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quinta-feira, 31 de março de 2016

DISCOS QUE EU OUVI: RENASCER PRAISE 10 - 'DEUS É FIEL'

Na série especial Discos Que Eu Ouvi darei dicas musicais de cantores(as), bandas e grupos musicais que ouvi (e muito do que ainda ouço). Em cada artigo focarei um título e um artista específico e darei minha opinião sobre cada uma das faixas. Entretanto, quero deixar bem claro que não me aterei apenas à música evangélica, pois tenho leitores e seguidores que não são evangélicos. Cada um terá a liberdade de seguir ou não as dicas que forem propostas nos artigos, segundo o que melhor lhe convier, conforme sua consciência. 

Vou abrir a série com um grupo do qual eu sou até suspeito pra falar do tanto que eu gosto:  

Renascer Praise


O Renascer foi idealizado pela Bpª. Sônia Hernandes [líder da Igreja Apostólica Renascer Em Cristo], que desde pequena sempre se envolveu com a música. Segunda a Bispa, sua mãe sempre a incentivou, colocando-a para estudar piano desde o cinco anos com uma professora particular. Quando maior foi para um conservatório e logo após fez regência, canto e coral. Anos se passaram, até que a bispa Sônia recebeu um chamado muito especial, em um acampamento de jovens da Igreja Renascer em Cristo.

O Renascer Praise nasceu de duas vontades que combinaram: a de Deus, em querer abençoar o povo e habitar no meio dele (porque a Bíblia diz que Deus habita no meio dos louvores) e a vontade da Igreja Renascer e da Bpª. Sônia em adorar ao Senhor de todas as formas, com todos os instrumentos e ritmos.

A primeira formação do Renascer Praise é de 1984, com uma grande expectativa diante de uma responsabilidade, afinal, era o primeiro trabalho que seria distribuído ao povo de Deus e que sairia das paredes da igreja. Era o sonho sendo transformado em realidade. De lá para cá, anos se passaram e o Renascer Praise passou por diversos palcos, com apresentações em casas como Credicard Hall, Olympia, Teatro Elis Regina, Ginásio Ibirapuera, Estádio do Pacaembu, Museu do Ipiranga e a Igreja Renascer em Cristo Sede.

O trabalho pioneiro e muito especial para o Renascer Praise foi o sétimo CD "Ressurreição" (2000), que foi o primeiro trabalho do mundo gravado em um teatro a céu aberto em Israel. E em 2013 o grupo voltou para a Terra Santa para gravar mais um álbum ao vivo.

O Renascer Praise influenciou a música evangélica tradicional brasileira ao adicionar instrumentos, utilizar ritmos e introduzir a ministração em cada música. Suas canções são ministradas em todas as denominações, derrubando preconceitos e unindo o desejo que os cristãos têm em comum: o de louvar a Deus.

O Renascer Praise é reconhecido no mercado gospel como um dos maiores grupos de louvor da América Latina. Como reconhecimento pelo trabalho, o Renascer Praise já recebeu seis discos de Ouro (além de várias indicações ao Grammy). "Todos esses prêmios nós recebemos com alegria e gratidão a todos aqueles que nos incentivam, que nos amam, que desejam ver nosso trabalho prosperar. Mas cada um deles e cada palavra de elogio nós entregamos ao Senhor Jesus, a quem tributamos toda honra e toda glória!", diz a Bispa Sonia Hernandes.


RP 10 - "Deus É Fiel"




O vídeo abaixo é "Leve e Momentânea" - RP, feat. Resgate e Pr. Marquinhos (Código C). Esta canção é uma das faixas do CD/DVD RP10 - "Deus É Fiel". Gravado ao vivo no estádio do Pacaembú em São Paulo na noite de inverno (16 de agosto de 2003), o álbum foi em comemoração aos dez anos do RP. Com uma produção impecável, tanto em qualidade técnica, musical e vocal quanto em espiritual, mais uma vez a Bpª. Sônia Hernandes revelou o porque de ser considerada uma das melhores compositoras da música cristã. 

Com a participação especial do coral Shekinah Glory Choir, de Chicago - USA, na letra de cada uma das canções - que, seguindo a linha eclética do RP, vai do samba ao rock sem perder a identidade - é possível sentir o espírito de adoração genuína em letras com irrepreensível fidelidade bíblica e coerência teológica e contextual.

Faixa a faixa


♪ Em 'Norte e Sul, Leste-Oeste' abrindo o CD ao som de um samba enredo é feita uma ministração profética sobre o poder do nome de Jesus em todos os cantos do Brasil (Filipenses 2:10).

♪ Em 'Levantai', num ritmo eletrizante é exaltada a presença do Espírito Santo (2 Coríntios 3:17, 18).

'Poderoso' é uma ministração de adoração ao Grande El Shaday, exaltando seus atributos (Apocalipse 19, conf. Gênesis 28:3, 4).

♪ Em 'Espero Em Ti', é ministrado sobre a importância de esperarmos em Deus e na Sua Justiça, independente das circunstâncias (Provérbios 3:5; Salmo 33:20-22; 37:3-7;).

♪ Em 'Leve e Momentânea' é o cântico do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4. Ao ritmo do rock progressivo do Resgate, acompanhado de um coral de vozes e uma orquestra completa, essa canção perfeita em todos os sentidos é uma ministração à Igreja de Cristo mediante suas lutas, suas adversidades e seus desafios. 

'Me Derramar' é uma canção de entrega, onde é ministrado ao coração do Senhor o aroma da perfeita adoração (Mateus 26:1-12; João 12:3).

♪ Em 'Vento Impetuoso' é ministrado sobre o derramamento do Espírito ('Ruwach'), promessa de Deus realizada por Jesus na vida de todo aquele que crê (Joel 2:28a; Atos 2 - conf. João 7:39a)

'Mais de Ti' é um cântico da Noiva (a Igreja) ao Noivo (Jesus) em seu encontro triunfal no esperado dia das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:1-16).

'Te Adoramos', é mais um cântico de adoração bem congregacional, onde somos levados a nos prostrar diante do Senhor em reconhecimento não pelo o que Ele faz, mas unicamente pelo Ele é (Salmo 24; 89:5-18).

♪ Em 'Sopra' é ministrada sobre a presença de Deus no interior de cada um nós através do sopro do Espírito de Vida, que nos conduz a uma vida de plenitude, santidade e adoração (Gênesis 2:7; João 20:22).

'Santo É O Cordeiro' é mais uma expressão de adoração da Igreja ao seu Senhor. É o cântico com a essência do céu pelo qual Deus deve ser diuturnamente ministrado por cada um de nós através de uma vida em consagração (Apocalipse 5).

terça-feira, 29 de março de 2016

JESUS COMBATENDO O MISTICISMO EM BETESDA

Quando fiz o artigo sobre o famigerado culto ao anjos (http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2016/03/culto-aos-anjos-mais-uma-doutrina.html) prometi enfatizar sobre uma passagem bíblica muito usada por aqueles que gostam de atribuir aos anjos um dom que eles não possuem: o de curar. Mais uma vez nos deparamos com uma interpretação equivocada de um texto sem a análise - aliás, com o total desprezo - pelo seu contexto que, como em todo o caso do estudo das Escrituras, é fundamental.

Afinal, descia um anjo realmente no tanque de Betesda? 
"Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda  Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.
Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda? E o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara." - João 5:1-15

Descrito na Palavra de Deus no Evangelho de João 5.1-15, a cidade de Jerusalém sempre foi muito importante por ser considerada à cidade sagrada. Por judeus, cristãos e muçulmanos.

Nessa cidade havia uma fonte de água que ficava próximo da "porta das ovelhas", ou seja, próximo a um mercado de animais. Talvez por essa cidade, ser reconhecida como sagrada, e, portanto, mística.

Nasceu a história de que essa fonte possuía águas miraculosas. Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, agitava as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado. Muitas pessoas se aglomeravam aguardando um milagre. Na verdade uma multidão de pessoas inválidas: cegos mancos e paralíticos.

Foi construído nessa fonte um pavilhão para abrigar tanta gente, este possuía um alpendre com cinco pavimentos. O lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa "casa de misericórdia".

Estudos revelam que muitas famílias, para se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas. Alguns alugavam as bordas mais próximas, que possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça.

É óbvio que se os mais abastados ficavam nos lugares de melhor acesso para entrar na água, os pobres e miseráveis ficavam sempre no fundo do pavilhão, sempre por último. Eu sei que é difícil, mas imaginemos a situação: Um lugar que se acreditava que um anjo descia uma vez por ano, mas ninguém sabia a data exata.

De repente alguém grita: "o anjo agitou as águas", e a confusão estava feita, doentes se jogando por todos os lados na tentativa de ser o primeiro a entrar, e novamente aconteceu que, ninguém sabe ao certo quem foi o primeiro e, portanto, não houve cura. Mais um ano de frustração.

As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores gritando "aleluia" e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o local.

Jesus combatendo a religiosidade


A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito: mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade. Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas expectativas em pessoas fragilizadas.

A Jerusalém do século I a.C. reunia vários elementos das culturas anteriores, como babilônicos, persas e helênicos, que as tinha conquistado. O helenismo profundamente difundido pela alta sociedade encontrava forças nas suas bases culturais principalmente quando estava relacionado à cura de doenças, estas eram entendidas pelos povos semíticos como provenientes de demônios crença essa difundida desde períodos remotos.

Mas, essa piscina (foto), descoberta quando da ampliação de uma casa no contexto de Jerusalém no final do século XIX, foi escavada em meados do século XX.

Para surpresa dos arqueólogos, alguns dados vieram à tona: o primeiro deles é que essa piscina faz parte de um complexo ligado ao santuário de Serápis (Asclépio) que era o deus associado à cura.

Ela tem muito pouco haver - pelo menos o que foi escavado (foto abaixo) - com o ambiente estritamente judaico. Talvez, por isso, Jesus não mandou o homem mergulhar na piscina; ele o curou ali mesmo na borda.

Este era um santuário do deus da cura, Asclépio, e parece ter muito mais relação com as guarnições multiétnicas romanas estacionadas em Jerusalém, o que não quer dizer que ele também não possa ter atendido a judeus helenizados.

Foram encontradas no local colunatas do estilo romano e uma pintura de um anjo agitando as águas que segundo os especialistas responsáveis pelo achado comprovam que essa pintura é do período dos imperadores romanos cristãos, fato esse comprovado pelos profissionais químicos atuais, responsáveis por estudos mais profundos utilizando a técnica do carbono 14.

Os romanos reutilizaram a estrutura e a aumentaram consideravelmente. Acrescentaram cisternas, bancos nas salas cobertas e, possivelmente, um altar para sacrifícios. O lugar era claramente um santuário onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis, como mostra as peças arqueológicas descobertas.

Afrescos murais representando a cura; ex-voto comemorando as duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar); moedas reproduzindo a efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio; uma representação mostrando Serápis como serpente com a cabeça de homem barbado.

O Tanque de Betesda ficava localizado próximo a uma fonte que segundo registros, já tinha a função de abastecimento desde o período de Salomão como os mapas utilizados pela autora Karen Armstrong [A trajetória de Karen Armstrong é pautada pelo rigor acadêmico e pelas marcantes experiências de vida. Freira convertida, seu caminho existencial pode ser visto como um retrato das agonias da pós-modernidade. Tocada simultaneamente pelo chamado da fé e pela lucidez da ciência, a autora aborda, em quase todos os seus livros, a crescente dicotomia entre religião e filosofia, numa tentativa de reconstituir historicamente os fragmentos dispersos dos nomes de Deus.]

A primeira menção de ocupação da atual área de Jerusalém, remonta do século X a.C. pelo povo Jebuseu nesse período não tinha referências de águas subterrâneas a parte ocupada pelos Jebuseu se resumia a um elevado bem protegido e com a fonte de Gion.

Conclusão


Portanto, constatamos que, o tanque nada mais era que uma espécie de "Aparecida do Norte" de sua época. Judeus que acreditavam em algo obviamente inexistente. O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e misticismo religioso, onde jaziam (E ainda jazem, uma vez que não são poucos os crentes que ainda pregam essa crendice!) milhões e milhões de pessoas ao redor de um símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta situação.

segunda-feira, 28 de março de 2016

ONDE ESTÁ ESCRITO QUE 'SER BATIZADO COM FOGO' É UMA BÊNÇÃO?

      
Certamente você já se perguntou: O que é o batismo com fogo citado em Mateus 3:11? Aliás, esta é uma daquelas passagens peculiares da Bíblia que dá margem para um leque de interpretações e muitas delas completamente equivocadas e descontextualizadas que geram muita confusão e originam a criação de doutrinas erradas. 

Alguns afirmam - a maioria, vá lá que seja -  que seria o batismo com o Espírito Santo seguido do falar em línguas. Ou seja, o falar em línguas estranhas (glossolalia) a principal evidência do batismo com o Espírito Santo. Contudo, há muitos irmãos que ficam um pouco confuso com relação a isso, pois afirmam serem crentes fieis a Deus, mas nunca falaram em línguas. Será que existe algum problema com eles? Todo crente deverá ser batizado com fogo ou só alguns que serão? O que é ser batizado com o Espírito Santo e com fogo?

Façamos uma análise correta do texto citado acima (Mateus 3:11), bem como de todo o contexto. Dessa forma conseguiremos esclarecer facilmente o significado dessa expressão usada por João Batista. O texto citado é este: "Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo." Vamos começar a nossa análise:

O que é ser batizado com fogo?


1] A primeira pergunta que temos de responder é a seguinte: para quem João Batista dirigiu essa palavra? Observando o contexto, vemos que muitos iam até João Batista e, arrependidos de seus pecados, eram batizados por ele com água (Mateus 3:5-7). Mas entre estes, alguns iam até João com outros propósitos; estes são identificados como os fariseus e saduceus (Mateus 3:7). Foi diretamente a eles que João disse essa palavra, que começa no verso 7: "Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?"

2] João questiona veementemente a falsidade e hipocrisia do arrependimento dos fariseus e saduceus (Mateus 3:8-9). Eles estavam ali com outros objetivos, não com o de se arrependerem dos seus pecados e viver uma nova vida. Nesse contexto João diz algo interessante a eles que nos ajudará a compreender o que significa batismo com fogo: "Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo" (Mateus 3:10). O fogo citado aqui, claramente aponta para o julgamento de Deus e a justa condenação dos ímpios.

3] Dentro desse contexto João continua sua fala aos fariseus e saduceus e, claro, para aqueles que deveriam estar ali ouvindo toda essa conversa, explicando a eles da vinda do Messias, que seria maior do que ele (Mateus 3:11). Esse Messias estaria apto a oferecer dois batismos, sendo: o batismo com o Espirito Santo - é o batismo do arrependimento, a morte para a velha vida, a purificação dos pecados, a nova vida, etc (neste contexto, absolutamente nada a ver com os "retetés" pentecostais comumente associados ao mover do Espírito Santo no meio de uma congregação). E o batismo com fogo - esse é o batismo no qual os perversos serão batizados, conforme o próprio João explica na sequência: "A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível" (Mateus 3:12) - ou seja, absolutamente nada a ver com o fogo comumente associado à unção.

4] Esse trigo que será recolhido no celeiro são os salvos, os batizados com o Espírito Santo, os selados pelo Espírito Santo da promessa (Efésios 1:13). Já a palha que será jogada em fogo inextinguível são os ímpios, batizados com o fogo do juízo de Deus. Como vimos, todo o contexto usa o fogo como símbolo do juízo de Deus sobre os perversos.

5] Sabemos que nas Escrituras Sagradas o fogo é usado com diversos significados. Por exemplo, como símbolo de poder, de purificação, da provação, do juízo, etc. Para que o sentido da palavra fogo seja corretamente atribuído a um texto é importante avaliar cada contexto para não cometer erros. Como vimos claramente nesse texto que analisamos neste artigo, o batismo com fogo é claramente identificado como o batismo que Deus aplica nos ímpios, um batismo de condenação justa.

6] Assim, o crente verdadeiro não deve ser batizado com esse fogo citado nesse texto, pois se o for, nem mesmo poderá mais ser chamado de crente, pois, na verdade, nunca o foi. Antes, se for batizado com esse fogo citado por João Batista, será um batismo de condenação.


Conclusão



Para que entendamos as Escrituras é necessário que façamos uma análise dos contextos das passagens para que não incorramos em erros ao interpretá-las. É indiscutível que o fogo em vários textos da Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento é um símbolo do poder de Deus.

O grande avivalista Edwin Orr, certa feita, pregava à uma grande multidão. Para espanto dos presentes, chamou um pastor imersionista e outro aspersionista e perguntou: Qual de vocês usa mais água no batismo? Antes que o constrangimento se instalasse, ele disse: Não importa a quantidade de água. A água só lava o interior. É preciso receber o batismo com fogo, porque o fogo queima e purifica o interior. Terminada essas palavras, ele voltou-se para a multidão e disse, vocês precisam ser batizados com fogo.

Deus sempre se revelou através do fogo. Ele selou sua aliança com Abraão no meio do fogo. Ele revelou-se a Moisés através do fogo. Ele conduziu o povo pelo deserto por uma coluna de fogo. O fogo do altar não podia apagar-se. Quando Moisés consagrou o templo, o Senhor respondeu com fogo. Elias foi levado para o céu numa carruagem de fogo. Deus é como uma coluna de fogo ao redor do seu povo. Deus é fogo. O trono é fogo. Sua Palavra é fogo. Ele faz dos seus ministros labaredas de fogo. Jesus batiza com fogo. O Espírito Santo desceu sobre a igreja em labaredas como de fogo. Nós precisamos desse batismo de fogo.

Jesus falou-nos de vida abundante. Deus promete-nos a suprema grandeza do seu poder. A Bíblia fala de sermos tomados de toda a plenitude de Deus. Não basta falar de poder. Precisamos ser possuídos por esse poder. O Reino de Deus consiste não de palavras, mas de poder. O Espírito que recebemos é espírito de poder.

4.Quais são as implicações do batismo com fogo?

  1. O fogo ilumina - o crente deve ser luz (Mt 5:14);
  2. O fogo purifica - o crente deve ser santo (2 Co 7:1; 1 Pe 1:15, 16);
  3. O fogo aquece - o crente deve ser "quente" (Lv 6:12, 13);
  4. O fogo se alastra - o crente deve "alastrar" (Jo 15:16).
Entretanto, dentro do contexto da passagem proposta o fogo é sinônimo de juízo e, portanto, para o verdadeiro crente em Jesus, não é uma bênção. Só para citar algo que está registrado no livro do Apocalipse sobre o fogo: "Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Apocalipse 21:8). 

sábado, 26 de março de 2016

FILMES QUE EU VI - NOVA TEMPORADA 2: "DJANGO LIVRE"

Quentin Tarantino já faz parte do rol de diretores cujo trabalho previamente anunciado já levanta olhares da mídia, fãs e demais interessados sobre a produção mesmo ainda estando em estágio embrionário e com "Django Livre" não foi diferente.

Desde a exibição de "Bastardos Inglórios" nos cinemas o seu próximo projeto era alvo de constantes especulações e grandes expectativas e quando se deu a sua estreia enfim se consumou, desfilaria este como mais um dos seus conhecidos petardos cinematográficos?

A grande verdade é que não.

Definitivamente não se pode comparar "Django Livre" aos seus longas anteriores visto que Tarantino, apesar de sua linguagem conhecida ainda possui outras características conhecidas como por exemplo a experimentação.

Não contente em permanecer em sua zona de conforto, Tarantino opta por se aventurar em terrenos inexplorados ainda que ladrinhando o caminho a sua maneira.

Tarantino por mim


Mas não apenas isso: Tarantino é um cineasta de mão cheia, que tem ideias que parecem apenas delírios de um fã de filmes B e cujo resultado é de extrema sofisticação. Não se trata de apenas fazer um coquetel com o que ele mais gosta e ver no que dá, mas pensar o roteiro e materializá-lo em imagens, com a ajuda de atores extraordinários, que ficam ainda melhores sob sua tutela. 

Se há algum problema em Django Livre está na participação do próprio diretor na frente das telas, que acaba quebrando um pouco a excelência das atuações, já que ele nunca foi bom ator - Tarantino, aliás, como ator é um excelente diretor. É mais ou menos quando o filme perde um pouco de sua regularidade. Mas isso já acontece bem próximo do final (graças a Deus).

Um western ao estilo spaghetti, porém com toques de modernidade


Os da minha geração ainda tiveram a chance de ver os bons westerns spaghettis na gloriosa telona. Ainda que já no finalzinho da época (bons tempos das matinês no cinema do Bairro das Indústrias...). 

Eis que Quentin Tarantino, depois de tanto flertar com o gênero em seus filmes (de gângster, de guerra, de kung fu etc.), presta homenagem a Sergio Leone, mas principalmente a outros cineastas "menores" como Sergio Corbucci, do "Django" original (de 1966, com Franco Nero), que também ajudaram a fazer do western produzido na Itália um cinema com um charme todo próprio, embora muitas vezes ignorado e criticado. Mas esse é um dos papéis de Tarantino: resgatar aquilo que é tido como obra de gosto duvidoso por um público e uma crítica caretas e transformar em obra enaltecedora.

O filme


A história se inicia em 1858, dois anos antes do início da Guerra Civil americana, que seria o pontapé inicial para o fim da escravatura nos Estados Unidos. Naquele momento, ver um negro montando um cavalo era algo inaceitável pela população branca. 

E logo no início, depois de ouvirmos o tema de Django (o mesmo do original) durante os créditos enormes e em vermelho vivo, entramos em contato com os dois personagens principais: Christoph Waltz, no papel do caçador de recompensas alemão Dr. Schultz, e Jamie Foxx (impecável) como Django, sendo levado como escravo. 

É na tentativa de compra do escravo que o filme estabelece o seu tom. Um tom semelhante àquele de "Bastardos Inglórios" (2009), quando Waltz era, então, um caçador de judeus.

Passado em um EUA cuja política escravagista ainda reinava, o longa inspirado nos clássicos western conta a história de uma inusitada parceria de um escravo e seu libertador, um caçador de recompensas alemão cuja empreitada juntos lhes renderão benefícios mútuos.

Os dois homens se juntam para ganhar dinheiro como caçadores de recompensa. No início, o Dr. Schultz queria Django apenas para reconhecer três homens que estavam na sua mira, mas uma vez que a parceria entre os dois é mais do que bem sucedida, nasce daí uma amizade. E também uma promessa do alemão de que ajudaria Django a resgatar a sua amada esposa Broomhilde (Kerry Washington).

Em "Django Livre" não é mais Waltz, mas Leonardo DiCaprio (brilhante) como o perverso dono de uma plantação, o responsável pelos momentos mais tensos do filme. Que é quase todo narrado nessa tensão, que torna cada diálogo interessante e com situações muitas vezes engraçadas. 

E quando a violência irrompe, ela é sentida como algo ao mesmo tempo cruel e extasiante. Afinal, qual fã de Tarantino não gosta de violência no cinema? Principalmente quando tão belamente orquestrada. 

"Django Livre" ainda tem a audácia de mostrar um negro racista, o personagem de Samuel L. Jackson, que impressionantemente funciona às vezes como alívio cômico, embora o cômico nos filmes de Tarantino seja de um fino humor negro. 

E Jackson está ótimo, assim como DiCaprio. Aliás, o xará incorpora a figura do dono de escravos malvado e perigoso com tanta precisão que é difícil imaginar outro ator em seu lugar.

O elenco


Da esquerda para a direita: Waltz, Samuel, DiCaprio e Foxx
Neste elenco repleto de estrelas, como não poderia deixar de ser, encontramos Jamie Foxx no papel principal do escravo/cowboy Django muito bem acompanhado por Christoph Waltz (Dr King Schultz) além das marcantes presenças de Leonardo Di Caprio (dando um show) e Samuel L. Jackson (dispensa comentários, sou até suspeito pra falar desse cara) que nitidamente se divertem a cada linha de diálogo proferida por seus personagens, ainda que o papel central de Foxx não o exija em absolutamente nada aparentando muitas vezes ser um joguete para destacar outros ao seu redor, o que nos leva a Christoph Waltz que volta a repetir um papel semelhante a Hans Landa ("Bastardos Inglórios") proporcionando alguns dos momentos mais bem humorados do filme. Ainda no elenco temos a participação de Kerry Washington, Don Johnson (o detetive James "Sonny" Crockett na série de tv Miami Vice, sucesso mundial nos anos 80) e uma aparição de Franco Nero, clara homenagem e referência ao clássico de 1966, Django, além de outros do gênero é claro.

"Django Livre" por mim


Por outro lado, apesar de "Django Livre" realmente demonstrar a mudança de ares no estilo do diretor, deixamos de contar com as boas viradas de roteiro, praticamente assinatura de Tarantino nos seus já consagrados clássicos - não faltou nada: muita violência e muito catchup fazendo o papel de sangue. Tal mudança ainda sacrifica relativamente os contundentes diálogos do diretor de outrora fazendo com que seu público se desprenda aos poucos das características que um dia foram mais marcantes deste cineasta.

A trilha sonora dos filmes de Tarantino sempre se destacaram por destoar da ambientação proposta praticamente tornando-se um personagem em si, o que não seria diferente deste em que se explora desde músicas com sonoridade western de Enio Morricone fazendo jus a temática em questão, à até Brown e 2Pac rasgando as fronteiras do estilo e do tempo com a levada urbana do rap. Aliás, a trilha sonora seria um assunto à parte, que exigiria conhecimento dos fãs do western spaghetti para identificação das referências.

"Django Livre" conta com sua boa e velha dose de violência estilizada, porém é mais óbvio e menos ousado e tal desfalque causa um certo impacto em tela para aqueles habituados a linguagem do diretor, seja somente em roteiro ou por trás das câmeras, é impossível não nos arremetermos aquela boa e estranha vibe de filmes como "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction".

Conclusão


Resumindo, "Django Livre" é diversão garantida, ação inevitável e personagens carismáticos envoltos em uma atmosfera que mescla o bom humor e a tênue linha que aborda questões raciais que muitas vezes bate de frente com o politicamente correto. Mente aberta e poucas demandas são exigidas para este filme e com absoluta certeza não é nem de perto o melhor filme de Tarantino. Não compare! Assista e se divirta.

O filme pode não ser tão perfeito e intenso quanto os dois "Kill Bill" (2003, 2004) nem quanto "Bastardos Inglórios", para citar três de seus trabalhos mais próximos da memória, mas é uma prova viva de que o talento do cineasta continua intacto. 

Há quem diga que a morte de sua montadora (Sally Menke) à época das filmagens tenha comprometido o seu trabalho. É possível. Mas Fred Raskin (o substituto) não faz feio. Afinal, o filme tem 2 horas e 45 minutos e mal se percebe o tempo passar. Também vale destacar o belo trabalho de fotografia de Robert Richardson, que já vem fazendo parceria com o cineasta desde "Kill Bill".

Ah, e, na sessão em que eu estava, o público parecia respirar cada momento do filme e brindou-o no final com uma merecida salva de palmas, fato raro de se ver numa exibição normal. 
  • Lançamento: 18 de janeiro de 2013 (2h44min) 
  • Dirigido por: Quentin Tarantino
  • Com: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson
  • Gênero: Faroeste
  • Nacionalidade: EUA

sexta-feira, 25 de março de 2016

FILMES QUE EU VI - NOVA TEMPORADA

Ano passado eu fiz uma série especial de artigos com o título de Filmes Que Eu Vi, onde eu dava dicas sobre cinema de algumas obras que eu já assisti. Algumas pessoas que me seguem no blog me pediram para voltar com a série. Atendendo aos pedidos desses seguidores que me prestigiam e me privilegiam no blog, farei uma nova temporada da série Filmes Que Eu Vi e espero que minhas dicas possam ajudá-los a encontrar boas indicações para fazerem suas escolhas na hora de assistirem a um bom filme. Obrigado pela confiança.

Na primeira temporada eu indicava três títulos por artigo, mas nessa nova temporada eu irei focar um título apenas e escrever um pouco mais sobre o filme. Para abertura dessa nova temporada escolhi um filme que é um clássico dos clássicos na sétima arte: 

Em "Casablanca" (EUA, 1942), a chegada ao local do título, localizado em Marrocos, significa acima de tudo um ponto de passagem para a liberdade, para uma breve estadia de forma a apanhar o avião em direção a Lisboa e assim essas pessoas poderem viajar em direção aos Estados Unidos da América.

No enredo, estávamos em plena II Guerra Mundial, a Europa estava a ferro e fogo, enquanto a Alemanha Nazi e as forças do Eixo pareciam avançar de forma implacável. No entanto, como é anunciado pelo narrador, nem todos conseguem sair de Casablanca. Alguns elementos ficam presos no território, arriscando a permanecer no mesmo até ao fim dos seus dias. 

Quem também é capaz de nos prender vezes sem conta a este território é "Casablanca", a obra-prima de Michael Curtiz, um cineasta algo subvalorizado, que conta na sua carreira com filmes com "Captain Blood" (1935), "The Adventures of Robin Hood" (1938), "Angels With Dirty Faces" (1938), "Yankee Doodle Dandy" (1942), "Mildred Pierce" (1945), entre muitos outros, que podem não ter o mesmo mediatismo do memorável filme protagonizado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, mas não deixam de revelar um cineasta muito acima da média. 

Em "Casablanca" tudo se parece ter conjugado a favor do filme, até os seus erros, ao longo de uma obra recheada de cenas memoráveis, falas inesquecíveis, magníficas interpretações, uma realização segura de Michael Curtiz e um eficaz trabalho de fotografia, onde os seus ideais de propaganda facilmente são esquecidos perante o drama romântico apresentado. 

Sim, "Casablanca", em parte, também foi desenvolvido com objetivos propagandísticos anti-alemães e para aliciar os norte-americanos a aderirem com maior facilidade a esta causa, mas também convém salientar que é muito mais fácil "engolir" propaganda anti-nazi do que o contrário. Tendo como pano de fundo o cenário de Casablanca, durante a II Guerra Mundial, na época um protetorado francês, a história acompanha o norte-americano Rick Blaine (Bogart), um indivíduo aparentemente cínico e frio, que procura acima de tudo mostrar a sua independência política, salientando que quando questionado sobre a sua nacionalidade comenta "I’m a drunkard (que, em livre tradução seria algo como 'eu sou um cachaceiro')", embora aos poucos este demonstre que esconde um lado mais humano. Rick é o dono do famoso Rick's Café Américain, um local que todos parecem frequentar, quer sejam alemães, franceses, norte-americanos, marroquinos, naquela que é a mescla de culturas e povos no território de Casablanca apresentado pelo filme.

"Casablanca" por mim


Se a objetividade na escrita de uma crítica é algo impossível de acontecer, ou não fosse o seu autor um ser humano racional, marcado por gostos e emoções, então escrever um texto de pendor crítico sobre o nosso filme preferido torna-se ainda mais complicado, com "Casablanca" a ser provavelmente a obra que mais marcou a minha vida cinéfila. 

Desde o encontro entre Ilsa e Rick, ao momento em que este se excede no consumo de álcool a pensar na mesma, passando pela arrepiante cena no Rick's onde os elementos da resistência cantam com a sua alma a Marselhesa, até aos momentos finais recheados de tensão, "Casablanca" não poupa nos elementos marcantes e apaixonantes, onde tudo parece dar certo. 

A cena onde os elementos da Resistência cantam A Marselhesa é arrepiante, mas não é a única a deixar marca. Ver Sam (Dooley Wilson) tocando "As Time Goes By" (foto) - canção que se tornou referência para 9 em cada dez casais românticos - é simplesmente encantador, arrasador e memorável. Ver Ilsa (Bergman) e Rick em Paris é doce, terno e igualmente de partir o coração. Ver Rick e Ilsa a trocarem diálogos emocionados em Casablanca é simplesmente arrasador do ponto de vista emocional. 

Ver Rick apontando a pistola ao capitão Renault (Claude Rains) é emocionante, expondo paradigmaticamente o verdadeiro caráter deste complexo personagem, capaz de sacrificar o amor por uma causa. Muitas outras cenas poderiam ser colocadas também em destaque, bem como diálogos, com o filme realizado por Curtiz que não poupou nas falas que ficam na memória. 

"Casablanca" é um exemplo paradigmático de um filme onde tudo parece dar certo, sendo capaz de chegar aos espectadores como poucas obras cinematográficas o conseguem. É verdade que existem muitos filmes tecnicamente e narrativamente superiores, mas poucos tiveram a capacidade de "Casablanca" em conquistar, arrebatar e emocionar o espectador e é aqui que reside um dos fatores de força do filme realizado por Michael Curtiz. 

Constituído por um belíssimo trabalho de fotografia do qual sobressai a utilização do chiaroscuro (bem como uma utilização sublime dos close-ups), um domínio notório da mise-en-scène, um conjunto de cenários que se tornaram míticos (veja-se o café de Rick), "Casablanca" junta a essa atenção ao pormenor uma história soberba da qual sobressai a história de Rick Blaine e Ilsa Lund.

Conclusão


Michael Curtiz tem nesta obra cinematográfica baseada na peça (na época por lançar) "Everybody Comes to Rick's" aquele que é um dos pontos altos da sua carreira. Realizador com um conjunto de obras acima da média, poucas foram aquelas que continuam a gozar do estatuto de "Casablanca", um filme recheado de momentos memoráveis que perduram facilmente na memória, tais como aqueles que foram citados ao longo do texto, tão capazes de gerar amores, paixões e também algumas reticências. 

As paixões não se explicam, mas sentem-se. Desde o primeiro dia que contatei com "Casablanca" através de uma fita VHS (aquelas usadas nos extintos aparelhos de vídeo-cassete) que este se tornou um dos filmes da minha vida. Já vão mais (bem mais) de 20 anos e ver "Casablanca" tornou-se quase um ritual e nunca uma obrigação. 

Ilsa, Rick, Sam, Victor Laszlo, Ugarte, Louis Renaut, mais do que meros personagens, tornaram-se figuras familiares cujos diálogos foram praticamente decorados e redescobertos a cada visualização. Tal como as pessoas, os filmes não são perfeitos. Nem por isso nos deixamos de relacionar melhor com umas do que com outras. 

"Casablanca" é daqueles filmes cujos defeitos não chegam para lhe tirar o seu valor, a paixão e emoção que transmite, os seus momentos arrebatadores e inesquecíveis, algo que leva a construir uma relação única com quem vê esta obra-prima. Existem filmes que com o tempo vão crescendo dentro de mim e outros que me fazem sentir o amargo sabor de já não gostar tanto deles como na primeira visualização. "Casablanca" é sempre uma doce descoberta a cada nova visualização, um filme que apaixona, comove e emociona, no qual a cidade de Paris de Rick e Ilsa se transforma no local de todos os sonhos e desilusões, Casablanca a cidade da qual não queremos sair e perder a companhia de Rick e Ilsa, numa obra arrebatadora e simplesmente apaixonante.

"As Times Goes By", original soundtrack for "Casablanca", featuring Dooley Wilson
  • Classificação: 10 (em 10). 
  • Direção: Michael Curtiz. 
  • Argumento: Joan Alison.
  • Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Peter Lorre, Conrad Veidt, Paul Henreid, Claude Rains, Sydney Greenstreet, Dooley Wilson.

quarta-feira, 23 de março de 2016

REVESTI-VOS!

"Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" - Efésios 6:13-17.
Todos os dias enfrentamos batalhas, seja na profissão, no lar, com nossos amigos. Onde quer que estejamos, temos lutas e obstáculos a transpor. Mas precisamos estar preparados para essas batalhas. A lição base para todo cristão é vestir a armadura de Deus todos os dias ao se levantar. Sim, isso implica em orar todas as manhãs pedindo a Deus que nos revista com sua armadura, nos exatos termos do texto de Efésios, descrito acima. 

Guerra espiritual 


Existe um mundo espiritual que, embora não possamos ver, tem influência poderosa sobre o mundo físico. A Bíblia faz referência a anjos e a demônios, seres espirituais que agem na terra. Antes da conversão, o homem é escravizado pelas forças do mal (Efésios 2:2, 3) mas não tem consciência disso. A partir do momento em que se entrega a Cristo, o indivíduo se envolve numa intensa batalha espiritual. O príncipe do império das trevas, de onde fomos libertos, não se dá por vencido 

E daí? Vamos ignorar essas verdades ou vamos enfrentar esta batalha? Que armas temos à nossa disposição? 

Isso é o que verá neste artigo-estudo. 

I. Por que não devemos ignorar a batalha espiritual 


a) A Bíblia dá muita ênfase ao assunto. Segundo as Escrituras, existe uma contínua e intensa batalha entre a luz e as trevas, entre os que estão em Cristo e Satanás, entre a Igreja e o inferno (1 Pedro 5:8, 9). Há uma verdadeira riqueza de textos bíblicos que falam acerca do assunto, mostrando como os espíritos das trevas trouxeram intenso sofrimento às pessoas. 

Nos Evangelhos, relatos sobre a ação do diabo impressionam: o gadareno, possuído por legiões de demônios, Marcos 5:1-20; o jovem que era jogado na água e no fogo, Mc 9:14-22; Maria Madalena, liberta de sete demônios, Lucas 8:2; espíritos de enfermidade, Lc 13:11-13; Ananias e Safira foram enganados por Satanás para que mentissem ao apóstolo Pedro (Atos 5:11-13). 

Segundo a Bíblia, para ludibriar o homem, Satanás se transforma até em anjo de luz e seus ministros são capazes de se mascararem como ministros de justiça (2 Coríntios 11:13-15). 

b) O contexto cultural e religioso do país em que vivemos é outra forte razão para não ignorarmos a batalha espiritual. Deve haver um despertar do cristão para a realidade da batalha espiritual e, assim, preparar-se para vencê-la.

II. Como desfazer as estratégias do inimigo


1. Conhecer o inimigo - Paulo, em Efésios 6:12, fala de uma hierarquia no reino das trevas. Principados são os chefes ou os líderes da maldade; os dominadores são espíritos malignos; as potestades são os que têm poder para governar. Todos promovem males na terra. 

a) Estes principados, dominadores e potestades do mal procuram levar o homem à desobediência, à insubmissão. Tornam as pessoas irreverentes e insubordinadas quanto ao seu comportamento (2:2). 

b) Estes espíritos malignos atuam também como agitadores da consciência humana, fazendo com que sentimentos de culpa sejam mais intensos (Zacarias 3:1-5). 

Os seres invisíveis da maldade são acusadores. Vemos claro exemplo em Jó 1:1-12 quando o diabo fica questionando a respeito da integridade e justiça de Jó. A busca exagerada, detalhista e obcecada de "justiça" é também diabólica. Tenhamos cuidado com o exagero legalista. 

Portanto, é muito importante saber como se  revestir com a armadura descrita no texto de abertura desse artigo e é isso que entenderemos agora. 

1. Cinturão da verdade 


É o primeiro adereço a ser colocado. Há uma cultura social de que pequenas mentiras, supostamente inofensivas, não trazem prejuízos, mas isto não é verdade. A Bíblia nos ensina que a mentira não vem de Deus: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira" - 8:44. 

Portanto, aquele que mente, por menor que seja a mentira, torna-se vulnerável, pois abre mão de uma parte importante de sua armadura. Então, não importa quais sejam seus motivos, seja sempre verdadeiro. Você não é obrigado a responder tudo o que te perguntam e nem a passar todas as informações que te solicitam, tenha sabedoria e não abra mão de seu cinturão da verdade. 

2.Couraça da Justiça 


A couraça é a indumentária que tem como objetivo proteger os órgãos vitais, como coração, pulmões, fígado etc. Muitos brasileiros se orgulham do rótulo de que somos o país do "jeitinho", da malandragem. O problema é que a injustiça, é como uma droga. Tudo começa com o desrespeito a um sinal de trânsito, nada demais. Depois, passa a ser uma fofoca contra um colega, tão comum, não? Depois passa a não devolução de algumas moedas de um troco errado, o que tem de mais todos fazem isso, não é mesmo? Quando a pessoa se dá conta, o seu corpo já está agindo em função da corrupção. 

Guarde o seu coração e o seu corpo dos malefícios da injustiça, não caia na ilusão de que algo errado possa te trazer alguma vantagem. Nenhum dinheiro, vitória ou promoção pessoal valem o preço de uma vida. Portanto: "Não cometereis injustiças no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. Balanças justas, pedras justas, efa justa e justo him tereis ['efa' e 'him' eram unidades exatas de peso e medida muito comuns na época dos hebreus]." - Levíticos 19:35-36. Seja sempre justo, consigo mesmo e com seus semelhantes, inclusive nas pequenas coisas, e nunca dispa-se de sua couraça da justiça 

3. Calçados os pés na Preparação do Evangelho da Paz 


O evangelho de Cristo nos traz muitas orientações quanto aos caminhos que devemos andar, sendo o principal deles o que diz Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela (Mateus 7:13). Precisamos calçar nossos pés nesse caminho, o evangelho de Cristo, a fim de que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente (Ef 4:13). Se Deus nos deu orientações a seguir é porque existe a forma correta de seguir seus caminhos e não devemos seguir o que "achamos" que é correto. 

Um problema de matemática pode ser resolvido de várias formas, mas de acordo com os objetivos propostos, existe a fórmula correta para encontrar o resultado pretendido. Não adianta eu querer utilizar uma fórmula de multiplicação, por achar mais fácil, se o correto é utilizar uma fórmula de divisão.Devemos, portanto, proteger nossos pés de maus caminhos, seguindo sempre os passos que Jesus traçou para nós. 

4. Escudo da Fé 


Se você utiliza o escudo da fé com habilidade, não importa qual ataque possa estar sofrendo, nada te abalará. Se alguém te disser que você é um derrotado, pela fé você saberá que em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou (Rm 8:37). Se alguém disser que Deus te esqueceu, saberá que Ele é o teu Deus, o teu refúgio, a tua fortaleza, e nele confiará (Salmo 91:2). Se alguém disser que você está sofrendo muito, saberá que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Rm 8:18). 

Aquele que usa o escudo da fé em seu dia a dia, está protegido de toda seta lançada contra o seu coração, permanecendo forte para a batalha. 

5. Capacete da salvação 


Nossa mente é o local onde se travam todas as nossas batalhas. É o local onde todas as nossas decisões são tomadas e é por isso que é tão importante que esteja protegida de ataques externos de maneira que devemos manter cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5). Ao vestir o capacete da salvação e manter nossos pensamentos em Cristo, nos livramos das tentações diárias, que nos levam a errar. Por isso, precisamos nos manter sóbrios em todo o tempo: "Sede sóbrios; vigiai (1 Pedro 5:8)". Quando abrimos mão do controle de nossas mentes e decisões, abrimos espaço para tragédias, como acidentes, más opções, crimes. Detenha o controle de sua mente em todo o tempo, para descansar você não precisa abrir mão da sobriedade, esteja sempre alerta e ciente de tudo o que está acontecendo ao seu redor, a fim de que possa sempre tomar decisões corretas, pautadas nos caminhos do Senhor. 

6. Espada do Espírito (A Palavra de Deus)


A palavra de Deus é a arma que devemos utilizar em nossas batalhas. A Bíblia é a palavra de Deus

Portanto, quando estiver diante de algum desafio da vida, não fique parado, aguardando ser devorado, parta para o ataque, através da palavra de Deus, pois está escrito: "..No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33)." e Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8:31). 

Portanto, não se deixe abater, fique firme e aguarde a ordem do Senhor e há de ser que, ouvindo tu um ruído de marcha pelas copas das amoreiras, então sairás à peleja; porque Deus terá saído diante de ti, para ferir os teus inimigos (1 Co 14:15), pois "toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz o Senhor (Is. 54:13)." 

Conclusão


Essa é a utilidade de cada item da armadura de Deus. E aí, já vestiu sua armadura hoje? Se não, o que está esperando para se proteger? Vá agora mesmo a presença de Deus e declare a Ele que está vestindo sua armadura, declamando item por item e, então, use-os. 

Pare de enfrentar batalhas sem proteção, a armadura de Deus é gratuita e está disponível a todos que quiserem utilizá-la. 

Deus está contigo, hoje, amanhã e sempre.

domingo, 20 de março de 2016

PÁSCOA (PÊSSARR): JUÍZO, LIBERTAÇÃO E ETERNIDADE

Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia. Páscoa (Pêssarr, em hebraico) significa literalmente “passagem” (pois o Senhor "passou" sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os - Êxodo 12:27). É uma festa instituída por Deus como um memorial para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio Deus os libertou com mão poderosa, trazendo juízo sobre os deuses do Egito e sobre Faraó - Êx 12. 

Páscoa fala de memória, de identidade. O povo de Israel foi liberto do Egito para poder servir a Deus e ser luz para as nações. Páscoa é uma festa instituída para que jamais Israel se esquecesse quem foi, quem é e o que deve ser. Da mesma forma, todos os que são discípulos do Mashiach são co-herdeiros e co-participantes das promessas e das alianças dadas por Deus a Israel, pois através do Evangelho foram enxertados em Israel e são parte do mesmo corpo (judeus e não-judeus), a Família de Deus (Efésios 3:6). 

Daí, conforme o ensino apostólico em 1 Coríntios 5:8, os discípulos de Yeshua não-judeus podem e devem também celebrar este memorial. O simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no Novo Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Yeshua não apenas é morto em Páscoa, mas ele simboliza o próprio Cordeiro pascal (1 Co 5:8), que tira o pecado do mundo (João 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos resgata da escravidão do pecado e nos sela como Seus filhos. Nele (Yeshua), somos feitos novas criaturas sem o fermento da malícia e da maldade. Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa que é a mais simbólica das Festas de Deus. Páscoa fala de nossa libertação para servirmos a Deus. 

A Páscoa moderna 

Coelhos e ovos de chocolate


A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo? 

A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. 

À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis. 

Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que esta doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A ideia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho... 

O peixe


O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor. 

A Páscoa eterna 


Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa. Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos - o filho mais velho seria morto. 

Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos. 

Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa "passagem" "passar por cima". Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo. 

A Páscoa cristã 

Na Igreja Católica 


A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo. 

Na Igreja Evangélica 


A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. 1 Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte: 
"Jesus tomou o pão, e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha." 
Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão "isso é o meu corpo" signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo "Eu Sou a porta" (João 10:7), "Eu sou o caminho" (Jo 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. 

Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai" - Mateus 26:29. 

Portanto, a cerimônia da Ceia do Senhor, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados, vejamos: 

  • 1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com Deus, com o nosso próximo e conosco mesmo - união - não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve... 
  • 2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai" - Mateus 26:29. 

Conclusão 


Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. 

A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. 

Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós. 

Jesus foi claro "Fazei isto em memória de mim." Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos em Mateus 15:9 adverte: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." 

A páscoa para nós 


No Egito o povo sabia que partiriam a qualquer momento. A páscoa foi comida às pressas significando prontidão para partir. Quem está em Cristo também deve estar vigilante e preparado para partir a qualquer momento. Cristo não marcou a hora de sua volta. Assim está escrito: "Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã" - Marcos 13:35. A volta de Cristo é a maior esperança de quem foi liberto do poder do pecado. 

Ele voltará e nos conduzirá à Canaã celestial. Em Filipenses 3:20 lemos: "Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." Então o significado da pascoa só tem sentido para quem realmente atenta para o que Deus comunicou-nos através de sua Palavra. Estamos preparados para a vinda do Senhor a qualquer momento? Já estamos libertos do poder do pecado? Por que esta pergunta? O alto preço pago por Cristo pela nossa salvação não faz diferença nenhuma se continuamos vivendo mortos em pecados. Vivendo assim não estamos livres da condenação. Em Gálatas 5:1 lemos: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão." Caso ainda não tenha recebido a Cristo como salvador, apresse-se. 

A Escritura diz "ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" - 1 João 1:9. Enfim a páscoa só tem um sentido real se compreendermos o que ela significava no passado e como tudo se cumpriu no sacrifício perfeito de Cristo. A Deus seja a glória. 

A IGREJA DE JOELHOS NO ALTAR DE FREUD

Na história da igreja evangélica, nada tem induzido os crentes ao abandono da fé na suficiência da Palavra de Deus mais do que a pseudociência do aconselhamento psicológico. 

Considerem o seguinte: a igreja evangélica é um serviço mais que tudo de referência no aconselhamento por psicólogos e psiquiatras. Muitas grandes igrejas possuem psicólogos licenciados em seu quadro de funcionários. As agências missionárias estão exigindo que os seus candidatos a missionários sejam avaliados e aprovados por psicólogos profissionais licenciados, antes de serem admitidos ao serviço. Psicólogos e conselheiros cristãos tornam-se sempre mais conhecidos e respeitados pelos evangélicos do que os pregadores e professores. 

Quem já não ouviu falar do psicólogo Dr. James Dobson [Médico, professor, autor e palestrante, tem seu doutorado em desenvolvimento infantil, foi por 14 anos professor universitário de pediatria e trabalhou por 17 anos no departamento de desenvolvimento infantil e genética do Children’s Hospital de Los Angeles. Em 1970 decidiu abandonar a carreira médica para dedicar-se à defesa da família. Através da organização Focus on the Family (Enfoque na Família), que lidera, são produzidos seus programas de apoio à família cristã que são veiculados em 2500 rádios nos EUA e mais 3000 rádios ao redor do mundo. Entre seus livros estão: "Criando Meninos", "Como lidar com a Teimosia do seu Filho", "Ouse Disciplinar", "Respostas Confiáveis e Amor para Toda a Vida".]?

A maioria dos evangélicos está convencida de que a psicoterapia é científica e necessária para suprir o que falta na Bíblia, no que se refere às necessidades mentais, emocionais e comportamentais. Quando emprego o termo "psicoterapia", estou me referindo ao aconselhamento psicológico, à psicologia clínica e à psiquiatria (não biológica). Posso também usar o termo "psicologia". 

Reconheço que existem algumas áreas da psicologia que são claramente distintas da psicoterapia e devem ter mérito e valor científico, quero dizer, os campos que estudam a percepção, a inter-relação homem-máquina, a ergonomia, qualquer psicologia educacional, e assim por diante. Contudo, estas representam uma pequena porcentagem na indústria da psicologia, a qual afirma ter "insights" (1. clareza súbita na mente, no intelecto de um indivíduo; iluminação, estalo, luz; 2. psic - compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações adequados) científicos dentro da mente humana.

"Cultoterapia" 


Tem sido natural adentrar alguns locais de reunião da igreja e ficar confuso quanto a estar em um culto a Deus ou em uma palestra motivacional. Tudo parece ter sido minunciosamente preparado para "nos fazer bem". Da porta de entrada a última parede, as luzes, as cores, a ornamentação e, se brincar, até os adereços que as meninas usam na dança foram estudados em suas formas e significados, objetivando causar algum impacto emocional aos que se fazem presentes. Com mais minúcia ainda é feita a seleção das músicas e a escolha do sermão; tudo tem que convergir para produzir "emoções positivas" nas pessoas. É o que tenho chamado de "Evangelho Triunfalista" (total, essencial e proporcionalmente inverso ao verdadeiro Evangelho Triunfante ensinado por Jesus Cristo). 

Então, qual o problema com a psicoterapia? De acordo com numerosos estudos científicos, ela raramente funciona (e quando o faz é apenas superficialmente) sendo conhecida como prejudicial. A partir de uma perspectiva bíblica, ela é um engodo anticristão. Estas duas conclusões vão se tornar completamente óbvias à medida em que prosseguirmos. 

Em razão da significativa influência que tem tido na igreja, o caminho psicológico comparado ao caminho bíblico deveria ser assunto de interesse crítico para todos os que creem ser a Palavra de Deus sua autoridade e que ela é totalmente suficiente para nos dar 
"tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude" (2 Pedro 1:3). 
Qual a necessidade de todas essas estratégias? Para encontramos resposta a essa pergunta, verifiquemos a fundamentação das letras das músicas escolhidas e do assunto do sermão; então, sem muito esforço, perceberemos que toda essa engenhosa estrutura foi desenhada para que o homem seja a pedra angular; depois é pincelada uma rala camada de cristianismo, usando versículos bíblicos por desencargo de consciência, porém com uma exegese infiel, influenciada pelo egoísmo, contaminada pela negligência ao estudo teológico e descrença na suficiência das Escrituras. Portanto a resposta se faz clara: Precisa de tudo isso porque falta aquilo que é suficiente: a insofismável e insubstituível Palavra de Deus. 

Essa descrença na suficiência das Escrituras tem levado muitos líderes a aderirem a essa moda de "psicologia cristã”"(termo que deve ser repensado). Precisa a Bíblia de um complemento? Será que estamos tratando a Palavra de Deus como um alimento de nutrientes incompletos que precisa ser acrescido de suplementos para nos suprir? Entra a psicologia quando a Bíblia não é suficiente ou entra a Bíblia quando a psicologia não é suficiente? Pode a Bíblia ser insuficiente e pode a psicologia ser suficiente? 

Opostos nada atraentes 


Mas qual o problema entre os caminhos da psicoterapia e o Caminho do Evangelho? Não seriam vias fluentes em sua trajetória? 

Eles não poderiam ser mais opostos. As teorias básicas do aconselhamento psicológico são contraditórias ao que a Bíblia ensina sobre a natureza humana e a solução divina para os seus problemas mentais, emocionais e comportamentais. Vejamos alguns:

Os conceitos psicoterapêuticos com relação à humanidade são intrinsecamente bons. A Bíblia diz que, exceto Jesus Cristo, não existe homem bom e que este foi nascido com uma natureza pecaminosa, 
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" - Romanos 3:23. 

O aconselhamento psicológico promove sempre a crença de que os problemas que afetam adversamente o bem estar mental e emocional da pessoa são determinados por circunstâncias fora da pessoa, tais como abuso de pais e o meio ambiente. 

A Bíblia diz que um coração humano maligno e suas escolhas pecaminosas é que são causadores dos problemas emocionais e comportamentais: 
"Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" - Marcos 7:21-23. 

A psicoterapia tenta melhorar o ego através de conceitos, como amor próprio, auto-estima, auto-dignidade, auto-imagem, auto-atualização, etc. A Bíblia ensina que o ego é o maior problema da humanidade e não a solução dos males que a afligem. Ela profeticamente identifica a principal solução mostrada no aconselhamento psicológico, o amor próprio, como o catalizador a uma vida de depravação: 
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos..." - 2 Timóteo 3:1. 
Ela nos ensina ainda que a reconciliação com Deus através de Jesus Cristo é o único meio do homem resolver os seus problemas mentais, emocionais e comportamentais relacionados ao pecado: 
"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis" (Colossenses 1:21-22). 
A psicologia tem sabotado de muitos [cristãos] a fé no que se refere à suficiência da Bíblia. Visto como os psicólogos afirmam possuir "insights" dentro da natureza humana e também métodos para mudá-la, métodos esses que não se encontram na Bíblia, isso quer dizer que a Bíblia não é suficiente para aconselhar nem conduzir os crentes em suas necessidades mentais, emocionais e comportamentais. 

A psicoterapia vendeu à igreja essa mentira de que a psicologia pode ser integrada à Bíblia. Isso deveria ser escandaloso para todo crente inteligente. Visto como a psicologia e a Bíblia estão fundamentalmente em oposição uma à outra, deveria ser óbvia a impossibilidade de uma real integração em seus ensinos. 

Além do mais, se a Bíblia [o Livro "escrito" por Deus] é insuficiente para englobar tudo o que diz respeito à vida e piedade, nesse caso os seres por Ele criados devem buscar em algum lugar o bem estar mental, emocional e comportamental. E como devem buscá-lo em algum lugar, então a afirmação que a Bíblia faz de ser autoridade, de ser infalível e suficiente, também é falsa! 

Espírito Santo ou Sigmund Freud? 


É amplamente aceita a ideia de que pessoas cheias do Espírito Santo, plenas da Palavra de Cristo, são inaptas para aconselhar pessoas emocionalmente fragilizadas, pois é necessário ajuda profissional. Somente aqueles que possuem cursos na área de saúde mental recebem confiança para atuar no aconselhamento. Quem propõe soluções tais como: "Olhe para Deus, arrependa-se dos seus pecados, dedique-se ao estudo profundo das Escrituras e persevere na oração" é taxado de insensível e despreparado. O que se espera de um conselheiro eficaz é que ele diga: "Olhe para dentro de você; Perdoe-se; Você é bom! Eleve a sua autoestima; Pense positivo; A solução está no seu interior..." Doutrinas bíblicas, como depravação do homem e santificação são omitidas. 

O apologista John MacArthur sabiamente escreveu:
"A verdadeira psicologia ('o estudo da alma') pode ser praticada somente por cristãos, pois só estes têm os recursos para a compreensão e a transformação da alma. Visto que a psicologia secular se baseia em pressupostos ateístas e em fundamentos evolucionistas, ela está apta para lidar com pessoas num nível apenas superficial e temporal". 
Para a psicologia, elevar o ego é a solução; e este é um claro confronto com as Escrituras que tratam o ego humano como a causa dos nossos maiores problemas. Como lemos no livro de Provérbios: 
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda" - 16:18. 
O puritano Thomas Manton afirmou que "o ego do homem é um feixe de ídolos". Enquanto os psicólogos aconselham a sermos amantes de nós mesmos, o apóstolo Paulo inspirado por Deus aconselhou: 
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te" - (2 Timóteo 3:1-15). 
Nosso Senhor Jesus Cristo "veio para servir, e não para ser servido" (cf. Mateus 20:28). Ele não procurou sua própria satisfação (cf. Romanos 15:3), e nos ordenou: 
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" -Marcos 12.30-31. 
Por acaso a sabedoria dos conselheiros humanos pode sobrepujar os conselhos dAquele cujo 
"nome é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz?" (Isaías 9:6 - grifo meu). 
Claro que não! Somente em Deus encontramos o sentido da vida e todos os recursos que precisamos para viver bem. 
"A Lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. "Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido" - Salmo 19:7,8; Josué 1:8. 

Conclusão 


É sabido que há profissionais cristãos sérios, cheios do Espírito Santo e comprometidos com o Reino de Deus atuando no campo da psiquiatria em, portanto, não há nada de errado em que tais irmãos auxiliem a Igreja com o conhecimento aliado à sabedoria que vem do alto. O problema está e foi o que levantei no texto deste artigo, na substituição da suficiência bíblica e na sobrepujança da psicologia em detrimento de uma ação dunamis do Espírito Santo na vida dos que que aceitam viver piamente em Cristo. 

A felicidade que encontramos em Deus, quando prosseguimos em conhecer a sua Palavra e vivemos em santidade, não é abalada com a presença de tribulações. Conhecendo o amor de Cristo seremos cheios de toda a plenitude de Deus (cf. Efésios 3:19). E mesmo em meio às necessidades poderemos declarar: 
"Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação" - Habacuque 3:18. 
Por mais fortes que sejam os ventos da "psicologia na igreja" podemos encontrar firmeza na suficiente Palavra de Deus, na qual temos todos os recursos disponíveis para atender as nossas mais intrínsecas necessidades, pois somente ela é capaz de penetrar as profundezas da nossa alma e discernir os nossos pensamentos e intenções do coração (cf. Hebreus 4:12). Nem nós mesmos estamos habilitados para conhecer o nosso coração, que diremos de outra pessoa, cujo coração também é enganoso, tentando conhecer o nosso coração? 

Merecedor de confiança é o Consolador (cf. João 14:26). Ele é poderoso para transformar o homem completamente, concedendo uma nova vida, ensinando a verdade, conduzindo ao arrependimento dos seus pecados e a santificação, que nos fará cada dia mais semelhantes a Cristo e consequentemente mais sábios, mais felizes, mais satisfeitos e bem resolvidos. Concluo com o que disse Paulo, o apóstolo: 
"Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros" - Romanos 15:14.