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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

PAPO RETO - 8: CRISTIANISMO, FEMINISMO E FÉ: ANTAGÔNICOS OU CONGRUENTES?


"A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será honrada" (Provérbios 31:30).
Ai, ai, ai! Sei que vou estar pisando em um terreno minado. Sei que vou estar enfiando não a mão, mas a cabeça num vespeiro. Mas, vamos lá né? Quem está na chuva - sem o guarda-chuva - é pra se molhar.


Para que encontremos o indispensável equilíbrio nesse tema, é fundamental que fujamos como o vampiro foge do alho de todos os excessos. Todo o excesso é prejudicial em qualquer instância, nível, altura ou profundidade. No contexto em questão, há que se frisar que:
  • 1) O reconhecimento dos direitos e igualdades da mulher são se sobrepõem à pirâmide familiar delineada pela Bíblia Sagrada, onde o homem e a mulher têm seus devidos lugares em total harmonia e consonância.
  • 2) O entendimento espiritual do que é submissão à luz da Palavra de Deus, sem distorções e/ou conveniências na sua interpretação, em absoluto é contrário ao reconhecimento dos direitos e deveres das mulheres na sociedade.
  • 3) Usar a submissão para embasar posicionamentos machistas é tão errado quanto usá-la para embasar posicionamentos femistas.
Isto posto, vamos lá. Primeiramente, faço questão de deixar bem claro que fiz um minucioso estudo para composição deste artigo.

É claro que sabemos que a internet está lotada de haters, trolls, juízes e críticos de tudo, e acabamos aprendendo a ignorar certas coisas. Isso passou. O grupo continua, as páginas continuam e os pensamentos feministas ou não continuam também. 

Um breve resumo sobre o feminismo


Na França revolucionária de 1791, a dramaturga Olympe de Gouges organizou, junto de outras mulheres, uma resposta à Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, feita dois anos antes. A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã pedia direito ao voto e à propriedade e acesso às instituições políticas. De Gouges foi guilhotinada em 1793, sob o argumento de ter traído a natureza de seu sexo.

Nos séculos 18 e 19, as ideias sobre o direito ao voto ganharam força. Em 1897, a britânica Millicent Fawcett fundou a União Nacional pelo Sufrágio Feminino. A grande vitória veio em 1918, quando o voto feminino foi legalizado no Reino Unido. A vitória se deve, em boa parte, à participação ativa das mulheres na 1ª Guerra, ganhando mais respeito na sociedade. Um ano depois, os EUA seguiram o exemplo.

No Brasil


No Brasil, as mulheres só ganharam direito ao voto em 1932. Exatos cem anos depois da publicação do primeiro livro a tratar do assunto no pais: Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens, da potiguar Nísia Floresta.

A partir da década de 1940, pautas como a legalização do aborto, o fim da violência sexual e o combate a papéis sociais impostos às mulheres, como ser mãe e dona de casa, entraram na agenda. A pílula anticoncepcional simbolizou o período, marcado pela maior pluralização dos discursos – não por acaso, nos anos 80, o feminismo negro, liderado por Angela Davis, ganhou força.

O feminismo contemporâneo começou na década de 1990. Alguns pontos se destacam, como o discurso pela propriedade do corpo e as questões de gênero. Assim, o discurso do "meu corpo, minhas regras" abriu precedentes para o "meu corpo biológico não dita minha escolha de gênero". O corpo é a questão central, e o que fazer com ele é uma escolha individual.

Origens do Movimento Feminista Fora da Igreja


Examinemos primeiramente o movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.

Século 18: A Vindicação dos Direitos da Mulher


A "Primeira Onda" do feminismo teve início na primeira metade dos anos de 1700 quando uma inglesa, Mary Wollstonecraft, escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A Vindicação dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicação, Olimpe de Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos).

Outras pensadoras feministas surgiram em pouco tempo tais como Frances Wright, Sarah Grimke, Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor e pouco a pouco foram deitando profunda influência na sociedade moderna contemporânea do mundo ocidental.

Século 19: A Declaração dos Sentimentos


Em 1848 cerca de 100 mulheres se reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos da mulher. As autoras da Declaração dos Sentimentos reclamavam que as mulheres estavam impedidas de galgar posições na sociedade quanto a empregos melhores, além de não receber pagamento equitativo pelo trabalho que realizavam.

Notaram que as mulheres estavam excluídas de profissões tais como teologia, medicina e advocacia e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam também um duplo padrão de moralidade que condenava as mulheres a penas públicas, enquanto excluía os homens dos mesmos castigos em relação a crimes de natureza sexual.

A Declaração dos Sentimentos foi um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas reivindicações eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes barreiras que foram impostas às mulheres que se expunham na defesa de suas ideias e ideais. As leis do divórcio foram liberalizadas e drásticas mudanças ocorreram com o status legal da mulher dentro do contexto do casamento.

Por volta dos anos 30, como resultado de sua educação qualificada e profissional, as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho como força competitiva. Muitas das barreiras legais, políticas, econômicas e educacionais que restringiam a mulher foram removidas e esta começa a pisar o mundo do homem com paixão e zelo.

Século 20: Simone deBeauvoir e Betty Friedan


A primeira fase da construção do feminismo moderno começou com a obra da filósofa francesa Simone deBeauvoir (foto), Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), em 1949. As mulheres, segundo deBeauvoir, foram definidas e diferenciadas tomando como referencial o homem e não com referência a elas mesmas. Ela acreditava que o sexo masculino compreendia a medida primeira pela qual o mundo inteiro era medido, incluindo as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrão.

O mundo pertencia aos homens. As mulheres eram o "outro" não essencial. Simone deBeauvoir observa esta iniquidade do status sexual em todas as áreas da sociedade incluindo a econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. 

Às mulheres de seus dias não foi permitido ou não foram encorajadas a fazer ou se tornar qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas num papel de "Küche, Kirche, und Kinder" (cozinha, igreja e filhos, em alemão). De acordo com deBeauvoir a mulher estava destinada a existir somente para a conveniência e prazer dos homens.



No início dos anos 60 uma jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana. De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a buscar satisfação apenas como esposas e mães. 

Ela afirmou que esta mística do ideal feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças, levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos bebês e da casa. Assim como deBeauvoir, ela afirma que a única maneira para a mulher encontrar-se a si mesma e conhecer-se a si mesma como uma pessoa seria através da obra criativa executada por si mesma. 

Friedan batizou o dilema das mulheres de "um problema sem nome". Friedan concordou com deBeauvoir que a libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais profundas na sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas próprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.

O Problema sem Nome: Patriarcado


No final dos anos 60 a autora feminista Kate Millett (foto) usou o termo "patriarcado" para descrever o "problema sem nome" que afligia as mulheres. O termo tem sua origem em duas palavras gregas: pater, significando "pai" e arche, significando "governo". A palavra patriarcado era entendida como o "governo do pai", e era usada para descrever o domínio social do macho e a inferioridade e a subserviência da fêmea.

As feministas viram o patriarcado como a causa última do descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que deBeauvoir e Friedan não puderam nomear mas conseguiram identificar. De acordo com as feministas, o patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres e que era responsável pela infelicidade delas. As feministas concluíram que a destruição do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A libertação das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se tornassem íntegras.

Surgimento do Movimento Feminista Dentro da Igreja


Podemos considerar o livro de Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o Status da Mulher na Igreja, 1952) como o marco inicial do moderno movimento feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as atividades e ministérios nos quais as mulheres cristãs estavam comumente envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessem extremamente envolvidas na vida da Igreja, a participação delas estava limitada a papéis auxiliares tais como Escola Dominical e Missões.

As mulheres não participavam em lideranças tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino, pregação, administração e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar preparadas e terem dons para este exercício. Bliss chamou a atenção da Igreja para a reavaliação dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da ordenação de mulheres.

Ativistas Cristãos "compram a briga"


A obra de Bliss serviu de munição para ativistas cristãos na luta pelos direitos civis e políticos em 1961. Eles, juntamente com as feministas na sociedade secular, começaram a vocalizar o seu descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres recebiam por causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristãs.

Neste mesmo ano, vários periódicos evangélicos publicaram artigos sobre a "síndrome das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa", onde se argumentava que as mulheres estavam restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se tornar ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas atividades ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento.

As mulheres, afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num nível mais significativo do que costura ou a direção de bazares ou arrumar a mesa da Santa Ceia ou serviços gerais tais como o levantamento de recursos para os necessitados, os quais frequentemente são designados a elas. Tanto quanto com trabalho físico, elas desejam contribuir com ideias para a Igreja.

O Concílio Mundial de Igrejas


A atenção sobre os papéis do homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o movimento secular das mulheres foi ganhando força. Ainda em 1961 o Concílio Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto à Ordenação de Mulheres, chamando as igrejas afiliadas para um "re-exame de suas tradições e leis canônicas". Várias denominações começaram a aceitar que o cristianismo havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura de suas origens.

Muitos católicos, metodistas, batistas, episcopais, presbiterianos, congregacionais e luteranos concordaram: a mulher na Igreja precisa de libertação. Com esta conclusão em mente, de que a mulher precisava de libertação dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ação que tinha como alvo abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto para os homens.

Nos anos 60 as feministas cristãs se colocaram num curso paralelo àquele estabelecido pelas feministas na sociedade secular. Elas, junto com suas contra partes, buscaram anular a diferenciação de papéis de homem/mulher. O tema dominante foi a necessidade da mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que às mulheres se deveria permitir fazer tudo o que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo status reconhecido que é oferecido ao homem. Isto, segundo elas criam, constituía a verdadeira igualdade.

Igualdade entre os diferentes

Eliminando os excessos em busca do equilíbrio


Ainda hoje, nos mais diversos círculos cristãos, ainda homens e mulheres que defendem veementemente que mulher tem que ficar em casa, limpar, cuidar dos filhos e do marido e o homem tem que trabalhar! E sim, praticamente todas as mulheres concordaram com este posicionamento, e as que não concordam simplesmente não emitem opinião contrária. Elas preferem se omitir, justamente por não terem argumentos sólidos que sustentem sua oposição.

Quando se pergunta: "quem é que disse isso para vocês?" A grande maioria delas conseguem responder nada além de "ah, é o que todo mundo fala". E é isso mesmo. 
No mundo, meninas se casam antes dos 16 anos e são violentadas em proporções assustadoras. Outras, não tem acesso à escola por serem do gênero feminino. Mulheres não conseguem emprego para sustentar seus filhos, por serem mulheres e muitas vezes tudo isso tem o total apoio de uma religião machista, como por vezes o falso cristianismo é.

Igrejas, pastores, líderes e professores de EBD, nós precisamos ensinar nossas meninas que a submissão bíblica não pode ter nenhuma relação com o machismo. Precisamos entender e defender a igualdade de gênero nas nossas atividades de forma prática. Já temos formado nos últimos anos uma quantidade assustadora de machistas em nossas comunidades que acham que a mulher não pode ser nada além de rainha do lar, e que isso já é uma grande honra. A ideia está bíblica e completamente errada.

Meninas, jovens e mulheres, submissão é estar sob uma missão, ou seja, se você casou com um missionário, AMBOS estão sob o chamado de missões, e não significa que ELE manda e você OBEDECE. Isso sequer é casamento. Vocês podem e devem correr atrás dos seus sonhos, ter tudo em comum, conversar sobre tudo e ter IGUALDADE de opinião e de oportunidades no casamento, na carreira, na igreja e na vida.

Eu não estou dizendo que a Bíblia está errada. Estou dizendo que ela está sendo usada por pessoas de má fé para aplicar um machismo descarado e prejudicial nas meninas e isso precisa parar.

Se estudarem a igreja de Corinto - analisando todo o contexto: social e espiritual -, onde encontramos o texto sobre submissão, vão entender os motivos que levaram Paulo a focar tanto no controle das mulheres. Se não quer estudar nada, por favor também não discuta com ninguém.
Peço também que parem de confundir feminismo com outras coisas. O feminismo é a luta pela igualdade, e isso é mais do que justo. Olha como é fácil analisando o quadro abaixo:
Não é mulher que odeia homem, não é mulher que não se arruma, não é mulher que aborta e não é mulher que anda nua. É possível sim ser feminista e ser essencialmente cristã/cristão. É indiscutível que questões como prática e a legalização do aborto e do sexo libertino, por exemplo, assim como alguns tipos de manifestações são frontalmente oponentes e contradizentes ao evangelho. Cristo está acima de qualquer ideologia para qualquer cristão sincero, e isso não vai mudar mesmo que eu decida defender todas as causas do mundo.

Mulheres, homens, crianças, cristãos e qualquer ser humano precisa sim do feminismo. Garanto que é muito fácil fazer piada com isso desrespeitando a ideia sem conhece-la como muitos tem feito. Difícil mesmo é pensar. Pensar que um Deus justo não aceita a injustiça da diferença salarial entre homens e mulheres. 

Pensar que Deus abomina as estatísticas humanas de mulheres que morrem todos os dias, vítimas de machismo. Pensar que Cristo ensinava homens e mulheres juntos, sobre as mesmas coisas, e que certa vez ensinou uma mulher que sentou aos seus pés, coisa que só homens podiam fazer: sentar aos pés do mestre para aprender. Ao ser questionada a mulher não precisou responder pois Cristo respondeu por ela.
"Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. 
E, aproximando-se dele, perguntou: 'Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!'. Respondeu o Senhor: 'Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada' (Lucas 10:38-42).


Conclusão


Mulher, você quer cuidar da casa e dos filhos enquanto seu marido vai trabalhar? Faça isso! Mas que seja por escolha e não por imposição. Feminismo é liberdade de escolha independente de gênero. Isso não tem nada a ver com desobediência e/ou com inversão de valores. Tem a ver com reconhecimento da dignidade. Sob esse aspecto, considero Jesus o maior exemplo do feminismo, pois Ele, em detrimento à todo o abuso do regime patriarcal cometido no bojo religioso de sua época, devolveu à mulher seu lugar de dignidade como o que é: filha de Deus!

Homem cristão, se você não suporta o fato de rebaixarem mulheres a objetos nos comerciais de cerveja, se é contra a erotização infantil das meninas que mal saíram da adolescência mas já começam a ser vendidas como símbolos sexuais nas revistas, se é contra a ideia de que a mulher não passa de uma serva e se é contra coisas semelhantes, eu te parabenizo. Você já compartilha a causa feminista! Não demonize isso.


A Deus, o Pai, toda glória. 
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

"CARACTERÍSTICAS DOS QUE SÃO DE DEUS" - PALAVRA MINISTRADA NO CULTO DE TERÇA, 29/01/19


Resultado de imagem para Imagem de coração circuncidado


O texto deste artigo é da série de ministrações que tenho realizado na igreja onde congrego. Esta mensagem foi ministrada no culto de terça-feira, 29 de janeiro de 2019.


Texto básico: Daniel 6:3,4


"Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava tê-lo à frente do governo de todo o império. Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração gover­namental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente."
Muitas e inconfundíveis são as características daqueles que são de Deus. O próprio Deus sempre deixou claro nos registros em sua Palavra sobre a distinção que há entre os que o servem (Malaquias 3:16-18). Na linguagem do Novo Testamento, Jesus destaca essa distinção com as figuras do joio e do trigo (Mateus 13:24-30).

Muitas também são aquelas pessoas que se identificam como sendo de Deus. Mas não basta apenas dizer que é de Deus. Ao contrário do que muitos pensam, as características que identificam aqueles que pertencem ao Senhor não são externas mas sim internas.

Circuncisão


A circuncisão era uma marca que todo homem judeu recebia, como sinal de sua aliança com Deus. Somente quem tinha essa marca era considerado judeu. Quando Jesus veio, ele tornou a circuncisão desnecessária. Uma marca no corpo não tem valor nenhum quando o coração não é voltado para Deus. Agora, todo aquele que é salvo por Jesus tem uma circuncisão espiritual, a marca no seu coração de sua dedicação a Deus.

A circuncisão do coração, termo usado por Paulo para explicar essa mudança de uma forma mais didática às pessoas, agora era o termo usado para tentar explicar para os mais resistentes o que Jesus pretendia quando não mais exigiu que fosse feita a circuncisão (corte na pele), mas sim que a circuncisão do coração fosse agora o foco maior de todas as pessoas, não só dos judeus (povo de Deus no Antigo Testamento), mas de pessoas de todos os povos (gentios) que agora seriam alcançados pelo evangelho de Jesus.

Assim, a circuncisão do coração nada mais é do que uma figura de linguagem que Paulo usou para mostrar às pessoas que sinais na carne não era o que mais importava naquele momento, mas sim os sinais no coração. De que adiantaria alguém ter um sinal na carne (circuncisão) mas seu coração ser mau e não agradar a Deus?

Veja como Paulo ensina isto:
"Porque a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão" (Romanos 2:25). 
Marcas não têm poder em si mesmas. O valor de uma pessoa está em sua entrega a Deus, na entrega de seu coração a Ele, ainda que não tenha nenhuma marca na carne.

Sendo assim, o que Deus requer de cada um de nós é a circuncisão do coração, ou seja, que haja sinais dentro de nós e que se reflitam para fora de nós em atitudes que O agradam. Esse é o sinal que se requer em nossa vida e não um sinal sem valor em nossa carne:
"Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus"(2:29).
É impressionante que ainda hoje em muitos círculos cristãos, há tantas pessoas que ainda se preocupam tanto em "serem circundadas", ou seja, elas pensam que práticas de usos, costumes e o uso de clichês evangélicos são o que as identificam como sendo de Deus. O pior de tudo isso é o incontestável fato de que muitas dessas tais pessoas não têm os seus corações circuncidados.


O selo do Espírito - a marca de Deus em nós


O Espírito Santo é referido como o "penhor", "selo" e "garantia" no coração dos cristãos (2 Coríntios 1:22; 5:5, Efésios 1:13,14; 4:30). O Espírito Santo é o selo de Deus sobre o Seu povo, a Sua reivindicação sobre nós como pertencentes a Ele. A palavra grega traduzida como "garantia" nestas passagens é arrhabōn que significa "penhor, entrada", isto é, parte do dinheiro de compra ou de propriedade dada antecipadamente como garantia para o resto. O dom do Espírito para os crentes é um sinal da nossa herança celestial que Cristo nos prometeu e garantiu na cruz. É porque o Espírito nos selou que temos a certeza da nossa salvação. Ninguém pode quebrar o selo de Deus.

O Espírito Santo é dado aos crentes como uma "primeira parcela" para assegurar-nos de que a nossa plena herança como filhos de Deus será entregue. O Espírito Santo nos é dado para confirmar que pertencemos a Deus, o qual nos concede o Seu Espírito como um dom, assim como Sua graça e fé são dons (Ef 2:8,9). Através do dom do Espírito, Deus renova e nos santifica. Ele produz em nossos corações os sentimentos, esperanças e desejos que são evidência de que somos aceitos por Deus, que somos considerados Seus filhos adotivos, que a nossa esperança é genuína e que a nossa redenção e salvação são certas da mesma forma que um selo garante um testamento ou acordo. 

Deus concede-nos o Seu Espírito Santo como o penhor certo de que somos Seus para sempre e seremos salvos no último dia. A prova da presença do Espírito é a Sua transformação no coração que produz o arrependimento, o fruto do Espírito (Gálatas 5:22,23), a conformidade com os mandamentos e vontade de Deus, uma paixão pela oração e louvor, assim como amor pelo Seu povo. Essas coisas são as evidências de que o Espírito Santo renovou o coração e que o cristão está selado para o dia da redenção.

Por isso, é através do Espírito Santo, Seus ensinamentos e poder orientador que somos selados e confirmados até o dia da redenção, completos e livres da corrupção do pecado e da morte. Porque temos o selo do Espírito em nossos corações, podemos viver com alegria, confiantes de nosso lugar certo em um futuro que contém glórias inimagináveis.

O ser de Deus


A nos mostra todas as características daqueles que são de Deus em seus vários personagens, tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento. São bebês (João Batista - Lucas 1:41), crianças (Samuel - 1 Sm 3:19), adolescentes (Timóteo - 1 Tm 4:12), jovens (Daniel, Hananias, Misael e Azarias - Dn 1:3-6), adultos (Estevão - Atos 6:8), anciãos (Simeão e Ana - Lucas 2:25-38); homens e mulheres.

Nesta mensagem, destacarei três características que são imprescindíveis naquele que se identifica como sendo de Deus, analisando a vida do jovem Daniel.

Quem foi Daniel


Daniel (cujo nome significa "Deus é o meu juiz") foi um dos moços de sangue nobre ou real, que foram levados à Babilônia por ocasião do primeiro cativeiro, durante o reinado de Joaquim (1:1,2). Ele tinha, naquela época, cerca de dezoito anos. Nada se sabe de sua família, mas aquele jovem andou com Deus e tornou-se um dos maiores profetas de todos os tempos. Tornou-se um grande estadista, ocupando essa posição durante mais de setenta anos.

Tinha mais de noventa anos de idade quando foi colocado na cova dos leões, por Dario. Quando já estava na Babilônia, havia cerca de quinze anos, embora muito jovem, ele adquiriu tal fama por sua fé e intercessão como profeta de Deus, que Ezequiel o compara, na Palavra de Deus, com Noé e Jó, apresentando os três, como os maiores intercessores de todos os tempos. Leia cuidadosamente Ezequiel 14:13-20. Embora ele tenha enfrentado dificuldades como cativo de guerra, logo na mocidade, ele foi um dos maiores e mais puros caracteres da historia. Como estadista, influenciou as grandes civilizações que começaram uma nova ordem de cousas na história do mundo.

Como era a vida na época de Daniel 


A vida de Daniel diferiu da maioria dos seus contemporâneos, pois ele viveu no palácio e foi uma figura pública durante um período de setenta anos ou mais. As tentações, conflitos e pressões se fazem sentir sobre os jovens que servem a Deus em qualquer geração. As invenções modernas e o progresso tem tornado as nossas vidas luxuosas, em comparação com o melhor que os reis antigos possuíam. Pelos menos, Daniel gozou do que havia de melhor em seus dias. 

Que problemas semelhantes aos nossos Daniel enfrentou  


A tentação de contemporizar com a ordem mundana é sempre a mesma - até mesmo seu nome foi mudado para Beltessazar, uma referência a Bel, que era o principal deus babilônico, uma tentativa de mudar a identidade espiritual do jovem hebreu -, bem como a luta íntima entre o espírito e a carne. Nessas batalhas, Daniel foi mais do que vencedor. Em todos os sentidos ele foi um não-conformista, e um homem íntegro. 


A vida e as oportunidades de Daniel foram maiores ou menores do que as nossas


Em muitos sentidos, Daniel parece que enfrentou, por ser cativo de guerra, maiores desvantagens do que nós. Contudo, devemos lembrar que Daniel viveu e participou dos grandes impérios (Babilônico e Persa), que estabeleceram o curso da civilização mundial. Nenhum homem no mundo de hoje poderia ter a influência no futuro da civilização como a que Daniel teve. Nos primórdios da civilização o poder e a influência foram concentrados em uma região, e nas mãos de uns poucos. Isto não pode acontecer hoje. 

As características presentes em Daniel

Coragem - 2 Tm 1:7a


Todo aquele que é do Senhor tem a coragem em seu código genético (DNA) espiritual. Mas não se trata der uma coragem comum, é uma coragem sobrenatural que faz com que o homem ou a mulher de Deus se capacitado(a) a fazer proezas (Salmo 3:6, 18:35-39, 118:14a). Daniel era um jovem corajoso e isto fica claro em sua postura de se opor ao paganismo babilônico, mesmo estando lá dentro de seu núcleo: o palácio do rei (Dn 2:26-28).

Determinação - 2 Coríntios 4:8,9; 16,17


Todo aquele que é do Senhor é determinado, decidido, seguro - estes eram traços incontestáveis no caráter de Daniel, não apenas por palavras, mas, principalmente, manifestados em suas atitudes - e não fica coxeando entre dois pensamentos, não fica em cima do muro, não é morno (Josué 24:14,15, Apocalipse 3:15,16). Daniel além de corajoso, era determinado (1:8a).

Conclusão


Coragem e determinação são duas características fundamentais para identificar aquele que é do Senhor. Essas duas características definem e são o alicerce pra outras que constituem a personalidade daquele que realmente e essencialmente é do Senhor.

A Deus, o Pai, toda glória. 
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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O PARADOXO DA FÉ: CRER NA ETERNIDADE APESAR DA BREVIDADE DA VIDA

Somos como um vapor. Em Tiago 4:14 parte b, o apóstolo compara a vida humana como um vapor que aparece por um momento e depois some. O versículo é uma resposta ao questionamento no verso anterior (13) e a parte a do verso 14 que questiona: 
"Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida?" 
Diante das tragédias que levam várias vidas de uma vez só, ficamos atônitos pelo quanto somos frágeis e por uma diferença de segundos, podemos estar aqui ou desaparecermos para sempre. A brevidade da vida em vermos que a morte não escolhe classe social, condição financeira, rosto bonito, saúde impecável ou mesmo idade, é o que nos prova que devemos andar todos os dias agradecendo pelo dom da vida, mas preparados pela surpresa da morte. 
Paulo diz em Romanos 8:36-39: 
"Como está escrito: 'Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.' Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. 
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (grifo meu). 
No verso 36, Paulo recorre ao Salmo 44 verso 22 para dar corpo ao seu raciocínio, de que nem mesmo a morte pode nos separar do amor de Deus, enfatizando que todos os dias são desafios diferentes que enfrentamos, tendo por certo que em algum momento encontraremos o fim de todas as coisas. 

"Quem perder a sua vida, achá-la-á" 
"Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á" (Mateus 16:25). 
Tem muitos dos que se dizem cristãos, que dizem ter fé, que ou ignoram, ou desconhecem a essência e a profundidade dessa fala de Jesus. Russel Shedd (★1929/✞2016), famoso teólogo cristão de nossos dias, faleceu recentemente aos 87 anos vítima de câncer, e em um vídeo publicado por um pastor que o visitou, Russel agradece a Deus pela doença e por estar chegando o dia de sua morte, pois ele estava ansioso para se encontrar com Jesus ao entrar da eternidade. 

Quantos cristãos hoje temem por sua vida, a ponto de negarem a Cristo em algum momento para terem mais alguns dias sobre a terra? Quantos de nós enchem igrejas e carregam Bíblias, mas não estão preparados para morrer? É inacreditável e até inadmissível que alguém que se diz, que afirma ter fé, tenha tanto medo de morrer. Não estou dizendo sobre abreviar a morte, mas sim sobre não temê-la quando ela chegar. 

Pior do que estes são os que nunca morreram para o pecado e suas vidas mundanas e continuam a apodrecer igrejas com suas vidas mortas espiritualmente, recebendo muitas vezes oportunidades em cima de púlpitos para pregar, aconselhar e dirigir congregações, disseminando pecados escondidos, mas visíveis e aceitos por todos. 

Adão e Eva não morreram apenas espiritualmente quando desobedeceram a Deus, mas seus corpos, antes perfeitos e irrepreensíveis, agora envelhecem, engordam e emagrecem, e já não podem ficar expostos por conta da malícia. 

A brevidade da vida não se detém apenas à vida física em si, mas também à nossa vida espiritual, que deve ser sempre cuidada para não morrermos. Na passagem da celebração da Ceia do Senhor, Paulo diz: 
"...há entre vós muitos fracos, doentes e que dormem..." (1 Coríntios 11:30), 
o dormir neste caso não se refere ao sono, mas sim a morte, muitas vezes comparada a um sono profundo e eterno. 

Não atender ao cumprimento do chamado e exercício ministeriais, não orar, não meditar na palavra, não viver uma vida de integridade com Deus e seguir sua doutrina, adorando e rendendo louvores e pedidos de perdão, nos afasta do Senhor e torna nosso relacionamento com Ele breve e sem vida, apenas como um dogma religioso. 

Ainda que para a vida terrena a morte seja a certeza deste corpo frágil, que na nossa vida espiritual a morte não seja real, mas que estejamos vivos e com olhos fitos na eternidade com Cristo, a verdadeira Vida Eterna. 

Geração vai, geração vem... 

"Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém. Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. 

Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. 

O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. 

Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. 

Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois" (Eclesiastes 1:1-11). 
A vida nos proporciona uma miscelânea de dias: dias alegres que não queremos que acabem; dias nebulosos que parecem não ter fim; dias de reflexão; dias de decepção; dias de insensatez e mesmo de loucura. Como as estações, os nossos dias oscilam entre bons e ruins ou estão num meio termo. 

A maneira como encaramos cada dia – bom ou ruim, desafiador ou benéfico – depende do que está em nossa mente e em nosso coração. Assim, posso sugerir que você comece cada dia lembrando uma das promessas de Deus. O que poderia ser melhor alimento para o espírito do que relembrar as formas de Deus proteger os seus filhos dia após dia? Eu gostaria de começar o dia lembrando: 
a) as promessas de Deus aos seus filhos no deserto; b) as maravilhosas promessas que Deus fez a Abraão; c) as garantias do Pai a Josué e seus soldados; d) a extraordinária promessa que é Jesus. 
Deus nos promete paz, conforto, segurança, restauração, perdão e salvação. 
"Não importa como venha a ser o seu dia, ele pode começar com a gratidão proveniente do conhecimento de que Deus ama você o bastante para cumprir cada promessa que lhe fez" (Max Lucado). 
Disse Jesus: 
"Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?… Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal" (Mt 6:27,34). 
Você sabe o que é um côvado? Uma medida de comprimento dos tempos de Jesus, igual a distância da junta do cotovelo a ponta do dedo médio (isto é, aproximadamente 0,5 m). Logo, não sabemos o que o futuro nos reserva. Nossa única certeza é esta: Nossa vida é como o vapor, sua brevidade é real, e somente nosso Senhor Jesus tem o controle de tudo, inclusive da nossa vida: 
"Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6:31-33). 
Os nossos dias de vida na terra voam, nascemos ontem, já chegamos próximo ao final da vida terrena. Que o Senhor nos dê corações sábios para contarmos nossos dias com gratidão ao Senhor, pois, ao final, o que vai contar é como vivemos esses poucos dias. Por isso, a gratidão jamais pode faltar nos nossos dias, pelas mínimas e pelas grandes coisas. 

Conclusão 


O que você está fazendo com a luz que Deus lhe deu através de sua Palavra? O que você está fazendo com a vontade de Deus? Você tem se negado em seguir a Cristo como um crente? Você está dizendo a si mesmo que um dia levará a sério a vida cristã, mas por enquanto tem outras coisas mais importantes para fazer? Você está ocupado criando desculpas para a sua desobediência, amargura, preguiça ou indisciplina? Então, o que você está fazendo com as verdades do Evangelho que você um dia ouviu? 

Sabemos que está próximo o fim de todas as coisas, portanto, não deixemos para o fim nossa gratidão, mas que seja hoje. É bom nosso olhar estar fixado em coisas positivas, em promessas reais feitas pela palavra de Deus. 

É de grande importância olharmos também para aqueles que passam grandes aflições por amor ao Senhor, e ainda assim permanecem firmes. Nossa fé é estimulada ao vermos a firmeza desses nossos irmãos que mesmo diante de grandes aflições não desistiram de servir ao Senhor. Jesus breve voltará! 

A Deus, o Pai, toda glória. 
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: CRIME PREMEDITADO

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GANÂNCIA 


Definição: Ambição desmedida de ganho, quer seja dinheiro quer bens materiais. 

1. Embora o objetivo da ganância seja a satisfação, invariavelmente só resulta em maior infelicidade (Provérbios 15:27a; 27:20; Eclesiastes 4:8b, 5:10, 12; 1 Timóteo 6:9,10).
 
2. A ganância é característica dos ímpios e conduz a mais impiedade (Pv 11:24b, 28:22; Ec 5:13; Salmo 73:12; Jeremias 5:27,28; Oseias 12:7 [Um quadro do materialista ganancioso.]; Habacuque 2:9,10; Lc 1:53; 16:25 [Abraão fala com o ganancioso homem rico que não pensou nos pobres]; Tiago 5:3; Apocalipse 3:17).
 
3. Não adianta nada ser ganancioso (Jó 20:15; Sl 39:6; Pv 10:2a; 21:6; 23:4,5; Ec 5:14a; Ageu 1:6; Jo 6:27; Ap 18:14,16b).

4. A ganância não se enquadra na obra do Senhor, principalmente entre líderes (1 Samuel 8:3 [Como os filhos de Eli, os dois filhos de Samuel foram uma vergonha total.]; 1 Tm 3:3, 8 [Referindo-se a um líder dentro da igreja, Paulo escreveu que tem que ser], 6:3-5 [Os que rejeitam as Palavras de Deus estão cheios de]; Tito 1:7; 1 Pd 5:2; 2 Pd 2:3a [Pedro descreveu os falsos profetas e os religiosos gananciosos].

5. O caminho para a “felicidade” é feito de contentamento, não de ganhos e ganância. (Sl 37:16; Pv 16:8, 17:1, 30:8,9; Ec 4:6; Filipenses 4:11, 12; 1 Tm 6:6-8; Hb 13:5).


Vale S.A.: templo de Mamom


“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24).
O termo riqueza ou mamom é usado para descrever a cobiça que domina o coração de uma pessoa. A palavra mamom é uma transliteração da palavra hebraica “Mamom” (מָמוֹן), que significa literalmente “dinheiro”. Nas palavras tanto de Jesus como nas de Paulo o desejo de ficar rico leva a ganância ou avareza, e dessa forma quem é dominado por esse desejo acaba se afastando de Deus que é o provedor de todas as coisas e passa a confiar em Mamom como o único provedor em sua vida.

Esse demônio é descrito como devorador de almas, e um dos sete príncipes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e “suborna” os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de pássaro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara. 

Independentemente de sua aparência esse demônio tem seduzido muitas pessoas e a Bíblia nos alerta do perigo que é se deixar seduzir por ele. O primeiro perigo que a Bíblia nos alerta é que podermos nos tornar uma pessoa ambígua, ou seja, ficamos divididos entre dois senhores. No caso em questão a pessoa deixa de adorar a Deus pelo que Ele é e passa a servir a Mamom pelo o que ele pode vir a dar.

Com isso, a pessoa que está dividida, na verdade está longe de Deus e está totalmente servindo a Satanás, pois o próprio Jesus deixou bem claro que não podemos servir a dois senhores e o Senhor não se deixa escarnecer. Veja o que ele disse aquele homem que queria servi-lo, mas que para isso ele deveria vender tudo que tinha e distribuir com os pobres, depois segui-Lo. Jesus não tinha nada contra o que ele possuía, mas da forma idolátrica que ele possuía os seus bens. 

A sua confiança e a sua religião estavam firmadas no que ele possuía e não em Deus que ele dizia servir (Mt 19.16-22). É bom lembrar que predominava entre os judeus daqueles dias a ideia de que as riquezas eram um sinal do favor de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé. Jesus então está mostrando para os discípulos que quem confia nas riquezas e não em Deus não entrará no Reino de Deus. Para isso Jesus ilustra a Sua palavra falando que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha (agulha de costura), do que entrar um rico no Reino de Deus: 
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt 19:23,24). 
A Bíblia nos mostra que essa busca insaciável e avarenta pelas riquezas é idolatria, a qual é demoníaca (conforme 1 Co 10:19,20; Colossenses 3:5), e há muitos cristãos caindo nessa ilusão. 

Tragédia anunciada: crime premeditado, assassinato em massa, crime doloso


Três anos se passaram da Tragédia de Mariana e parece que pouco ou nada se aprendeu em matéria de gestão de riscos ou de educação ambiental em relação à atividade de mineração, em especial a observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, consagrados em nosso sistema jurídico. 

Novo episódio gerador de imensos prejuízos humanos, ambientais, econômicos e sociais, agora com o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aconteceu, envolvendo mais uma vez a empresa Vale e, por que não dizer, o poder público. Não bastasse a catástrofe ambiental, de acordo com o corpo de Bombeiros de Minas Gerais, no final da tarde de ontem, cerca de 200 pessoas estavam desaparecidas. O evento mais uma vez expõe as fragilidades do Brasil perante o mundo no que tange a promoção do desenvolvimento sustentável como demonstra notícia publicada no The New York Times. 

Necessária é a implementação, nos termos da Lei 12.334/2010, da Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais. Referida legislação, por sinal, também cria o necessário Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens atendendo ao princípio da informação ambiental. Observa-se, no país, no entanto, uma evidente falta de vontade política para a concretização de uma efetiva política precautória na gestão de barragens. 

Não se pode esquecer, contudo, que são objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), previstos no art. 3o da Lei: garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a possibilidade de acidente e suas consequências; regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros de barragens em todo o território nacional; promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas pelos responsáveis por barragens; criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo poder público, com base na fiscalização, orientação e correção das ações de segurança; coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de barragens pelos governos; estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam a avaliação da adequação aos parâmetros estabelecidos pelo poder público; e, fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos. Referidos objetivos, como se nota, foram solenemente ignorados no caso de Brumadinho. 

A lei impõe um conceito de segurança de barragem. De acordo com esta é a condição que vise a manutenção da sua integridade estrutural e operacional e a preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente. Na mesma toada, a tão falada gestão de riscos no que se refere as barragens, são as ações de caráter normativo, bem como a aplicação de medidas para prevenção, controle e mitigação da álea. E o dano potencial associado à barragem, também possui definição jurídica, sendo aquele dano que pode ocorrer devido ao rompimento, vazamento, infiltração no solo ou mau funcionamento desta (art. 2º). Não é a falta de conceitos jurídicos, portanto, a causa da má gestão de riscos nas barragens. 

São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB)que, por sinal, deveriam ter sido observados antes da tragédia: 
I-a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros; 
II- a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das ações preventivas e emergenciais;  
III- o empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garanti-la; 
IV- a promoção de mecanismos de participação e controle social; 
V- a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus potenciais efeitos sociais e ambientais. 
Observa-se que não foram poucas as violações das razões fundantes da PNSB! 

A fiscalização da segurança de barragens é bem definida no aspecto legal e caberá, de acordo com o art. 5º, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama): 
à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do corpo hídrico, quando o objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico; à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de uso preponderante para fins de geração hidrelétrica; 
à entidade outorgante de direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de rejeitos e à entidade que forneceu a licença ambiental de instalação e operação para fins de disposição de resíduos industriais. 
Importante observar, outrossim, que mesmo após a tragédia de Mariana, não se desenvolveu no âmbito do Poder Público e nem na iniciativa privada uma cultura de educação ambiental, aliás, um princípio constitucional a ser observado em todos os níveis de ensino (Art. 225, inciso VI). Referido princípio está regulamentado pela Lei 9.795/99. Nos termos desta, entende-se por educação ambiental 
“os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. 
No mesmo sentido o acidente poderia ter sido evitado se tivesse sido observado o princípio da precaução previsto no Art. 225, inc. V da CF de 1988. É de se observar, no Direito Constitucional Ambiental, que o dever do Poder Público e de toda a sociedade em preservar o meio ambiente, a fim de proteger as gerações atuais e futuras, está estritamente ligado à precaução contra atos que possam causar o desequilíbrio do meio ambiente que, consequentemente, podem gerar riscos à vida humana. 

É dever não apenas do Estado, mas do cidadão, portanto, por meio de medidas de precaução positivas ou omissivas, defender e preservar o meio ambiente de empreendimentos lucrativos, ou até mesmo não lucrativos, lesivos e potencialmente lesivos aos bens naturais que, por força de expressa disposição constitucional, são de uso comum do povo. 

No plano infraconstitucional, a Lei n° 6.938/81, que dispõe sobre a “Política Nacional do Meio Ambiente”, adotou a seguinte definição de meio ambiente, em seu art. 1°, inc. I: 
“o conjunto de condições, leis, influências e interações, de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
A referida legislação ainda definiu o meio ambiente como patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo (art.2°, inc.I). A Política Nacional do Meio Ambiente está sistematizada no sentido de precaver a sociedade contra possíveis danos que possam ser causados ao meio ambiente e tem como objetivo a preservação e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. 

O princípio da precaução acabou inserido expressamente no ordenamento jurídico infraconstitucional brasileiro pela Conferência sobre Mudanças do Clima, acordada pelo Brasil, no âmbito da Organização das Nações Unidas, por ocasião da Eco/92 e, posteriormente, ratificada pelo Congresso Nacional, pelo Decreto Legislativo 1, de 03.02.1994. 

O Decreto n° 99.280/90 promulgou a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio e o Protocolo de Montreal sobre as substâncias que destroem a camada de ozônio. O Decreto n° 2.652/98 promulgou a Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. E, por fim, o Decreto n 2.519/98 promulgou a Convenção sobre Diversidade Biológica. Todos esses decretos trouxeram em seu bojo o princípio da precaução como corolário integrando-o ao direito infraconstitucional pátrio. 

A Lei de Crimes Ambientais, na seara criminal, também prevê pena privativa de liberdade e multa às pessoas físicas ou jurídicas que com suas ações ou omissões causarem poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em riscos à vida humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora (art. 54, da Lei n° 9.605/98). No parágrafo 3°, a referida legislação prevê como crime a violação a deveres de precaução ao dispor: 
§ 3°- Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim determinar a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
O sentido da lei penal é que, quando a autoridade competente determinar por uma resolução, portaria ou qualquer outra determinação alguma medida de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível, será crime a não observância desse dever de precaução. Em complementação, Leme Machado refere que 
“a conceituação de medidas de precaução não é dada pela lei penal, devendo-se procurá-la nos entendimentos referidos nos textos internacionais...e na doutrina”. 
Observa-se que o próprio legislador de nossas leis penais adota o princípio da precaução a fim de tutelar o meio ambiente como bem de uso comum do povo e direito socioambiental. 

A violação ao princípio da precaução também pode ocasionar uma infração administrativa. O art. 70 da Lei n° 9.605/98 prevê: 
“Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que violar normas jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”. 
Assim, se uma norma jurídica previr expressamente algum dever de precaução, a fim de proteger o meio ambiente, e for violada, estará configurada uma infração administrativa. Ou seja, se uma pessoa física ou jurídica agir sem observar uma regra de precaução estará cometendo infração administrativa ambiental. 

Mais recentemente, a Lei n° 11.105, de 24/03/2005, que se refere à Biossegurança; a Lei n° 11.428, de 22/12/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica; a Lei n° 12.187, de 29/12/2009, que institui a Política Nacional sobre o Meio Ambiente e Mudança Climática; a Lei n°. 11.934 de 2009, sobre exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos; e a Lei n° 12.305, de 02/08/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e altera a Lei n° 9.605, adotaram o princípio da precaução. 

Não resta dúvida que a legislação constitucional e infraconstitucional brasileira adotou o princípio da precaução como instrumento de tutela ao meio ambiente acompanhando uma tendência internacional de implementação do princípio. 

O STF e o STJ têm aplicado o princípio da precaução nos seus julgados. Estando presentes o risco de dano e a incerteza científica, relacionadas a atividade potencialmente danosa, esta deve ser suspensa para a tutela do meio ambiente, inclusive com a inversão do ônus da prova contra o potencial poluidor-degradador. 

Ademais, quando o princípio da precaução não é aplicado pelo Poder Público e não é observado pelo particular de modo suficiente, gera o dever de indenizar se danos forem causados. 

A Constituição Federal, no art. 225, § 3º, preconizou, em boa hora, a tríplice responsabilidade administrativa, civil e penal por infrações às normas ambientais. Pela letra desse dispositivo, as 
“condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. 
Assim, não há falar em exclusividade de determinada espécie de responsabilidade, sendo que as três esferas são independentes. É dizer, a punição administrativa não afasta a penal, e a aplicação de sanções criminais e administrativas não impedem a responsabilidade civil pelos danos ambientais causados, sem prejuízo, ainda, de eventual persecução por ato de improbidade ambiental. 

Conclusão


O povo brasileiro, neste cenário, espera que esta tragédia não passe em branco e que as vítimas e as suas famílias sejam indenizadas, ocorra a reparação do meio ambiente e sejam punidos os responsáveis por mais esta catástrofe ambiental que marca negativamente a história recente do país. 

Quero concluir dizendo que a ganância é o maior mal que entrou em nossas vidas e sim, também em nossas igrejas com o nome de Evangelho da Prosperidade. Esse espírito que na verdade é o espírito de mamom tem estado em muitas igrejas, algumas vezes disfarçadamente e outras descaradamente. 

Que o Senhor nos de sabedoria e discernimento espiritual para não cairmos nessa tentação. 

Que o Senhor nos ajude! 

[Fonte: Dados jurídicos Conjur, por Gabriel Wedy é juiz federal, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), pós-doutor, doutor e mestre em Direito e visiting scholar pelo Sabin Center for Climate Change Law da Columbia Law School – EUA]

A Deus, o Pai, toda glória. 
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E nem 1% religioso.

domingo, 27 de janeiro de 2019

"A BONDADE DE DEUS" - MENSAGEM MINISTRADA NO CULTO DOMINICAL EM 27/01/19

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O texto deste artigo é baseado na palavra ministrada por mim no Culto Dominical, realizado em 27 de janeiro de 2019, na igreja onde congrego. Na ministração, evoquei a atenção dos irmãos para um dos mais importantes traços presente no caráter de Deus: sua bondade. Toda a humanidade, quer seja justos ou injustos, crentes ou incrédulos são e estão em todo tempo dependentes da e submissos à constante e ininterrupta manifestação da bondade de Deus. No texto do artigo, assim como fiz na ministração, exporei o quão inefável e infalível é a bondade de Deus.

Salmos 117; 118:1; 136

A Bondade de Deus 


Ao jovem rico Jesus perguntou:

"Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Marcos 10: 18). 
Somente Deus é essencialmente bom e perfeito. Esta grande declaração nos mostra a futilidade das obras de justiça. Ninguém é naturalmente bom. O que poderíamos fazer para impressionar a Deus? Aqueles que tentam fazer isso gostariam que Deus estivesse em débito com eles. Os homens estão sempre prontos para transformar a fé em obras meritórias, negando assim a declaração feita por Cristo. Até a nossa fé não tem origem em nós mesmos, mas é um dom de Deus. Ele é a fonte de tudo o que é bom.

A noção de bondade é inseparável da noção de Deus. Ele não pode ser Deus se não for bom.
"VERDADEIRAMENTE bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração" (Salmo 73:1). 
"O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade"(Êxodo 34:6).

I. O QUE ESTA BONDADE É


Não estou me referindo à perfeição essencial de Deus ou a santidade, ou mesmo à Sua própria bem-aventurança ou plenitude. Não estou nem mesmo me referindo à Sua misericórdia, pois a bondade se estende além da misericórdia. A misericórdia pressupõe um objeto miserável, mas a bondade não necessita de forma alguma de um objeto. Por exemplo: a criação foi um ato de bondade e não de misericórdia.

Antes, estou me referindo à magnificência de Deus, Sua liberalidade e doação na administração de todas as coisas. Deus é benevolente com todas as Suas criaturas como criaturas. Esta é a mais prazerosa das perfeições da natureza de Deus, que faz com que Ele seja amado e desejado por nós. A bondade de Deus alcança todos os Seus atributos. 

Quando Deus revelou-Se a si mesmo a Moisés, de maneira que um ser humano fosse capaz de suportar, Ele disse:
"Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti"(Êxodo 33:19), 
como se a bondade fosse a fonte de todos os afluentes de Sua glória. Este é o atributo capitão que conduz o restante a agir.

II. A NATUREZA DA BONDADE DE DEUS


Deus é bom por Sua própria essência. Ele é mais do que bom em Sua própria essência, pois tudo o que Ele criou é bom neste sentido. Mas Ele é bom em Sua própria essência pelo fato ninguém ser a causa desta bondade. A bondade não é uma qualidade de Deus, mas a Sua própria natureza. Não é um hábito acrescentado à Sua essência, mas a Sua própria essência. A Sua bondade é infinita, ilimitada, eterna, e abundante.

Deus é a primeira e principal causa da bondade. Toda bondade na criatura deriva dEle, 
"Tu és o meu Senhor, a minha bondade não chega à tua presença" (Salmo 16:2). 
Nossa bondade é mutável, mas Deus é imutável. Ele é o padrão da bondade, nada é realmente bom a não ser que se assemelhe a Ele. Não há uma partícula sequer do mal em Deus. Ele é todo e perfeitamente bom.

A bondade de Deus é comunicativa. Faz parte da própria natureza da bondade ser difusiva, distribuir. Deus não é invejoso de Sua bondade ou mesquinho com ela. Ele é mais propenso a comunicar a Sua bondade do que o sol espalhar os seis raios e calor.

Deus é necessariamente bom. Ele é bom por natureza e não somente por vontade. Não existe a mínima possibilidade de Deus ter escolhido ou escolher ser mau. Ele é bom em si mesmo, e não pode agir contra a Sua própria natureza. Ele não foi obrigado a criar o mundo, mas escolheu fazê-lo. E por isso Ele fez o mundo bom.

Entretanto, Deus é livremente bom. A necessidade de Sua bondade não impede a liberdade de Suas ações. Ele é totalmente livre nas comunicações de Sua bondade. Ele voluntariamente exerce a Sua bondade naquilo em que escolhe qual o bem, ou o grau de bem que fará. Ele não pode ser constrangido com respeito à Sua bondade.

Deus se deleita em comunicar Sua bondade. O Seu prazer em demonstrá-la é maior do que o nosso prazer em recebê-la. Ele não esconde os Seus tesouros como se tivesse inveja deles. Antes, Ele se regozija em compartilhar Suas riquezas. Ele se deleita no clamor dos homens por Sua bondade, mostrando-se desejoso em conceder as coisas que lhe pedem.

A demonstração da bondade foi o motivo e o fim de todas as obras de criação e providência de Deus. A Sua motivação e fim residem nEle mesmo, pois nada é maior do que Ele. Portanto, esta perfeição mais amável reivindica os seus melhores direitos de ser primeiramente demonstrada. Ao criar, Deus não aumentou a Sua excelência, mas manifestou-a. Se Deus não tivesse criado o mundo, Ele permaneceria desconhecido a todos, exceto para si mesmo, mas Ele produziu criaturas a fim de se tornar conhecido.

O reconhecimento de Sua bondade deve ser o motivo maior e o fim de todas as Suas obras

Deus é bom!


Quanto melhor uma pessoa for, maior será a sua caridade. Deus é o melhor e mais bondoso ser, pois não há ninguém acima dEle. Desde que toda a criatura de Deus é boa (1 Timóteo 4:4), e a bondade das criaturas procede do seu criador, Ele tem que ser o melhor, o supremo bem. Como a causa é mais rica do que o efeito, Ele é infinito em bondade. A fim de que ninguém duvide da bondade de Deus, vamos defender isso de pelo menos dois ataques.

Primeiro, a bondade de Deus não pode ser comprometida por Ele ter permitido a entrada do pecado no mundo. Deus em Sua bondade criou o homem com a capacidade de ser feliz. Mas, será que poderíamos chamá-la de "bondade" se Deus tivesse forçado o homem a ser feliz contra a sua vontade? 

Deus em Sua bondade não somente deu a Adão o poder de decisão, como também, pela mesma bondade, o deixou livre para usá-lo. Somente com a liberdade de escolha é que a obediência poderia ser considerada realmente como obediência. A bondade de Deus não é menos bondade porque o homem fez mau uso dela. Foi o homem, e não Deus, que caiu. Além disso, Deus em Sua bondade permitiu a queda do homem, para demonstrar a ele as riquezas ainda maiores da Sua glória, na obra da redenção.

Segundo, a bondade de Deus não pode ser comprometida por discriminar quem será o objeto da mesma. Quando Deus aflige os Seus santos não está violando a Sua bondade. As aflições do justo são para o seu bem, para o seu crescimento na graça. Podemos acusar a Deus de maldade quando as aflições que Ele envia para a Sua igreja servem para remover as impurezas, curar os seus descuidos, aumentar os seus membros, fortalecê-la na graça, e provar o seu amor para com o Seu Salvador? 

As epístolas de Paulo, escritas na prisão, aparentemente possuem uma força maior do que aquelas que foram escritas em liberdade (cito aqui como exemplo a surpreendente declaração em 2 Coríntios 4:16-18). Te desafio a estudar a vida do apóstolo Paulo para descobrir o que ele chama de "leve e momentânea tribulação". Não seria uma falta de bondade, ou melhor, uma crueldade da parte de um pai deixar o seu filho sem disciplina alguma?! É um ato de grande bondade que nos torna mais útil aqui ao invés de envergonhados no futuro.

A obra de Deus na criação foi um ato da Sua bondade, mas a obra da redenção nos mostra muito mais bondade ainda. Na redenção, a bondade superou a justiça. A criação custou apenas algum fôlego da parte de Deus, mas a redenção custou o sangue do Seu Filho encarnado. Na redenção, Deus venceu a rebelião e a indignidade do homem, sendo que nenhuma das quais foram obstáculos na criação.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que aquela demonstrada aos anjos. O estado de santidade dos anjos eleitos não se fez por intermédio da obra da cruz, mas foi divinamente determinado por Deus. Foi para os homens que Cristo morreu. Quanto aos anjos caídos, eles foram deixados para sempre em seus próprios pecados. Mas ao homem, a bondade Divina estendeu Suas mãos ensanguentadas a fim de resgatá-lo.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que a bondade que eventualmente foi manifestada ao próprio Jesus por algum tempo. Na bem conhecida passagem de João 3:16, a ênfase recai sobre a palavra tal, isto é: sobre a qualidade do amor de Deus para com os pecadores. Ele amou o mundo de tal maneira, que parece não ter amado o Seu próprio Filho em um determinado momento. Ele preferiu nos poupar ao invés de poupar Seu próprio Filho. Ele preferiu ouvir seus gemidos aos nossos. Ele preferiu que Seu Filho morresse ao invés de nós. Tamanha manifestação de amor poderia ser concebida por algum de nós?

Agora vou frisar algumas maneiras particulares pelas quais a bondade de Deus aparece na redenção

  • 1. Ela aparece na determinação de Deus em salvar o homem.
  • 2. A bondade de Deus na redenção aparece no dom de Cristo.
  • 3. A bondade de Deus na redenção aparece quando consideramos o estado pecaminoso em que o homem se encontra.
  • 4. A bondade de Deus na redenção aparece na posição de exaltação na qual Ele nos coloca.
  • 5. A bondade de Deus na redenção aparece no concerto da graça, a qual nos libertou do concerto das obras.
  • 6. A bondade de Deus na redenção aparece em Seus tratos com todo homem que abraça este concerto.
  • 7. A bondade de Deus na redenção aparece nas ordenanças que Ele instituiu no novo concerto, especialmente a Ceia do Senhor. A festa com Deus é grande, mas a festa em Deus é maior.
Vemos a bondade de Deus manifestada em sua providência. Qualquer homem se alegra em preservar aquilo que criou, quanto mais o grande Deus, que fez todas as coisas boas! Com a mesma bondade com que criou, Deus continua operando na criação com providencial cuidado. 


Vamos observar algumas maneiras como a bondade de Deus fica bem evidenciada na providência


  • 1. Ela é evidente no cuidado que Deus com todas as Suas criaturas. Ele não cuida apenas das criaturas maiores ou mais nobres, mas também das inferiores. O Salmista proclama: "cheia está a terra das tuas riquezas" (Salmo 104:24). Nenhum canto e recanto fica excluído da bondade de Deus. Ele preserva homens e animais (36:6). Vemos isso nas palavras de Paulo em Listra: "E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações" (At 14:17).
  • 2. A bondade de Deus na providência fica evidente na preservação da sociedade humana.
  • 3. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle encorajar qualquer atitude de bondade moral na terra.
  • 4. A bondade de Deus na providência fica evidente na disposição de Suas Santas Escrituras. A Bíblia que temos em nossas mãos é a Sua Palavra inspirada, nos servindo de regra de fé e prática. Ele não nos deixou sem uma revelação escrita da Sua mente e vontade. Ele nos forneceu o mapa da nossa jornada. Ele a tem preservado e traduzido em vários idiomas, a despeito dos esforços que os homens maus fizeram e fazem para destruí-la. Alguns homens, muito mais ferozes do que muitas bestas, acabaram sendo domados por ela.
  • 5. A bondade de Deus na providência fica evidente na conversão dos pecadores. Aqui o Seu poder e bondade se unem. Ele quebranta os corações mais endurecidos, convencendo-os do pecado; revelando a excelência de Cristo, e levando-os a provar da doçura do Seu sangue.
  • 6. A bondade de Deus na providência fica evidente nas orações atendidas. A eficácia da oração não é resultado da maneira como pedimos, nem do temperamento da nossa alma, mas da bondade dAquele à quem nós oramos (Mateus 7:11).
  • 7. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle suportar as enfermidades do Seu povo e aceitar a nossa obediência imperfeita. A onisciência de Deus conhece muito bem os seus pecados, mas a Sua bondade aceita a pessoa deles, em Cristo.
  • 8. A bondade de Deus na providência fica evidente nas perseguições e aflições (Sl 119:71).
  • 9. A bondade de Deus na providência fica evidente nas tentações. Ele se faz presente desde o início até ao final de cada uma (1 Co 10:13).

Conclusão


A Bondade de Deus o torna amável e maravilhoso (Zacarias 9:17). A bondade de Deus o torna digno da nossa fé e confiança. Sua bondade é o alicerce de toda a nossa confiança nEle (Sl 34:8). A bondade de Deus o torna digno da nossa confiança e honra. O entendimento correto da bondade de Deus deveria nos conduzir a uma obediência voluntária e feliz (119:68). 

Vamos desejar a Deus ardentemente. Nada mais é digno da nossa ardente sede. Seria totalmente irracional não desejá-lo. A vontade do homem só sai em busca daquilo que é bom. Por isso, satanás tenta disfarçar o pecado como algo bom. Somente em Deus é que podemos encontrar a verdadeira e pura bondade, digna dos nossos mais profundos desejos. 

Não devemos ficar satisfeitos com alguns traços derivados da bondade das criaturas, mas desejarmos ansiosamente mergulhar em sua fonte. Vamos meditar constantemente neste atributo. Em que outra atividade nós poderíamos ocupar melhor as nossas mentes? Que nos tornemos verdadeiramente agradecidos. Se não pensarmos mais profundamente na bondade de Deus, nosso louvor se tornará frio, um mero ritual. Isso nos leva a próxima exortação.

Sejamos agradecidos por esse atributo. 
"Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Sl 103:2). 
Deus merece o nosso constante louvor por planejar a nossa recuperação enquanto estávamos mergulhados em nossa ruína. O Salmo 148 conclama a natureza inanimada a louvar a Deus, ou seja, o sol e a lua, os céus e águas, o fogo, a neve, o vento, as montanhas, e as árvores. Não deveriam todos os homens remidos adorar a Deus com muito maior gratidão em seus corações?! Não devemos colocar o nosso louvor sobre qualquer instrumento que Deus faça uso, e sim no próprio Deus!

E por fim, vamos imitar este atributo de Deus (Mt 5:44,45). Assim como Deus não seria perfeito sem este atributo de bondade, assim também nenhum Cristão é perfeito sem a bondade e a caridade. Que sejamos bons mordomos dos dons de Deus, e não servos negligentes. Que aprendamos que realmente é melhor dar do que receber (At 20:35). Deus se deleita tanto quando o imitamos nisso, que nos promete abençoar por um copo de água que venhamos a dar com o objetivo de glorificá-Lo (Mt 10:42).

A Deus, o Pai, toda glória. 
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