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sexta-feira, 30 de junho de 2017

QUEM É VOCÊ: UM CRISTÃO, UM ANTICRISTÃO OU UM SIMPATIZANTE?

Costumo identificar três grupos de pessoas que existem hoje na sociedade: os simpatizantes de Cristo, os cristãos e os anticristãos. A Bíblia ensina que devemos nos avaliar a nós mesmos (1 Coríntios 11:28). Portanto, avalie-se e identifique-se.

Os anticristãos


Começando pelos anticristãos, Jesus disse que os que não são a favor são contra (Mateus 12:30), até porque Jesus disse que é a Verdade, o caminho (não "um dos" caminhos), a vida (João 14:6) e é Deus (João 10:30; conforme Isaías 9:6). Desta forma qualquer pessoa que defende qualquer pensamento que vai contra os ensinos de Cristo se torna contra Cristo. Se você nega Cristo como Senhor, Salvador e Deus, ou defende outra forma de chegar a Deus, você é contra. 

Os cristãos 


Cristãos são aqueles que obedecem aos mandamentos de Cristo, testemunham seus ensinos. Recebem Jesus como Senhor e Salvador, são batizados nas águas, tomam a ceia do Senhor, ouvem, obedecem e exercem seu chamado ao exercício ministerial, pregam a Palavra de Deus, frequentam os cultos, visita os doentes e presos, perdoa e ora até pelos inimigos, não julga nem condena as pessoas. Não faz acepção de pessoas, ama a Deus acima de toda e qualquer outra coisa e ao próximo como a si mesmo, busca humildade, entendimento, sabedoria, temor, etc. 


Os simpatizantes 


Já os simpatizantes - os que "ficam em cima do muro" - são aqueles que sabem que Jesus é o Filho de Deus, sabem que seus ensinos são santos, verdadeiros e vem de Deus, reconhecem os crentes no Senhor e até os admiram, mas ficam eternamente em cima do muro. 

Nunca tem tempo para (ou não querem mesmo) ir a igreja, não ajuda em nada na obra deixada por Cristo. Querem continuar nos prazeres do mundo, querem levar vantagens em todas as coisas, querem até tirar vantagens de Deus, quando vão as igrejas vão apenas para pedir, para ganhar, nunca para dar (afinal, não têm nada mesmo para dar). 

Muitas vezes são boa gente, solícitos, ajudam o próximo, não fazem mal a ninguém (a não ser a si mesmos). Estão há anos luz distantes de Deus, mas adoram dizer que são de Deus (e aí de quem ousar dizer o contrário), gostam de elogios, não aceitam serem confrontados, adoram falsos profetas (principalmente aqueles cujas mensagens lhe são convenientes), adoram ouvir coisas agradáveis, mesmo que sejam mentira. São contestadores, questionadores mas nunca se baseando na Palavra, mas em seus "achismos", seus conceitos.

Falam de Jesus como um iluminado, alguém bom, mas só usam as palavras que convém para defender algum erro próprio, dizem que Deus é amor (e Ele é mesmo - Jo 4:8), mas não dizem que Deus é santo (1 Pedro 1:15, 16), justo e fogo consumidor (Hebreus 12:29), Deus é ciumento (Tiago 4:5) e exige adoração do homem (Jo 4:23), mas isto não agrada ao homem. 

Quem é você? 


A qual grupo você pertence? Jesus disse em Apocalipse que aquele que não é frio nem quente é morno, e estes serão vomitados da boca de Deus (3:15,16), pessoas que não tem personalidade, são omissas, veem o mal e ficam calados, não querem compromissos. Mas o fato é que precisamos nos identificar. No reino de Deus não existe agente secreto, "crente 007". 

Somos convertidos ou convencidos? 


Diante do acima exposto, ainda consigo fazer uma subdivisão: os convertidos e os convencidos. Estamos passando por um período de grande crescimento das igrejas evangélicas, e dentre aos que tem chegado, encontram-se aqueles que por serem "simpatizantes" do evangelho, se candidatam a serem evangélicos e acreditam já estar selecionado ao grupo dos salvos. 

A questão é que existe uma diferença muito grande entre um convertido e um convencido. Jesus era acompanhado de uma grande multidão de seguidores, estes simpatizantes pelos feitos de cristo eram fãs do Mestre, mas os convertidos se contavam nos dedos. Certa vez Jesus pregava um duro sermão e os convencidos escandalizaram-se e foram saindo um após o outro até que Jesus disse aos pouquíssimos que restaram: 
"Vocês também não desejam se retirar?" (Jo 6:60-67). 
O maior problema, é que não existem apenas membros convencidos, a Bíblia também fala de um grupo de líderes convencidos da salvação, mas não a terão. Dentre eles: pastores, evangelistas, diáconos e outros. Alguns líderes também precisam se converter nesta geração (Mateus 7:21-23

Veja as características do convertido e do convencido: 


1] O convencido vai a igreja, louva a Deus com os lábios, mas seu coração esta distante de Deus (Marcos 7:6) O convertido até com seu testemunho presta louvor ao Senhor. 

2] O convencido tem comichão nos ouvidos, e procura doutores que preguem e aceitem suas próprias concupiscências (2 Timóteo 4:3), o convertido aceita a exortação e muda suas atitudes (Filipenses 3:14). 

3] O convencido vive de emocionalismos acreditando estar vivendo o avivamento. O convertido vive em constante transformação de caráter, porque sabe que o verdadeiro avivamento é aquele que gera mudanças de atitudes. Lembre-se que o tambor apesar de todo o barulho que faz, esta somente cheio de ar. 

4] Os convertidos creem que a igreja é um hospital para os pecadores e parte em busca das almas, os convencidos creem que a igreja é uma galeria de santos e só pensa na própria salvação (Mt 7:19). 

5] O convertido olha para Jesus, mas o convencido vive a olhar para o homem o tempo todo, julga os outros e esquece de julgar a si mesmo (7:5

6] O convertido vive em vigilância até o final da vida, já o convencido pensa que por "ser crente" há muito tempo o torna um salvo. Pedro apesar de ter acompanhado tantos milagres, teve o próprio Jesus o retratando de convencido (Lc 22:32). O convencido Pedro traiu a Jesus três vezes e teve que se converter. 

Jeremias orou: 
"Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos" (Lamentações 5:21). 
Vivamos em constante aperfeiçoamento de caráter, 
"aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1 Jo 2:6). 

Conclusão 


O cristão verdadeiro é aquele que em um belo dia ouviu alguém comentar sobre o sacrifício de Jesus, então ele O aceita e passa a compartilhar desse amor. Já o simpatizante se contenta em apenas curtir a mensagem da salvação. 

Jesus disse que onde estiver o seu tesouro ali também estará seu coração (Mt 6:21). O coração do cristão está em Cristo, seu maior tesouro, enquanto que o coração do simpatizante está trancado em cofres. 
  • O simpatizante adora a Deus com os lábios, mas o cristão O adora com o coração; 
  • O cristão sai da prática do pecado após ter a vida abalada por Deus, já o simpatizante esquece de Deus e sai pra balada; 
  • Quando se fala da Bíblia, o simpatizante admira e respeita, mas o cristão crê e pratica; 
  • O simpatizante curte e compartilha as mensagens do Facebook, mas o cristão, além disso, ama e pratica as mensagens do "Sacred book" (Livro sagrado). 
Ao ler esse artigo, o simpatizante se sente ofendido, mas o cristão se sente edificado. 

Os simpatizantes convencidos na Bíblia


Quando Jesus esteve na terra era admirado por várias pessoas, em algumas ocasiões era acompanhado por multidões que se aproximavam dEle pelos mais diversos interesses, porém, muitos desses simpatizantes e admiradores não foram salvos. Certa feita, dez leprosos foram curados por Jesus (Lc 17:11-19), mas apenas um foi salvo (os outros nove eram apenas simpatizantes). 

Outro admirador de Jesus foi o jovem rico (18:18-29), que simpatizava tanto com Jesus que chegou a chamá-lo de bom mestre, mas apesar de ser cumpridor de muitos mandamentos, não estava disposto a obedecer fielmente a tudo que Jesus mandou. Até mesmo Pilatos "simpatizou" com Jesus e não quis crucificá-lo (23:20), tanto que chegou a repetir por três vezes que não achava culpa nenhuma nEle (23:4,14,22). 

Nos dias de hoje, ainda encontramos muitos simpatizantes de Jesus, eles buscam apenas as bênçãos que Ele pode oferecer (assim como os nove leprosos); estão dispostos a obedecer os mandamentos de Jesus, contando que não estejam contra seus próprios interesses (assim como o jovem rico) e reconhecem que Jesus é perfeito, porém não se comprometem com Ele (assim como Pilatos). 

Para ser um cristão é preciso mais que isso! Se você tem sido apenas um simpatizante convencido, saiba que ainda há tempo de se arrepender, deixar de ser um admirador de Jesus e passar a ser um seguidor dEle. É tudo uma questão de escolha. Ou não?
"Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve" (Malaquias 3:18). 

[Fonte: Conselhos do Céu - www.conselhosdoceu.com.br] 

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

OBEDIÊNCIA E LIBERDADE: OPOSTOS NA CARNE; UNIDOS EM ESPÍRITO


Hoje, são muitas as mensagens que dizem que o cristão deve servir e obedecer a Cristo dando-lhe o primeiro lugar em suas vidas. Para uns, servir a Cristo é ter uma religião; outros entendem que precisam de uma filosofia de vida; outros entendem que servir a Cristo decorre do comportamento, da moral e da ética. 

Quando falamos de obediência, geralmente vêm a nossa mente a ideia de regras, mandamentos, ordens, etc. Jesus disse: 
"Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14:15). 
Quais são os mandamentos de Cristo? Jesus especificou qual o comportamento daqueles que o amam?

Analisando e entendendo os contextos


Jesus é enfático com relação aos seus mandamentos: 
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama" (14:21); "Se alguém me amar, guardará a minha palavra (...) Quem não me ama não guarda as minhas palavras" (23,24). 
Mas, quais são os mandamentos? Ao falar deles, João disse: 
"Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" (1 Jo 5:3; grifo meu). 
  • a) Os mandamentos de Deus revelam o seu amor?;
  • b) Os homens necessitam dos mandamentos, como sendo essenciais à vida? e;
  • c) Os mandamentos não são pesados, ou seja, não são penosos?
Por que os mandamentos revelam o amor de Deus? A resposta é: 
"Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo..." (3:23). 

O apóstolo João demonstra que cumprir o mandamento de Deus é o mesmo que crer no nome do seu Filho, ou seja, a partir do momento que você ouviu a mensagem do evangelho e creu, cumpriu cabalmente o mandamento de Deus. 

Crer em Cristo, ou cumprir o mandamento de Deus é designado também como obediência: 
"Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade..." (1 Pedro 1:22). 
Por meio da obediência à verdade do evangelho (que apresenta o Filho de Deus aos homens) o homem deixa de ser filho da desobediência (Adão) 
"Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Colossenses 3:6), 
e passa a ser filho de Deus, o que é essencial a nova vida. Segue-se que os homens precisam dos mandamentos de Deus para obter nova vida. 

Por que os mandamentos não são penosos? 


Diferente daquilo que os homens imaginam, o mandamento de Deus é crer, o que não demanda esforços ou realizações. Se comparado as ordenanças humanas no intento de alcançar a salvação 
"Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los" (Mateus 23:4), 
os mandamentos de Deus são suaves e leves (11:30). 

Há aqueles que nomeiam a Cristo de Senhor, mas que não fazem a sua vontade 
"Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu mando?" (Lucas 6:46). 
Somente aqueles que creem em Cristo como salvador são verdadeiramente seus servos e fazem a vontade dEle 
"Qualquer que vem a mim, ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante" (6:47). 
Você como cristão deve ter o cuidado para não ser enganado. Há muitos que apregoam que você deve fazer uma 'pseudo' vontade de Deus, ou fazer a 'obra' de Deus. Mas, como você já aprendeu, a vontade de Deus e a obra de Deus é que o homem creia naquele que Ele enviou. 

Algumas pessoas perguntaram a Cristo sobre o que fazerem para executarem a obra de Deus, ou seja, o que deveriam realizar para serem servos de Deus, e a resposta de Jesus é clara: 
"A obra de Deus é esta: crede naquele que ele enviou" (Jo 6:29). 
Para uns, servir a Cristo é ter uma religião; outros entendem que precisam de uma filosofia de vida; outros entendem que servir a Cristo decorre do comportamento, da moral e da ética. 

Pelas suas ações os homens nunca alcançarão a salvação de Deus, porém, além de serem religiosos, moralistas, formalistas, legalistas, tradicionalista, etc, aplicam-se aos jejuns, celibatos, isolamentos, sacrifícios, meditações, orações, rezas, abstinências, etc, tudo na procura de "agradar" a Deus e/ou de salvação. 

Mas, não é isto que Deus preparou para os seus filhos, àqueles que creem no nome do seu Filho. Em Cristo Jesus há liberdade. Aos seus filhos Ele convida que vivamos o presente século de maneira sóbria e piamente 
"Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente" (Tito 2:12). 
Paulo recomenda que os filhos da luz, comportam-se como filhos da luz, porém, não é o comportamento dos filhos da luz que os tornam filhos 
"Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no SENHOR; andai como filhos da luz" (Efésios 5:8). 
Há muitos lideres cristãos que aprisionam os seus seguidores através de ordenanças em nome da obediência ao evangelho de Cristo. Fica o alerta de Paulo: Que ninguém faça de você uma presa, pois já obedecestes de coração a forma de doutrina que lhe foi apresentada (Cl 2:8; Romanos 6:17). 

Que ninguém prive você do prêmio tentando sujeitá-lo a ordenanças como não tocar, não provar ou não manusear (Cl 2:18). Que ninguém te julgue pela comida, pela bebida, por dias, por festas, por vestes, pois já estais unidos à Cabeça, que é Cristo. 

Após você ter obedecido a Deus por intermédio do evangelho, a única obra que deve realizar é a perseverança, pois a perseverança é a OBRA perfeita da fé (Tiago 1:4), pois quem te guardará incontaminado do mal é Deus (Jo 17:15); 
"Mas fiel é o SENHOR, que vos confirmará, e guardará do maligno" (2 Ts 3:3). 
É preciso diferenciar obediência a verdade, que é crer em Cristo, do dever de amar os irmãos. O amor aos irmãos não promove a salvação, mas a obediência à verdade promove. Porém, a obediência à verdade leva ao amor fraternal não fingido (1 Pe 1:22; 1 Jo 3:23). 

Conclusão

Perguntas e Respostas: 


1) O que é obediência a Deus? 
R. Crer no seu Filho, o enviado de Deus (1 Jo 3:23). 

2) O que é crer? 
R. É descansar na promessa de salvação em Cristo. Crer em Cristo, ou cumprir o mandamento de Deus também é designado como obediência: 
"Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade..." (1 Pe 1:22). 
3) Qual a relação entre obediência e os mandamentos do Senhor? 
R. Cumprir os mandamentos de Deus é obedecer e obedecer é cumprir os seus mandamentos. Ora, quem obedece a Deus crê nAquele que Ele enviou, e quem obedece crê no enviado de Deus. 

4) Você é obediente a Deus? 
R. Se você crê em Cristo como salvador conforme diz as escrituras, você é obediente. 

5) O que Jesus exige daqueles que lhe chamam 'Senhor, Senhor'? 
R. Que façam a sua vontade, que é crer em Cristo conforme diz as Escrituras. 

6) Qual é a obra perfeita da fé? 
R. Perseverar na esperança proposta. A perseverança é a obra perfeita da fé (evangelho)! 

7) O que fazer para executar as obras de Deus? 
R. Que creiais nAquele que Ele enviou.

Em síntese: obedecer é igual a crer e crer é igual a ter a liberdade em obedecer e isto fica bem explicado na sequência de textos (e contextos) abaixo:
"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. (...) Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. (...) Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. (...) E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito" (Gálatas 5:1,13,16,17,24,25).  
"Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8:14-16).
A Deus toda glória. 
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quarta-feira, 28 de junho de 2017

POR QUE O BRASILEIRO É INIMIGO PÚBLICO Nº. 1 DA LEITURA?

Certamente não é a primeira vez que você já ouviu ou leu algo sobre esse assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Números são comprovadamente manipuláveis. Prefiro me ater à obviedade inquestionável dos fatos. 

Primeiro, precisa ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um documento que conseguiu ler e... entender. A imensa maioria dos ditos meramente alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos - um dado melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa a um governo (falo de algum país ficcional), pois quem lê é informado, e vai votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente. 

A minha história de amor com os livros


Desde muito pequeno eu fui despertado à prática da leitura pela inserção constante de gibis e livros minimalistas recheados de imagens multicoloridas e pequenos trechos de leitura. Como não me lembrar do agradabilíssimo “Festa no Céu”, excelente livro para crianças serem iniciadas na leitura! E o que dizer da maravilhosa coleção Sítio do Pica-pau Amarelo? Eu devorava e era transportado para o fascinante mundo mágico de Monteiro Lobato. Li os 23 volumes da série. A turma da Mônica, Mickey, Pato Donald, Luluzinha, Recruta Zero... Li também. E muito! Fotonovelas, romances femininos (Júlia, Sabrina...), Flash Gordon, Mandrake... Li também.

Sempre fui de muito ler, e por virtude, porque em nossa casa livro não era um objeto cotidiano, como o pão e o leite. Eu lia porque sempre gostei de ler. Lembro de minhas caixas lotadas de livro na beirada da minha cama de criança insone. Meu conforto nas noites intermináveis era acender a luz - poderia ser uma vela, uma lamparina a querosene, pois não foi sempre que tive o conforto da eletricidade em casa -, estender a mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a hora e dando risadas com a boneca Emília, de Lobato, meu ídolo em criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça. 

E a escola não conseguiu estragar esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu conheceria. Falo da impropriedade, que talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura. Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda imaturos. 

Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.


Por que ler?


O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá pelo ensino médio, como ainda ocorre. Os primeiros anos são fundamentais não apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos, faremos e aprenderemos depois. 

Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e eficientes (não perversamente severos). Já se faz um grande trabalho de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta de ler: essa porta nem lhe foi aberta.

Conclusão


E quando entramos na esfera espiritual, de novo nos defrontamos com o dilema da falta de leitura: a maioria esmagadora dos crentes não gosta de ler a Bíblia. Há crentes com mais de décadas de conversão (inclusive muitos pastores) que nunca leram a Bíblia toda (em tempo: em meus vinte e poucos anos de convertido eu já tive o prazer de ler a Bíblia toda 15 vezes e estou precisando urgentemente lê-la novamente). Isto é triste lastimável mesmo. Me lembro da advertência do próprio Deus a Josué:
"Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido" (1:8).
E logo depois o salmista Davi cantaria:
"Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho" (Salmo 119:9, 105).
Só que parece que essas palavras se perderam com o tempo. 

Homens de bem querem um mundo melhor. E um mundo cheio de gente legal só é possível com educação e cultura acessíveis a todos. Quem começa desde cedo a ter contato com a cultura, se torna, sem sombra de dúvidas, um adulto melhor e não vai por na sua vida agraciada a culpa por qualquer mau-caratismo eventual.

O brasileiro não lê porque é talhado para achar o livro desimportante. Vamos reescrever essa história, mas agora, vamos lê-la!

Maurício de Souza, Monteiro Lobato e Fernando Sabino. Eis as mentes que hão de salvar o nosso país. Então, enchamos as nossas crianças de livros e nos tornemos o país da leitura! A Finlândia precisa de concorrentes à sua altura.

Estamos cá, nós, cheios de escritores: por ora, chega de parir homens, passemos a parir leitores!

A Deus toda glória. 
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LIVROS QUE EU LI - "1968: O ANO QUE NÃO TERMINOU"

Eu nasci no ano de 1967, em plena efervescência do período da Ditadura Militar. Passei toda a minha infância, adolescência e parte de minha juventude sob esse regime político. Vivi a conturbada transição democrática. Pintei a cara, fui para as ruas e gritei “Diretas Já!”. Participei dos comícios que lotaram a Praça Sete, o marco zero da capital Belo Horizonte. Vi a volta dos brasileiros exilados com a aprovação da Anistia. E, ao contrário de grande parte dos jovens da minha época, eu era politizado. Me interessava pelo que estava acontecendo no meu país. Não era um mero “maria-vai-com-as-outras” como a maioria que era doutrinada pelas ideologias esquerdistas. Eu sabia o que queria para minha nação. 

Por isso, tudo o que se refere a esse período sempre me desperta um interesse especial: livros, filmes, peças e até mesmo as não sempre fiéis obras da teledramaturgia. “1968: O ano que não terminou” – (Editora Nova Fronteira, 1988, 159 páginas), escrito pelo jornalista Zuenir Ventura é resultado de uma pesquisa de 10 meses em jornais e revistas, onde Zuenir fez a reconstituição de um dos anos mais contraditórios e fascinantes de toda a historia. 

O cenário do “ano eterno”


Marcado pelo radicalismo e pela polarização ideológica, 1968 foi palco de revoluções culturais, políticas e sociais em todo o mundo. No Brasil vivia-se a Ditadura Militar, os estudantes iam às ruas como forma de resistência, protestar e travar combates com a policia. Testemunha e participante desses tempos, Zuenuir vai além dos registros jornalísticos em seu romance sem ficção. Apesar do rigor histórico em que os acontecimentos são reconstituídos, ele conta de forma íntima e conceitual uma aventura de toda uma geração.

A história começa num réveillon promovido pelo casal Luís e Heloísa Buarque de Hollanda, à moda de uma revolução comportamental. 
“O som combinava carnaval com Iê Iê Iê e os trajes se apresentavam variados – smokings, longos, míni saia e roupas hippies de luxo”, 
escreve o jornalista. Uma premonição do estado de espírito que seria predominante no período. Nem sempre a atitude libertária naquele período era uma prática liberal. A viagem experimental dessa geração resultaria numa série de contradições.

Numa geração onde cada vez mais a juventude era marginalizada pela ditadura, os jovens se tornavam presas fáceis para o pensamento esquerdista. Os pensadores comunistas tinham preferência dentre o público universitário. Nessa época, os best sellers eram Marx, Mao, Guevara e, principalmente, Marcuse, que defendia que as minorias do sistema tinham vocação natural para serem revolucionárias. 

Antigamente lia-se como hoje em dia se acessa a internet. Era o cenário ideal para discussões. A moda era politizar e militar. 
“O cheiro de gás lacrimogêneo, o coro de ’abaixo a ditadura‘ pareciam incorporados à paisagem urbana daqueles tempos”
aponta Zuenir.

Dentro de tantos acontecimentos marcantes do ano, talvez a lendária Passeata dos 100 mil fosse o principal marco simbólico da força estudantil. Resultado de uma série de fatos trágicos que chocaram e indignaram não só o movimento estudantil, mas também a população, a passeata contou com o apoio de vários outros segmentos da sociedade como mães, padres e professores. 

O primeiro vetor que levou à passeata foi o confronto com a polícia no restaurante Calabouço, que resultaria na morte do jovem Edson Luís. Seria o primeiro incidente que sensibilizou a opinião pública para a luta estudantil. Depois, a repressão da polícia na porta da igreja Candelária indignaria a todos, porém, a sexta-feira sangrenta que levaria a população a tomar partido e entrar na guerra.


Sexta-feira, 13; AI-5


Naquele ano a ditadura endurecia. O presidente Costa e Silva assinava o AI-5 em Dezembro numa sexta feira 13. Os jornais registravam como “rumores alarmantes” a possibilidade do ato que anularia os direitos civis dos cidadãos e concentrava todo o poder ao Executivo. Com a proibição da Frente Ampla, movimento político liderado por Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda, tornara-se difícil lutar pela liberdade através do dialogo. Dentre os vários motivos que o presidente foi levado a assinar a medida estavam a rebeldia estudantil e a insubordinação do Congresso Nacional.

O ano de 1968 representou um momento de rupturas e novas propostas referentes ao comportamento e à política. Foi um ano marcado de manifestações por todo o mundo, em que os jovens tomavam a frente, derrubando antigos dogmas e sacudindo as tradições e o poder. Em “1968, o ano que não terminou”, Zuenir Ventura reconstitui o ano de 68 no Brasil em forma de romance, traduzindo os acontecimentos pelos relatos dos personagens que viveram e participaram dessa época.


A composição literária do livro

  • O Réveillon da Helô


O livro é dividido em quatro partes. Em sua primeira parte, subdividida em seis capítulos, conta o comportamento e os acontecimentos primordiais daquela nova geração. Começa relatando o famoso Réveillon de Helô, que é considerado por Zuenir o marco inicial das mudanças que viriam balançar o conturbado ano. Logo no início, ressalta a reorganização do movimento estudantil causado pela nova constituição. 

A nova geração redefine a mudança no comportamento, à necessidade de liberdade. Liberdade de expressão, por exemplo, com Caetano Veloso nas bancas com “Alegria, Alegria”. A liberação sexual, o ano em que as pílulas anticoncepcionais começam a fazer parte da vida feminina. Essa nova geração é, de cara, comparada com a de Paris. Entretanto, o fenômeno ocorrido no Brasil é muito mais ampliado. O poder jovem é grande. Suas ideias, conforme eu já disse, são baseadas em grandes nomes da filosofia como Marcuse, Marx, Mao. 

A leitura excitava a imaginação desses jovens para a revolução e abria uma discussão contra o capitalismo. Porém, a grande discussão baseava-se em como derrubar a ditadura. A linha esquerdista defendia um enfrentamento, enquanto o Partidão acreditava na acumulação de forças. Essa disputa era demonstrada claramente nas manifestações pelos slogans de cada lado. Os estudantes organizavam passeatas contra a ditadura, torciam pela vitória dos vietcong na guerra, politizavam tudo. E acabavam abrindo espaço para a direita se deliciar, dizendo que eles deviam se preocupar mais com as aulas do que com a política, já que os estudantes passavam mais tempo distante das aulas. Na verdade, eram estudantes que faziam tudo, menos estudar.

  • Morre um estudante... barbárie no Calabouço


Na segunda parte, Ventura mostra outro acontecimento importantíssimo para os fatos decorrentes em 1968: a morte do estudante Edson Luís Lima Souto, que jantava no restaurante Calabouço, uma espécie de QG dos estudantes, por um policial, que mobilizou o Rio de Janeiro. A cidade parou para o enterro do jovem. Houve uma manifestação política, pacífica e inesquecível, que uniu não apenas estudantes, mas várias pessoas que se horrorizaram com o fato. O autor também conta as agitações do governo que havia sido provisoriamente transferido para Porto Alegre e o decreto do AI-5, um pretexto para o golpe dentro do golpe. 

Nessa mesma parte, relata-se o acontecido na porta da Candelária na missa em homenagem a Edson. Após todos esses eventos, Costa e Silva promete que o Brasil não se transformaria em uma nova Paris. Porém, sua promessa é quebrada nos dias 19, 20 e 21 (quarta, quinta e sexta-feira). Principalmente na “sexta-feira sangrenta”, o dia marcado pelo ataque do povo e dos estudantes a polícia, uma sequência de batalhas como nunca havia se visto. Na quarta-feira seguinte à Sexta-feira Sangrenta, aconteceu a Passeata dos 100 Mil. 

Logo ao final do penúltimo capítulo - “Cutucando a onça” - é relatado o convite pelo presidente para uma audiência especial com os estudantes. A verdadeira realização da audiência foi conturbada, já que alguns alunos não trajavam roupas permitidas pelo protocolo. No final das contas, a “comissão dos 100 mil” pôde ser recebida por Costa e Silva. O presidente queria convencê-los de que resolveria todos os problemas e de que seu governo era democrata. Zuenir demonstra de forma brilhante no último capítulo dessa parte o quanto esse tempo de exaltação serviu de laboratório para os órgãos de informação, já que havia sempre alguns seguranças disfarçados nas passeatas.

  • Caminhando e cantando...


A terceira parte vai de setembro até o desfecho da crise, em dezembro. O autor conta como o III Festival Internacional da Canção foi transformado em uma intolerância, exibido a todo Brasil, ao vivo e ao som de vaias. Nesse período, o Brasil vinha se transformando em uma sucessão de problemas. 

Em 1º de outubro, era denunciado na Câmara um plano de oficiais da Aeronáutica que previa o sequestro de 40 líderes políticos que seriam lançados a 40 quilômetros da costa, no oceano, pelo Para-Sar. Depois de a imprensa tomar conhecimento do caso, os estudantes se rebelaram. No capítulo “Um certo cheio de pólvora” conta-se o fracasso do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, que foi invadido pelo governo e ainda levou alguns clandestinos ao exílio.

  • God save the queem


Na última parte do livro, parte IV relata a “Trégua da Rainha”. Foram 10 dias em que a rainha Elisabeth II, da Inglaterra e seu marido, Philip, visitaram o Brasil e as crises foram adiadas até a saída dela do país. Em “A capitulação”, o autor conta a aceitação do pedido para o AI-5, em que o presidente estava decidido a capitular. 

O esboço virou o AI-5 e o Congresso foi fechado. O AI-5 teve 10 anos de vigência, censurou antes de ser editado e prendeu antes de ser anunciado publicamente. No último capítulo do livro “Nunca mais”, Zuenir Ventura termina declarando: 
“1968 entrava para a História, senão como exemplo, pelo menos como lição”.

Conclusão


Em seu livro, Zuenir relata como nunca havia sido feito antes o ano de 1968, de uma forma brilhante. Seu mergulho nessa geração demonstra a paixão com que foram à luta. O livro foi feito 20 anos depois. Mas, é possível sentir durante a leitura toda a exaltação daquele ano. Agora, 49 anos mais tarde, o livro, reeditado traz novamente esse sentimento a tona. “1968: o ano que não terminou” é, sem dúvida, o mais importante e fiel relato dos acontecimentos de 68 no Brasil.

“1968: O ano que não terminou” realmente faz jus ao seu titulo de best seller. Zuenir Ventura consegue contar a historia de forma muito íntima e fiel aos fatos históricos. Ao mesmo tempo, passa certa dramaticidade que nos instiga à história. A maneira de contar separadamente os acontecimentos em capítulos distintos amplia a percepção sobre os fatos. O humor e a ironia que Zuenir usa ao comentar um depoimento ou uma situação, aproxima o leitor da história. 

A apresentação das personagens também merece destaque. Ao citar depoimentos de entrevistas da época, vinte anos atrás o autor faz um paralelo de antes e depois de 68 de alguns personagens, como no caso de Vladimir Palmeira, líder radical da UME na época de 68 e, vinte anos mais tarde, um deputado vitalício que luta em favor do povo. Sem dúvida um livro fascinante. Já o li 3 vezes e certamente lerei outras tantas, sempre como se estivesse lendo a primeira vez.

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

PASTOR: VOCAÇÃO, CHAMADO MINISTERIAL OU PROFISSIONAL LIBERAL NA FÉ? - 3


Pastor à Luz da Palavra de Deus


Vejamos as principais características que definem um pastor segundo o que define a Palavra de Deus.

01. É um crente chamado, vocacionado e capacitado por Deus para exercer tal missão (todos aqueles que exerceram posições de liderança ou pastoreio no relato bíblico foram chamados pessoalmente por Deus).

02. Sua chamada e vocação são marcadas por um desejo interno, profundo e ardente em cuidar, para Deus e sob Sua direção, de um grupo de crentes por um longo período em locais que ele não escolhe (nota-se isso claramente nos textos escritos por Paulo, Pedro, João e outros escritores neo-testamentários)

03. Sua chamada e vocação são confirmadas pelas pessoas que pastoreia ou que de alguma forma estiveram sob seus cuidados pastorais (A "aceitação" da Igreja com relação às cartas neo-testamentárias e a confirmação de que se tratava de escritos inspirados por Deus [canonicidade] corroboram isso).

04. Sua capacitação se dá através de dons espirituais dados por Deus para bem exercer o ofício e ministério pastoral como, por exemplo: 
  • dom de pastor, de profeta, de mestre e outros que formam um "pacote" capacitando este crente para pastorear (Os dons alistados em Efésios 4:11 são uma prova de que se trata de dons ministeriais ou para liderança na Igreja. O contexto do capítulo confirma isso.).
05. O amor a Deus e ao rebanho de Deus são marcas visíveis neste crente. Sem isso seria impossível pastorear. Isso o move ao perdão, paciência e perseverança incomuns à maioria dos cristãos (O amor dos apóstolos e o amor dos genuínos pastores pelo rebanho e pela Palavra de Deus no transcorrer da história da Igreja são contundentes para corroborar este ponto).

06. Entende que seu pastorado não é uma profissão, mas sim uma missão determinada a ele por Deus. Ele não é um empresário, muito menos um empregado da Igreja. É um ministro da Palavra de Deus. Seu trabalho é fundamentalmente espiritual (A Bíblia em sua integralidade confirma isso).

07. Não possui interesses pessoais acima dos espirituais e ministeriais. Não tem dificuldade em renunciar aos seus prazeres e satisfações pessoais em prol do rebanho do Senhor (as cartas pastorais ensinam largamente esse princípio bíblico da abnegação voluntária).

08. Não busca ostentação e elogios. Não busca enriquecimento material. Busca vidas salvas e libertas para glória de Deus (as cartas pastorais ensinam largamente esse conceito bíblico).

09. Dedica e administra todo o seu tempo, bens, dons e talentos nas prioridades corretas, ou seja, o espiritual sempre está a frente do material. Mas, não significa que descuide do cuidado pessoal ou de sua família. É um lutador que vive para Deus na dependência dEle dentro dos parâmetros já delineados pelas Escrituras, ou seja, entende que é mordomo e prestará contas a Deus de tudo que lhe foi confiado (o Senhor Jesus ensinou isso na parábola dos talentos - Mateus 25:14-30).

10. Dedica-se a oração, pregação, ao estudo e ao ensino bíblico com responsabilidade e temor (as orientações paulinas a Timóteo enfatizam também essa questão).

11. É humilde e reconhece suas limitações. Sabe que mesmo sendo pastor, continua sendo servo (a Bíblia em sua integralidade ensina isso).

12. É pastor de tempo integral. Está ciente que sua vocação e ofício exigem isso (observa-se esse princípio claramente nos ministérios de Pedro, Paulo e demais discípulos. (...) Quem prega a Palavra, que viva da Palavra...).

13. É incansável no cuidado da sã doutrina. Cuida para que os demais irmãos sejam ministrados em todo desígnio de Deus revelado em Sua Palavra (as cartas pastorais enfocam isso).

14. É sustentado por Deus, através da instrumentalidade da Igreja. Vive nesta dependência alegremente. Se for necessário e temporariamente irá "confeccionar tendas", mas sabe que isto não é o ideal bíblico para seu ministério. Irá trabalhar para que sua congregação assim entenda o ministério pastoral (O ministério de Paulo é um bom exemplo disso. Foi obrigado a fazer tendas pela negligência da Igreja com o sustento do apóstolo. É um exemplo do que não é pra ser feito por uma igreja, e não o contrário. O próprio Paulo explica isso em suas cartas.).

15. É consciente que somente os que também são vocacionados, como ele o é ao ministério pastoral, conseguem entende-lo completamente (a Bíblia mostra pelas cartas pastorais que somente um pastor consegue entender outro pastor em todos os aspectos que constituem o ministério pastoral).

16. É consciente que mesmo possuindo dons espirituais não conseguirá pastorear sem a ajuda e direção de Deus. Sabe que quem realiza é Deus.

17. Sabe discernir e alertar o rebanho quando este está em perigo e quando falsos mestres se introduzem nele (Sabe que o Espírito Santo o usa como o atalaia de Deus para a Igreja do Novo Testamento. O princípio ensinado em Ezequiel 33 é aplicável hoje.).

18. Tem consciência que muitas vezes se sentirá solitário e cansado. Mas tem a firme convicção que Deus está com ele e nEle tem suas forças revigoradas pra prosseguir (Não pode negligenciar o dom que há nele dado por Deus. Continua firme fazendo a obra de um evangelista.).

19. Ensina estes itens aos irmãos que pastoreia. (Não tem receio ou medo de "tocar" nesse assunto.).

20. Sabe que desse ensino resultará no bom preparo de outros pastores segundo o coração de Deus.

21. Sabe que nem todos o entenderão.

22. Sabe que Deus o entenderá e apoiará.


Conclusão


Amigos pastores, por amor a Cristo, ensinemos isso ao povo de Deus. Ainda existem muitos pastores fiéis a Deus e dignos de serem chamados de "homens de Deus".

Mudemos a concepção que os farsantes produziram em muitos e propaguemos a verdade e dignidade do santo ministério. Rechacemos os lobos em peles de cordeiros. Honremos Aquele que nos chamou.

A Igreja agradece.

[Fonte - Sites pesquisados: Revista Ultimato, Chamada, CPAD, CACP, Bereianos Apologética e Teologia Reformada]

A Deus toda glória.

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PASTOR: VOCAÇÃO, CHAMADO MINISTERIAL OU PROFISSIONAL LIBERAL NA FÉ? - 2

"Profissão" é um trabalho, atividade especializada dentro da sociedade geralmente exercida por um profissional. Algumas atividades requerem estudos extensivos e a masterização de um dado conhecimento tais como advocacia, medicina, ou engenharia por exemplo. Outras dependem de habilidades práticas que requerem apenas formação básica (ensino fundamental ou médio), como as profissões de faxineiro, ajudante, jardineiro entre outras.

A vida não é feita só de momentos claros nos quais se percebe perfeitamente a vontade de Deus. Muitas vezes é necessário seguir por caminhos escuros e até incomuns. Muitos devem lutar duramente para seguir sua vocação. A Palavra de Deus não dispensa ninguém de pensar, de tatear, de buscar, de tomar decisões.

O que significa ser um pastor?


O conceito de pastor hoje é bem mais abrangente e evidenciado que no Novo Testamento. Aliás, muito pouco mencionado lá. Os serviços atribuídos ao pastor de cada igreja local, hoje, eram atribuídos com mais frequência aos presbíteros, anciãos e bispos - sempre no plural, nunca no singular. Com o tempo, a classe expandiu o seu grau de importância a tal ponto que quase podemos equipará-los aos sacerdotes levitas do Antigo Testamento.

Ser pastor hoje é pertencer a uma classe dominante, ter uma posição conceituada que muita mãe desejaria para seus filhos e muitas mulheres para seus maridos! É um grande título religioso, uma posição de muito destaque social sem concorrência e de salário compensador (dependendo da instituição-igreja).

Cristo não concedeu cargos, cabides de emprego, profissionais religiosos, líderes religiosos, donos de Igrejas, empresários de Igrejas, donos da verdade. Ele tinha somente uma intenção quando concedeu os dons ministeriais: que as pessoas se sentissem VOLUNTÁRIAS em Seu serviço (assim como Paulo e Pedro).
"Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pedro 5:2). 
Os dons ministeriais eram um trabalho de "pastoreio".

Os pastores levavam as ovelhas a ficar juntas (arrebanhavam), a fim de que elas fossem comer das melhores pastagens. Toda a tentativa de controle, autoridade humana, "forçar a barra", pressão, tentar "exercer domínio" sobre a Igreja, inventar estratégias, fazer do ajuntamento "massa de manobra", controlar as pessoas com chantagens, cargos e remunerações, aproveitar o cargo e "título do dom" para ter privilégios de qualquer pessoa, não procedia daquela "mente unificadora" que é Cristo. 

Não era um trabalho profissional (não havia remuneração), ninguém era obrigado, ou persuadido a fazer nada. Não dependia da capacidade humana, mas tudo era essencialmente espiritual, atendendo ao chamado do Mestre.

Paulo fazia questão de afirmar que deixava de lado, toda a sua intelectualidade e capacidade humana para se submeter à direção do Espírito e executar o seu ministério (1 Coríntios 2:4-7). O trabalho que Cristo concedeu aos vocacionados teria de passar e iniciar nEle mesmo. Quem extrapolava o espiritual não se submetia ao Espírito, deixava de ser "membro" de Seu ministério. 

Como anda escasso este trabalho nos dias de hoje! A demonstração de Espírito e de poder, somente é concedida aos vocacionados, àqueles que realmente têm os dons. Os outros têm somente palavras bonitas e... muita enganação.

As atividades exercidas pelo pastor não podem ser consideradas como uma profissão, uma vez que o liame entre a atividade exercida por ele e sua igreja é vocacional e de natureza religiosa, onde se busca retribuição espiritual e não material. A submissão à doutrina da igreja decorre da fé que professa e não se confunde com a subordinação jurídica do empregado, o que o torna diferente de um profissional.

O que significa ser um pastor, quais os critérios, características e a missão pastoral de acordo com que revela a Palavra de Deus são totalmente negligenciados e toma-se um conceito humano e empresarial para explicar o ofício e as funções de um pastor.

Isso causa muitos conflitos e perturbações à vida da Igreja e por fim incentivam oportunistas, interesseiros e preguiçosos a se candidatarem a futuros ministros.

Não deveria ser assim. Mas por que isso acontece?


Fabricando pastores em série


Porque pouco ou nada se ensina sobre o assunto. O pastor ou o educador cristão tem, muitas vezes, receio de ministrar e até falar sobre o que significa ser um pastor do ponto de vista bíblico, porque pensa que estará ministrando em interesse ou defesa própria. E assim, o povo fica sem entender a questão e aí se originam os erros e as distorções existentes.

Por causa também disso, o universo evangélico criou vários "tipos de pastores".

Vejam alguns deles a seguir:

  • 1. O pastor de "final de semana e feriados"

Este entende o pastorado como um trabalho complementar e secundário. Somente o exerce quando não realiza outra atividade. Durante a semana possui um emprego e trata de se dedicar a ele e a seus afazeres pessoais. Quando chega o final de semana ou feriado se veste de pastor e vai à igreja pregar e rever seus irmãos. Durante o meio de semana não se pode contar com ele. Estou trabalhando, afirma. Quando perguntam como sustenta a família, ele diz orgulhosamente:
- Tenho o meu trabalho. Não toco em um centavo do dinheiro da igreja.
E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

  • 2. O pastor "nominal"

Este entende o pastorado como uma forma de ostentação. Ama ostentar seu título de pastor nos círculos familiares, eclesiásticos e de relacionamentos. Não se preocupa com o rebanho do Senhor e muito menos com o que pensa o Senhor do rebanho. Está sempre buscando outros e mais títulos, porém sempre com a motivação errada. Ele quer ser destacado entre os demais. O nome de Jesus é só mais um detalhe. O nome dele é que importa ser notado e comentado. Geralmente fazem questão absoluta de registrarem seus nomes na placas denominacionais: "ministério fulano de tal".

Muitos destes "pastores" se tornam em outro tipo que chamo de "midiáticos" (verdadeiros "showmen"), ou seja, usam a mídia (internet, televisão, rádio, TV a cabo, etc...) para propagar seus devaneios com roupagem de cristianismo com intenções de adquirir fama e prosperidade material às custas do povo desavisado. E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

  • 3. O pastor "profissional"

Este entende o ministério pastoral como mais uma profissão e a Igreja de Cristo como mais uma empresa. Cumpre com suas obrigações trabalhistas, que foram pré-determinadas em sua contratação, e está tranquilamente consciente que pode ser dispensado por seus empregadores se não as cumpri-las. Busca agradar seus "chefes" fazendo aquilo que os agrada, porque se não o fizer pode ficar desempregado.
É um profissional do púlpito. É um político eclesiástico. E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

  • 4. O pastor "falso"

Este não foi chamado para ser pastor. Não possui vocação e por isso não consegue amar o rebanho como deveria. Pode até ser um bom crente, porém não tem ferramentas espirituais para pastorear e teima em prosseguir. Não deseja se aprofundar no conhecimento bíblico, não deseja se sacrificar em prol do reino de Deus. Não se preparou para o ofício pastoral porque não entende isso ser relevante. Não possui coração de pastor. Causa dores e sofrimentos em si e no rebanho. Produz maus costumes e heresias. É motivo de piadas e "chacotas" dos descrentes e até de membros de sua congregação. E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

  • 5. O pastor "enviado de satanás"

Este entende o que significa o ministério pastoral e por isso, diabolicamente, procura perverte-lo e corrompe-lo diante dos olhos apavorados do povo. Desta forma, tenta produzir falta de credibilidade sobre o ofício e a pessoa dos demais pastores. A desconfiança e incredulidade ao pastorado são suas intenções. São enviados de satanás para iludir e enganar o povo de Deus e assim deturpar o real sentido e significado da Igreja, das doutrinas bíblicas e do episcopado. E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

  • 6. O pastor "preguiçoso"

Este pensa que ser pastor é ficar à toa. Não aceita trabalhar secularmente, mas também não deseja trabalhar ministerialmente. Não estuda. Não se prepara. Sequer prepara um sermão. O púlpito é muito mais frequentado por outros irmãos do que por ele. De vez em quando prega e justifica que está dando oportunidades a futuros pregadores. Não frequenta a EBD, nunca ministrou em uma sala, porque preparar aula dá muito trabalho. Teologia pra ele é "coisa de fariseu". Delega o que é pra ser delegado e o que não é. Gosta de muito barulho e de chavões. Tudo pra ele é de improviso e diz que é o Espírito Santo. Não gosta e nem sabe planejar nada. Pensar, discernir, refletir pra ele é muito desgastante. Não respeita horários. É um exemplo de falta de sabedoria. O pastorado pra ele é uma fuga da realidade dura da vida. É o preguiçoso por excelência. E isso vai sendo ensinado à congregação que "pastoreia".

Existem outros maus exemplos de "pastores", mas penso que esses já são o bastante.

Diante dessa realidade, não podemos culpar a maioria do povo por não entender o ministério pastoral e considerá-lo de forma totalmente equivocada e não bíblica e também de muitos generalizarem e rotularem todos os pastores de "oportunistas, picaretas e desocupados".

Fundamentando-me biblicamente, como então devemos entender e ensinar a questão à luz das Escrituras Sagradas?
E o que veremos no próximo artigo.

A Deus toda glória.
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