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sexta-feira, 4 de abril de 2025

EU NÃO ME ESQUECI — O CASO DO BAR BODEGA

Que a violência seja um dos fatores mais preocupantes de nosso país, isso ninguém pode negar. Contudo, diante de números alarmantes, outros fatores nos levam à necessidade de refletirmos a respeito não apenas de nosso sistema carcerário, mas todo nosso ordenamento jurídico penal, sob diferentes óticas e diferentes maneiras de agir.

O caso que vamos relembrar em mais um capítulo da minha série jornalística Eu Não Me Esqueci, é mais um daqueles que nos levam a refletir sobre a seriedade e o peso da responsabilidade dos órgãos de imprensa, como meio não só de informação. mas também da formação de opinião das massas.

Principalmente com o advento da popularização da internet em suas mídias sociais, onde a comunicação e a informação se tornaram mais acessíveis, mais do que nunca a imprensa precisa urgentemente rever os critérios, os limites, os valores e, principalmente, a veracidade dos fatos com quais alimenta os diversos públicos alvos.
A liberdade de expressão é um direito constitucional e, portanto, deve ser respeitado. 

Ninguém que tenha um mínimo de bom senso e razoabilidade defende que haja qualquer tipo de censura. 

Mais que um enorme equívoco, isso seria um pavoroso retrocesso. 

Mas haver uma regulamentação para que haja mais critérios no uso das mídias sociais, é uma pauta que deve sim ser discutida.

Um crime ocorrido em meados dos anos de 1990 e que teve como cenário o Bar Bodega, um dos mais importantes points de integrantes da classe média paulistana, cujo enredo se tornou conhecido pela imprensa brasileira graças ao fato de o bar pertencer a atores da mais conhecida emissora de nosso país: Luiz Gustavo (✰1934/✞2021) e seus sobrinhos, os irmãos Tato e Cássio Gabus Mendes.

Relembrando os fatos


Reprodução da internet
Na madrugada do dia 10 de agosto de 1996, um bando de homens armados entrou no bar Bodega, no bairro de Moema, iniciando um assalto que teria como desfecho os dois tiros a queima-roupa contra o dentista José Renato Tahan (à direita), de 26 anos (que entrara desavisadamente na choperia), e a morte da estudante de odontologia Adriana Ciola (à esquerda), de 23 anos (que estava no Bodega desde o início do assalto e foi alvejada de maneira gratuita no momento em que os assassinos fugiam).

O fato de o crime ter ocorrido num bar frequentado pela elite paulistana, de propriedade de atores conhecidos, logo levou o caso para as primeiras páginas dos jornais.

As manchetes falavam em pânico coletivo e epidemia de violência; os editoriais contestavam os defensores dos direitos humanos, descrevendo seus argumentos como catequese ideológica.

Comoção nacional


Paralelamente, os familiares de Adriana Ciola lideraram a formação do movimento Reage São Paulo, com apoio da Fiesp, da Federação do Comércio e personalidades como Hebe Camargo (✰1929/✞2012), o rabino Henry Sobel (✰1944/✞2019) e o então presidente da Força Sindical, Luiz Antonio Medeiros, promovendo passeatas, manifestações no Ibirapuera e protestos em frente ao Palácio dos Bandeirantes.
Nesse clima, com a polícia pressionada pela opinião pública, começam as primeiras prisões de suspeitos, imediatamente identificados como culpados por boa parte da imprensa: enquanto um jornal da capital anuncia 
"Presos assassinos do Bar Bodega"
uma famosa colunista de outro grande diário escreve que os assaltantes são animais que matam por esporte, sentenciando: 
"São veneno sem antídoto, nenhum presídio recuperaria répteis dessa natureza. A vontade de qualquer pessoa normal é enfiar o cano do revólver na boca dessa sub-raça e mandar ver" (grifo acrescentado por mim).
Os noves rapazes, todos moradores de uma favela próxima do local onde ocorreram os crimes, presos eram inocentes — sete sequer tinham antecedentes — e ficaram detidos por três meses, sendo submetidos às mais variadas torturas, para confessarem um crime que não haviam cometido.

O desserviço da impressa


Cinco dos acusados na época  —  Reprodução da internet
O clímax do episódio ocorre quando, alguns meses depois da detenção dos suspeitos e de sua execração pública, a verdade começa a vir à tona: sete dos nove presos são libertados por insuficiência de provas, constatando-se que confissões haviam sido obtidas sob tortura e com a conivência de uma população sedenta de vingança. Esta verdade, porém, seria reconhecida de maneira discreta pela imprensa, que omitiu seu próprio papel na legitimação do disparate jurídico.
É aí que entra em cena um importante personagem, que seria crucial para o desfecho dessa triste história da vida real:

O "promotor herói"


Reprodução da internet
Mas, para dar cabo a isso, um promotor do MPE/SP, analisando criteriosamente o caso, descobriu se tratar de um erro jurídico de gigantescas proporções. 
Para comprovar sua tese, pede, inclusive, que o delegado refizesse diligências e, ao final, descobre que tudo não passou de articulação para dar uma resposta à sociedade paulistana.
Verificando isto, o então jovem promotor Eduardo Araújo da Silva, que à época tinha apenas 29 anos de idade, com base nas reconstituições e relatos das vítimas do assalto, pede que seja concedida a liberdade daqueles que foram acusados injustamente.

Rechaçado pela imprensa, em entrevista à Bandeirantes — atual Band —, o promotor reforçou seu trabalho. Mais tarde, depois de algum tempo, todos os verdadeiros culpados foram presos, recebendo sentenças entre 23 e 48 anos de prisão.

Da Prisão ilegal Mesmo passados anos desse acontecimento, o mais interessante é que o crime do Bodega foi devidamente julgado, tendo seus verdadeiros autores recebido a coerção estatal.

A prisão do menor chamado Cleverson, então com 14 anos, aquele que teria sido considerado o chefe da quadrilha, sob o aspecto legal, é uma clara afronta ao Estatuto da Criança e do Adolescente, haja vista que era adolescente, não devendo ter sido preso, mas conduzido à instituição afim.

Este seria um dos primeiros erros jurídicos a serem cometidos pelo Estado. Além da prisão de Cleverson, os demais que foram envolvidos no caso também tiveram reconhecida a prisão indevida. Mas, mesmo tendo reconhecida a prisão indevida pelo TJ/SP, o Estado de São Paulo entra com recurso extraordinário junto ao STF (RE 385943/SP).

Realese dos acontecimentos


Manchetes dos jornais da época  — Reprodução da Internet
  • 10 de agosto  —  Em um assalto por volta das 3h ao bar Bodega, em Moema (zona sul de SP), são mortos a estudante Adriana Ciola e o dentista José Renato Tahan.
  • 25 de agosto  —  São presos cinco suspeitos de participar do grupo acusado de assaltar o Bodega, o menor C.A.S, 16, Valmir Vieira Martins, 20, Luciano Francisco Jorge, 20 e Natal Francisco Bento dos Santos, 18.
  • 25 de setembro  —  É preso Marcelo Nunes Fernandes, 23. Durante as investigações, mais três suspeitos são envolvidos.
  • 24 de outubro  —  O promotor Eduardo Araújo da Silva se manifesta contra a manutenção da prisão, e sete suspeitos são soltos por ordem do juiz-corregedor Francisco Galvão Bruno. 
O promotor alega falta de provas e suspeita que os acusados confessaram sob tortura. O então delegado titular do 15º DP, João Lopes Filho, nega as acusações. Dois dos acusados permanecem presos, mas por outros crimes. 

Marcelo Nunes Fernandes por ter fugido da cadeia onde cumpria pena por roubo e C.A.S. por estar sendo acusado de envolvimento em roubo de carro. O inquérito sobre o roubo é enviado ao DHPP para que as investigações sejam reabertas pela polícia.
  • 11 de novembro  —  A polícia prende dois acusados de ser os verdadeiros responsáveis pelo crime -Silvanildo Oliveira da Silva, 36, e Sandro Marcio Olímpio, 24, reconhecidos por testemunhas.

O livro


Como dito acima, mesmo sendo adolescente, Cléverson é conduzido ao 15º DP, onde é torturado a confessar o crime e entregar aqueles que seriam seus comparsas. 

Sob tal ato,confessa o crime e vai dando nomes aleatórios que vinham à sua mente, de conhecidos a amigos. 

Passado algum tempo, com massificada divulgação nos veículos de mídia (de todas as emissoras de alcance nacional), estava aberto o espetáculo.

É por meio da trajetória desse jovem delinquente, Cléverson, atormentado e em busca de reconciliação com a vida familiar, que Carlos Dorneles consegue dar dramaticidade ao seu livro, Bar Bodega  —  Um Crime de Imprensa sem prejuízo do rigor documental.

Conceituado repórter, tendo já trabalhado nas principais emissoras da TV, como Globo e Record, o jornalista gaúcho acompanhou nuances da biografia de Cléverson e mostra não apenas como a exclusão pode levar à criminalidade  —  mas como a condição de marginal pode levar à acusação por crimes não cometidos e à supressão dos direitos jurídicos mais elementares. 

Mostra, ainda, como o caso Bodega arrebatou as vidas de outros rapazes da periferia paulistana, jovens trabalhadores inocentes que, em meio a acusações e ao terror policial, tornam-se também delatores, alimentando a violência em espiral.

O autor


Carlos Dorneles nasceu em Cachoeira do Sul (RS) em 1954. Foi repórter da TV Globo de 1983 a 2008, após trabalhar na Folha da Manhã, no Zero Hora e na RBS-TV, em Porto Alegre.

Foi correspondente internacional em Londres (1988-1990) e Nova York (1991-1992). 

Logo após sair da Globo, ele começou a trabalhar na Record, onde ficou de 2008 até 2015.

Também é autor de "Deus é inocente – A imprensa, não", publicado pela Editora Globo e classificado em terceiro lugar na categoria Reportagem e Biografia do Prêmio Jabuti 2003.

Conclusão



Mini-documentário sobre o caso, exibido pela TV Cultura
Os inocentes comemorando suas solturas — Reprodução da Internet
Quando finalmente são identificados e processados os autores dos assassinatos, verifica-se que 
"nas matérias telegráficas que a imprensa publicou, nenhum comentário sobre o fato de que os acusados anteriores eram negros ou mulatos, e não brancos como os verdadeiros assaltantes" [trecho do livro  Bar Bodega  —  Um Crime de Imprensa].
Ou seja, se num primeiro momento a polícia respondera aos apelos das manchetes, a imprensa foi pautada pela polícia e pelo preconceito vigente na sociedade brasileira.

Como observa Dorneles, essa mácula na história do nosso jornalismo foi imediatamente identificada pelo juiz que proferiu a sentença (reproduzida no livro), mas suas referências à imprensa jamais foram publicadas ou sequer citadas pelos veículos de comunicação. 

Da mesma maneira, os jornais não acompanharam o destino dos acusados após o caso do bar Bodega — e por isso não souberam que alguns deles se sentem mais indefesos diante da imprensa do que da polícia, ou que, após atingir a maioridade, Cléverson voltara para a casa do pai e havia conseguido emprego, mas foi assassinado uma semana antes de completar 20 anos. 

Um crime que nunca foi investigado pela polícia e nunca foi manchete de jornal — mas que Carlos Dorneles nos apresenta como o desfecho de um episódio imprescindível para se analisar o papel da imprensa.

Tenho certeza absoluta que muitos dos que irão ler este artigo, já não se lembram mais deste triste episódio das páginas da nossa vida real (muitos são os que nunca nem ouviram falar desse caso), mas eu, eu não me esqueci! 

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.

Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
  • O blogue CONEXÃO GERAL presa pelo respeito à lei de direitos autorais (L9610. Lei nº 9.610, de 19/02/1998), creditando ao final de cada texto postado, todas as fontes citadas e/ou os originais usados como referências, assim como seus respectivos autores.
E nem 1% religioso.

domingo, 23 de março de 2025

TEOLOGANDO — A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO PROFÉTICO

Dou início aqui a mais uma das minhas séries especiais de artigos. Na série temática Teologando, farei estudos bíblicos, todos com base teológica, acerca dos mais diversos assuntos especificamente das Escrituras Sagradas. Neste primeiro capítulo, te convido a aprender comigo sobre esse importante dom espiritual e chamado ministerial.
Escolhi a imagem clássica do vaso nas mãos do oleiro, para ilustrar este artigo, por dois motivos: primeiro porque acredito ser essa a posição que todo legítimo servo de Deus deve sempre estar e segundo porque muito me impressiona o ministério profético de Jeremias.

Jeremias, o profeta rejeitado


Jeremias é um profeta atípico. É certamente um profeta que desafia o senso comum sobre o agir de Deus. Sem dúvida alguma, o tratar de Deus em sua vida em muito se assemelha ao da vida de Jó. 

Repare que sua vida é muito pouco citada em pregações, ao contrário de suas mensagens sobre o coração humano (17:9) ou Vaso de barro e o Oleiro (Capítulo 18) e tantos outros textos maravilhosos sobre o amor de Deus. Aliás, muito pouco e quase nada se ministra sobre um outro livro, cuja autoria também é atribuída a Jeremias, o de Lamentações.

Em especial, respeitadas as devidas proporções, contextos e especificidades, tenho uma identificação quase literal com o ministério profético de Jeremias. Embora realmente ouvisse o decreto de Deus e o transmitisse fielmente, Jeremias talvez tenha sido o profeta mais incompreendido e rejeitado de toda a Bíblia e rejeição é algo que conheço por experiência própria.

As pessoas diziam que queriam ouvir o tratar de Deus dito por sua boca, mas assim que ele terminava de dizer, diziam 
"que não aceitavam aquilo e que ele falava somente para desanimar os soldados para a batalha", 
por exemplo, e que aquilo que ele dizia em nome do Senhor, não vinha de Deus (38:1-4)

Jeremias amava o povo e queria o seu bem, mas diziam o seguinte dele: 
"Este homem não busca a paz para este povo, mas o seu mal" (38:4b).
Foi certamente o mais rejeitado de todos os profetas do antigo testamento e seu ministério foi o mais contestado de todos os ministérios proféticos da bíblia.

Jeremias sofreu um grau tão alto de rejeição por parte de todos que não consigo imaginar um ser humano de nossa época que conseguisse servir a Deus desse modo, já que muitos acreditam que o fato de uma multidão de crentes concordar com seu pensar seja o sinal da aprovação de Deus e realmente não é. Ao estudar o livro de Jeremias aprendemos isto, o que é confirmado com a própria rejeição com que sofreu o Senhor Jesus Cristo. 

Dito isto, aprendamos um pouco mais sobre as

Características do genuíno ministério profético


Naturalmente, aquilo que sabemos sobre profetas nas Escrituras é que eles exerciam uma função ou faculdade especial entre o povo do Senhor, mas também devemos lembrar de que eles freqüentemente combinavam suas funções proféticas com outras funções. 

Samuel era um profeta, mas também era juiz, e sacerdote. Moisés era um profeta, mas era outras coisas, além disso. Creio que Paulo era um profeta; ele era profeta, evangelista; ele era tudo, parece-me! 

Assim, meu propósito não é o de falar de profetas, como pessoas distintas, mas de um ministério profético. É no ministério que estamos interessados, e iremos chegar ao instrumento reconhecendo o ministério desempenhado; compreenderemos melhor o vaso e veremos o que ele é se enxergarmos a finalidade para a qual ele foi constituído.
Portanto, deixe-me dizer que é a função, e não as pessoas, que temos em vista quando falamos de profetas ou ministério profético.
Estou bem certo de que aqueles que têm algum conhecimento, qualquer que seja, dos tempos, espiritualmente falando, irão concordar comigo quando digo que a necessidade premente do nosso tempo é a de um ministério profético. 

Nunca houve um tempo quando existisse tão extensivamente a necessidade de uma voz de interpretação, quando as condições necessitassem mais do ministério de interpretação. 

Ninguém quer fazer declarações extravagantes ou ser extremo em seus próprios discursos, mas eu acho que não seria nem extravagante nem extremo dizer que o mundo hoje está bastante carente de um verdadeiro ministério profético no seguinte sentido — uma voz que interprete a mente de Deus para as pessoas. 

Este ministério pode existir em algum pequeno grau aqui e ali, mas de modo algum está ele sendo cumprido de forma plena. Constantemente nossos corações gemem e clamam, oh, que o propósito de Deus a respeito da presente situação possa ser recuperado, primeiramente para o reconhecimento de Seu povo, e, então, através de Seu povo para as pessoas mais distantes! Há uma grande e terrível.

Os profetas


Os profetas são descritos como aqueles que por meio dos quais Deus fala (Êxodo 7:1; Deuteronômio 18:15; Jr 1:9; 7:1). O profeta não criava nem adaptava a mensagem; e ele competia transmiti-la como a havia recebido (Êx 4:30; Dt 4:2,5). O que se exige do profeta é fidelidade.

O renomado teólogo norteamericano R. Martin-Achard (✰1919/✞1999) resume bem isso, dizendo:
"Na realidade, o profeta não tem por missão pregar uma ideologia nova, qualquer que seja ela. 
Ele coloca novamente os seus contemporâneos diante da pessoa de Deus, ele situa Israel diante de alguém e não diante de um ensinamento ou um ideal, ele deixa Javé e o seu povo face a face".
Os profetas tinham consciência de que foram chamados por Deus (1 Samuel 3; Isaías 6; Jr 1; Ezequiel 1, 2, 3) e de que receberam a mensagem da parte de Deus (Números 23:5; Deuteronômio 18:18; Jr 1:9; 5:14), que era distinta dos seus próprios pensamentos (Nm 16:28; 24:13; 1 Rs 12:33; Neemias 6:8). Os falsos profetas eram acusados justamente de proferirem as suas próprias palavras e não as de Deus (Jr 14:14; 23:16; 29:9; Ez 13:2,3,6).

Quando os profetas se dirigiam ao povo, diziam: 
"Assim diz o Senhor…", "Ouvi a Palavra do Senhor…", "Veio a Palavra do Senhor..." (cf. Ez 31:1; Jr 27:1; 30:1,4; Oséias 1:1; Joel 1:1; Amós 1:3; 2:1; Obadias 1:1; Miquéias 1:1, etc.);

frases essas muito importantes no contexto profético-espiritual, que são de enorme responsabilidade, mas que infelizmente foram hereticamente vulgarizadas pelo famigerado evangeliquês.
isso indicava a certeza que tinham de que Deus lhes dera a mensagem e os enviara (cf. Jr 20:7-9; Ez 3:4ss; 17:22; 37:1; Am 3:8; Jonas 1:2).

Um fato importante a favor da sinceridade dos profetas de Deus é que nem sempre eles entendiam a mensagem transmitida (cf. Daniel 12:8,9; Zacarias 1:9; 4:4,5; 1 Pe 1:10,11).

Semelhanças entre o apostolado e o ministério profético


Podemos dizer que os apóstolos foram os profetas do Novo Testamento. Os escritores do Novo Testamento reconheciam ser o Antigo Testamento a Palavra de Deus (Hebreus 1:1; 3,7), sendo a “Escritura” um registro fiel da História e da vontade de Deus (Romanos 4:3; 9:17; Gálatas 3:8; 4:30).

Os apóstolos falavam com a convicção de que estavam pregando e ensinando a Palavra inspirada de Deus, dirigidos pelo Espírito Santo (ver 1 Coríntios 2:1-13; 7:10; 14:37; 2 Co 13:2,3; Gl 1:6-9; Cl 4:16; 1 Ts 2:13; 2 Ts 3:14).

Paulo e Pedro colocavam os escritos do Novo Testamento no mesmo nível do Antigo Testamento (cf. 1 Tm 5:18; Dt 25:4; Lc 10:7; 2 Pe 3:16). Paulo reconheceu os apóstolos e os profetas, no mesmo nível, como os fundamentos da Igreja, edificados sobre Jesus Cristo, a pedra angular (Efésios 2:20).

O papel dos escritores sagrados nos seus respectivos registros


Eles foram inteiramente passivos no sentido de que não interferiram na ação de Deus em se revelar e, também, no fato de que não expressaram a sua natureza pecaminosa. Os escritores foram apenas instrumentos humanos por meio dos quais Deus decretou registra sua mensagem (2 Pe 1:21; 2 Tm 3:16). 

Eles falaram, todavia, somente à medida que foram conduzidos pelo Espírito Santo. A Escritura não é maniqueísta: tendo de um lado a Palavra de Deus e, de outro, a palavra dos homens; mas foi “exalada por Deus” em toda a sua extensão.

Conforme já afirmamos, Deus não anulou a personalidade dos escritores; caso contrário, na Bíblia haveria apenas um único e inconfundível estilo, o estilo do Espírito Santo.

No entanto, quer pelos originais, quer pelas traduções, é facilmente percebida a diferença entre os escritos de Moisés, Isaías, Amós, etc. Da mesma maneira, são perceptíveis as características próprias dos escritos de Paulo e de João, bem como as de Mateus, Marcos e Lucas. Portanto, podemos afirmar que, de certo modo, cada livro da Bíblia é fruto do estilo literário do seu autor humano (autor secundário).
Por isso, dentro da inspiração, há um lugar para assuntos pessoais, como por exemplo, a Epístola de Paulo a Filemon; e também há espaço para recomendações e preocupações específicas (cf. 1 Tm 5:23; 2 Tm 4:13).
O teólogo e escritor calvinista, Edwin Palmer (1922/1980), comentando esse assunto, escreve:
“Deus permitiu que o amor de Davi pela natureza brilhasse com seus Salmos, que o conhecimento que Paulo tinha de literatura pagã se manifestasse em suas cartas, que os conhecimentos médicos de Lucas caracterizassem seus escritos, que a brusquidão de Marcos aparecesse em seu livro. Tanto é que Paulo escreveu em uma forma lógica, João o fez numa forma mais mística”.
Essa compreensão se harmoniza perfeitamente com a soberania de Deus. Deus decretou e controlou os eventos, proporcionando as condições para que os seus servos se tornassem “naturalmente” aptos para a tarefa que ele mesmo lhe confiaria. 

Na doutrina da inspiração vemos de maneira nítida a providência de Deus, que revela o seu governo sobre todas as coisas.

Os escritores sagrados não foram obrigados a escrever algo que fosse contrário à sua vontade; nem Deus fez com que quem só soubesse o hebraico tivesse de escrever em grego. 

Deus usou as suas aptidões “naturais” de maneira misteriosa, de modo que o produto final fosse o registro inerrante da Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, houvesse a expressão da individualidade de cada escritor.
Jesus Cristo.

Jesus apelava para o Antigo Testamento, considerando-o como a expressão fiel do Conselho de Deus, sendo a verdade final e decisória. Deus é o Autor das Escrituras! (Mateus 4:4,7,10; 11:10; 15:4; 19:4; 21:16,42; 22:29; Marcos 10:5-9; 12:10,24; Lc 19:46; 24:25-27,44-47; João 10:34).

Conclusão


Acho que isto é suficiente para mostrar o que dissemos no início, que, se enxergarmos a natureza do ministério, imediatamente enxergamos o que o vaso é. 

O vaso pode ser indivíduos cumprindo tal ministério, ou pode ser um coletivo. Mais adiante poderemos falar algo mais sobre o vaso, mas vamos agora pensar tecnicamente, em termos de apóstolos, profetas e outros, como ofícios. 

Vamos pensar sobre eles como funções vitais. Deus quer que o homem e a função sejam idênticos, não o homem e um profissional, ou uma posição profissional, seja que título for. 

O vaso deve ser a função, e a função deve justificar o vaso. Nós não vamos andar por aí nos promovendo como profetas; mas Deus conceda que possa ser levantado um ministério profético para um tempo como este, quando o Seu pleno propósito concernente a Seu Filho seja trazido de volta à vista entre o Seu povo. Esta é a necessidade das pessoas, e também dEle.


Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

BÍBLIA SAGRADA, A INERRANTE PALAVRA DO DEUS QUE NUNCA ERRA

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12).
A Palavra de Deus é tão poderosa que invade o mais profundo da alma do homem e chega ao espírito. Ela é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração de tal forma que ele não pode se esconder. É como se ele estivesse nu diante do olhar penetrante do Todo-Poderoso.

De Gênesis, quando conta o surgimento do mundo e dos primeiros povos; passando pelo início do Novo Testamento, ao trazer detalhes sobre Cristo; até as profecias e promessas em diferentes livros e do Apocalipse, 
"toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Timóteo 3:16,17). 
Com tamanho poder em suas Palavras, é de se esperar que aqueles que não a aceitam acabem tentando negá-La ou eliminá-La.

Mais que um livro de histórias


Estima-se que o cânone bíblico tenha sido escrito ao longo de 1.500 anos e por mais de 40 pessoas. Então, como saber que tudo ali é real? Além dos vestígios dos locais ali citados e de existir registro dos personagens bíblicos em outras fontes históricas, descobertas arqueológicas corroboram a veracidade de seu conteúdo. 
"Descobertas arqueológicas continuam acontecendo, mas uma das descobertas mais importantes, sem dúvida, foi a dos Manuscritos do Mar Morto, nas Cavernas de Qumran, no fim da década de 1940 e nos anos 1950. A quantidade de manuscritos antigos e a qualidade deles marcaram a história da arqueologia bíblica"

conta Erní Walter Seibert, diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil e vice-presidente das Sociedades Bíblicas Unidas.

O mais "mais"


A Bíblia é o Livro mais traduzido e mais vendido do mundo e também o mais perseguido, mas, curiosamente, é também o mais resistente e fiel de toda a história da Humanidade.

Líderes políticos e religiosos já tentaram destruir cópias dos papiros e pergaminhos, enquanto forçavam os judeus a se converterem a outras religiões, e já denominaram de "hereges" aqueles que tinham a Bíblia consigo. Mas essa perseguição não ocorreu só no passado. 

Em 2023, uma manifestação em Estocolmo, na Suécia, foi controversa. Ao mesmo tempo que os manifestantes defendiam a "liberdade de expressão", eles ameaçaram queimar um exemplar da Torá e uma Bíblia, com a intenção de denunciar a destruição do Alcorão que tinha acontecido dias antes. 

E aqui, no Brasil, entre outras manifestações de ódio à Bíblia, tivemos recentemente a fala de uma famosa ex-apresentadora de TV que disse que está na "hora de reescrever a Bíblia".

Seja qual for, um livro sagrado deve ser respeitado em qualquer lugar do mundo. Todavia não é isso que acontece. 

Um levantamento da Missão Portas Abertas, encomendado pela Rádio Trans Mundial em 2021, revelou que ao menos 22 países impõem restrições à Bíblia Sagrada. 

Há locais em que possuir um exemplar é crime e a sentença para quem o comete é a morte. Na lista dos países perseguidores estão Afeganistão, Arábia Saudita, Catar, China, Coreia do Norte, Iêmen e Turquia, entre outros.
"A Bíblia sempre foi perseguida, seja por questões religiosas, seja por questões políticas. Mas não só a Bíblia é alvo das perseguições. Os cristãos também são perseguidos por causa da sua fé no conteúdo da Bíblia. (…). 
As perseguições que a Bíblia sofre vão desde a difamação de seu conteúdo até a perseguição física dos seus seguidores. Mas ela sobrevive a tudo isso! Ela continua sendo o Livro mais traduzido, lido e difundido da Humanidade"
lembra Seibert.

Sua inegável força


Os 39 livros do Antigo Testamento mais os 27 do Novo Testamento, que totalizam 66 livros, 11.189 capítulos e 31.105 versículos*, seguem resistindo ao tempo e às perseguições, ensinando, repreendendo e instruindo aqueles que fazem dela o seu Manual.
*Levando em consideração a versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), traduzida para o português por João Ferreira de Almeida
E por que ou como a Bíblia resiste? 
"É difícil entender a resistência da Bíblia ao longo dos anos. Houve quem previsse seu desaparecimento. Mas, normalmente, acontece que os perseguidores da Bíblia desaparecem e a Bíblia permanece. Vemos nisso claramente a providência de Deus. Na própria Bíblia está escrito que 'passará o céu e a terra, porém as Minhas Palavras não passarão' (Mateus 24.35)"
opina Seibert.

O equilíbrio na inerrância


Uma mesa precisa de pelo menos três pernas para ficar estável. Se tirarmos qualquer uma das três pernas ela certamente cairá. Da mesma forma, é a fé cristã, ela está firmada sobre 3 pilares, são eles: a inspiração, a infalibilidade e a inerrância Bíblica. 

Se tirarmos qualquer um deles, assim como a mesa, a autoridade divina da fé cristã certamente será derrubada. Estes três “in” se complementam, mas cada um expressa uma distinção ligeiramente diferente em nossa compreensão da Escritura.
Inspiração  — O primeiro “in” é a inspiração e isso trata da origem da Bíblia. Evangélicos acreditam que “Deus exalou” as palavras da Bíblia usando os escritores humanos como veículo (conforme o já citado versículo de 2 Timóteo 3:16,17). 
Infalibilidade —  O próximo “in”, infalibilidade, fala à autoridade e à natureza duradoura da Bíblia. Ser infalível significa que algo é incapaz de falhar e, portanto, é permanentemente vinculativo e não pode ser anulada. Pedro disse que "a palavra do Senhor permanece para sempre" (1 Pedro 1:23-25) e, portanto, sua autoridade não pode ser anulada.
Ao dirigir-se a uma passagem difícil, Jesus disse: "A Escritura não pode ser anulada" (João 10:34,35). Na verdade, ele disse: "Um único til ou um título nunca passará da lei até que tudo seja cumprido" (Mateus 5:18). Estes versículos falam sobre a infalibilidade da Bíblia.
Inerrância — O último “in”, inerrância, significa simplesmente que a Bíblia não tem erro . É uma crença na "total veracidade e confiabilidade das palavras de Deus" (Grudem, Systematic Theology , Inter-Varsity, 2004, 90). 
Jesus disse: "a tua palavra é a verdade" (Jo 17:17). Essa inerrância não é apenas em passagens que falam sobre salvação, mas também se aplicam a todas as declarações históricas e científicas. Não é apenas precisa em assuntos relacionados à fé e à prática, mas é precisa e sem erro em relação a qualquer declaração, período (Jo 3:12).

O que entendemos por inerrância?


A Inerrância Bíblica é uma importante disciplina na grade acadêmica de uma boa faculdade teológica. É necessário que se diga que a inerrância não é uma teoria a respeito da Bíblia ou uma filosofia moderna inventada pelos fundamentalistas ou conservadores. 

Conforme declaramos na introdução deste artigo, cremos que quando asseveramos com vigor a inerrância total das Escrituras estamos apenas dizendo o que a Escritura reivindica para si mesma; desse modo, não estamos defendendo a inerrância, mas afirmando a inerrância da Bíblia como uma doutrina que faz parte da essência do evangelho, o qual deve ser propagado em toda a sua extensão 
"Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus" (Atos 20:27; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20,21). 
Além do mais, o fundamento dessa doutrina repousa no Senhorio de Cristo, o Autor e preservador de sua Palavra.

O porquê dessa doutrina


Devemos aprender sobre a inerrância bíblica porque ela é uma doutrina bíblica
"Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10:35; 17:17; 2 Coríntios 6:7; Colossenses 1:5; 2 Tm 2:15; Tiago 1:18). 
e, também, porque é uma decorrência lógica do fato de que o Deus que “expirou” as Escrituras (2 Tm 3:16) não mente, não muda e não falha (Tito 1:2; Tg 1:17).

Definição de inerrância


Tomemos aqui a definição apresentada por Paul Feinberg (✰1938/✞2004), teólogo americano:
"A inerrância é o ponto de vista de que, quando todos os fatos forem conhecidos, demonstrarão que a Bíblia, nos seus autógrafos originais, e corretamente interpretada, é inteiramente verdadeira, e nunca falsa, em tudo quanto afirma, que no tocante à doutrina e à ética, quer no tocante às ciências sociais, físicas ou biológicas".

A Bíblia dá testemunho da sua inspiração


Conforme já indicamos, de maneira bastante resumida, a Bíblia autentica-se a si mesma como o registro inspirado e inerrante da revelação de Deus. Deus ordenou que a sua palavra fosse escrita (Êxodo 17:14), sendo esse registro chamado de "Livro do Senhor" (Isaías 34:16). Analisemos este ponto com mais vagar, substanciando-o com alguns dos muitos textos bíblicos que fundamentam a nossa assertiva.
"A Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual nem se deixou de colocar coisa alguma necessária e útil de se conhecer, tampouco se ensina mais do que é preciso saber" (J. Calvino , As Institutas, III. 21.3).

Afirmações diretas das Escrituras


O Novo Testamento declara enfaticamente que toda a Escritura, como Palavra de Deus, é inspirada, inerrante e infalível (ver Mt 5:18; Lucas 16:17,29,31; Jo 10:35; At 1:16; 4:24-26; 28:25; Rm 15:4; 2 Tm 3:16; Hebreus 1:1,2; 3:7-11; 10:15-17; 2 Pe 1:20).

A Bíblia fornece argumentos racionais que demonstram a sua inspiração e inerrância; todavia, os homens só poderão ter essa convicção mediante o testemunho interno do Espírito Santo (Salmo 119:18). 

Os discípulos de Cristo só entenderam as Escrituras quando o próprio Jesus lhes abriu o entendimento (Lc 24:45). A Escritura autentica-se a si mesma e nós a recebemos pelo Espírito.

A posição que sustentamos não é "bibliolátra", como, por certo, acusariam K. Barth (✰1886/✞1968), E. Brunner (✰1889/✞1966) e R. Niebuhr (✰1892/✞1971), entre outros. 

Ela é apenas uma rendição incondicional às reivindicações proféticas, apostólicas e do próprio Cristo. Diante de um testemunho tão evidente, como eu poderia descarta-lo e seguir as opiniões fantasiosas de homens? 

O cristão sincero deve aprender, pelo Espírito de Deus, a subordinar a sua inteligência à sabedoria de Deus revelada nas Escrituras e a guardar no coração a Palavra de Deus (Sl 119:11).

Mas é realmente importante?


Sim, a inerrância é extremamente importante porque: 
está unida ao caráter de Deus; 
  1. é ensinado nas Escrituras; 
  2. é a posição histórica da Igreja cristã, e 
  3. é fundamental para outras doutrinas essenciais.
  • 1. Baseia-se no caráter de Deus
Inerrância é baseada no caráter de Deus que não pode mentir (Hb 6:18; Tito 1: 2). Deus não pode mentir intencionalmente porque Ele é a verdade absoluta
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!" (Jo 8:32) 
Ele não pode errar sem querer porque Ele é onisciente. E se a Bíblia é a Palavra de Deus escrita (e é), então é sem erro.
  • 2. Foi ensinado por Cristo e os apóstolos
Inerrância foi ensinada por Cristo e os apóstolos no Novo Testamento. Esta deve ser nossa base principal para acreditar. O teólogo BB Warfield ( ✰1851/✞1921) disse:
"Nós acreditamos nesta doutrina da inspiração plenária das Escrituras principalmente porque é a doutrina que Cristo e seus apóstolos acreditavam, e que eles nos ensinaram" (Limited Inspiration , 1962, citada por Mohler, 42).

 

Essa é a posição histórica da Igreja


Inerrância é a posição histórica da Igreja Cristã. Inerrância é fundamental para todas as outras doutrinas cristãs essenciais. É concedido que algumas outras doutrinas (como a morte expiatória e a ressurreição corporal de Cristo) sejam mais essenciais para a salvação. 

No entanto, todas as doutrinas soteriológicas (relacionadas à salvação) derivam sua autoridade divina da Palavra de Deus divinamente autorizada. Assim, epistemologicamente (no sentido do conhecimento), a doutrina da autoridade divina e a inerrância das Escrituras são fundamentais para todos os fundamentos.

É essencial


A inerrância merece uma grande consideração entre os evangélicos e, com razão, ganhou o status de ser essencial (no sentido epistemológico) da fé cristã. Ela não pode ser rejeitada sem graves consequências, tanto para o indivíduo como para a Igreja.

Em Apocalipse 22:18,19:
Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer cousa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa das cousas que se acham escritas neste livro".

Conclusão


A tendência é que a Bíblia siga sendo perseguida, deturpada e difamada cada vez mais. No entanto, seja o exemplar físico, seja em um aplicativo do celular, em um site na internet ou na propagação oral de sua Palavra, a Bíblia continuará resistindo e cumprindo o que o Autor inspirou que fosse registrado em Mateus 24:35, enquanto transforma a vida de todos que a têm consigo.


Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES EXTRACURRILARES PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS

Como agora sou um agente atuante na área da educação municipal, estou fazendo pesquisas a respeito do segmento, para aprimorar ainda mais minha experiência e especialização profissional.

Um tópico que muito despertou minha atenção e que é pouco debatido é sobre o quão importante é a inserção de crianças e adolescentes nas chamadas atividades extracurriculares, muito mais ainda nesse tempo onde eles passam grande parte de seus tempos livres imersos no turbulento universo da tecnologia, aprisionados no quadrilátero das telas dos celulares.

Mudar foi preciso


Pesquisas comprovam que as perspectivas psicopedagógicas mudaram muito nas últimas décadas. Hoje, caminha-se cada vez mais no sentido do desenvolvimento integral dos estudantes. 

Isso significa que a educação vai além da sala de aula e dos conteúdos tradicionais, e é aí que as atividades extracurriculares para crianças se tornam protagonistas.

Ou seja, cada vez mais, entende-se que as disciplinas "tradicionais", previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como a Matemática, a Geografia e a História, por mais importantes que sejam para o desenvolvimento cognitivo, não são suficientes para a formação humana e global dessa moçada: é preciso pensar nas dimensões física, social e emocional também.

Educação evolutiva


De acordo com os pesquisadores pedagógicos, ao longo dos anos, diversos estudos na área da educação mostraram que, embora a formação básica seja o aspecto fundamental para a formação de crianças, adolescentes e jovens, atividades fora do ambiente da sala de aula desempenham um papel crucial no desenvolvimento integral dos estudantes. 

Ao estimularmos a criatividade da juventude para além da escola, cada um ganha a oportunidade valiosa de complementar seu aprendizado acadêmico e desenvolver novas habilidades.

Apesar de os livros didáticos serem importantes para agregar conhecimento basal, o envolvimento em atividades como esportes, música, teatro e clubes acadêmicos representam uma importante parcela de contribuição para a formação de personalidade nesta fase da vida. 

Essa diversidade de conhecimento pode desenvolver a criatividade, expressão, observação crítica e destreza, além do desenvolvimento de relações interpessoais e socialização.

Não basta serem pais, tem que participar


A formação dos filhos costuma ser uma preocupação constante dos pais. Apesar de muitos estarem atentos a esse aspecto, há quem desconheça a importância das atividades extracurriculares para o aprimoramento da educação. 

A neuropedagogia sinaliza que o objetivo das atividades extracurriculares não é só desenvolver novas habilidades: elas ajudam na preparação tanto de crianças quanto de adolescentes para a vida e também para o mercado de trabalho.

Por meio dessas atividades, é possível desenvolver também o bem-estar emocional. Além disso, elas propiciam o desenvolvimento integral do indivíduo nessas fases de formação do caráter, que envolve o bem-estar físico e as habilidades sociais de convivência. 

Assim, eles ainda passam a ter novas conexões porque desenvolvem também a parte cognitiva, a criatividade, a concentração, o pensamento crítico, o trabalho em equipe e a resolução de problemas, habilidades que chamamos de socioemocionais.

Ao procurar por atividades extracurriculares, porém, os pais podem se deparar com uma grande variedade de opções. Se a gente fala de uma escola particular, a realidade é uma; já na escola pública é outra. 

Existem escolas que deixam que os alunos decidam a escolha das atividades com os pais e outras que já têm projetos compulsórios montados. A escola particular geralmente oferece várias atividades extracurriculares e aí é a criança que escolhe com os pais. O correto seria os pais irem à escola e ver como elas funcionam realmente.

Adequando-se às realidades


Há que se observar também que existem escolas que desenvolvem, além da parte esportiva, as chamadas artes performáticas, que incluem dança, teatro, música, oficinas de instrumentos e de expressão artística. 

A escola pode montar oficinas de artes visuais, nas quais se promova atividades de pintura, escultura, fotografia; promover clubes de robótica, oficinas de ciência, de línguas estrangeiras e de xadrez. 

Elas não precisam ser realizadas só dentro da escola, mas podem ser feitas em parceria com o Corpo de Bombeiros, com grupos de escotismo, etc. Esses são alguns exemplos de aprendizado fora da grade curricular, apontam os especialistas.

Entretanto não basta que os pais inscrevam o(a) filho(a) nos projetos: eles têm que acompanhar. Existem jovens que perdem um campeonato de futebol, por exemplo, por questões emocionais e é papel da família entender se isso está ocorrendo por questões emocionais ou por que ele não está querendo participar. 

Será que esse esporte realmente é o mais adequado para ele? A observação do pai e da mãe é extremamente importante em todas as áreas sempre, não só nas atividades extracurriculares, mas também no acompanhamento de toda a parte pedagógica do filho, concluem os pesquisadores.

Participar de atividades extracurricular ajuda você a desenvolver habilidades sociais


Participar de atividades extracurriculares oferece uma oportunidade única para desenvolver habilidades sociais fundamentais que não são ensinadas em sala de aula. 

A interação constante com colegas em diferentes contextos promove um crescimento significativo em diversas áreas, mas iremos elencar para você as principais. Vejamos:
  • Trabalho em equipe
Atividades em grupo, como esportes e clubes, ajudam a desenvolver habilidades de cooperação. 

Trabalhar em equipe ensina a importância da colaboração, da divisão de tarefas e da confiança mútua, habilidades essenciais tanto na vida acadêmica quanto profissional.
  • Comunicação
A importância da comunicação efetiva em debates, teatro e outras atividades que envolvem interação não pode ser subestimada. 

Essas experiências ajudam os estudantes a expressarem suas ideias de maneira clara e a ouvirem os outros, melhorando a comunicação verbal e não-verbal.
  • Liderança
Assumir papéis de liderança em clubes estudantis, organizações e eventos oferece uma experiência valiosa em gestão de pessoas e projetos. 

Liderar uma equipe ensina responsabilidade, tomada de decisão e como inspirar e motivar outros.

Quais são os benefícios das atividades extracurriculares para a saúde mental e física?


Além dos benefícios acadêmicos e sociais, as atividades complementares também têm um impacto positivo significativo na saúde mental e física dos estudantes. A participação regular em atividades diversas contribui para um estilo de vida mais equilibrado e saudável. Vejamos:
  • Bem-estar emocional
Participar dessas atividades pode reduzir o estresse e a ansiedade, proporcionando uma pausa das exigências acadêmicas. 

Essas atividades oferecem uma válvula de escape e uma maneira de relaxar e se divertir.
  • Saúde física
Envolvimento em esportes e atividades físicas melhora a saúde geral e aumenta os níveis de energia. 

A prática regular de exercícios é essencial para manter um corpo saudável e prevenir doenças.

Além disso, participar dessas atividades é uma ótima escolha para quem quer relaxar e encontrar passatempos em seu tempo livre sem deixar de lado atividades que podem fazer a diferença em sua vida pessoal, profissional e acadêmica. Proporcionando assim, uma vida equilibrada e rica de aprendizagem e lazer.
  • Estimulam novas habilidades
Em primeiro lugar, o grande ponto positivo das atividades extracurriculares é fornecer estímulos diversificados para o desenvolvimento amplo da galera. Devemos sempre nos lembrar que ela está na sua fase mais fértil e produtiva da vida.

Se o foco das aulas tradicionais é a formação cognitiva e intelectual, fora das salas de aula, outras dimensões do desenvolvimento infantil são cobertas, sobretudo as habilidades relacionais e afetivas.

Desse modo, as atividades extracurriculares contribuem para a formação de cidadãos mais colaborativos e capazes de estabelecer relações interpessoais mais saudáveis. 

Ainda, são estimuladas habilidades que colaboram com o foco, a disciplina, o senso de responsabilidade e o gerenciamento de emoções.
Melhoram o rendimento acadêmico

Todas essas competências amplas que são estimuladas com atividades extracurriculares contribuem até mesmo para o rendimento acadêmico. Afinal, com mais saúde física e psicológica, os pequenos têm mais condições de se dedicarem às aulas tradicionais, o que colabora com a produtividade nos estudos.

Desse modo, a realização de atividades variadas na infância se liga também ao sucesso acadêmico — e, indo um pouco mais longe, às oportunidades profissionais no futuro.
  • Ocupam o tempo livre com qualidade
Em um mundo totalmente imerso em tecnologia como o que temos hoje, é comum que os jovens preencham seu tempo livre em frente às telas. 

Apesar de estar associada a muitos benefícios para o desenvolvimento deles, sabemos que a tecnologia em excesso nem sempre é saudável.

Afinal, crianças, adolescentes e jovens precisam da socialização com seus pares, do contato com a natureza e o ar livre, das atividades físicas, entre outras coisas que podem ser negligenciadas devido a uma infância ou adolescência hiperdigitalizada.

Nesse sentido, as atividades extracurriculares oferecidas promovem a ocupação saudável e diversificada do tempo livre dos pequenos. E o melhor: dentro de ambientes seguros.
  • Favorecem o autoconhecimento
Por fim, a realização de diversas atividades extracurriculares durante a infância ajuda os pequenos a desenvolverem o autoconhecimento. 

Quanto maior é o contato com diferentes esportes, artes e outros saberes, mais a criança pode entender aquilo com o que se identifica ou não.

Essa é uma excelente oportunidade para descobrir aptidões e inclinações, isto é, para o reconhecimento da própria subjetividade. Isso pode fazer diferença até mesmo nas escolhas de futuro, contribuindo para os projetos de vida dos adolescentes e jovens.

Conclusão


Um resultado ainda mais completo na formação deste indivíduo seria alcançado ao evitar limitar-se a fazer apenas aquilo que está dentro da sua zona de conforto. 

Para aprender a lidar com novos desafios ao longo da vida, é importante que exista essa vivência de fazer uma atividade completamente nova, mesmo que por um curto espaço de tempo. 

De forma geral, o incentivo a superar medos e limitações na infância trará benefícios no futuro, como o autoconhecimento, senso de liderança e força de vontade diante ocasionais obstáculos.

A sociedade e o futuro agradecem


Quando o incentivo vem desde a infância, a pessoa torna-se mais confiante diante das suas habilidades desenvolvidas, o que irá gerar um adulto mais consciente sobre si e mais seguro para exercer suas responsabilidades ao longo da vida. 

Atividades extracurriculares permitem que as crianças, os adolescentes e os jovens se relacionem com colegas fora do ambiente acadêmico, aprendendo a trabalhar em equipe, superar a timidez e lidar com diferentes pessoas de forma empática.

Como vimos, as atividades extracurriculares para essa galera são riquíssimas para o seu desenvolvimento integral. Por meio delas, ela tem diversas habilidades e conhecimentos estimulados, o que contribui para a formação de indivíduos mais críticos, solidários e participativos.


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