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sábado, 30 de maio de 2020

LIVROS QUE EU LI — "VENCENDO GIGANTES..." — HERNANDES DIAS LOPES


Dizer que os tempos atuais são tempos difíceis é redundante, repetitivo, clichê mas nunca uma hipérbole. Todos nós dessa geração nunca antes tínhamos vivenciado algo semelhante. O que conhecíamos sobre crises semelhantes a essa era o que nos contavam nossos antepassados e o que tinha registrado nos livros de História e nos roteiros de filmes do cinema. Hoje, somos nós os coadjuvantes em uma história real, cujo cenário assustador não conta com efeitos especiais e cujo final ainda não sabemos ao certo, embora, torçamos e oramos para que seja um final feliz.

Para um momento tão singular como este, não há aditivo mais importante do que a fé. Fé no Deus que — mesmo que não entendamos Seus propósitos — é sim soberano e tem o controle sobre absolutamente tudo. O dia que deixarmos de crer assim, estaremos fadados ao iminente fracasso e aos desgostos de uma grande derrota.

Dizer que estamos em uma batalha contra um invisível gigante, mais do que uma metáfora é constatar o óbvio sem, contudo, não ser óbvios, mais estrategistas. Vencedores de gigantes triunfam em público, porque já tiveram importantes vitórias privadas. Eles não fogem e nunca desistem. Eles não se contentam com nada menos que a vitória. Este livro que fui impulsiona a reler para não ser vencido pelo desânimo é como uma mola propulsora para que se possa enfrentar com coragem as adversidades, desafios e novas etapas da vida. Mais que isso, é um incentivo para viver à luz da verdade diante de incertezas e instabilidades

Sobre o autor



O pastor – Palavra da Verdade
O reverendo Hernandes Dias Lopes é um pastor de confissão presbiteriana. Pai de Thiago e Mariana, ele vive na capital paulista com sua mulher, Udemilta Pimentel Lopes. Aos 56 anos de idade, é considerado hoje uma referência em diversos ambientes denominacionais, sendo frequentemente requisitado para pregações e conferências em eventos e igrejas de linha histórica, reformada e pentecostal. 

Desde sempre muito religioso, sua carreira voltada a Cristo se inicia no ano de 1978, com o início de seus estudos no curso de Bacharel em Teologia, no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas (SP), o qual se estende até 1981. No ano seguinte, assumiu o púlpito da 1ª Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista (SP). Em 1985, tornou-se titular da 1ª Igreja Presbiteriana de Vitória (ES), onde permanece até hoje.

Dono de sólida formação acadêmica — é doutor em Ministério tem doutorado em Ministério pelo Reformed Theological Seminary, do Mississippi (EUA) —, Hernandes é um dos escritores cristãos mais prolíficos da atualidade. Tem mais de 100 obras publicadas, com destaque para a série "Comentários Expositivos Hagnos", títulos na área de família, como "Casamento, Divórcio e Novo Casamento", "Casados & Felizes" e "Mães Intercessoras", obras de teologia e espiritualidade como "A Segunda Vinda de Cristo" e sucessos editoriais, como "Morte na Panela", "Escolhas Perigosas" e "Pregação Expositiva".

Produção literária


Como já dito, o pastor possui dezenas de títulos publicados, e se debruçar sobre cada um deles é uma tarefa que extrapola os objetivos deste artigo. E se estamos falando em ensinamento, a didática é um tema indispensável à obra de Hernandes Dias Lopes. Isso fica claro nos livros "A pedagogia dos Milagres de Jesus", no qual ele demonstra que os milagres são também ensinamentos, e em "Vencendo Gigantes..." — o enfoque deste artigo —, no qual afirma que a vida cristã não é feita somente de coisas positivas e fáceis, e sim de muita luta, mesmo que a vitória seja certa.

Por fim, vale a pena analisar toda a bibliografia deste grande autor e pastor para escolher aquelas que  mais se encaixam ao seu momento de vida e seus interesses. Foi exatamente o que eu fiz.

O livro e a realidade do contexto


"Vencendo Gigantes..." nos apresenta de maneira clara como a batalha contra os gigantes é uma peleja contínua. Quando um cai, outros se levantam. Não podemos ensarilhar as armas nem ficar desatentos. A vida cristã não é uma colônia de férias, mas um campo de batalha. 

Você e eu somos soldados e fomos alistados no exército de Deus. Somos diariamente treinados — desde o dia em que fomos chamados — e já recebemos as armas de defesa e combate. O poder para a vitória vem de Deus. O segredo da vitória é andar na dependência de Deus.

A história não caminha para um fim trágico, Jesus está assentado na sala de comando do universo. Ele é digno para conduzir a História à consumação final. A vitória é certa e segura. Caminhamos para a coroação. Por enquanto o inimigo revela a sua insolência, mas sua derrota final já está lavrada. Levante a cabeça, entre em campo, lute e vença.

Os nossos planos não são superiores aos projetos de Deus


Muitas pessoas planejam triunfar na vida, e por um tempo sobem os degraus do sucesso, mas no final acabam fracassando. Esse fato pode ser visto na saga esportiva brasileira. Em 1950 o Brasil hospedou a Copa Mundial de Futebol. O Brasil era o mais forte candidato ao título. Venceu o México por 4 a 0. Empatou com a Suíça com 2 a 2. Venceu a Iugoslávia por 2 a 0. Goleou a Suécia por 7 a 1 e derrotou a Espanha com 6 a 1. Foi para a final no dia 16 de julho de 1950 contra o Uruguai dependendo apenas de um empate, mas foi derrotado no Maracanã por 2 a 1.

Hoje nos estamos nos sagrando campeões na primeira batalha da vida. Mas outras batalhas virão. Há gigantes no caminho da vida que precisam ser enfrentados e vencidos. Os gigantes revelam quem somos: covardes ou corajosos. Há gigantes reais e fictícios. Exemplo: Os dez espias de Israel: "...Somos aos seus olhos como gafanhotos..." (Números 13 — cito versículo  versículo 33b).

Há desafios pela frente. O país e o mundo passam por uma crise aguda. A economia está em crise. A saúde está em crise. A família está em crise. A Igreja está em crise. Há gigantes em cada esquina. Como vencê-los? Vamos às estratégias de acordo com os ensinamentos do livro, que é baseado na conhecidíssima passagem bíblica de 1 Samuel 17.

I. VOCÊ SÓ VENCE OS GIGANTES QUANDO VOCÊ TAPA OS OUVIDOS À VOZ DE PESSIMISMO DA MULTIDÃO — v. 10,11


1. O gigante Golias era um homem de mais de 3 metros de altura. Era uma duelista que infundia medo. O rei, seus exércitos e o povo tremia de medo. Durante quarenta dias o gigante afrontou os exércitos de Israel. Ninguém tinha coragem de lutar contra ele. A voz do povo era de total pessimismo. Mas Davi não não deixou o pessimismo do povo roubar a sua coragem. Ele enfrentou o gigante e o venceu. 

2. A voz do povo é uma voz de fracasso. As pessoas comentam sobre a crise. Elas estão derrotas pela crise. Eles só olham para a altura dos gigantes. Mas é no tempo de crise que se revelam os heróis. É no ventre da crise que nascem os vencedores. Não escute a voz dos pessimistas. Não dê atenção aos medrosos. Você pode derrubar os gigantes. Você pode ser um vencedor. 

Exemplos: 


a) Isaque cavou poços no deserto. Semeou em tempo de fome e colheu a 30, a 60 e 100 por um (Gênesis 26). 

b) Franklin Delano Roosevelt (1882/1945) queria ser presidente dos EUA. Nascido em 30/01/1882 em New York, estudou na Universidade de Harvard e Columbia. Exerceu a advocacia por um tempo, mas deixou para se dedicar à política. 

Aos 39 anos foi vítima de poliomielite, ficando paralítico da cintura para baixo. Ele não desistiu de seus sonhos. A multidão dizia que ele jamais poderia ser presidente. Foi o único que foi eleito 4 vezes consecutivamente presidente dos EUA.

II. VOCÊ SÓ VENCE OS GIGANTES QUANDO TRIUNFA SOBRE AS CRÍTICAS DOS QUE ESTÃO À SUA VOLTA – v. 28-30


1. A crítica machuca quando vem de ALGUÉM QUE ESTÁ ACIMA DE NÓS — Era o caso de Eliabe o irmão mais velho. Dentro das igrejas, temos "muitos Eliabes" que nos subestimam e gostam de se fazer superiores ou por causa de dons espirituais, ou por causa de tempo de crente.
2. A crítica machuca quando QUESTIONA AS NOSSAS MOTIVAÇÕES — Eliabe achou que Davi era motivado pela presunção.

3. A crítica machuca quando é CONTÍNUA — "...Que fiz eu agora?..." – Eliabe estava criticando Davi sempre.

4. A crítica machuca quado VEM DE PESSOAS QUE NOS CONHECEM A MUITO TEMPO — Eliabe cresceu com Davi. Era seu irmão. Era da própria família. Quando mais íntima é a relação, mas dolorosa e ácida é a crítica.

5. A crítica machuca quando VEM DE PESSOAS QUE NÃO ACREDITAM NO NOSSO POTENCIAL — v. 31-33  "...Você não pode…"; "...você não tem experiência..."; "...você é ainda muito jovem..."; "...você ainda tem muitos defeitos..." 

6. A Revista Time de Abril de 1986 publicou um artigo sobre "Homens sem perspectiva de futuro". Veja a "singeleza" da listinha:
  • Ludwig van Beethoven – Wikipédia, a enciclopédia livrea) Ludwig Van Bethoven (✩1770/✞1827) — Seu professor o qualificou como sem esperança como compositor.
"Esse jovem tem uma maneira estranha de manusear o violino. Prefere tocar suas próprias canções ao invés de aprimorar suas técnicas". 
  • Quem foi Walt Disney? - Segredos do Mundob) Walt Disney (✩1901/✞1966) — Foi despedido por um editor de um jornal por falta de ideias. Walt Disney foi à falência várias vezes.
  • Thomas Edison says electricity will cure everything (1914) - Click ...c) Thomas Alva Edson (✩1847/✞1931) — Seu professor lhe disse que ele era muito estúpido para aprender qualquer coisa. Registrou a patente de mais de 1.000 invenções.
  • Resultado de imagem para eINSTEINd) Albert Einstein  (✩1879/✞1955) — Sua tese de doutorado em Bonn foi considerada irrelevante e sofisticada. Alguns anos depois seria expulso da Escola Politécnica de Zurich.
  • Louis Pasteure) Luiz Pasteur (✩1822/✞1895) — Foi apenas um estudante medíocre. Em Química foi colocado em décimo quinto lugar num grupo de 22. Inventou a penicilina.
  • Fordlândia, a utopia industrial que Henry Ford queria construir no ...f) Henry Ford (✩1863/✞1947) — O primeiro a fabricar carros em série. Foi à falência cinco vezes antes de ser bem sucedido nos seus negócios.
7. Não deixe as críticas colocar medo no seu coração. Fuja dos críticos e enfrente e vença os gigantes.

III. Você só vence os gigantes quando desiste de lutar com armas alheias para ser autêntico – v. 38-40


1. Saul queria colocar uma armadura em Davi que não era dele. Davi disse: 
"Não posso andar com isto..." 
"...Davi tirou aquilo de sobre si" (v. 38,39).
Não podemos enfrentar gigantes com armas alheias.
2. Em tempos de crise as pessoas irão fazer com que você se torne iguais a elas. Seja você mesmo. Você é uma pessoa única, singular. Você pode vencer com os dons e talentos que Deus lhe deu. Você pode vencer no mesmo campo crivado de perdedores. 

3. Não se assuste se os gigantes ameaçam você e tentam escarnecer de você. Agarre os gigantes pelo pescoço e triunfe sobre eles. 

IV. VOCÊ SÓ VENCE OS GIGANTES QUANDO ESTÁ DETERMINADO A VENCER – v. 48


1. Davi não andou para a linha de batalha, ele correu. Ele estava ansioso para ganhar, para vencer. Ele era um homem determinado.

2. Por que Davi escolheu 5 pedras? Ele pensou: 
"Se eu falhar na primeira, na segunda, na terceira, na quarta tentativa, eu não vou desistir."
3. Deus não nos  criou para ser um fracasso. Ele quer nos conduzir em triunfo. Não desista de lutar e vencer. 

Exemplo: 


O maior presidente americano em todos os tempos 
foi Abraham Lincoln (✩1863/✞1947). Nasceu na roça. Trabalhou na enxada. Trabalhava para pagar os livros. Estudava à noite até às madrugadas. Seu nome é famoso no mundo inteiro com nome de ruas, avenidas, bancos, universidades, carros. 

Mas Lincoln era um homem determinado a vencer apesar das aparentes derrotas: 
  • Aos 22 anos fracassou em seus negócios. 
  • Aos 23 anos foi derrotado para a Legislatura. 
  • Aos 24 novamente fracassou em seus negócios. Aos 25 anos foi eleito para a Legislatura. 
  • Aos 27 anos foi vítima de um colapso nervoso. 
  • Aos 29 anos foi derrotado à candidatura de presidência da câmara. 
  • Aos 31 anos foi derrotado no Colégio Eleitoral. 
  • Aos 39 anos foi derrotado na sua candidatura ao Congresso. 
  • Aos 46 anos foi derrotado para o Senado. 
  • Aos 47 anos foi derrotado na sua candidatura à vice-presidência. 
  • Aos 49 anos foi derrotado na sua candidatura ao Senado.
Aos 51 anos foi eleito presidente dos Estados Unidos. Não desista de lutar e vencer. Não se contente com nada menos do que a vitória. Ser um vencedor de gigantes!

V. VOCÊ SÓ VENCE OS GIGANTES QUANDO RECONHECE QUE A VITÓRIA VEM DE DEUS E A GLÓRIA DEVE SER DEVOLVIDA A DEUS – v. 37,45,47


1. Davi entrou na peleja sabendo que era Deus quem o conduzia em triunfo. A vitória vem de Deus. É Ele quem fortalece as nossas mãos para a batalha. Ele é o nosso Criador, Sustentador, Redentor, Protetor. Não vencemos por causa da nossa sabedoria, força ou estratégias. 

2. Saul e seu exército fugiu porque olharam para o tamanho do gigante. Davi venceu porque olhou para Deus. Quem olha para os gigantes se intimida e como os espinhas de Israel passam a sofrer a síndrome de gafanhoto. Mas quando nossos olhos estão em Deus podemos dizer: 
"Se o Senhor se agradar de nós, podemos".
3. As vitórias que temos vêm de Deus e devemos dar glória ao nome de Deus. Esse culto não é para homenagear vocês, mas para louvar a Deus que lhes conduziu até aqui em triunfo. Só Ele é digno de louvor. Só ele merece a glória. Só Ele deve ser engrandecido. Devemos depositar aos Seus pés as nossas coroas. Se você tem Jesus com você, você tem tudo. Em Cristo você tem vida, vitória, salvação, esperança. Exemplo: O homem rico que coleciona quadros famosos. 
"Quem tem o Filho tem tudo".

CONCLUSÃO


Com a leitura desse livro maravilhoso, eu aprendi que já vencemos alguns gigantes. Mas outros virão. A luta continua. Não nos deixemos intimidar. Deus pode nos conduzir sempre em triunfo. 

Exemplo: 


O craque Roy Rigels, no dia 01/01/1919, no jogo entre a Universidad da California e Georgia. Era o jogo final. Fracassou no primeiro tempo. Seu técnico lhe disse:
"Você ainda tem o segundo tempo. Volte a campo e lute e vença! O jogo ainda não acabou."
Ele voltou e venceu!
  • Autor: Hernandes Dias Lopes
  • Título: "Vencendo Gigantes: Coragem, o Jogo Ainda Não Acabou!"
  • Editora: United Press — Hagnos
  • Edição: 1ª Edição
  • Ano: 2005
  • Páginas: 71
A Deus toda glória. 
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sexta-feira, 29 de maio de 2020

"ESPELHO, ESPELHO MEU!" O HOMEM E A AUTOESTIMA

"Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção" (Salmos 139:14).
Seu corpo, sua mente e sua alma estão alinhados nesse momento? Você se sente seguro com as suas decisões? Essas perguntas nos ajudam a achar uma definição para autoestima.

Muito se fala dos problemas de autoestima da mulher, sobre as dificuldades que ela tem para resolvê-los. A impressão que se tem é de que o homem não enfrenta problemas dessa natureza. Mas quem pensa assim está enganado. 

Não queremos transformar o homem em um coitadinho, mas a verdade é que muitos deles se sentem dessa forma, pois têm dificuldades em lidar com as responsabilidades do dia a dia, que trazem uma carga emocional muito grande. 

De acordo com a Psicologia, pode-se dizer que a autoestima seria uma opinião acerca de si (auto-conceito), somada ao valor ou sentimento que se tem de si mesmo (amor próprio, auto-valorização), adicionado a todos os demais comportamentos e pensamentos que demonstram a confiança, segurança e valor que o indivíduo dá a si (autoconfiança), nas relações e interações com outras pessoas e com o mundo. 

Portanto, ao tratarmos da autoestima, não estamos falando apenas de um sentimento que temos por nós mesmos. Mais que isso, estamos falando de pensamentos e comportamentos que temos relacionados a nós mesmos. 

Os homens e suas fraquezas não assumidas 


Muitos homens não procuram ajuda porque não querem parecer fracos diante das situações difíceis. Entre elas estão as contas a pagar, a mensalidade da escola dos filhos, as prestações do imóvel onde mora, os dilemas da empresa, como a preocupação com a manutenção do emprego, ou ainda como lidar com o desemprego em tempos de pandemia. 

Há ainda os padrões impostos pela sociedade que também exigem que ele seja bem-sucedido, se vista bem, esteja bonito, tenha cabelo perfeito e o corpo sarado. Tudo isso conta. 

Em alguns momentos, quem tem esse problema pode se sentir perseguido pelo mundo e até pensar que é culpado por tudo. Isso é tão sério que o homem não acredita mais em si, tanto em relação ao trabalho quanto ao relacionamento conjugal. 

Outra consequência é que esse homem pode ficar agressivo, principalmente com a esposa e os filhos, muitas vezes se envolve com o consumo de bebida alcoólica e até de drogas. Esse homem não tem força de vontade ou iniciativa pra nada e está sempre dando desculpas de que lhe falta tempo. 

Mas se essas são apenas algumas características que podem denunciar um homem com autoestima baixa, existe uma que o entrega totalmente: a dificuldade em admitir seu problema. Essa negação é como se fosse uma faixa ou um outdoor, estampados na testa, escancarando seu problema: ele não quer parecer fraco diante das situações. 

"Live" X "Life


Em tempos em que as redes sociais online nos fazem sentir a necessidade de expor nossos momentos felizes, descobrimos o quanto podemos nos sentir especiais ao ter a atenção de todos voltada para nós. Ao mesmo tempo em que somos seguidos nessas redes/mídias, também acompanhamos a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. 

Basta um clique para sabermos o que estão vestindo, comendo, comprando, vendendo e até mesmo como estão se sentindo. Quando comparamos nossa vida com a dos outros, caímos na armadilha de acreditar que estamos sempre por baixo, o que gera em nós um sentimento de tristeza. 

Críticas, rejeições, humilhações, abandono, desvalorização e perdas são algumas situações que podem vir a desencadear uma baixa autoestima na vida de uma pessoa. É importante frisar que a construção dessa percepção negativa de si mesmo é resultado de interações sociais: familiares, escolares, profissionais. Esses sentimentos muitas vezes podem acarretar problemas de saúde. 

O que fazer? 

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais" (Jeremias 29:11). 
Caso você esteja nessa condição ou conheça alguém que se encontre nela, saiba que há saída. O primeiro passo é fazer uma autoanálise para reconhecer seus pontos fracos e fortes. Assim você vai perceber que, apesar de tudo, você tem valores e merece se sentir bem. Essa avaliação também serve para lembrá-lo dos seus aspectos positivos e do que você faz ou já fez. Deixe-a guardada e a utilize quando se sentir mal.

O passo seguinte é parar de se comparar com os outros. Esse é um erro muito comum. Não trace suas metas ou avalie suas conquistas de acordo com as dos outros. Só você conhece sua história, seus defeitos e suas virtudes. Por isso, é importante ter consciência de quem você é. Valorize suas vitórias dentro do seu contexto. Se para melhorar for necessário começar a fazer uma atividade física ou aprender a cozinhar, por exemplo, aproveite este momento. 

Autoestima é tudo nessa vida. O jeito como você se sente e pensa sobre si mesmo vai determinar o modo como vive sua vida. Quando gostamos de nós mesmos, o dia-a-dia se torna mais fácil. Você não se critica por pequenos erros bobos. Você para de querer aceitação dos outros e começa a se preocupar mais com o que vai te fazer bem. Acima de tudo, você para de se sabotar. 

Pessoas com baixa autoestima costumam desistir antes mesmo de tentar. Largam tarefas pela metade e deixam de fazer certas coisas, por não se acharem capazes ou merecedoras. A partir do momento que você começa a se sentir bem consigo mesmo, o mundo ao seu redor começa a te reconhecer assim também. Você fica mais atraente para as mulheres e passa uma postura mais confiante no trabalho e para os amigos. 

Buscar ao Senhor é reencontrar a autoestima 

"Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração" (29:12,13). 
A atitude de buscar a Deus vai fazer com que você elimine os complexos e os sentimentos negativos. O mais importante nesse processo é se entregar a Deus de corpo e alma. A atitude de buscá-lO vai fazer com que você fortaleça a sua autoestima e elimine os sentimentos negativos que o deixam para baixo e inerte frente a algumas situações da vida. 

Tenha certeza de que se você buscar ser cheio do Espírito Santo vai se manter mais forte, com amor-próprio para enfrentar tudo, elaborar seus projetos profissionais e de vida e ter disposição para concretizá-los. Quem está em comunhão com Deus, através da presença do Espírito Santo, tem sempre as forças renovadas para enfrentar todas as adversidades e vencê-las. Tenha certeza. 

Conclusão

Autoconhecimento 


Afaste-se de pessoas que lhe fazem mal e aproxime-se de quem te faz sentir bem! É importante se organizar e estar ao lado de pessoas amadas. Ame a si mesmo e enxergue todo o potencial que há dentro de você. Pode parecer um passo difícil, mas nunca será possível se você não tentar, "seja o autor da sua própria história". 

Se você tem filhos, é importante reservar um tempo para eles, pois como foi dito anteriormente, a atenção dos pais forma crianças seguras, não deixe que seu momento reflita na evolução da autoestima deles, e a reciprocidade vem recheada com o mais puro amor. 

Saber mais sobre si mesmo e reconhecer seu potencial pode fazer toda a diferença. Em casos extremos onde a visão de si é completamente diferente da realidade, pode-se consultar um especialista, que irá lhe ensinar a lidar com suas próprias fraquezas e inseguranças, mostrando a realidade dos fatos. Conversar sobre o assunto facilita a mudança da autopercepção, por que não tentar? 

Lembre-se, a autoestima não se constrói de um dia para o outro, seja paciente consigo mesmo! Se você não conseguir se amar, como poderá amar ao próximo e viver o mandamento ensinado pelo Senhor Jesus (Mateus 22:37-39)?


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quinta-feira, 28 de maio de 2020

"A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO É A CARNE NEGRA"

A frase que dá título a este artigo é o refrão da canção de protesto 'A Carne', composta por Seu Jorge, Marcelo Yuca (✩1965/✞2019) Wilson Capellette e brilhantemente interpretada pela fenomenal, a diva Elza Soares (considerada pela BBC de Londres, como a melhor cantora do século XX). A música fez parte do álbum "Do Cóccix Até o Pescoço", lançado em 2002.

A crise provocada pela pandemia mundial do novo coronavírus nos últimos meses tem sido a principal pauta na imprensa e na mídia geral, mas, mesmo com toda a crise que o inimigo invisível tem causado em todas as áreas da sociedade, alguns fatos de nuances bem mais antigas, visíveis e tão — quiçá, mais — nociva quanto, não conseguiram passar desapercebidas. 

Aqui no Brasil, artistas e políticos lamentaram nas redes sociais mais uma morte provocada por policiais nas favelas do Rio de Janeiro. A tristeza e os pêsames pela perda de João Paulo Mattos, 14 anos, se misturou à indignação e a críticas às Polícias Militar e Civil e ao governador do Rio, Wilson Witzel (PSC/RJ). A hashtag #OndeEstaJoaoPedro e o nome do menino lideraram os trending topics do Twitter na manhã de terça-feira (19/5). 

A repercussão na internet começou desde a noite de segunda-feira (18/5), quando João Pedro foi baleado durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). Após ser atingido, ele foi levado por um helicóptero e a família só conseguiu localizar o corpo na manhã da terça-feira, no Instituto Médico Legal (IML). Os exames legistas, revelaram que o garoto morreu com um tiro de fuzil pelas costas. Em entrevista à tevê, o pai do garoto, Neilton Pinto, se disse revoltado por ver o sonho do filho interrompido. Os policiais envolvidos na operação foram afastados e o caso segue sendo investigado pela Corregedoria da Polícia do Rio de Janeiro. 

Nos EUA, manifestantes protestaram em Minneapolis, no estado de Minnesota, pelo segundo dia consecutivo após a morte de George Floyd, homem negro de 46 anos assassinado por quatro policiais brancos. Os protestos se intensificaram na noite dessa quarta-feira (27), com o registro de incêndio em um ponto da cidade. 

Manifestações — tanto de anônimos quanto de famosos — foram registradas em diversas partes do país. Em Los Angeles, Califórnia, centenas de pessoas marcharam contra a morte de Floyd e a brutalidade policial. Em Memphis, Tennessee, a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e duas pessoas foram presas. 

Floyd, morreu na segunda-feira (25) após ser sufocado durante uma abordagem policial. Um dos agentes prensou o joelho contra o pescoço da vítima, que afirmava constantemente que não conseguia respirar. Toda a ação foi filmada por uma testemunha e compartilhada nas redes sociais. 

Segundo o governador de Minnesota, Tim Walz, os protestos começaram pacificamente, mas se intensificaram e se tornaram violentos. 

O que estes assuntos têm em comum? O que unia as duas vítimas separadas pela distância dos continentes? A cor da pele e desastrosas abordagens policiais. E os casos me levaram a refletir sobre um tema que ainda é um vírus nocivo à humanidade: o racismo. 

Aqui como acolá 


O Brasil orgulha-se de ser uma "democracia racial", enquanto os Estados Unidos são conhecidos pela aspereza de suas relações raciais. Ainda assim, desde a Segunda Guerra Mundial (1939/1945), os afroamericanos, que representam apenas 12% da população dos Estados Unidos, têm provado ter uma força política substancialmente maior na vida de seu país do que os afro-brasileiros, que representam talvez 50% da população brasileira. Por que acontece isso? Existiriam formas pelas quais a história da luta dos negros nos Estados Unidos poderia trazer luz às lutas anti-racistas no Brasil? 

Como aconteceu lá 


Talvez as mais impressionantes conquistas do movimento afroamericano, do período pós-45, aconteceram durante a sua primeira fase: o movimento pelos direitos civis dos anos 50 e 60. Considerando a história das relações raciais nos Estados Unidos até aquela data, os avanços conseguidos durante aqueles anos foram verdadeiramente extraordinários. 

A segregação foi superada, o sufrágio definitivo foi estendido ao povo negro através do Ato dos Direitos de Voto de 1965, e o governo federal instituiu programas de "igualdade de oportunidades" e "ação afirmativa" para combater o racismo. 

Essas conquistas transformaram o Estado nacional, de um impositor da desigualdade racial, em exatamente o oposto: um ativo e poderoso oponente da discriminação racial e fiador das oportunidades para o povo negro (e outras minorias raciais, como os índios americanos, porto-riquenhos e mexicanos) em áreas como educação, moradia e emprego. 

Os avanços políticos dos negros continuaram nos anos 70, mas principalmente nos níveis locais e estaduais. Afro-americanos foram eleitos para câmaras municipais e legislativos estaduais em crescente número, e muitas cidades e comarcas americanas (incluindo Los Angeles, Chicago, Detroit, Washington, Filadélfia, para nomear algumas) já foram governadas por prefeitos negros. 

Mas, a nível nacional, os anos 70 foram um período de incerteza e estagnação para o movimento negro. Isto se deveu, em parte, ao assassinato de seu carismático líder Martin Luther King (✩1929) em 68, mas também, paradoxalmente, aos seus, sucessos durante os anos 50 e 60. 

Há o que se comemorar? 


Em primeiro lugar, tendo superado as mais violentas e óbvias formas de discriminação racial, o movimento pelos direitos civis pareceu ter cumprido seu objetivo. Os tipos de discriminação que continuaram (e continuam) a existir eram muito mais sutis e difíceis de detectar e, portanto, era ainda mais difícil a mobilização de pessoas em seu repúdio. 

Em segundo lugar, os programas de oportunidades iguais possibilitaram a uma nova geração de afro-americanos o acesso às universidades, tornando-os assim parte dos profissionais liberais de classe média. Para esta jovem e crescente elite negra (talvez 15 a 20% da população negra), o sonho americano estava sendo realizado. Qual a necessidade, então, do movimento dos direitos civis? Sua missão tinha sido cumprida. 

Mas, naturalmente, o racismo, que levou séculos para ser formado, não seria fácil e rapidamente extinto. Enquanto a nova classe média negra se beneficiava das oportunidades abertas pelo governo federal, o mesmo não acontecia com a sobrepujada maioria dos afro-americanos. Sua participação na renda nacional mostrou-se virtualmente imutável entre 1960 e 1980, permanecendo em níveis mínimos. 

Os anos 70 também testemunharam uma retomada crescente do ressentimento e do ódio dos brancos contra os programas governamentais que presumivelmente favoreciam os negros. Esse movimento encontrou sua expressão política a nível nacional na eleição de Ronald Reagan (✩1911/✞2004) em 1968, que chegou à presidência prometendo eliminar os programas de igualdade de oportunidade e reduzir a ajuda governamental aos pobres, que, em grande número, são negros. 

Uma resposta ao racismo renovado 


Durante os anos da administração Reagan, a necessidade de revitalizar e rejuvenescer o movimento negro para defender as conquistas alcançadas durante os anos 60 e 70 tornou-se cada vez mais visível. Jesse Jackson, um ex-colaborador de Martin Luther King, emergiu como o líder desse movimento que reconhece a necessidade de estender-se para além da população negra a criação de uma aliança interracial que envolva vários grupos étnicos não-brancos, mulheres e brancos liberais: essa é a razão para o conceito de "coalizão arco-íris" de Jackson. 

Ele não teve um sucesso completo na formação dessa coalizão. Suas posições anti-semitas foram particularmente destrutivas ao alienar o apoio de um grupo étnico tradicionalmente simpático às aspirações dos negros. Mas, a despeito dessas falhas, a campanha de Jackson para a candidatura democrata de 1984 provou ter uma grande força política, vencendo eleições em vários estados do Sul, alcançando até 25% dos votos em estados mais industrializados, como Illinois e Nova Iorque, e forçando o comprometimento do Partido Democrata em manter e estender as conquistas políticas dos negros dos anos 60. 

Respondendo ao ressurgimento do racismo americano representado por Reagan, o movimento negro norte-americano entra nos anos 80 com um sentido renovado de propósitos e missão. 

No Brasil, um caminho mais longo 


Como a experiência americana pode ser comparável àquela encontrada no Brasil? Nada refuta mais efetivamente o mito da "democracia racial" do Brasil que a extensa história da luta dos negros neste país. 

Nos últimos cem anos, nota-se uma progressão, desde o movimento abolicionista dos anos 1870 e 80, através das organizações culturais e políticas do período pós-1920 (a mais proeminente das quais foi a Frente Negra Brasileira, banida por Getúlio Vargas [✩1882/✞1954] em 1937), até o Movimento Negro Unificado de hoje. Esses movimentos são uma evidência conclusiva — como se fosse necessária — da contínua existência da discriminação e desigualdade racial na multirracial sociedade brasileira. 

Desde 1945 esses movimentos têm atraído entusiástico apoio de dezenas de milhares de seguidores e têm sido instrumento de estímulo à continuidade do debate público sobre as deficiências do "paraíso racial" brasileiro. Mas nenhum deles conseguiu gerar um movimento de massa, com o peso moral e político que fez de Martin Luther King, Andrew Young, Julian Bond, Jesse Jackson e outros líderes negros figuras de proeminência nacional nos Estados Unidos. Por que acontece isso? 

Uma importante parte da resposta repousa no caráter paternalista e autoritário das relações sociais e políticas brasileiras, que, mesmo durante períodos de democracia, torna muito difícil construir um movimento político de massas autônomo e nacional. 

Mas é importante notar que o movimento pelos direitos civis nos EUA surgiu, e teve as suas vitórias mais retumbantes, na região mais tradicionalista, autoritária e repressiva do país: os estados do Sul. 

O autoritarismo, em si só, não pode explicar as diferentes trajetórias das lutas negras nos dois países; deve-se prestar atenção também na natureza das relações raciais brasileiras, onde não existe a separação racial imposta pelo Estado, como se verifica na segregação norte-americana ou no apartheid sul-africano. 

O caráter substancialmente mais relaxado da hierarquia racial brasileira trabalha para minar a mobilização política afro-brasileira de múltiplas formas. 

A necessidade de instituições próprias 


Primeiramente, ao permitir a integração dos afro-brasileiros, ainda que em termos de inferioridade, nas instituições básicas da sociedade, no Brasil, reduz a necessidade do povo negro de desenvolver instituições sociais e culturais próprias e, por isso mesmo, mais autônomas, como a segregação racial exigiu nos Estados Unidos. 

Assim, o Brasil não compartilha com os Estados Unidos a tradição de igrejas e faculdades independentes, que favoreceram sensivelmente a formação da base ideológica e institucional e de liderança, para o movimento dos direitos civis. 

Da mesma maneira, a ausência de um limite claramente estabelecido entre "negro" e "branco" no Brasil torna possível a cooptação, por parte do grupo racial branco, de afro-brasileiros particularmente talentosos e ambiciosos. Em um sistema mais rígido, tais indivíduos permanecem na casta racial negra e assumem posições de liderança dentro dela. Mas, no Brasil, não é impossível para eles negar a sua negritude; de fato, manter identidade afro-brasileira pode tornar-se um exercício consciente de força que muitos estão relutantes em assumir. 

Recentemente, os líderes negros têm também gerado um substancial capital político, por chamarem a atenção pública para um dos mais brutais aspectos das relações raciais brasileiras — a repressão policial de afro-brasileiros e o preconceito, por parte dos órgãos penais (e de muitos cidadãos), de que "negro é bandido até que se prove o contrário". Denunciar essas práticas pode ajudar a gerar aquele senso de indignação moral que tem provado ser tão importante no movimento afroamericano. 

Conclusão 


Mas, lutando para criar um movimento nacional de massas, os líderes afro-brasileiros estão claramente face a um longo e íngreme caminho que envolve educação e luta. Não é por acidente que o movimento negro tem sido mais ativo e tem alcançado seus maiores êxitos no Estado de São Paulo, onde existe um sistema mais agressivo de relações entre brancos e negros, mais próximo daquele que existe nos Estados Unidos. Quando tenta se estender às áreas mais tradicionais do Brasil, a mobilização negra encontra obstáculos políticos, sociais e raciais discutidos acima. 

Se o movimento negro no Sul segregacionista dos Estados Unidos era como o virtuoso Davi confrontando-se com um monstruoso, mas vulnerável, Golias, o movimento afro-brasileiro está frente a frente com um inimigo mutante, escorregadio e sobretudo invisível, que precisa ser antes revelado para poder ser derrotado. Assim sendo, conquistar uma "segunda abolição", no Brasil, a cada passo, será tão difícil como tem sido nos Estados Unidos. Talvez mais ainda. E isso não sou eu quem digo, o sangue de João Paulo e George Floyd falam por mim. 
[Fonte: SciELO, por: George Reid Andrews – Professor da Universidade de Pittsburgh e pesquisador visitante do CEDEC; Correio Braziliense; CNN Brasil]

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