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domingo, 11 de junho de 2017

MASTURBAÇÃO: MITOS, VERDADES E BÍBLIA

Vivemos em uma era de liberdade de expressão e de um estilo "livre" de vida. Hoje vemos nos filmes, nas novelas, nas músicas, nas danças, nas roupas da moda, etc., uma comercialização do sexo. Em Gênesis 1:28, Deus disse ao homem:
"E Deus os abençoou e Deus lhes disse: 'Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra'",
ou seja, o sexo tinha uma função procriativa e fez Deus uma mulher idônea para Adão para que, dela, ele desfrutasse e, com ela, enchesse a terra (Gn 2:18).

Hoje em dia o sexo está tão banalizado que não há mais aquela expectativa dos noivos em se descobrirem aos poucos, em maravilharem-se um com o outro vivendo uma novidade maravilhosa de um toque, de uma fragrância, de surpresas que fortalecem o casamento e o amor. Com tamanha sobrecarga de "normal" (sexo antes do casamento é normal, homossexualidade é normal, adultério é normal, namoro a três é normal, troca de casais é normal, filhos viciados é normal, filhos rebeldes é normal, você tem que aceitar tudo isso senão...), porque os pais não devem ensinar os filhos a se masturbarem? Não é normal?

Por exemplo, um famoso programa, voltado ao público jovem, exibido na maior emissora do Brasil nas noites de sábado tem um badalado (e concorrido) quadro com a participação de uma conhecida sexóloga que se dispõe a responder às perguntas do público sobre questões de sexo e sexualidade. A profissional trata o assunto com o viés totalmente biológico, corporal (ou, em linguagem mais peculiar, carnal) e, obviamente, sequer considera uma abordagem sob o aspecto espiritual que envolve o relacionamento sexual. E, claro, não se pode exigir isso da emissora, do apresentador e nem tão pouco da sexóloga. Eles não assumiram esse compromisso e não têm essa responsabilidade. Assim, o que vemos em tal quadro é uma total banalização no tratamento desses assuntos. Mas nós que estamos responsabilizados e comprometidos não podemos em hipótese alguma nos calar.

Vamos falar de áreas cinzentas da moralidade


Ao considerar as questões sexuais que não estão especificamente relacionadas na Escritura, tenha em mente certas experiências pré-sexuais que conduzem facilmente à lascívia ou à luxúria.

Nossos pensamentos


A batalha pela pureza sexual sempre começa na mente. Aquilo em que pensamos constantemente, acabamos fazendo. Enchemos nossa mente com o bem ou o mal, o puro ou o impuro, o certo ou o errado. Muitos crentes tentam abrigar ambas as tendências em seus pensamentos.

O pecado sexual declarado é concebido na mente, desenvolvido em várias experiências pré-sexuais, e finalmente torna-se realidade, quando a oportunidade aparece. Não somente a imoralidade resultante é pecado - os pensamentos impuros também são pecados. As palavras de Jesus, no Sermão da Montanha, são frequentemente citadas a este respeito:

"Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mateus 5:27,28).
Não se confunda, a ponto de dizer: "Visto que já pequei em meu coração, posso também pecar com o corpo". Estes pecados não são os mesmos! Um é o pecado da mente, e em pensamento apenas uma pessoa peca. O outro é um pecado da mente e do corpo, e, com o corpo, duas pessoas pecam. Na mente, não há união física. Com o corpo, os dois chegam a se conhecer um ao outro de maneira irreversível. Note que, em Mateus 5:28, Jesus menciona não apenas olhar, mas olhar para cobiçar. Isto implica um desejo ativo, imaginando uma união ou contato sexual.

Paulo diz que o crente de espírito controlado, na batalha espiritual, está

"levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo" (2 Coríntios 10:5).
E Pedro diz:
"Cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios... não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância" (1 Pedro 1:13,14).
Não podemos impedir todo pensamento impuro de entrar na mente, porém somos realmente capazes de controlar os pensamentos que permanecem e se desenvolvem.

Nossos olhos


O que nossos olhos veem e leem produz e controla a maior parte de nossos pensamentos. As Escrituras ensinam que os olhos são a "candeia do corpo" (Mt 6:22,23) e que se os "olhos forem maus", o corpo "será tenebroso". Esta verdade descreve mais do que um fato físico. Refere-se ao que os olhos deixam entrar na mente.

O apóstolo João adverte contra a "concupiscência dos olhos" (1 João 2:16). Salomão escreveu:

"Dirijam-se os teus olhos para a frente e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti. Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos" (Provérbios 4:25,26).
Salomão também diz:
"Filho meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos. Porque cova profunda é a prostituta; e o poço estreito é a aventureira" (23:26,27).
Devemos nos afastar da pornografia que vem sendo despejada em nosso caminho, lembre-se: "os olhos são a candeia do corpo". Se você não resiste à tentação, não olhe. Você não pode ser tentado a se masturbar se estiver lendo passagens da Bíblia.

Masturbação é pecado?


A maioria dos sexólogos - como a referida anteriormente -, "não-crentes" e também muitos crentes creem que a masturbação não apresenta nenhum problema. Certamente, não acham que é pecado e que só constitui um problema quando é uma obsessão e um substituto psicológico total para as relações sexuais normais. Os sexólogos vão ainda além e afirmam que a masturbação é saudável e faz parte do desenvolvimento sexual na adolescência, período da puberdade e também incentivam a prática nas demais fases do indivíduo.

Mitos e verdades


Há muitos mitos sobre a masturbação, em escritos católicos e protestantes antigos, a este respeito. Alguns destes mitos são que a masturbação causa danos físicos, que destruirá a habilidade sexual no casamento ou que causará distúrbios emocionais. Estes mitos eram basicamente táticas para amedrontar e tinham pouca base em fatos. Na verdade, tudo isso é mentira. A prática da masturbação não causa distúrbio físico, emocional ou psicológico.

E quanto à Bíblia?


Não há passagem específica na Escritura que fale diretamente da questão da masturbação. Há quem chame a atenção para Gn 38:8-10 e 1 Co 6:9-10:

"Então disse Judá a Onã: 'Toma a mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão.' Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão. E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou" (Gn 38:8-10).
"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus" (1 Co 6:9,10).
Concordo com o escritor Herbert J. Miles (reverenciado teólogo e sexólogo cristão norte americano), que estas passagens não falam de masturbação.

Mesmo assim, a Bíblia fornece orientações que lhe permitirão decidir se a masturbação é pecado ou não. Reflita sobre as seguintes observações:

1. Vejamos à definição de lascívia e luxúria:

"Gratificação dos sentidos indulgência para com o apetite; dedicado aos ou preocupado com os sentidos" e "desejo sexual intenso".
A masturbação encaixa-se definitivamente nestas definições (veja Gálatas 5:19
"...Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia.").
Pode-se praticar a masturbação sem lascívia ou luxúria?

2. O teste seguinte é o de sua vida mental. Jesus disse:

"Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5:27,28).
Quando uma pessoa pratica masturbação, o que se passa em sua cabeça? As cachoeiras de Paulo Afonso? O arquipélago de Fernando de Noronha? O balé dos golfinhos?O voo da borboleta? Pode alguém se masturbar sem imaginar um ato sexual ou ao menos cenas sensuais? O que é que você acha? Se você pratica a masturbação, pode sua mente permanecer pura?

3. Em seguida, reflita sobre a santidade e a intenção da relação sexual no casamento. Sem sombra de dúvida, a masturbação é uma tentativa de experimentar as mesmas sensações que são atribuídas ao casamento. É um substituto do ato verdadeiro - uma farsa, uma falsificação, um dolo. E tem mais: a prática da masturbação está diretamente ligada à pornografia. Isto não é mito. É fato.

4. A masturbação é também totalmente egocêntrica. Uma das características do egocentrismo é a auto-indulgência. Paulo descreve o modo de vida de quem é controlado por satanás, dizendo:

"Todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" (Efésios 2:3).

5. Finalmente, a masturbação pode nos levar à escravidão. Quando uma pessoa é dominada por uma indulgência carnal, ela peca. Não conheço uma pessoa (a começar por este que vos escreve) que, uma vez tendo se masturbado, tal prática não tenha se tornado compulsiva.
"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências" (Romanos 6:12).
Paulo também diz:
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas" (1 Co 6:12).


Você é escravo da masturbação?


Reflita sobre os cinco enunciados acima, para determinar se, para você, a masturbação é pecado e assuma as responsabilidades por sua decisão.

Liberte-se!


O impulso sexual é uma parte normal, dada por Deus, de qualquer homem ou mulher saudável. Envergonhar-se disto é duvidar da bondade de Deus para conosco. Abusar dele é contrariar a graça que Deus tenciona para nós. Ele nos criou com muitos impulsos e desejos, que podemos desenvolver ou usar de maneira errada. Como um deles, o impulso sexual ativa ou destrói os relacionamentos, de acordo com seu controle e aplicação.

A masturbação é um problema comum. Não devemos ter medo de conversar sobre ela nem de ajudar as pessoas a superá-la. Homens e mulheres acham que é um hábito igualmente opressivo, e buscam ajuda para a superação do problema. Compaixão, e não condenação, deve ser nossa resposta.

Conclusão


Minha conclusão é que a masturbação não deve fazer parte da vida do crente. 1 Coríntios 6:18-20, Gálatas 5:19 e 1 Tessalonicenses 4:3-7 são passagens que falam sobre a questão do uso de nossos corpos devidamente no sexo.

Embora não possamos assentar todos os argumentos que dizem que a masturbação é pecado, não podemos negar que ela é resultado da lascívia e da paixão. Mas, na liberdade da graça de Deus, podemos escolher fazer o que é sagrado e direito aos olhos dEle.

Já escrevi sobre esse assunto aqui.

Em tempo, você pode concordar ou não, aceitar ou não o que foi exposto aqui. Você, se quiser, pode até amarrar uma pedra no pescoço e pular no mar.  Contudo, sua anuência ou discordância não vai fazer a Bíblia deixar de ser o que é: a inequívoca, inviolável, imutável e eterna Palavra do Senhor.

A Deus toda glória.

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