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"E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Coríntios 5:17).
Muito ouvimos ser falado e pregado sobre o metatonia. Mas, será que todos os que falam e/ou citam o termo em suas ministrações, sermões e pregações, sabem realmente o significado dela sob a perspectiva bíblica?
No texto desse artigo, não há nenhum propósito de fazer interlecuções acerca de imbróglios teológicos, mas, sim, de forma bem simples, para que todos possam entender, analisar qual o conceito bíblico acerca desse tema tão importante e fundamental à nossa Fé.
Entendendo o conceito
Metanoia é uma transliteração da palavra grega μετάνοια. Foi traduzida muitas vezes na Bíblia como arrependimento, embora o significado de metanoia seja mais abrangente do que o significado secular da palavra arrependimento.
Enquanto a expressão em português "arrepender-se" está muito mais ligado à reação emocional por se ter cometido um erro, a expressão "metanoia" representa uma mudança na forma de pensar e consequentemente na forma de agir. Ou seja, metanoia expressa uma transformação de atitude causada pela mudança em nossa forma de pensar.
O teólogo escolar J. Glentworth Butler (☆1821/✞1916) fez a seguinte declaração à respeito da tradução nas escrituras da palavra metanoia como arrependimento:
"Arrependimento indica tristeza por algo que que alguém fez ou deixou de fazer, especialmente, contrição por causa do pecado. Arrepender primariamente significa 'rever a ação de alguém e sentir-se contrito ou arrependido por algo que fizemos ou deixamos de fazer'.
Traduzir metanoia como arrependimento constitui um erro que os tradutores justificam pelo fato de não existir uma palavra em Inglês que possa ter o mesmo significado de palavras em Grego."
A mesma justificativa acontece para a tradução da Bíblia em Português. Não há uma única palavra para traduzir o significado amplo de metanoia.
Entendendo a dimensão bíblica do significado da metanoia
Um significado mais abrangente torna-se necessário para entendimento da verdadeira dimensão bíblica do processo de metanoia. Seu conceito envolve o arrependimento, mas vai além disso. Mais que tristeza, pesar, ou até mesmo uma mudança comportamental, metanoia sugere um novo estilo de vida baseado na mudança do pensamento.
Metanoia não significa simplesmente mudar o comportamento de uma pessoa, seja isso conseguido através de regras impostas, pressão da sociedade, igreja ou família. Embora todas essas fontes de influência possam fazer parte de um processo de transformação, metanoia sugere que essa transformação seja a consequência de uma mudança mais profunda que somente o comportamento.
Metanoia é mais do que tentar transformar alguém através de sistemas de punições e recompensas. O conceito de metanoia expressa uma transformação do homem de dentro para fora, ou seja, uma mudança que acontece na mente e consequentemente muda atitudes e ações. Essa é a transformação que o evangelho de Jesus veio trazer ao homem.
Ao longa dos registros bíblicos, muitos foram os que pregaram sobre a importância do processo da metanoia. Vamos aqui nos ater aos registros específicos no Novo Testamente, mas, a essência do conceito, permeia toda a Bíblia, sendo, portanto, atemporal.
João Batista Prega Metanoia
Em Marcos 1:4-5 nós lemos sobre o batismo que João Batista pregava e realizava:
"...apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.5Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão".
João veio preparar o caminho para Jesus, endireitando as veredas em que o povo andava. Como ele buscou fazer isso? Através da mudança de mentalidade. Seu discurso e suas práticas incomuns apontavam para uma nova realidade espiritual. Não haveria forma de preparar o caminho do Senhor sem que houvesse uma ruptura com a forma de pensar do sistema religioso corrompido pelo homem.
O profeta indicava agora a necessidade de que cada pessoa se decidisse pela mudança. Vemos no texto que João Batista pregava o batismo de arrependimento para remissão de pecados, e a expressão "arrependimento" é exatamente a palavra grega "μετάνοια" (metanoia) significando a mudança da mente. Daí entendemos a importância de metanoia em nossa conversão.
Jesus Prega Metanoia
Jesus também pregou sobre metanoia. Em Mateus 4:17 lemos sobre a primeira pregação de Jesus quando Ele sai do deserto, onde foi tentado por Satanás. Após ter vencido a tentação, Jesus volta para a Galileia e começa sua pregação contundente ordenando que houvesse arrependimento porque o Reino de Deus estava próximo. Mais uma vez a palavra usada em lugar de arrependimento foi metanoia.
"Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos (metanoia), porque está próximo o reino dos céus".
Jesus está interessado em que nossas vidas sejam transformadas porque a vida eterna é mais do que escapar do inferno. Jesus veio para reconciliar-nos com Deus afim de que possamos ter com Ele um relacionamento entre Pai e filho (
Mt 6:9;
Romanos 5:1).
- Ele disse que veio nos dar vida, e vida em abundância (João 10:10);
- Uma vida que flui de nosso interior porque ele habita em nós (1 Co 3:16);
- Uma vida que flui como rios de água viva vindos do nosso interior, por causa da fé que temos no Filho de Deus (Jo 4:14);
- Uma vida que é baseada em princípios tão poderosos que profundamente transformam nosso pensar, e daí mudam nosso ser e nosso estilo de viver (Romanos 12:2).
Jesus estabelece o conceito dessa mudança de mentalidade muito além da proibição de certos atos de conduta. Obviamente metanoia também significa o abandono das práticas carnais (pecados) que nos afastam de Deus.
No entanto, metanoia não busca sua força na "retidão" humana, na capacidade do homem em fazer o que é certo, ou no merecimento de alguns que conseguem evitar "a aparência do mal".
Metanoia surge da ação de Deus na vida de uma pessoa. É um chamado à conversão, o chamado para sua total rendição e comprometimento com a vontade de Deus. É a transformação que acontece porque, entre outros:
- A percepção pessoal do amor de Deus por você torna-se inquestionável;
- Estar separado de Deus significa para você estar morto;
- Estar ligado a Deus significa para você a única vida verdadeira;
- O propósito para a sua vida é descoberto;
- Você entende que os planos Dele são melhores do que os seus;
- Você tem convicção que a vontade Dele é boa, agradável e perfeita;
- Sua prioridade é agradá-lO;
- Seu entendimento sobre os valores éticos e morais são corrigidos;
- Seu foco e suas prioridades deixam de ser centrados em desejos egoístas, passando para aquilo que está no coração de Deus.
Pedro Prega Metanoia
A transformação da mentalidade é necessária no processo de conversão para que esta seja genuína. Ao ser questionado a respeito do que fazer após ouvir a mensagem do evangelho, o apóstolo Pedro é enfático ao responder:
"Arrependam-se, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:38-40).
A consequência dessa mudança de mentalidade é a conversão genuína em nossa vida. O batismo vem na sequência como um marco da decisão de entregar a vida a Deus. É a expressão simbólica da decisão de morrer para o mundo e viver para nosso Eterno Pai.
O significado dessa experiência é tão profundo que, se não houver o processo de mudança da mentalidade, jamais entenderemos o que é nascer de novo. Foi isso que impactou Nicodemos ao ouvir Jesus dizer:
"...É necessário nascer de novo..." (Jo 3:3-16).
Nicodemos ficou perplexo com aquela declaração.
"Como isso é possível?"
Então, Jesus começa a dizer sobre a necessidade dessa mudança de pensamento. Essa não é uma questão de informação ou sabedoria humana. Mesmo sendo um mestre em Israel, Nicodemos não conseguiu compreender o novo nascimento de imediato. Misericordioso, Jesus não o dispensou por isso.
O evangelho de João declara que Nicodemos participou do enterro de Jesus juntamente com José de Arimatéia. Embora não tenhamos um relato bíblico claro, creio que Nicodemos tenha se tornado um discípulo. Essa é uma obra do Espírito Santo.
Não é incomum vermos pessoas que são criadas em um lar Cristão, acostumadas a frequentar a igreja e até com certo conhecimento bíblico, mas que ainda não experimentaram a metanoia de Deus.
Eles mantêm um estereótipo de Cristãos, mas o fazem pela pressão da igreja e da família. Muitos deles se distanciam dessas práticas na primeira oportunidade de liberação dos pais. Sem que haja uma experiência pessoal com a verdade de Deus, não haverá poder para viver os Seus princípios. Precisamos buscar essa experiência.
Paulo Prega Metanoia
Em
Atos 17 o apóstolo Paulo prega sobre a necessidade de sermos transformados a partir da mudança de nossa mentalidade. Ele declara que Deus está notificando os homens em toda a parte para que se arrependam e se convertam. Todos nós somos notificados de que Deus requer o processo de transformação na mente e, a partir dela, nas atitudes.
"Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam (metanoia);31porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (17:30,31).
Aos irmãos em Roma, Paulo diz que não se deve conformar com este século, mas transformar-se pela renovação da mente. Assim vamos experimentar a vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita (
Rm 12:1,2). Logo, em linha com o ensinamento apóstolico paulino, entendemos que,
metanoia é o processo pelo qual nossas atitudes passam a alinhar-se com a vontade de Deus. Através dessa renovação em nossa mente:- Passamos a submeter nossa vontade à vontade dEle;
- Passamos a lutar para que a carne se submeta ao Espírito;
- Passamos a desejar a santidade e a consagração;
- Entendemos que Seus planos são maiores do que os nossos;
- Entendemos que Seus caminhos são melhores;
- Percebemos nossa necessidade de nos alimentar de Sua palavra;
- Percebemos nossa necessidade de nos alimentar em Sua presença.
É importante também ressaltar que Deus é o agente dessa transformação em nós, apesar desse processo requerer nosso posicionamento em direção ao Seu chamado.
O Dicionário Teológico do Novo Testamento declara sobre o processo de metanoia:
"Mas essa incondicional exigência não é alcançada pelo esforço exclusivo do homem. Em Mateus 18:3 Jesus mostra através do exemplo da criança o que 'converter', 'tornar-se um novo homem' significa para Ele:
Ser uma criança significa ser pequeno, precisar de ajuda, e ser receptivo a isso. Aquele que se converte torna-se pequeno diante de Deus, pronto para deixar Deus trabalhar em seu interior.
As crianças do Pai Celeste as quais Jesus proclama são aquelas que simplesmente recebem Dele. Ele dá a elas o que elas não podem dar a si mesmas (Marcos 10:27).
Essa é a verdade sobre metanoia. Isso é um presente de Deus, embora não deixe de requerer um posicionamento do homem".
E ainda:
"Atrás do chamado para conversão, o qual Jesus estabelece através de seu anúncio do governo de Deus, está a promessa de transformação, a qual ele realiza como o Único capaz trazer esse governo em nós…
Isso desperta uma obediência com alegria para uma vida de acordo com a vontade de Deus. Isso acontece porque 'metanoia' deixa de ser a lei, conforme o era no Judaísmo, para tornar-se o Evangelho".
Sobre o evangelho, Paulo ainda declara que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (
Rm 1:16). O mesmo evangelho que anuncia a vida eterna disponível a todos, mediante a fé, conforme
Jo 3:16.
Pessoas que Experimentaram Metanoia
"Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória"
Então, as bases do limiar se moveram, e a casa se encheu de fumaça. Ao ver tanto esplendor e santidade, Isaias temeu por sua própria vida. Nesse momento ele não se preocupou com o povo ou com sua missão como profeta.
O temor invadiu seu coração porque Isaías estava consciente de sua situação como pecador, e diante disso ele declarou,
"...Ai de mim que vou perecendo…"
Isaías teve uma visão correta de sua situação. Ele era realmente pecador e não poderia estar diante de Deus. Qual foi então a mudança de mentalidade que ele experimentou?
Apesar de ver a sua situação corretamente, Isaías não cogitou que Deus poderia restaurá-lo, e isso precisava mudar. Então, um anjo veio até ele e tocou os seus lábios com uma brasa viva dizendo,
"A tua iniquidade foi tirada e perdoado o teu pecado."
Nesse momento Isaías percebe que a vontade de Deus é restaurá-lo, e não o destruí-lo.
Outra mudança ocorre na mentalidade de Isaías quando Deus estabelece um diálogo com ele, questionando,
"A quem enviarei e que há de ir por nós?"
Isaías então percebe que Deus tem um propósito para a sua vida, e isso transforma totalmente sua perspectiva. Imediatamente Isaías responde,
"Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim."
Da mesma maneira precisamos ter nossa mente transformada pelo Espírito de Deus. Porque o pecado atingiu nossas vidas, não significa que Deus irá destruir-nos.
Se chegarmos até ele humilhados e arrependidos, permitindo que Ele nos purifique e limpe de todo o pecado, teremos nossa iniquidade retirada e nosso pecado perdoado. Em 1 João 1:9 lemos:
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."
Ao permitirmos que Ele nos purifique, sua renovação em nossa mente continuará. O processo de metanoia não é estático, mas dinâmico e constante, como afirma o apóstolo Paulo aos irmãos em Roma (Rm 12:2). Estamos em constante renovação da nossa mente e em transformação de nossa vida para melhor agradar ao Senhor.
Deus, então, revela-nos o propósito de nossas vidas e renova Seu chamado para servi-lO. Sem essa revelação não descobrimos para que vivemos e sem a Sua renovação em nosso chamado, podemos esfriar e esquecer o nosso propósito.
Por isso precisamos ouvi-lO:
"A quem enviarei e quem há de ir por nós?"
Perguntando como se precisasse de nós, Deus simplesmente transmite profundamente ao nosso ser um senso de utilidade, de valor e de ser necessário em Seu Reino. Ele não precisa, mas faz a questão de valorizar-nos. Não depende, mas insiste em chamar-nos.
Assim como um pai que pede ajuda ao seu filho de cinco anos para carregar um objeto, o qual ele poderia carregar sozinho, permite ao filho sentir-se útil e valorizado, Deus convida-nos a fazer algo para Ele em Seu reino.
Nossa responsabilidade é, na verdade, uma oportunidade de trabalharmos ao Seu lado, sentindo-nos úteis e valorizados pelo Seu chamado. Isso transmite confiança e reafirma nosso propósito de vida.
Provavelmente você seja uma das pessoas que pode testemunhar a respeito do poder transformador do evangelho. Também é provável que você conheça outras pessoas com fortes testemunhos de transformação. Não há como negar quando Deus age na vida de alguém. Aqueles que vivem ao redor dessas pessoas verão a diferença.
A Bíblia relata várias histórias de homens e mulheres que experimentaram grandes transformações através do poder de Deus. Creio que um dos motivos dessas estórias terem sido registradas foi trazer a mim e a você inspiração e fé, esperança e força para buscarmos também experimentar Sua presença e Seu poder.
Essa foi a primeira pessoa a ver Jesus ressurreto, como podemos ver em
João 20:11-18. Maria Madalena esteve presente no ministério de Jesus e, mesmo quando Seus discípulos desertaram, ela o acompanhou.
Quando Jesus esteve diante de Pilatos, quando ele foi maltratado pela multidão, quando foi crucificado, quando Nele foi enfiada a lança, quando foi declarada a Sua morte, e quando Ele foi levado ao tumulo, Maria Madalena estava lá. E porque não se separou de Jesus, foi a primeira a testemunhar sua ressurreição.
Olhando sua estória a partir das cenas finais pode parecer que Maria Madalena sempre foi uma mulher corajosa, segura de si, emocionalmente estável e espiritualmente saudável. Contudo, isso não é verdade. O evangelho de Lucas, no capítulo 8, declara que Jesus a libertou de sete demônios.
Se o número sete fosse considerado como quantidade, alguém poderia ficar surpreso de uma pessoa tendo sido possuída por tantos demônios poder tornar-se um discípulo de Jesus. No entanto a situação de Madalena era ainda pior. O número sete é usado muitas vezes na Bíblia para expressar completude, ou seja, ela era completamente possuída por demônios.
É de se imaginar que uma mulher possuída por espíritos malignos se sinta humilhada, insegura, impura e indigna. Provavelmente era assim que ela se sentia. Não tendo controle sobre sua sobriedade e crises de possessão, uma pessoa assim deve sentir-se bastante insegura, evitando situações que possam expor sua condição escrava ao mau. Diante de situações adversas também é provável que essa pessoa espere que o pior lhe aconteça porque sua confiança é abalada pela presença de forças malignas em sua vida.
Contudo, Maria Madalena encontrou-se com Jesus e esse encontro mudou para sempre sua vida. Jesus a libertou do mau que a dominava, tornando-a uma mulher livre. Por isso, ela se encheu de gratidão e devotou sua vida ao seu Libertador.
Seguindo seu Mestre, Madalena foi curada de muitas outras enfermidades em sua alma e também recebeu o maravilhoso propósito de sua vida, que era servir ao ministério do Filho de Deus. Ela agora sentia-se livre e amada, cheia de vida e gratidão. Restava-lhe dedicar toda sua vida àquele que a tornou uma mulher abençoada.
Sua mente foi renovada e sua vida transformada. Seus valores foram trocados e suas prioridades postas de cabeça para cima, porque até então estavam de cabeça para baixo. Maria Madalena encontrou seu destino e seu propósito de vida em Jesus. Isso lhe trouxe verdadeira vida.
No capítulo sete de Atos encontramos um jovem Fariseu, bem treinado em religião, com boa formação intelectual e cheio de justiça própria. Um perseguidor de pessoas as quais ele prendia e até mandava matar em nome de sua religião.
Um homem conhecido entre os cristãos pelas atrocidades que fazia e que era temido por sua falta de compaixão. Paulo, até então Saulo, era um religioso radical, como em
Atos 8:3 e
9:1,2 declaram.
No entanto, bastou Jesus revelar-se a Paulo e confrontá-lo, que ele se rendeu totalmente à vontade do Salvador. Paulo, que era cheio de justiça própria e espirito de religiosidade, foi quebrantado e passou a buscar relacionamento com Deus, ao invés de basear-se no sistema religioso.
Aquele que respirava ameaças contra os discípulos, passou a ser um apóstolo de Jesus Cristo. O homem que perseguia os Cristãos, entrando em suas casas, arrastando homens e mulheres para serem presos, agora levantava ofertas para abençoar aqueles que estavam em necessidade.
O que aconteceu com Paulo? Sua mente foi mudada, seus valores trocados, sua identidade santificada, e seu propósito redefinido conforme a vontade de Deus. Paulo experimentou a metanoia de Deus.
- A Mulher Flagrada em Adultério
Flagrada em um ato de adultério, essa mulher não tem seu nome revelado. Em
João 8:1-11 temos sua estória contada. Sabemos que ela foi brutalmente exposta pelo seu pecado quando foi lançada diante de Jesus e da multidão no meio do templo. Nenhuma dignidade restava nessa mulher e seu fim estava próximo porque ela seria apedrejada.
Não sabemos se ela estava arrependida do adultério ou somente arrependida porque havia sido flagrada pecando. É assim que muitos de nós se sente quando pegos em meio ao pecado: Um misto de sentimentos ataca nosso coração. Mas, muitas vezes, estamos muito mais preocupados com as consequências do pecado diante dos homens, do que com o fato de termos cometido algo que nos separa de Deus.
Diante da morte eminente talvez aquela mulher pensasse em resolver sua situação com Deus, mas pouca ou nenhuma esperança restava para uma mulher pega em adultério. Então, Jesus a liberta de seus acusadores e ela, olhando ao seu redor, não vê mais nenhum daqueles que a acusava. Seria esse um livramento da morte física para que ela vivesse amargurada pelo seu pecado? Seria essa uma oportunidade para que ela tivesse a liberdade de viver pecando? Não.
Jesus declara seu perdão sobre ela, liberando-a de toda acusação. Se os outros não poderiam acusa-la porque eles mesmos haviam pecado, o Filho de Deus poderia, porque Nele não havia pecado. Mas Ele não o fez. Jesus declarou:
"Eu também não te condeno."
Uma vez perdoado o seu passado, faltava agora somente algo que mudasse o seu futuro, afim de que aquela mulher vivesse uma nova vida. Isso Jesus fez quando declarou:
"Vá e não peques mais."
Jesus não somente a liberou de uma situação constrangedora ou evitou que ela fosse apedrejada. Quando Jesus perdoou aquela mulher, Ele curou o seu passado, dando a ela uma nova oportunidade de viver em santidade. Quando Jesus declarou para ela "não peques mais", foi como se Ele dissesse,
"você está perdoada e Eu acredito que você pode viver em santidade daqui para frente."
Jesus muda a nossa mentalidade. Quando pensamos que não há mais esperança por causa de nosso pecado, Ele declara Seu perdão sobre nós. Mas não para por aí! Jesus também transforma nossa visão sobre o futuro.
Nele passamos a ter uma visão de santidade naquilo que vamos viver daqui para frente. Seu Espírito está constantemente falando ao nosso ouvido:
"Sede santos, porque Eu sou Santo" (1 Pd 1:16).
Conclusão
A transformação de nossa mentalidade é exigida por Deus para que possamos compreender e entrar em Seu Reino. João Batista demonstrou isso através do batismo de metanoia; Jesus declarou isso quando disse para transformarmos a nossa mente porque o Reino de Deus estava próximo; Pedro anunciou que Deus exigia a mudança de mentalidade e a conversão das atitudes; e Paulo instruiu-nos para não nos conformarmos com este século, mas sermos transformados pela renovação da nossa mente.
O poder que transforma nossa mente não se baseia em pura informação, mas na revelação de Deus e seu agir em nós, de tal maneira que provoque nossa total rendição ao Seu amor e à Sua vontade.
O incondicional chamado de Deus para a mudança do homem vem acompanhado de Sua promessa de transformação, onde ele produz em nós um espirito alegre por obedecer e uma fé sólida pela confiança de estar vivendo Sua vontade.
O evangelho que salva é o evangelho que transforma pela graça de Deus. O mesmo poder que nos torna justificados sem que mereçamos, simplesmente porque Deus nos amou e se entregou por nós. Ele é o que realiza em nós essa transformação através da fé, dando-nos um novo começo, uma nova chance, e um novo viver. Veja a declaração em
2 Coríntios 5:17-19.
Ao permitir que Deus renove a nossa mente e traga transformação às nossas vidas, seremos também renovados em nosso espírito, recebendo Dele o perdão, a cura e a renovação de nosso chamado. Esse é o constante processo de metanoia, que Deus realiza naqueles que se rendem ao Seu agir.
[Fonte: Corrigindo o Foco — por Pr. Wilson Sandoval; J. Glentworth Butler, "Topical Analysis of the Bible" (Butler Bible Work Co, 1897), 443; Sociedade Bíblica do Brasil, Almeida Revista E Atualizada, Com Números de Strong (Sociedade Bíblica do Brasil, 2003), Mt 4:17, Mc 1:4,5, At 17:30,31, Ro 12:1,2; Gerhard Kittel, Geoffrey W. Bromiley, and Gerhard Friedrich, eds., "Theological Dictionary of the New Testament" (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1964–), 1003.]
A Deus toda glória.
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