com requintes de crueldade e perversidade, levada a efeito por autoridade legal, legítima e competente. Isto é verdade, no entanto, a pena de morte ou qualquer outro castigo, imposto por autoridade ilegítima pode ter fins ilegais. 

No caso de países em que cristãos ou outras pessoas são condenadas por causa de sua fé, há legalidade, mas não há legitimidade, diante de Deus. Contudo, considerando que as leis humanas são falhas; que há "erros judiciários", em que inocentes têm sido condenados em lugar de culpados; que há perseguições políticas, religiosas e abusos de autoridade, entendemos que o cristão não dever ser favorável à pena de morte. 

É preferível que, em casos gravíssimos de crimes hediondos, seja aplicada a prisão perpétua, em que o criminoso tem oportunidade de se recuperar, e até de ser um crente em Jesus.

Precisamos entender que estamos vivendo no Tempo da Graça de Deus


  • Não estamos sendo direcionados e sujeitos “à muitas das leis” do Antigo Testamento, mas estamos vivendo o tempo da graça de Deus (Rm 6:14).
  • Não vivemos sob a Lei Civil de Israel.
  • Não estamos sob a Lei Religiosa de Israel e sob nenhuma de suas ordenanças cerimoniais, uma vez que estamos sob o tempo da graça.
  • Não Estamos Sob a Condenação da Lei Moral de Deus, se fomos resgatados pelo seu sangue, mas nos achamos cobertos por Sua graça.
  • Precisamos entender que estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que:
Ela continua representando a soma de nossos deveres e obrigações para com Deus e para com o nosso semelhante. Ela é a trilha traçada por Deus no processo de santificação, efetivado pelo Espírito Santo em nossas pessoas (Jo 14:15). Nos dois últimos aspectos, a própria Lei Moral de Deus é uma expressão de sua Graça, representando a objetiva e proposicional revelação de Sua vontade.
  • A defesa da Pena de Morte, contra assassinatos, baseada nos princípios e determinações, inicialmente expostas em Gênesis 9, é uma atitude coerente com o horror à violência demonstrado na Palavra de Deus. A Bíblia é contra a impunidade que reina em nossos dias, contra o desrespeito à vida. Esta violência, que é fruto do pecado e uma prova irrefutável da necessidade de regeneração do homem sem Deus, não pode ser combatida com a mesma violência da parte de indivíduos ou grupos, mas sim pelos governos constituídos. A Bíblia é, portanto, pela lei e pela ordem, pelo respeito à propriedade e à vida, pelo tratamento da violência dentro dos parâmetros legais do governo, pela Pena de Morte, para que a Sua Palavra seja respeitada e a violência diminua na terra.

Conclusão


O ensinamento de Cristo 


"Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão" (Lucas 6:37).
A quem Jesus disse estas coisas? Aos seus discípulos e não a qualquer pessoa, conforme lemos em 6:20. Certamente, estas palavras são extensivas a todos os cristãos em todas as épocas, mas NÃO PODEM SER APLICADAS COMO POLÍTICA DE ESTADO. 

Os magistrados não podem deixar de julgar e condenar os culpados nem passar a soltar todos os presidiários. Isto tornaria inviável qualquer sociedade. 

O indivíduo deve ter o amor como base do seu relacionamento com o próximo, mas o Estado precisa exercer a justiça. Onde o amor predominar, a justiça deixará de ser dura, não por mudança na lei, mas pela ausência de necessidade. Se o amor entre os indivíduos evitar os homicídios, o Estado não precisará executar a pena de morte, caso esteja prevista em lei. Logo, o amor cristão pode transformar comunidades de baixo para cima e não de cima para baixo. A legislação não deve ser feita com amor nem com ódio, mas com justiça.

O papel da Igreja


Igreja não é tribunal. Seu papel é pregar o evangelho, demonstrar o amor e dar oportunidade a todos. Não somos o Estado. 

Jesus perdoou e salvou um dos ladrões que foram crucificados com ele, porém, não impediu sua morte. A salvação da alma não preserva necessariamente o corpo. É verdade que a pena de morte pode dar lugar a eventuais injustiças, pois o sistema judiciário é falível, mas não podemos negar que, aqueles países que a adotam têm o direito de fazê-lo, inclusive com respaldo bíblico. 
"A morte do culpado não é o caminho para reconstruir a Justiça e reconciliar à sociedade. Existe, pelo contrário, o perigo de que isto alimente o desejo de vingança e se semeie nova violência."

[Fonte: Revista Ultimato; Revista Comunhão; CAPC - Ministério Apologético; Nota Expositiva; Militar Cristão; Canção Nova; EDB Web; BÍBLIA ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995; CHAMPLIN, Russel. O Novo Testamento Interpretado. Vol. III. Milenium, S. Paulo, 1986.]

A Autor da vida, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: O QUE O CRISTÃO PRECISA SABER?

O que diz a Bíblia?


A doação de órgãos é um procedimento médico moderno que não é especificamente mencionado na Bíblia. Algumas pessoas se opõem a ele simplesmente porque é "novo" e "diferente", mas esta não é a base correta para julgar a questão. Deus deu ao homem a capacidade de pensar e inventar (veja Gênesis 4:20-22), e nunca condenou o progresso tecnológico em si.

O homem pode usar sua capacidade imaginativa para o mal. Quando o faz, é condenado por Deus (6:5). Mas ele também pode usar esta capacidade para o bem, como pode ser claramente visto em muitos modos de transporte que podem ser usados para espalhar o evangelho, sejam barcos ou carros da era do Novo Testamento, quer bicicletas, automóveis e aviões de nosso tempo.

Desde que e Bíblia não fala especificamente da doação de órgãos, precisamos aplicar os princípios que o Senhor ensina para julgar este método moderno de salvar vidas. Doar para o benefício de outros é sempre bom (Atos 20:35). Arriscar ou mesmo sacrificar a própria vida para salvar outra é visto como o mais elevado ato de amor (João 15:13).

O que é doação de Órgãos


A doação de órgãos é a concordância expressa, ou presumida, por parte de uma pessoa, consentindo que seus órgãos sejam retirados após sua morte para serem aproveitados por pessoas portadoras de doenças crônicas, visando aumentar-lhes sua sobrevida.

Transplantes de órgãos


  • a) Transplantes comuns

As pessoas, cristãs ou não, já se acostumaram a ouvir falar em transplante de rins. Não há grande questionamento a respeito dessa prática médica quando um doente renal crônico tem sua vida normalizada, ao receber o transplante de um rim, de uma pessoa viva, às vezes um parente, ou de pessoa amiga.

O rim é um órgão par que permite ao doador viver bem mesmo tendo cedido um deles. Outra doação que também não causa controvérsia é a de sangue - exceto ao seguidores  do movimento das Testemunhas de Jeová, que são expressamente contra a prática não só da doação de sangue, mas de qualquer outro órgão -, elemento de importância vital para o funcionamento do corpo.

  • b) Argumentação contrária à doação de sangue

Há quem pense que a transfusão de sangue é uma forma de "comer" sangue, o que é proibido pela Palavra de Deus. Este tipo de argumentação contrária à doação não tem consistência, visto que o processo de absorção do sangue, diretamente nas veias do receptor, não é o mesmo que ocorre quando da ingestão de algo através do aparelho digestivo. É ignorância de quem pensa diferente.

O transplante de parte do fígado, de igual modo, tem sido realizado com relativo sucesso, pois é um órgão que se regenera completamente.

Quanto ao transplante de órgãos, por doação, entre pessoas vivas, não vemos qualquer implicação ética, à luz da Bíblia, caso a consciência de ambos, doador e recebedor, esteja em paz e sem dúvidas. Ler Romanos 14:1-23; 1 Co 8:7-13; 10:23-33.

A nossa consciência para atuar corretamente precisa estar alinhada e sintonizada com a Palavra de Deus. A consciência em si mesma não é juiz. Muitos servos de Deus têm sido salvos de morte certa, beneficiados por um transplante bem sucedido. Eu mesmo já recebi muito sangue por ocasião em que estive internado com grave problema em decorrência de complicações causadas pelo diabetes.

Doação após a morte


Há uma lei brasileira que torna disponíveis órgãos para transplantes extraídos de pessoas mortas. Em 04 de fevereiro de 1997, após muitas discussões, com argumentos pró e contra, foi publicada a Lei 9.434, referente à "doação presumida" de órgãos humanos.

De acordo com essa norma, todo brasileiro que não registre em sua carteira de identidade ou de motorista, a observação não doador, é considerado doador presumido.

Com ou sem a autorização da família, o médico pode declarar a "morte cerebral" do paciente, e, nesse caso, os órgãos deste são retirados para serem implantados no corpo de algum doente crônico, visando restituir-lhe a saúde.

Observações

  • 1. Transplante

O transplante de órgãos e tecidos é uma ciência médica, que consiste na remoção de um órgão enfermo e em sua substituição por ou­tro que, na maioria das vezes, procede de um cadáver.

No caso dos rins e do fígado, a doação e a recepção podem ocorrer inter vivos. Transplantam-se órgãos inteiros, como o coração, ou partes de um órgão, como o fígado. Transplanta-se também pele, visando a recuperação de áreas atingidas por queimaduras graves.
  • 2. Xenotransplante
Além da transplantação clássica, há outras que se encontram em fase experimental como, por exemplo, o xenotransplante: o enxerto de órgãos animais em seres humanos.

A essa transplantação dá-se o nome também de heteróloga. 
"[…] Trata-se de um tema bastante delicado e que vem sendo discutido com muita expectativa e interrogações"(ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.122,23).

Argumentos Contrários


Existem argumentos comuns e populares contrários à doação de órgãos, mesmo entre cristãos, conheçamos alguns:
"Receio de que haja comercialização de órgãos humanos."
É o medo de se tornar uma cobaia. Infelizmente, a imprensa já chegou a noticiar casos em que sangue e outros órgãos foram objeto de venda, causando desconfiança entre muitas pessoas.
"Receio que haja discriminação."
É a preocupação com o uso de órgãos de modo diferenciado para pobres ou para ricos.
"A integridade do corpo."
Na cultura judaico-cristã, o corpo é considerado sagrado, e a retirada de órgãos é uma forma de profanação do corpo.
"A esperança de um milagre."
Há irmãos que são contrários à retirada de órgãos por crerem que Deus pode realizar um milagre de ressurreição do morto.
"Preocupação com a ressurreição."
Há, até, crentes que se preocupam com o fato da ressurreição, alegando que naquele momento faltaria uma parte do corpo em caso de doação de um órgão. Os tais precisam ser esclarecidos mediante a sã interpretação das Escrituras.

Posicionamento cristão

Fazer aos outros o que se quer para si mesmo


Se um pai tem um filho que sofre de problema cardíaco crônico, irreversível, a quem os médicos dão poucas chances de sobrevida, certamente deseja ansiosamente que os médicos encontrem um coração de alguém, que dê esperanças de sobrevida ao doente. Isto se enquadra no que a Bíblia diz: 
"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus 7:12).

A doação de órgãos como expressão de amor


Salvar a vida de alguém é, sem dúvida, uma demonstração de elevado sentido espiritual e moral. Nosso Senhor Jesus Cristo não apenas doou algum órgão por nós, mas deu toda sua vida em nosso lugar, na cruz do Calvário. Ele se doou, de espírito, corpo e alma, para que não morrêssemos.

O apóstolo João nos exorta: 
"Conhecemos a caridade nisto: que Ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele a caridade de Deus?" (1 Jo 3:16,17).
  • Sei muito bem que hermeneuticamente, esse versículo NÃO ESTÁ falando específica ou expressamente sobre a doação de órgãos, mas sim, sobre o ato de doar como um todo.
Nesse texto, vemos o apóstolo do amor ensinar que devemos "dar a vida pelos irmãos" e que os proprietários de "bens" no mundo que fecham o coração para o irmão necessitado não têm a caridade de Deus. Podemos entender que um órgão a ser doado é um "bem" do mais alto valor para a salvação da vida orgânica de um doente.

O verdadeiro amor constrange-nos à doação. Não é fácil a uma família tratar de semelhante assunto numa hora em que as lágrimas são mais eloquentes do que qualquer apeio humanitário.

Mas, é justamente aí, que devemos perpetuar a vida do ente que se foi num outro ente que, dependendo de nossa atitude, pode ficar entre nós ainda por um bom tempo. Que as igrejas, pois, estejam preparadas a fim de auxiliar seus membros a agirem momentos como esse. O problema é que este é mais um daqueles assuntos sobre os quais, infelizmente, a maioria dos cristãos não dão a menor importância.

A falta de órgãos aqui, não tem implicação na ressurreição do corpo


Na ressurreição, não haverá qualquer problema quanto a ter ou não um determinado órgão. Há pessoas mutiladas, sem pernas e sem braços, sem olhos, mas que, ao ressuscitarem, terão corpo espiritual perfeito. 
"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas" (Filipenses 3:20,21 - grifo meu).
O corpo será "corpo glorioso" e "corpo espiritual" (1 Co 15:42,43), que não precisará de órgãos físicos. O corpo que vai ressuscitar será o corpo que foi sepultado, porém transformado em corpo espiritual. Se assim não fosse, não teria sentido falar-se em ressurreição.

Ressuscitar é trazer à vida aquilo que morreu. Diz o apóstolo Paulo: 
"Assim também, a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual" (15:42-44). 
  • "Animal", neste texto em concordância semântica e exegética com seu contexto, significa literalmente "animado pela alma".

Argumentos teológicos


Infantilismos teológicos. Há crentes que não se dispõem a doar seus órgãos, por temerem ficar incompletos quando do arrebatamento da Igreja. Afinal, como entrarão na Jerusalém Celeste sem o coração? Ou sem os pulmões? Ou, então, desprovidos de rins?

Na vida futura, todavia, não precisaremos de tais órgãos. Quando todas as coisas se consumarem, nem das gônadas sentiremos falta, conforme sublinha o próprio Cristo: 
"Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus" (Marcos 12:25).
Na eternidade, todos seremos perfeitos, como perfeitos são os santos anjos. Por enquanto, necessitamos de órgãos, tecidos, ossos e sangue em virtude de nossa fisiologia. Esta, porém, é transitória.É o que o apóstolo Paulo deixa bem patente no texto sobre o qual já tratamos aqui.

Em vez de especularmos com assuntos tão sérios, exercitemos o amor cristão. Na vida eterna, não precisaremos mais de coração. Então, que este venha a pulsar noutro peito. Que nossos pulmões arfem noutro tórax. E que os rins que, hoje, nos filtram o sangue, venham a beneficiar os que se acham presos à máquina de hemodiálise.

A Ética e o bom senso sobrepujando as especulações


A não doação de órgãos viáveis, para pessoas corretamente identificadas como receptoras, obedecendo aos critérios públicos de prioridade (ou "fila", se preferir), é que se constitui uma negação dos princípios básicos do Evangelho: doar vida para que o próximo viva, para que o fraco seja fortalecido. Sem esquecer que sempre que um recurso bolado por nós beneficia alguém, principalmente de forma ética, o Nome do Senhor é engrandecido, Sua graça comum distribuída, Seu amor insondável e misterioso proclamado.

Não é possível suportar o assassinato como forma de angariar órgãos; não é possível suportar pastores que não proclamam o perdão dos pecados pela cruz de Cristo, mas a via do enriquecimento fácil pelo suborno (?!) de Deus Pai.

Não é possível suportar quadrilhas que vituperam o correto exercício da medicina traficando órgãos; não é possível suportar políticos que são tão evangélicos quanto lobos, e que usam de um discurso fácil e raso para se manterem confortavelmente aboletados nos seus mandatos.

Não é possível enxergar no profissional médico um assassino serial frio e calculista (ainda que exista); não é possível enxergar no pastor e no missionário um falsário e um farsante (ainda que exista).

Por último, no meu país a baderna, a criminalidade generalizada e a corrupção deslavada e impune não são a tônica! Ou se o são, também assim é na Argentina, nos Estados Unidos, na Itália, na Grã-Bretanha, na Austrália, para citar apenas alguns.

Conclusão


Portanto, fica claro e evidente que a doação de órgãos em vida, como no caso da transfusão de sangue, ou do transplante de rins, não deve ser objeto de reprovação entre os cristãos, ressalvados os casos de consciência, como já foi explanado.

Quanto à doação de órgãos, a serem extraídos de cadáveres, é preciso que se respeite a consciência e vontade expressa (e não apenas presumida) do possível doador, bem como de sua família.

Por outro lado, devemos, como cristãos, demonstrar que a doação de órgãos é um ato de amor, do mais alto sentido, e não apenas de mero sentimentalismo sujeito a mudanças de ponto de vista. Sentimento apenas, não é fé, nem amor, como reflexo da imagem de Deus no ser humano, principalmente quem teme a Deus.

A doação de órgãos é um ato de dar que raramente envolve risco para o doador, mas que pode servir para beneficiar grandemente o receptor. Em raros casos, uma pessoa viva pode ser chamada a doar um de um par de órgãos, ou tecido parcial de um órgão sadio para salvar a vida de um parente próximo. Se a doação do próprio braço direito ou o rim direito salvar a vida de seu filho, qual o pai amoroso que se recusaria? 

A forma da doação que é mais comum é usar o órgão de uma pessoa falecida para salvar ou melhorar a vida de uma pessoa viva. Um acidente de carro pode tirar a vida de um homem saudável cujo coração, fígado e outros órgãos podem ser usados para salvar vidas de outros. A decisão, enquanto vivo e saudável, de permitir tal doação é um ato de bondade e amor que beneficia um receptor desconhecido. 

O órgão que já não serve mais para a pessoa morta e servirá integralmente para o banquete de vermes na natural putrefação, pode permitir a uma jovem mãe cuidar de seus próprios filhos, ou a uma criancinha chegar à idade adulta. 

Infelizmente, por motivo de restrições na minha saúde, não posso ser um doador nem de órgãos e nem de sangue, mas, se assim não fosse, no fim de minha vida, meu coração pudesse bater em outro peito ou meus olhos pudessem permitir a outro ver, eu seria mais uma vez grato por ter me dado o privilégio de, mesmo após a morte, ter podido ser bênção na vida de alguém.

Por fim, agradeçamos, pois a Deus que deu ao homem a inteligência para desenvolver novos meios de salvar vidas.
[Fonte: SciELOCTEC - Vida Cristã; Bíblia de Estudo Palavra Chave (ARC); Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 3º Trimestre de 2002 – Título: Ética Cristã — Confrontando as questões morais – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima – Lição 1: A ética cristã face a ética dos homens – Data: 7 de Julho de 2002; Ultimato On Line]

A Deus toda glória.
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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

GRATIDÃO, AINDA QUE TARDIA


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"Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus" (1 Tessalonicenses 5:18).

Os cristãos são ensinados a pedir: 
"Peçam, e lhes será dado..." (Mateus 7:7). 
Também são ensinados a agradecer, conforme o versículo que abre este artigo. Contudo, é fato que não agradece na mesma proporção em que se pede e que se ganha.


Não há como negar: a falta de gratidão é falta de educação. Além disso, a gratidão tem um enorme valor terapêutico. O cristão que cultiva o hábito de agradecer a Deus é uma pessoa mais saudável, mais disposta, mais dinâmica, mais disponível, mais proativa e mais aceita. A gratidão leva ao louvor, à adoração e pode transformar prosa em verso.

Uma multidão de mal-agradecidos


É preciso falar sem rodeios: falta de gratidão é falta de educação. Antes de ensinar aos filhos a dizer "muito obrigado", os pais precisam aprender a dizer "muito obrigado" a Deus.

Os 10 leprosos


É muito conhecida a história dos dez leprosos que foram curados por Jesus numa de suas viagens da Galileia para a Judeia (Lucas 17:11-19). Eles não obtiveram a cura no momento nem no local em que se encontraram com o Senhor, mas na caminhada ao encontro dos sacerdotes, de acordo com a orientação dada por Jesus. Depois de curados, só um deles, que era samaritano, voltou e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus para agradecê-lO e glorificá-lO pela cura recebida. Então, Jesus fez três perguntas de imediato aos que estavam ao seu redor: 
1) "Não foram purificados todos os dez? 2) Onde estão os outros nove? 3) Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro?" (17,18).

Espírito de gratidão


A Bíblia manda pedir e manda agradecer. Não apenas pedir, mas também agradecer. "Sede agradecidos" – ordena enfaticamente o apóstolo Paulo (Colossenses 3:15). A expressão "Rendei graças ao Senhor", que são as primeiras palavras de cinco Salmos (105, 106, 107, 118, 136), aparece inúmeras vezes nesse livro poético. 

Até o "esquisito" Jonas fala em agradecimento quando menciona a sua necessidade de Deus para livrá-lo do ventre do grande peixe (Jn 2:9). O espírito de gratidão de Paulo é impressionante. O apóstolo está sempre dando graças. Logo no início de onze de suas treze epístolas, Paulo registra que dá graças a Deus por suas manifestações na vida daqueles para quem escreve (Romanos 1:8; 1 Coríntios 1:4; 2 Co 2:14; Efésios 1:16; Filipenses 1:3; Cl 1:3; 1 Ts 1:2; 2 Ts 1:3; 1 Timóteo 1:12; 2 Tm 1:3; Filemon 4). Ele, que tanto ora pela igreja e pelos fiéis, se sente na obrigação de agradecer: 
"Devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor" (2 Ts 2:13).

O valor terapêutico da gratidão


A gratidão é tão necessária ao espírito humano quanto à confissão de pecados e ao desabafo da alma perante o Senhor – não só no aspecto ético, mas também no aspecto emocional. Faz muito bem à mente enumerar e agradecer as bênçãos recebidas da divina mão. Esse exercício alegra, anima e fortalece a alma. Afasta o cristão de seus problemas reais ou imaginários e o aproxima de Deus. Abre os seus olhos para 
"...a entranhável misericórdia de nosso Deus" (Lc 1:78) 
e fecha-os para a opressão do demônio. 

A gratidão profunda e contínua cura o pessimismo, o derrotismo e a fatalidade cega. O cristão que cultiva o hábito de agradecer a Deus pelo que Ele é e pelo que Ele faz dificilmente terá crises de desânimo. Não abrigará no coração a presença incômoda e doentia do queixume, da murmuração e da amargura. Será uma pessoa mais saudável, mais disposta, mais dinâmica e mais aceita por Deus.

Conclusão

Da prosa ao verso


Embora haja alguma diferença entre render graças e salmodiar, as duas expressões de culto se completam e andam juntas. Render graças é expressar gratidão; salmodiar é cantar ou recitar poemas em louvor a Deus. 

É preciso salmodiar (Sl 30:4; 47:6; 66:2) ou cantar com júbilo ao Senhor (9:11; 81:1; 98:1). 
  • Foi isso que Moisés fez logo após a passagem a seco pelo mar Vermelho (Êxodo 15:1-19). 
  • Foi isso que Ana fez logo após o nascimento de Samuel (1 Samuel 2:1-10). Foi isso que Débora fez logo após a vitória de Israel sobre Sísera (Juízes 5:1-31). 
  • Foi isso que Davi e os filhos de Coré sempre fizeram para registrar a misericórdia divina (a maior parte dos Salmos). Foi isso que Ezequias fez logo após ter sido curado por Deus (Isaías 38:9-20). 
  • Foi isso que Maria, Zacarias e Simeão fizeram logo após o nascimento de Jesus (Lc 1:46-55, 67-69; 2:29-32).
A gratidão leva ao louvor e pode transformar prosa em verso. 

O fato é que não nos faltam motivos para agradecer a Deus e, se não conseguirmos ser gratos a Ele, não o conseguiremos ser a mais ninguém. E você, quantas vezes já agradeceu a Deus hoje?
  • Escrevi mais sobre esse tema ➫ aqui e ➫ aqui.
[Fonte: "Teologia Para o Cotidiano - A sabedoria bíblica para a vida diária | SÉRIE ULTIMATO 50 ANOS"; Magalhães Lenz César, Elder; 2014; 120 pg.; Editora Ultimato]

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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

PAPO RETO - SIMPATIA NÃO É UMA QUESTÃO DE FÉ, É UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

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"A respostas branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Provérbios 15:1).
Ser simpático é ser amável, respeitador, simples, bondoso e compreensivo. A simpatia é um atributo humano indispensável para a nossa relação social no dia-a-dia. É claro que nem sempre se consegue manter o sorriso, principalmente nas horas difíceis, mas, se a pessoa tem domínio próprio, sabe como agir nessas horas. Existe algo mais desanimador do que lidar com pessoas iracundas, que estão sempre com aquele semblante carregado, como se carregasse sempre sobre a cabeça nuvens escuras e raios?
Tem muita gente nas fileiras evangélicas que se vangloria por ser "pavio curto", do tipo que "não leva desaforo pra casa". É o "crente pitbull". Vive rosnando pelos cantos, mostrando a presa e sempre pronto a dar uma mordida. Ou o "crente cavalo", que vive dando patadas em todo mundo. Seria esse o perfil de alguém que se diz imagem e semelhança de Deus?
"Entretanto, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas virtudes não há Lei" (Gálatas 5:22,23 - grifos meus).
Evite usar palavras duras com seus colegas, porque elas podem lhe trazer sérios aborrecimentos. É verdade que ninguém consegue agradar a todos, sempre existe uma ou outra pessoa cujas ideias se contrapõem às nossas. Contudo, se a pessoa mantém uma atitude antipática e não agrada a ninguém, acaba formando muitos inimigos, que num momento ou outro poderão prejudicá-la.
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8).
Ser simpático com as pessoas, em todos os âmbitos de relacionamentos é algo valioso, independentemente da posição que se ocupa ou do setor onde se trabalha. Desde a pessoa responsável pela limpeza ao mais alto cargo hierárquico da instituição, todos devem tratar-se mutuamente de maneira cortês, portando-se adequadamente. Agindo assim, o irmão estará zelando pela boa imagem do ministério, pela sua própria imagem, mantendo, assim, sua conduta e seu testemunho dignamente.

Conclusão


Lembre-se que a simpatia é algo valioso, independentemente da posição que se ocupa ou do setor onde trabalhe e/ou exerça o seu ministério. Ser simpático é muito importante para sua ficha profissional e ministerial, pois é inconcebível que as pessoas se sintam mal atendidas, mal tratadas, e, certamente, elas irão reclamar se isso ocorrer.

E todos sabemos que há uma máxima no comércio que diz que "o cliente tem sempre razão". Trazendo isso para o âmbito eclesial, encontramos orientação na Bíblia, veja:
"Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Romanos 12:10 - grifo meu). 
"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (Filipenses 2:3,4 - idem).
Tome cuidado quando for tratar com os outros, quer seja por telefone, por meio de redes sociais (tem gente que se esquece que o perfil pode ser pessoal, entretanto a rede social é um espaço de domínio público) e, principalmente, se for pessoalmente - muito mais ainda, se sua comunicação for no púlpito. Não use termos vulgares e grosseiros. Não trate os outros com intimidade, se não for íntimo, mas trate sim a todos, com simpatia e educação.
"Portanto, tudo quanto quereis que as pessoas vos façam, assim fazei-o vós também a elas, pois esta é a Lei e os Profetas" (Mateus 7:12).
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domingo, 25 de agosto de 2019

PERSONALIDADE RELIGIOSA - CAIO FÁBIO

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Neste capítulo da série especial de artigos, trago um enfoque biográfico de uma das personalidades religiosas mais controversas do seguimento cristão. Com um visual  nada ortodoxo, estilo "hiponga", amado por uns, não tão amado por outros e questionado por muitos, Caio Fábio é daquelas pessoas marcantes, que não passa desapercebida. 

De personalidade forte e contundente, ele é do tipo que não tem papas na língua. Fala de tudo, sobre tudo e geralmente tudo o que fala levanta algum tipo de polêmica, suscita debates e divide opiniões. E ele não está nem aí com o que falam a seu respeito.

O pastor - embora ele não goste muito de ser chamado assim - amazonense de 64 anos, que mora em Brasília é o líder do ministério Caminho da Graça. Produtor de vídeos para o programa Papo de Graça, exibido pela web, líder de caravanas de estudo para as terras bíblicas e casado com Adriana D'Araujo há 19 anos, Caio Fábio diz que os dois têm um ótimo convívio com sua ex-esposa, com quem teve cinco filhos (um deles morreu atropelado e o outro nasceu sem vida). Vamos conhecer um pouco sobre a vida desse que há tempos é um dos grandes nomes no seguimento cristão.

O início

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O então reverendo Caio Fábio D'Araújo Filho, mais conhecido como Caio Fábio, marcou a trajetória de discipulado e evangelismo no país. Publicou centenas de livros e fundou a Fábrica da Esperança, um complexo de assistência social dentro da favela de Acari, no Rio de Janeiro. Ali implementou uma estrutura de cursos e atividades que atendiam mais de 24 mil adolescentes nos últimos três anos de existência.

Como integrante da Igreja Presbiteriana, durante 10 anos, abriu a programação da TV Globo todos os sábados, a convite da direção da emissora. Escrevia editorias compartilhados no Jornal O Globo e no Jornal Extra. Criou a Rádio Vinde Brasil AM e a Rádio Vinde na Rádio Fluminense. A Vinde possuía uma rede de 20 livrarias espalhadas pelo país. O pastor também realizou Cruzadas Evangelísticas por 25 anos, e muitas Cruzadas e Congressos Mundiais, onde era representante do Brasil. Nos anos 90, coordenava a revista Vinde e a Vinde TV, dois canais por onde transmitia suas pregações e conteúdo cristão. Foi também presidente da Associação Evangélica Brasileira por sete anos.

Fez amigos e teve inimigos. Em abril de 1998, divorciou-se da primeira esposa, Alda D'Araujo, após concluir que o casamento havia acabado e lamenta pela traição que cometeu. Era referência e respeitado por autoridades, intelectuais e artistas brasileiros. Passou por escândalos na esfera política, teve depressão, deixou tudo para trás e se refez. O grande pensador se afastou e… sobreviveu.

O divórcio e o calvário


Caio Fábio se casou aos 19 anos com Alda Maria Fernandes. Essa união rendeu 4 filhos, Ciro, Davi, Lukas e Juliana. Em comum acordo com sua esposa, optaram pelo divórcio após 25 anos de casamento. Sem dúvida, a questão mais polêmica sobre o ministério de Caio Fábio é seu divórcio e adultério. Muitos afirmam que seu ministério foi invalidado por conta de tais decisões. Primeiro, falaremos sobre o divórcio. Antes de tudo, a opinião do próprio Caio:
"Em 1978, quando se discutia se o divórcio seria ou não instituído no Brasil, eu tinha 23 anos, já era pastor, e servia em Manaus. Como já fazia três anos que tinha um programa na tevê, e como pregava em todos os lugares na cidade, eu era figura carimbada em todos os debates que havia. Por isso me chamaram, juntamente com o Presidente da OAB local, o arcebispo, o bispo, e todos os líderes católicos, a fim de debatermos o tema do Divórcio. Foram horas de debate ao vivo, na Rede Amazônica de Televisão. E tentaram me trucidar. Razão? 
Eu dizia que o divorcio era um remédio amargo que só se deveria ministrar se fosse para salvar o paciente. Mas eles preferiam ver o paciente morrer casado. O casamento como instituição era maior que a vida. Era uma reedição do 'Sábado maior do que o homem' — coisa essa que Jesus enfrentou. Divórcio é sempre divórcio. Separa! Quebra! Entretanto, o divórcio como decisão física, e depois, legal; só divorcia os que espiritual, psicológica e realmente já estejam divorciados. Há muitos casais que jamais se divorciarão objetiva e legalmente, embora vivam divorciados de seus cônjuges legais a vida toda. Sou a favor de que todo aquele que nunca conseguiu se casar com o cônjuge, se divorcie; caso isto lhe faça mal, e crie na pessoa as doenças do desvalor. 
E sou a favor de que todos os que já foram casados e são casados, não se divorciem — não sem fazerem de tudo para salvar o casamento, no caso de crises. Pois onde um dia houve amor, aí o amor pode sempre se renovar. Porém, onde nunca houve aquele amor gostado e desejado, que é o amor entre homem e mulher — mas, ao contrário, só existe tristeza, amargura, maus tratos, indiferença, agressões, traições, covardia, silêncio, falta de intimidade, manipulação, e opressão — então, em tais casos, sou a favor de que se divorciem. Posto que já vivem como divorciados.Era isso que pensava aos 23 anos de idade, e é isso que penso até hoje" (Extraído do site de Caio Fábio).
A aplicação do que Caio afirmou, para sua própria vida, foi tomar um remédio amargo como última possibilidade, visto que seria impossível manter seu casamento de forma sadia, a não ser como casamento de aparência, um casamento fariseu. 

Acerca do próprio divórcio, Caio afirmou ser "um inferno", visto que sabia as consequências destruidoras daquela decisão, e jamais a teria tomado se não fosse necessária.  Hoje, Caio Fábio e sua ex-esposa convivem de maneira harmoniosa e amigável, sua esposa nunca se pronunciou publicamente denegrindo a imagem de Caio, ao contrário, os dois convivem de maneira sadia quando se vêem, por conta do vínculo dos filhos. 

A "queda"


O Divórcio foi pedido pelo próprio Caio a esposa, junto a uma confissão particular sobre seu adultério. Segundo Caio, a esposa pediu alguns dias para se organizar antes do divórcio se tornar público, mas a história vazou. Não houve nenhum flagrante de seu adultério, não houve nenhuma descoberta da parte de ninguém de seu erro, houve uma confissão de seu erro. 

O próprio Caio reconheceu e confessou seu erro de modo corajoso e sincero, sem justificativas, Caio afirma reconhecer que errou, e que o culpado foi ele do seu adultério. Apesar das dimensões públicas que isso tomou, Caio preferiu manter a sua integridade diante de Deus, confessando seu pecado, do que manter um pecado oculto, escondido, somente para continuar com seu status diante dos homens. 

Preferiu a glória de Deus do que a glória dos homens. Biblicamente, podemos dizer que um pecado honestamente confessado diante de Deus não tem perdão? O adultério de Caio Fábio foi perdoado e esquecido por Deus, seu divórcio foi um fim inevitável de seu erro, todavia, os mais envolvidos convivem bem, então por que os que nada sabem sobre o assunto ainda julgam Caio por isto?

Muitos pastores e líderes vivem cobiçando mulheres no coração, ou deliberadamente cometem adultério oculto, e continuam nas cátedras e púlpitos de maneira hipócrita. Sem falar no fato de que pecado é pecado, seja ele adultério, ou mentira, roubo, hipocrisia, dentre outras mazelas que encontramos nos púlpitos das igrejas. Se Caio foi sincero, por que o condenamos? Por que acolhemos os que ocultam seu pecado e castigamos o sincero?

Não estou aqui fazendo apologia ao erro e ao pecado e muito menos posando de advogado de defesa de Caio Fábio. Mas faço sim apologia ao acolhimento e a Graça de Deus em favor do pecador arrependido. Sem dizer o fato de que há diferença no justo que comete um erro, mas se arrepende, daquele que vive em iniquidade. Caio teve um casamento de 25 anos, e adulterou uma única vez. 

Vários personagens importantes da Bíblia cometeram pecado e foram perdoados por Deus após arrependerem-se. O maior e mais importante rei da história de Israel, Davi, cometeu adultério, homicídio, e após arrepender-se, foi perdoado por Deus. Por que seria diferente hoje, se Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente?

Quem pode dizer que Deus não perdoa o pecador arrependido?


Há os que dizem que Caio Fábio agiu de modo rebelde ante a disciplina da Igreja Presbiteriana da qual era pastor. Mentira! Caio nunca foi disciplinado, ele mesmo abriu mão do direito pastoral, por conta do adultério e por conta de outras convicções, visto que não crê na diferença entre "clero e laicado", pois todos somos sacerdotes, conforme Pedro afirma. O sacerdócio universal dos crentes, pregado desde Lutero, foi o motivador para que ele não quisesse permanecer com status sacerdotal. 

Atualidade


Caio aliou-se ao mundo digital para continuar expandindo o Evangelho. O portal caiofabio.net tem sido seu maior ministério, e foi onde ele gerou o Caminho da Graça e a Vem e Vê TV, bem como a Editora Prólogos, que lança seus livros. O pastor também produz cursos à distância no canal Caio Fábio Exclusivo para centenas de alunos.

Continua com a voz mansa e prioriza a simplicidade e a graça de Deus em sua vida. Conheça um pouco de Caio Fábio após 45 anos de ministério como seguidor de Cristo em constante transformação. Caio Fábio, além de um grande pregador, sempre foi um homem comunicador.
"A comunicação é o meu trabalho. Qualquer um que seja um pregador tem que ser também um comunicador. Nem todo comunicador é um pregador, mas todo pregador precisa ser um comunicador. 
Eu nunca fiz diferenciação entre as coisas. Sempre me comuniquei e, depois que me converti, passei a comunicar o Evangelho. O Evangelho e qualquer outro fenômeno de comunicação em mim se tornaram há 45 anos a mesma coisa"
disse em recente entrevista ao portal Pleno.News.

Polêmicas, não poucas


Durante seu apogeu como principal líder evangélico na década de 1990, Caio teve um "flerte" com a política e foi quem abriu as portas da igreja evangélica para o PT (Partido dos Trabalhadores). Depois ele teve seu nome envolvido numa trama dos dossiês sobre o PSDB, o dossiê Cayman. 

Entre as peculiaridades do reverendo Fabio está o seu ataque incessante ao movimento evangélico tradicional. Como a igreja evangélica brasileira nos últimos anos tem se tornado uma fábrica de doentes mentais, ateus, fanáticos, e principalmente desiludidos, Caio Fabio tem um espaço amplo para arrebanhar seguidores - e eles não poucos. 

Seu canal na internet tem um grande número de participantes diariamente e seus vídeos números surpreendentes de visualizações e compartilhamentos. Caio tem posicionamentos bem peculiares acerca de assuntos espinhosos no seguimento evangélico, como a homossexualidade - um de seus filhos é homossexual assumido -,
já tendo, inclusive, em 2006 se envolvido em uma ácida discussão com Júlio Severo - um de seus muitos desafetos -, conhecido por seu combate à prática da orientação homossexual (veja aqui), o sexo antes do casamento
o aborto,
e, claro, o divórcio.

Metralhadora giratória


E sobre o que fala, faltaria tempo e espaço para eu citar aqui as incontáveis afirmações que Caio Fábio faz sobre os mais diversos assuntos (se quiser conhecer algumas, clique aqui). Uma coisa é certa, dono de um discurso liberal e autodeclarado "livre das amarras da religião", Caio Fábio é um nome relacionado a constantes polêmicas e confrontos.

Desafetos


Com posicionamentos tão, digamos, nada conservadores, não é de se estranhar que Caio colecione desafetos. Além do já citado Júlio Severo, na lista dos desafetos de Caio Fábio, constam nomes como os figurões da teologia da prosperidade o líder da Iurd, bispo Edir Macedo - a quem ele já chamou de ladrão -, o líder da IIGD, missionário RR. Soares, o líder da IMPD, apóstolo Valdemiro Santiago e líder da IARC, o também apóstolo Estevam Hernandes. 

Mas, não tem como não citar a rusga existente entre ele e outro tão polêmico quanto, ainda que em em extremo oposto, o pastor Silas Malafaia. Num texto aberto e direto, Caio Fábio afirmou que "num país sério", Silas Malafaia "estaria na cadeia", pelos bens que teria acumulado num "esquema" com "laranjas"
"Tudo que ele tem está em nome de 'laranjas'. Manda ele me processar. Eu sei como funciona o 'esquema'. No fim tudo é dele. O avião é da 'igreja', mas, no fim, a 'igreja' é dele. Aprendeu com Macedo. A escola é velha […] Estelionatário e mentiroso"
afirmou Fábio.

A respeito da teologia da prosperidade, Caio Fábio disse que Silas Malafaia 
"é um homem seletivo e malandro. Diz o que convém onde acha que pode. Todo argumento dele vem do Velho Testamento. Jesus não serve para justificar a 'tese'". 
A respeito da questão envolvendo os homossexuais, Caio Fábio foi enfático ao dizer que o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) "odeia sim" os gays e que "as bases 'científicas' dele são as de um burro"
"Tudo nele é ódio. Até para falar de amor ele odeia. Se constrange quando se pede que ele repita algo sobre amor aos gays"
escreveu Caio Fábio. Mas, apesar dos constantes e acirrados embates entre eles pelas redes sociais
no passado, eles foram grandes amigos, conforme já dito pelo próprio Caio. 

Conclusão


Eu não concordo com muito dos posicionamentos e afirmações de Caio Fábio, acho que ele erra pelos excessos que comete, pela falta de equilíbrio. Mas, nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. Muitas mentiras foram ditas contra a vida de um homem sincero, precisamos abrir nossos olhos para que não nos encontremos lutando contra a verdade e sinceridade e apoiando a hipocrisia de falsos ministros do Evangelho, que querem manter o povo cativo e cego debaixo de suas tiranias. Jesus nos conceda misericórdia, e nos ajude a ter misericórdia do nosso próximo.

Uma coisa é certa, gostem ou não dele, concordem ou não com ele, amem-no ou deixem-no, o nome de Caio Fábio segue fazendo discípulos (não poucos, diga-se de passagem) e já está registrado na galeria das grandes personalidades religiosas - mesmo que ele repudie ser assim considerado. Me perdoe, Caio, mas, já que fez a fama, agora deite na cama.

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