Administrador e editor: Leonardo S. Silva — cristão por opção e convicção, biblicista por amor, mestre por chamado, transformado por reflexão, Bacharel em Teologia por vocação, formação e prazer. Servidor Público/PBH, Psicanalista Clínico Contemporâneo, Criador de Conteúdo Textual e um amante de arte e cultura sem rótulos e/ou tarjas ideológicas.
Lançado em 2 de janeiro de 1985, pela EMI Music, e gravado entre outubro a dezembro de 1984, "Legião Urbana" foi o disco homônimo de estreia da banda e trazia uma mensagem geral bastante politizada, firmando os pés no pós-punk e faixas de rock alternativo.
Pois é, neste ano de 2025, completam-se os 40 anos do lançamento, desse que, na minha opinião, é um álbum incompreendido e até certo ponto injustiçado, na icônica discografia da banda brasilience. Vamos descobrir porque, no texto deste artigo, mais um capítulo da minha série especial Gramofone.
O começo de uma história
Da esquerda para a direita Renato Rocha , o Negrete (✰1961/✞2015), Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos na clássica 1ª formação da Legião
Considerando o restante da discografia da Legião, temos aqui um disco bastante diferente, tanto no tom das letras e qualidade poética — aqui, mais rústica, propositalmente agressiva e, por isso mesmo, menos polida na forma de expor determinadas situações —, quanto no trabalho e cuidado musical.
Importante lembrar que a Legião nunca foi uma banda rica em termos de música e Renato Russo (✰1960/✞1996) brincou com isso inúmeras vezes em shows (vide a "piadinha dos quatro acordes" que ele faz da própria banda, no "Acústico MTV") e também em entrevistas.
Do Aborto à Legião
Da esquerda para a direita Renato, André e Fê
Mas, antes de falarmos mais do disco, é interessante um resumo do início de tudo. A princípio a formação do Aborto Elétrico era: Renato Russo no baixo e voz, André Pretoruis (✰1961/✞1988) na guitarra e Fê Lemos (que foi para a Capital Inicial) na bateria.
O punk, como movimento musical, começou a dar as caras em meados de 1976 quando o empresário musical Malcon McLaren (✰1946/✞2010) voltava à Inglaterra depois de uma temporada com o New York Dolls, nos Estados Unidos.
Nessa temporada, McLaren já sacou o pequeno movimento que surgia em torno do hoje conhecido CBGB's, bar em Nova Iorque, com bandas como Ramones e Blondie.
Ao voltar à sua terra natal, procurou alguns caras que estivesse a fim de montar uma banda para que ele fosse o empresário, pois via naquele "movimento punk" um poduto pop que renderia, se bem utilizado, bons frutos. Formou-se o Sex Pitols, e daqui pra frente vocês já sabem a história.
O negócio foi que, assim como em São Paulo e no Rio de Janeiro, os ecos do punk já eram ouvidos em Brasília.
Fitas e discos de bandas como as citadas acima (ou ainda Clash, Buzzcocks...) eram trazidos de lá de fora e pelos filhos dos embaixadores, professores da UnB e afins que passavam tardes e tardes ouvindo e discutindo os tais discos, bebendo uma cerveja e/ou fumando um baseado.
O próximo — e óbvio — passo era montarem suas próprias bandas. E desse fato surgiram inúmeras histórias que hoje são de conhecimento de muita gente. Por isso vamos direto a ele, o Aborto Elétrico.
Foi em janeiro de 1980 que Renato, Fê e André subiram ao palco pela primeira vez com o Aborto Elétrico, no bar Só Cana, no bairro Gilberto Salomão
[O Edifício Gilberto Salomão fica em Brasília, DF, na SCS Quadra 1 Bloco M, S/N, Asa Sul. É um edifício comercial conhecido na capital, que abriga pequenas e médias empresas e se localiza em um dos pontos centrais da cidade.].
A banda punk, que surgiu da empolgação de três adolescentes, mudou a música brasiliense e se tornou o ponto de partida para um movimento que alcançaria o país inteiro.
A história do Aborto Elétrico, no entanto, começa um pouco antes. Em 1978, quando os adolescentes Renato e Fê se conhecem em uma festa e se tornam amigos pelo improvável gosto em comum, o punk rock, movimento que já fazia a cabeça dos jovens na Inglaterra, mas era praticamente desconhecido no Brasil e em Brasília.
Além da paixão pelo punk, Renato e Fê tinham o desejo de fazer música e de ter a própria banda.
"Quando conheci o Renato, eu encontrei um cara que também queria fazer uma banda de punk rock",
lembra Fê, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.
Segundo o hoje baterista do Capital Inicial, a vontade se materializou quando Renato recrutou o guitarrista sul-africano André Pretorius.
"Então, juntou baixo, bateria e guitarra e a gente começou a ensaiar na Colina (área onde os professores da UnB residiam) no final de 1978."
Desde seus primórdios a idéia era ser uma banda séria, e, por quê não, politizada.
Logo após o primeiro show, André Pretorius abandona o grupo, e em seu lugar entra Flávio Lemos (irmão do Fê e que também hoje é da Capital Inicial) no baixo, deixando as guitarras a cargo de Renato.
Essa é a formação clássica da banda, e é nessa formação que surge a lendária história de que, após mostrar a música 'Química' para a banda, o baterista Fê Lemos, não gostando da letra infantil, da falta de engajamento político por parte de Renato, lhe atira as baquetas.
Este, ofendido, sai da banda, dando início a sua fase folk, passando a ser conhecido como o "Trovador Solitário".
Feito este contextual preâmbulo, agora sim,
Vamos ao disco.
Ainda sob o lema "do it yourself" (faça você mesmo), notamos no primeiro disco da Legião Urbana, a maioria das características que formaram musicalmente tanto Renato quanto a banda em si: canções cruas e rápidas, letras voltadas a crítica de costumes ('A Dança') e crítica políticas ('Geração Coca-Cola', 'O Reggae').
Ou seja, o punk ainda estava bem presente nesse disco, mas já eram notadas características marcantes do "pós-punk" como, por exemplo, o clima meio sombrio de 'Ainda É Cedo'.
Outros temas como sexualidade já eram percebidos em músicas como 'Soldados' e 'Teorema' (!).
[Segundo o próprio Renato, 'Teorema' é sobre sexo oral, mas devido às circunstâncias da época, ou seja, ainda sob a penumbra do regime da Ditadura Militar com sua implacável era impossível deixar a música explícita.]
É certo que o Brasil havia acabado de se livrar do regime militar, mas conforme Renato, "ainda era cedo" para se tratar de tais assuntos.
Rock In Brasil
A primeira edição do Rock In Rio, o período de abertura política e a interferência da música estrangeira preparavam o terreno para o que viria a ocupar a cena nacional no restante da década de 1980.
Talvez isolados em relação ao que ocupava a produção musical carioca — muito mais focada na New Wave norte-americana —, com o primeiro registro em estúdio, a Legião Urbana parecia brincar com a essência construída anos antes na música inglesa.
Autointitulado, o primeiro disco do grupo comandado por Renato Russo passeia ainda entre a furtividade de bandas como The Clash ('Petróleo do Futuro'), o toque sombrio do Joy Division ('Perdidos no Espaço'), além do esforço sutil do The Smiths ('Por Enquanto').
Um jogo assumido de colagens e interpretações particulares, mas que não escondem a habilidade da banda em transitar seguramente por inventos próprios.
Agrupado de clássicos como 'Será' e as já citadas 'Geração Coca-Cola' e 'Ainda É Cedo', o disco custaria a ser recebido pelo grande público, sendo compreendido em totalidade apenas com o lançamento do álbum Dois em Julho de 1986.
Entre as músicas do disco, talvez mereça destaque 'Geração Coca-Cola', uma crítica clara aos vinte anos do regime militar
[os trechos "...Depois de vinte anos na escola..." se refere ao período em que o regime militar ficou no poder, e a música continua "...Não é difícil aprender / Todas as manhas do seu jogo sujo...". Mais claro, impossível],
'Baader-Meinnhof Blues', citação direta a um grupo terrorista alemão da década de 70, 'Teorema' e a bela baladinha 'Por enquanto' — que foi brilhantemente regravada/intepretada por Cássia Eller (✰1962/✞2001), com uma das melhores letras de Renato até então.
Conclusão
O álbum, que tem duração de pouco mais de 37 minutos, começa com 'Será', faixa escolhida como música de trabalho para a divulgação do disco. A faixa também teve um clipe gravado no final de maio de 1985, na Rose Bom Bom (SP), dirigido por Toniko Melo
Seguem-se 'A Dança', que traz alusões à famosa festa da Rockonha (citada na épica faixa 'Faroeste Caboclo', do disco seguinte, "Que País É Este", de 1987), onde todo mundo foi preso.
'Petróleo do Futuro', com sua ironia ao tipo de país e pessoas que temos ou devemos esperar.
'Ainda É Cedo', outro single do álbum, um dos maiores clássicos da banda.
'Perdidos no Espaço'.
'Geração Coca-Cola', destaque definitivo e uma das canções mais marcantes de nossa música, com uma mensagem expositiva, flertando com uma típica "quebra de grilhões" ou "nada disso presta".
'O Reggae'.
'Baader-Meinhof Blues', trazendo, mesmo que de maneira distanciada, pensamentos e angústias do espírito da Fração do Exército Vermelho, grupo alemão de extrema-esquerda fundado em 1970.
'Soldados', a música mais longa do disco e a minha preferida.
'Teorema'.
E, encerrando, 'Por Enquanto'.
Legião Urbana, como a maioria dos primeiros discos dessa "geração anos oitenta", tem uma qualidade de gravação ruim, e as músicas eram basicamente as mesmas do repertório de shows.
Mas nesse primeiro disco, a Legião Urbana já deixa claro as principais características da banda, e são essas que eles desenvolveram e aprimoraram em seus discos posteriores.
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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A história da Congregação Cristã no Brasil (CCB), também conhecida como "Igreja do Véu", é rica em tradição e história, remontando ao início do século XX.
A CCB é uma igreja dita evangélica que tem suas raízes na igreja pentecostal e tem uma forte presença em todo o país.
Neste artigo especial, vamos explorar a história da CCB, suas crenças e práticas, bem como seu impacto na sociedade brasileira.
Origens da Congregação Cristã no Brasil
A Congregação Cristã no Brasil foi fundada em 1910 por Louis Francescon (✰1866/✞1964), um imigrante italiano que havia se convertido ao pentecostalismo em Chicago, Estados Unidos.
Ele veio para o Brasil em 1903 como missionário, e em 1910, começou a pregar o evangelho pentecostal em São Paulo.
Em 20 de abril de 1910, Francescon realizou o primeiro batismo em Santo Antônio da Platina, Paraná.
Ele batizou o italiano Felício Mascaro e outras dez pessoas. Depois, ele foi para a cidade de São Paulo, onde mais vinte pessoas foram batizadas.
O movimento cresceu rapidamente, e em 1918, a igreja foi formalmente organizada como a Congregação Cristã no Brasil.
Pentecostalismo controverso
A CCB é considerada a primeira igreja de caráter pentecostal a se instalar no Brasil. Com 115 anos de existência no país e com milhares de membros espalhados pelo território nacional, é a terceira maior igreja protestante em número de adeptos.
Curiosamente, a CCB é, ainda, uma das denominações pentecostais menos conhecidas pela literatura antropológica, com raros trabalhos e referências sobre a instituição e suas práticas e crenças.
Embora seja popular, sua doutrina e práticas se afastam significativamente dos princípios fundamentais do Cristianismo Reformado.
A partir de uma perspectiva reformada, a CCB pode ser considerada uma seita, pois seus ensinos apresentam desvios significativos dos pilares teológicos centrais do cristianismo ortodoxo.
Este artigo, por um lado, pretende ampliar o conhecimento etnográfico sobre esta denominação pentecostal; por outro apresentar brevemente os resultados de uma etnografia realizada entre as mulheres adeptas, tendo como enfoque os rituais de Batismo, Conversão e Santa Ceia.
Nosso argumento principal é que o batismo, segundo a ótica da igreja Congregação Cristã no Brasil, é sinônimo de transformação e responsabilidade para com Deus e com a Igreja, agindo como marcador da conversão, enquanto que o ritual da Santa Ceia é ponto culminante da santidade incorporada no estilo de vida das mulheres CCB.
A CCB e a política
De maneira geral, a Congregação Cristã no Brasil apresenta caráter apolítico, antidizimista e o distanciamento deliberado da mídia.
Prega a total separação entre Estado ereligião. Não mantém ligação nem se manifesta de forma alguma em relação a causas ou partidos políticos, candidatos a cargos públicos, ou qualquer outra instituição ou organização, governamental ou não.
Caso algum membro de seu corpo ministerial venha aassumir cargos políticos, deverá renunciar ao seu cargo congregacional.
Dízimo, não!
A CCB não prega o dízimo obrigatório, mas aceita ajuda financeira voluntária dos membros.
Ensinam os anciãos da CCB, e seus adeptos vivem alardeando que dízimo é da lei e que maldito e hipócrita é quem dá e quem recebe.
A Bíblia ensina que o dízimo é santo: a CCB ensina que é profano. A Bíblia ensina que o dízimo é do Senhor (Levíticos 27:30); a CCB ensina que o dízimo é para os ladrões.
Jesus não condenou a prática do dízimo (Mateus 23:23,24); condenou, sim, os hipócritas que desprezavam os principais preceitos da Lei de Deus, mas não condenou o dízimo praticado até pelo pai dos crentes, Abraão (Gênesis 14:20). O autor da epístola aos Hebreus falou sobre a prática do dízimo na dispensação (Hebreus 7:8,9).
Segundo o ensino "Resumo dos Ensinos da CCB", pág. 17,18
"...a lei dada por Deus a Moisés está dividida em três partes ou três leis: civil, moral e cerimonial. A lei cerimonial com suas ordenanças foi cumprida..."
"...e como consequência o dízimo, como parte dessa lei cerimonial, foi abolido. Não mais pertence às exigências que devem ser atendidas pelos cristãos".
Mas se por um lado a CCB condena agressivamente o sistema de contribuição — o dízimo — e a coleta pública, por outro, estabelece vários tipos de contribuição que vão pesar mais do que o dízimo bíblico.
Publicamente não fazem coletas, de modo que a pessoa que entra pela primeira vez tem a impressão de que na CCB não se fala em dinheiro.
Funciona tudo como no jeovismo, que faz convites ao povo em geral e imprimem nos seus folhetos: "NAO SE FAZ COLETA". O certo é que já a fizeram de porta em porta, quando venderam suas revistas.
Assim também, na CCB há as seguintes ofertas:
1. Oferta da Piedade— É uma contribuição para os pobres da CCB.
2. Oferta para compra de terrenos — Aquisições de propriedades.
3. Oferta para fins de viagem — Destina-se ao custo das viagens dos anciãos.
4. Oferta para conservação de prédios — Trata-se de contribuição para reformas de prédios e afins.
5. Oferta de votos — Quando alguém testemunha em resultado de uma bênção recebida, dá a sua contribuição como o católico, quando faz promessa aos santos. Como se recolhem todas essas ofertas, se não são feitas publicamente? Tudo é colocado na mão do porteiro, logo na entrada da casa de oração, onde os envelopes indicam o destino que se deve dar ao dinheiro.
É assim que se fazem contribuições mais numerosas e mais pesadas do que o dízimo, mas de modo oculto para os de fora. O que é a coleta?
Coleta é o ato de coletar dízimos e ofertas (1 Coríntios 16:1-3). Deve ser feita de modo claro, como se lê em Lucas 21:1-4, e não as escondidas, uma vez que, em oculto, se dá esmolas (Mt 6:2-4).
Doutrinas estranhíssimas
A seguir, abordaremos alguns dos pontos principais que sustentam essa análise.
Rejeição à Doutrina da Sola Scriptura
A Sola Scriptura (Somente a Escritura) é um dos pilares fundamentais da teologia reformada e do protestantismo em geral. Segundo esse princípio, a Bíblia é a única autoridade infalível em matéria de fé e prática.
No entanto, a Congregação Cristã no Brasil adota uma postura de dependência do Espírito Santo para guiar suas práticas e doutrinas, muitas vezes alegando novas revelações diretas.
Isso pode implicar na marginalização do estudo teológico e bíblico estruturado, e na dependência excessiva da experiência subjetiva, o que fere o conceito da Escritura como única regra de fé e prática.
A falta de ênfase em teologia sistemática e estudo bíblico profundo dentro da CCB também vai contra a tradição reformada, que valoriza o estudo diligente das Escrituras.
Exclusivismo Soteriológico
A CCB adota uma postura de exclusividade quanto à salvação, frequentemente sugerindo que apenas os membros da sua denominação estão verdadeiramente salvos.
Eles se veem como a única igreja verdadeira, o que contraria o ensino reformado da igreja universal, que crê que a salvação se dá unicamente pela graça de Deus por meio da fé em Cristo, e não pela afiliação a uma denominação específica.
O exclusivismo da CCB pode ser visto como um tipo de sectarismo, onde a salvação é monopolizada por um grupo específico, enquanto a tradição reformada ensina que o corpo de Cristo é composto por todos os crentes genuínos ao redor do mundo, independentemente de afiliação denominacional.
Doutrina do Batismo Regeneracional
A CCB ensina uma forma de batismo regeneracional, ou seja, que o batismo em água é necessário para a salvação, uma crença que vai contra a doutrina reformada da Sola Fide (Somente a Fé).
A teologia reformada ensina que a salvação é pela graça mediante a fé, independentemente de ritos ou sacramentos.
O batismo é visto como um sinal externo e visível da graça interna e invisível já recebida, mas não como o próprio meio de salvação.
Ao associar o ato do batismo com a salvação, a CCB acaba contradizendo o ensinamento central da justificação pela fé, um dos alicerces da Reforma Protestante.
Desprezo pela Educação Teológica Formal
Um dos aspectos notáveis da CCB é seu desprezo pela educação teológica formal, incluindo seminários e faculdades teológicas.
Eles acreditam que o Espírito Santo capacita diretamente os líderes da igreja e que o estudo acadêmico da Bíblia não é necessário, e até mesmo desencorajado.
Isso contrasta fortemente com a tradição reformada, que valoriza profundamente o treinamento teológico formal para pastores e mestres, a fim de garantir o ensino correto e fiel das Escrituras.
A tradição reformada segue o exemplo dos reformadores, como João Calvino (✰1509/✞1564), por exemplo, que promoveu a formação teológica como um meio de proteger a igreja contra heresias e falsas doutrinas.
Sabemos, aceitamos, compreendemos e não questionamos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Ele é eterno, onipotente, onisciente e onipresente, igual ao Pai e ao Filho (Mt 28:19).
A fé ortodoxa nos ensina a crer no Espírito Santo e a nos submeter à Sua direção, e é exatamente essa crença no Espírito Santo que nos leva a nos preparar, examinar, meditar nas Sagradas Escrituras, que é a Palavra de Deus escrita, e não o contrário.
O radicalismo da CCB ao proibir o estudo sistemático das Escrituras, alegando a contínua direção do Espírito Santo, está baseado em Lucas 12:12 e João 14:16,17.
Esses versículos foram anunciados por Jesus, a fim de encorajar os cristãos, e jamais proibir o estudo das Escrituras Sagradas.
O Consolador viria para consolar seus discípulos, confortando-os, pois Jesus dizia que eles não ficariam sozinhos e não precisariam temer os homens, mas confiar somente em Deus, pois o Senhor estaria com eles todo o tempo.
O Espírito Santo estaria orientando e ajudando, dirigindo-lhes a vida, mas isso não significa que deveriam parar de fazer tudo, para que o Consolador o fizesse por eles.
Se assim fosse, a orquestra da CCB não deveria ensaiar os hinos que tocam, pois o Espírito Santo os faria tocar sem precisar ensaiar ou aprender música, mas isso a "irmandade" não faz, e por que não faz?
Não acreditam na direção contínua do Espírito Santo? que o homem não deve se preparar, e que o Espírito Santo faz tudo?
Visão Pobre da Justificação e da Santificação
A Congregação Cristã no Brasil adota uma visão confusa de justificação e santificação, que frequentemente mescla obras e graça no processo de salvação.
A teologia reformada ensina claramente que a justificação é um ato judicial de Deus, pelo qual Ele declara o pecador justo com base na obra redentora de Cristo.
A santificação é o processo subsequente de crescimento em santidade, fruto da regeneração operada pelo Espírito Santo.
Na CCB, há uma tendência de vincular a salvação à conduta moral, o que, para os reformados, é uma distorção do evangelho, pois implica em um sistema de salvação baseado no desempenho humano e não exclusivamente na obra completa de Cristo.
Falta de Centralidade em Cristo
A doutrina reformada é fundamentalmente centrada em Cristo, na sua obra expiatória e ressurreição como a única esperança de salvação.
No entanto, os ensinos da CCB muitas vezes deslocam essa centralidade para aspectos comportamentais ou práticas religiosas, como o uso de vestimentas específicas, batismo e exclusivismo denominacional.
Essa falta de foco exclusivo em Cristo é um sinal de desvio teológico, pois, para os reformados, qualquer sistema que diminua a suficiência de Cristo e acrescente requisitos humanos à salvação pode ser considerado uma forma de legalismo ou seita.
Autoritarismo e Exclusividade no Governo da Igreja
A liderança na CCB é altamente centralizada e, em alguns casos, autoritária. Eles se referem aos seus anciãos e líderes com um respeito quase irrestrito, muitas vezes sem permitir questionamento doutrinário.
Essa estrutura eclesiástica rígida, aliada ao sentimento de exclusividade espiritual, faz com que a CCB se aproxime de características sectárias.
Na tradição reformada, embora haja respeito pela liderança eclesiástica, a ênfase está na autoridade final das Escrituras e na responsabilidade mútua dentro da congregação.
Saudação
Grande número de evangélicos saúdam-se com a expressão "a paz do Senhor", em hebraico "Shalom Adonay'', diferentemente da saudação da CCB: "Shalom El".
Enquanto "Adonay" é um termo usado especificamente ao Deus de Israel, El-Deus é um termo genérico. Dependerá sempre do contexto para sabermos se El-Deus se refere ao Deus de Israel ou a uma divindade falsa qualquer.
Se formos seguir a atitude preconceituosa dos adeptos da CCB, a saudação adorada por eles seria passível de questionamento, o que não ocorre pelo faro de os evangélicos, de maneira geral, respeitarem os costumes de outras igrejas.
A CCB nos acusa de saudar com "a paz do Senhor". Citam para justificar esse conceito a seguinte expressão: "devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a paz do Senhor, porque existem muitos senhores mas Deus é um só".
Essa acusação da CCB se desfaz em pó com somente um versículo que Paulo escreveu na primeira carta aos Coríntios 8:5,6, que diz:
"Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores). Todavia para nós há um só Deus, Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele".
Prezado leitor, francamente esse conceito da CCB é no mínimo ridículo. Não discordamos da CCB por ter adorado a forma "paz de Deus" para cumprimentar.
Simplesmente não podemos aceitar atitude discriminatória de seus adeptos, que pensam que, por saudarem com a forma que eles adotaram, estarão num estado espiritual mais elevado, condenando todas as demais saudações.
O grande problema da "irmandade" é que eles não sabem, e não sabem que não sabem.
A CCB não consegue entender que quando saudamos com a paz do Senhor estamos saudando com a paz do nosso grande Senhor Jesus Cristo. Disse Jesus:
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-lo dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14:27).
O uso do véu
O uso do vestuário no culto, tal como véu, chapéu, roupas etc., depende de cada cultura, pois "os costumes se alteraram e as exigências também": porém, em nenhum momento discordamos dos costumes locais de cada comunidade, respeitamos a todos, mas não podemos aceitar a ideia de que tais costumes, sendo praticados, santifiquem mais o cristão, ou que esteja ele em situação espiritual superior à do outro pela sua prática.
Assim sendo, se a CCB tivesse adotado a prática de suas mulheres usarem o véu, mas não condenasse as que não usam, nada teríamos a dizer.
A atitude discriminatória dos adeptos da CCB faz que analisemos a questão em pauta.
Diz o Resumo dos Ensinos da CCB, de março de 1948:
"Sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar com a cabeça coberta; é necessário estar atenta para em nenhum caso ofender a Palavra de Deus. Esta não se contradiz; a sabedoria do Senhor não nos deixou um estatuto imperfeito" (pag. 16).
A palavra grega para "véu" é "peribaion" e significa "jogar em volta". Ela aparece apenas duas vezes no Novo Testamento grego (1 Co 11:15; Hb 1:15).
Paulo trata aqui do símbolo da posição da mulher na sociedade, de sua submissão ao marido, de sua posição na hierarquia dos poderes e posições.
Como podemos observar, o assunto em pauta é a submissão, e não o véu, como querem os adeptos da CCB.
O ósculo santo
A CCB insiste em adotar costumes orientais, muitos deles registrados na Bíblia, como é o caso do ósculo santo, pensando com isso estar em posição espiritual superior à dos outros.
Não discordamos da CCB pelo falo de homem beijar homem e mulher beijar mulher, apesar de esse costume não ser nada elegante no mundo ocidental, especificamente o de homem beijar homem; todavia respeitamos seus costumes, mas jamais aceitaremos suas imposições arbitrárias, de que, pelo fato de homens beijarem homens e mulheres beijarem mulheres, estão na verdadeira comunhão fraternal e são mais perfeitos que os demais, fazendo disto uma doutrina. Isso é simplesmente um grande absurdo.
A maioria dos povos ocidentais não observa o ósculo como cumprimento, mas, sim, um leve aperto de mãos. É por isso que nossas igrejas utilizam um cordial aperto de mão entre todos (homens e mulheres).
Não pensamos que pelo fato de saudarmos assim estamos em situação espiritual superior: simplesmente respeitamos os costumes de cada país, pois sabemos que em nossa sociedade o beijo entre os do mesmo sexo, principalmente no caso de homem com homem, não é bem visto.
Muitas vezes é interpretado como distúrbio sexual. Daí o motivo de evitarmos tal saudação aqui em nosso meio. Como diz a Palavra de Deus:
"Abstende-vos (evitai, fugir) de toda a aparência do mal" (1 Ts 5:22).
Conclusão
Sob a perspectiva da teologia reformada, a Congregação Cristã no Brasil pode ser classificada como uma seita, pois apresenta desvios significativos em relação aos pilares fundamentais da fé cristã reformada, como a Sola Scriptura, Sola Fide e a suficiência de Cristo para a salvação.
Ao ensinar doutrinas que acrescentam exigências humanas para a salvação e ao adotar uma postura exclusivista, a CCB se afasta das crenças ortodoxas do Cristianismo histórico.
Para os cristãos reformados, é crucial discernir esses desvios e buscar uma fé que esteja firmemente enraizada na Palavra de Deus, exaltando a graça soberana e suficiente de Cristo para a salvação.
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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Muito ouvimos falar hoje sobre o combate aos preconceitos. O tema virou pauta política e slogans de militâncias ideológicas ensinamento.
Porém, já aprendemos na Bíblia que a prática dos ensinamentos de Jesus são contrários a qualquer tipo de preconceito social, racial, religioso ou qualquer outro tipo que seja, pois Ele, enfretando todo o espesso contexto preconceituoso de sua época, não apenas atendia, mas acolhia e tratava a todos com amor e igualdade, desafiando as estruturas rígidas de "puro" e "impuro" da sua época e afirmando que todos são iguais perante Deus.
Atos como o contato com leprosos e mulheres samaritanas demonstram sua rejeição às exclusões e ao julgamento, o que se reflete no Mandamento de amar ao próximo como a si mesmo.
De maneira prática, não apenas com discursos eloquentes, ideologias efêmeras ou interesses meramente populistas, Jesus nos ensinou a ruptura com as divisões sociais.
Jesus interagia com pessoas de diferentes "castas" e condições sociais, como os pobres, doentes, mendigos, pecadores e também pessoas de outras raças, que eram excluídas pelos doutores da Lei.
A cura de leprosos — Ao tocar e curar leprosos, Jesus desafiou a lei religiosa da época, que proibia o contato com pessoas consideradas impuras.
O caso da mulher samaritana — A conversa de Jesus com uma mulher samaritana, considerada "impura" e de uma etnia rival no contexto judaico, mostra seu rompimento com as barreiras sociais e religiosas.
E é justamente no encontro de Jesus com essa mulher samaritana, que iremos nos ater, neste capítulo da série especial de artigos Bíblia Aberta. Na dúvida, por favor, abra sua Bíblia.
Mais que um encontro, uma transformação
O encontro de Jesus com a mulher samaritana revela que Deus ama a todos, independentemente de sua origem e status social, e que a salvação está disponível para aqueles que reconhecem sua necessidade e creem no Messias.
Também aprendemos sobre a importância do testemunho pessoal, o processo gradual de revelação de Jesus, a verdadeira adoração em espírito e verdade, e a forma como Jesus atinge os marginalizados, mostrando que a fé pode levar à transformação e à evangelização.
Uma mulher sem nome, mas não sem uma identidade
A mulher samaritana, é uma daquelas personagens bíblicas emblemáticas. O que se sabe de concreto sobre ela, é só o que está escrito na conhecida na narrativa do evangelho de Jesus por João 4:1-30.
Ela recebe apenas uma passagem em toda a Escritura, mas podemos aprender muito com essa mulher inspiradora. Às vezes chamada de "A Samaritana" ou "A Mulher do Poço", me pergunto qual é o seu verdadeiro nome.
Sabemos que ela foi ostracizada por sua aldeia. Poderiam tê-la chamado de "Você Sabe Quem" ou "Aquela Mulher", entre outros títulos terríveis.
Mas Deus conhecia seu nome e cada fio de cabelo de sua cabeça. Seu filho amado, este Jesus, que respeitava as mulheres como nenhum outro líder religioso, fez de tudo para visitá-la.
Entendendo o contexto
A história da anônima mulher samaritana no poço, registrada apenas no Evangelho de João, é reveladora, cheia de muitas verdades e lições poderosas para nós hoje.
A história da mulher junto ao poço segue o relato da interação de Jesus com Nicodemos, um fariseu e membro proeminente do Sinédrio judeu (3:1–21).
Em João 4:4–42, lemos sobre a conversa de Jesus essa mulher samaritana solitária que veio buscar água em um poço (conhecido como poço de Jacó) localizado a cerca de 800 metros da cidade de Sicar, em Samaria.
Esta era uma mulher extraordinária. Ela era uma samaritana, uma raça de pessoas que os judeus desprezavam totalmente por não ter direito a seu Deus, e ela era uma pária e desprezada por seu próprio povo.
Isso é evidenciado pelo fato de que veio sozinha tirar água do poço da comunidade quando, nos tempos bíblicos, tirar água e conversar no poço era o ponto alto social do dia de uma mulher.
No entanto, esta mulher foi condenada ao ostracismo e marcada como imoral, uma mulher solteira vivendo abertamente com o sexto de uma série de homens.
A história da mulher junto ao poço nos ensina que Deus nos ama apesar de nossas vidas arruinadas.
Deus nos valoriza o suficiente para nos buscar abertamente, para nos receber à intimidade e se alegrar com a nossa adoração.
Como resultado da conversa com Jesus, somente uma pessoa como a samaritana, uma pária de seu próprio povo, poderia entender o que isso significa.
Sentir-se amada e valorizada quando ninguém, nem ela mesma, podia ver nela algo de valor: isso é graça.
Jesus desviou propositalmente sua rota. João escreve que Jesus "tinha que passar por Samaria" (4:4). Guiado pelo Espírito, Jesus "sentiu-se obrigado" a viajar por aquela região desprezada porque queria que uma mulher desesperada soubesse o quanto a amava.
Para alcançar o coração da mulher samaritana, Jesus superou vários preconceitos e rompeu várias barreiras. Quais foram essas barreiras?
A barreira CULTURAL — Um rabino não podia conversar com uma mulher em público. Jesus não somente conversou com ela, mas lhe pediu um favor. A mulher tinha uma vida moral reprovada pela lei, por isso era desprezada. Mas Jesus a valorizou. A quebra dessa regra por Jesus podia significar para a cultura o fim de sua reputação.
A barreira RACIAL — Os samaritanos eram uma raça misturada. Os judeus consideravam os samaritanos combustível para o fogo do inferno. Eles não se davam. No entanto, Jesus conversou com a samaritana e lhe pediu um favor. A postura de Jesus sinaliza o rompimento do nacionalismo, o que demonstra a universalidade do evangelho.
A barreira RELIGIOSA — a separação entre judeus e samaritanos se relacionava, também, com a apostasia religiosa dos samaritanos. Os samaritanos não preservaram a fé intacta, perderam a identidade doutrinária, rejeitaram o Velho Testamento. Eles tinham uma religião cética, misturada e herética. A conversa de Jesus com a mulher samaritana tem todo esse cenário religioso como pano de fundo.
Vencidas essas barreiras, Jesus nos deixa exemplo de lições que devem estar presentes em nossas vidas, enquanto Seus seguidores (muito embora, infelizmente, saibamos que na prática, não é o que acontece).
Lições sobre Deus e a Salvação
Amor universal de Deus — Jesus não se importou com as barreiras culturais e preconceitos entre judeus e samaritanos, demonstrando que Deus não faz acepção de pessoas.
Salvação acessível — Jesus oferece a "água viva", simbolizando a salvação e a vida eterna, para todos que desejam e reconhecem sua sede espiritual.
Verdadeira adoração — Jesus explica que a verdadeira adoração ao Pai brota do interior, de uma vida em comunhão com Deus, e não de locais específicos.
Lições sobre evangelismo e missões
Sensibilidade e paciência — Jesus aborda a mulher com sensibilidade, começando por uma necessidade física (água) e gradualmente revelando-se como o Messias, mostrando um caminho paciente de evangelização.
No entanto, existem muitas outras verdades valiosas que emergem dessa história. Aprendemos que:
Preciosas lições que não deveriam ser esquecidas
1) Somente por meio de Jesus podemos obter e receber a vida eterna (4:13,14; cf. 14:6).
2) Jesus ministrando aos párias da sociedade judaica (os samaritanos) revela que todas as pessoas são valiosas para Deus e que Jesus deseja que demonstremos amor a todos... até mesmo aos nossos inimigos (4:7–9; Mateus 5:44).
4) Aqueles que adoram a Deus, o adoram em espírito e verdade (Jo 4:23,24; Salmo 145:18).
5) Nosso testemunho sobre Jesus é uma ferramenta poderosa para levar outros a acreditar nEle (Jo 4:39–42).
Além disso, aprendemos com o diálogo de Jesus com a mulher no poço três verdades absolutas sobre a salvação:
1) A salvação vem apenas para aqueles que reconhecem a sua necessidade desesperada da vida espiritual que não possuem. A água viva só pode ser obtida por aqueles que reconhecem que têm sede espiritual.
2) A salvação vem somente para aqueles que confessam e se arrependem de seus pecados e desejam perdão. Antes que essa mulher imoral pudesse abraçar o Salvador, ela teve que admitir todo o fardo de seus pecados.
3) A salvação vem somente para aqueles que reconhecem Jesus como o seu Messias. Pois a verdade absoluta é que a salvação não é encontrada em mais ninguém (Jo 14:6; Atos 4:12).
Conclusão
Igualdade diante de Deus
A mensagem de Jesus afirma que todas as pessoas têm o mesmo valor infinito diante de Deus, e não devem ser excluídas por condições sociais, econômicas ou religiosas.
Jesus, porém, supera todos esses obstáculos, vence todas essas barreiras e triunfa sobre todos esses preconceitos para alcançar o coração dessa mulher.
Jesus está aqui e, da mesma forma, deseja alcançar o seu coração também! O final da história dessa mulher samaritana é glorioso.
Ela foi salva por Jesus e sua vida foi completamente transformada. Então, que lições você pode aprender sobre o encontro de Jesus com a mulher samaritana que mudarão o rumo da sua história de vida a partir de hoje?
Só Jesus valoriza tudo aquilo que o mundo despreza; só Ele satisfaz plenamente as necessidades do coração do homem; só Ele desperta a consciência dos pecados na vida do ser humano e só Ele ativa a fé verdadeira no coração das pessoas.
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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"Blade Runner: O Caçador de Androides" (Blade Runner, no original) é uma obra cinematográfica de ficção científica feita em 1982 pelo diretor britânico Ridley Scott.
Há uma grande controvérsia em relação a esse longa, que virou um dos cults da sétima arte, na frutífera década de 1980.
Fracasso de bilheteria e recebido de forma muito reticente pela crítica quando originalmente lançado, "Blade Runner" é um filme que, muito provavelmente, não agradará mesmo todo mundo e não porque ele seja particularmente complexo ou hermético, pois não é.
É o que veremos neste capítulo da nossa série especial de artigos Contém Spoilers.
Um filme incompreendido
"Blade Runner", lançado em 25 de junho de 1982, tem atualmente 43 anos de idade.
O filme é de ficção científica, o que confesso não ser um dos meus preferidos do cinema, mas mesmo não sendo um admirador, não tem como deixar de confirmar que ele é de fato um marco do cinema.
Ele estabeleceu as bases do gênero chamado de cyberpunk, sendo um dos filmes cult mais importantes de todos os tempos, apesar do seu fracasso comercial inicial.
A produção é inspirada no livro "Os androides sonham com ovelhas elétricas?" (1968), de Philip K. Dick (✰1928/✞1982) e traz a narrativa de um mundo distópico que apresenta um embate entre a humanidade e a tecnologia, através de robôs com inteligência artificial.
A narrativa aborda também questões filosóficas sobre a vida, o tempo e as memórias.
Sobre o título
O título do filme traz uma expressão que gera dúvidas.
Afinal, o que significa "blade runner"?
O termo vem do inglês e pode ser traduzido como "alguém que passa a lâmina", ou seja, está relacionado a figura de um "carrasco", papel vivido por Harrison Ford.
O trabalho neo-noir de Ridley Scott, queira ou não, em uma primeira análise, foca principalmente na estética, relegando a história para o segundo plano, o que acaba levando a um perceptível, ainda que não completamente procedente, subdesenvolvimento de todos os personagens, inclusive Rick Deckard, vivido por Harrison Ford.
Enredo e análise de "Blade Runner"
Logo no começo da narrativa — passada em Los Angeles em 2019 — é mostrado o cenário sombrio e tecnológico, no qual carros voadores cruzam o céu enquanto enormes torres soltam fogo.
Em seguida, temos o close de um olho que reflete a atmosfera surreal.
Com isso já podemos perceber o contraste entre o ser humano e a degradação causada pela exploração do planeta.
Cenas icônicas
Quando o assunto é cena icônica, é difícil enumerar as de "Blade Runner", mas algumas delas ficam gravadas no imaginário de quem assistiu ao longa com um pouco mais de atenção. É o que veremos na sequência.
Quando um homem é interrogado por um policial através de um teste chamado Voight-Kampff, com o intuito de descobrir se ele é um replicante ou um humano.
O homem em questão é Leon (Brion James — ✰1945/✞1999), um andróide que fugiu de uma das colônias de trabalho escravo junto com outros três replicantes.
O interessante nessa cena é que as perguntas feitas são de ordem emocional, com o objetivo de testar a "humanidade" do sujeito, examinando também sua memória.
Assim, já podemos ver a reflexão sobre o que nos torna humanos ou não. O que define a nossa humanidade? Seriam as nossas memórias, a nossa história ou nossa capacidade de nos comover?
As questões são aparentemente simples e inúteis, por exemplo:
"Você está em um deserto andando sozinho e de repente olha para baixo e vê uma tartaruga. Você se abaixa e a vira de costas para baixo. A barriga dela fica queimando ao sol e ela balança as pernas, tentando se virar, mas não consegue sem sua ajuda. Você vai ajudá-la?".
O personagem Leon é submetido a um teste psicológico para detectar se ele é humano ou andróide
Segundo o teste, os humanos emitem reações através da íris ao imaginarem esse tipo de cena, já os robôs, não.
Portanto, além do inquérito, há um aparato que examina os olhos dos sujeitos que se submetem ao procedimento.
Sabendo que seria descoberto, Leon participa do teste, mas em um momento de agilidade consegue matar o policial e fugir do local.
Rick Deckard é chamado para caçar andróides
É aí que entra o protagonista da trama, Rick Deckard (vivido por Harrison Ford). Deckard é um ex-blade runner, ou seja, um ex-caçador de andróides, que é intimado pelo oficial Gaff (Edward James Olmos) e seu antigo chefe Bryant (M. Emmet Walsh — ✰1935/✞2024) para realizar a missão de rastrear e matar os replicantes que fugiram e estão ilegalmente na Terra.
São eles: Roy Batty (Rutger Hauer), Pris (Daryl Hannah) e Zhora (Joanna Cassidy).
Outro ponto considerável é que o ato de executar os robôs não é visto como assassinato.
Para eles, essa é uma maneira de "aposentar" ou "retirar" os replicantes, que já são programados para viver apenas quatro anos desde sua criação.
Aqui podemos perceber uma analogia ao extermínio de pessoas vítimas da violência policial, assim como à falta de comprometimento e assistência que parte da população trabalhadora está submetida quando em trabalhos análogos à escravidão, sendo assim vistas como peças de um sistema de produção.
Deckard conhece Rachel
Depois que recebe a missão, Deckard vai ao encontro de Dr. Eldon Tyrell (Joe Turkel), dono da Corporação Tyrell e criador da tecnologia de bioengenharia que produz os replicantes.
Lá ele conhece a assistente de Tyrell, uma jovem chamada Rachel (Sean Young).
Rachel é a assistente de Dr. Tyrell e é uma replicante especial, pois memórias foram implantadas em seu sistema
Rachael é uma androide especial, ela acredita ser humana pois recebeu implante das memórias da sobrinha de Tyrrell.
A moça é submetida ao teste Voight-Kampff e, depois de muitas perguntas, Deckard confirma que ela não é humana, o que mais tarde é revelado a ela.
Rachael posteriormente passa a fazer parte dos andróides que devem ser "retirados".
J.F Sebastian e seus "brinquedos" replicantes
Enquanto isso, Roy e Leon estão em busca de pistas que possam levá-los até seu criador, pois objetivam conseguir mais tempo de vida. Então eles chegam até um fabricante de olhos de robôs e conseguem informações sobre J.F. Sebastian (William Sanderson), um geneticista da Corporação Tyrell que trabalha produzindo os replicantes.
Sebastian está caminhando em direção ao seu apartamento e se depara com Pris, encarregada de aproximar-se dele. Assim, o geneticista a convida para ficar em sua casa, onde mora com seus "brinquedos", experimentos de replicantes de diferentes modelos.
A replicante Pris encara J.F Sebastian, o geneticista que cria robôs
Aqui, há uma reflexão interessante sobre a solidão, pois Pris lhe pergunta se ele mora sozinho e a resposta é afirmativa, mas ele diz que seus brinquedos lhe fazem companhia. Mais uma vez a inteligência artificial é colocada de maneira emocional.
O apartamento em que Sebastian vive é enorme e fica em um prédio abandonado e decadente.
Isso cria um contraste com o ambiente superpopuloso da cidade, onde pessoas de grupos étnicos diversos vivem e aglomeram-se, desviando-se umas das outras enquanto uma chuva ácida não para de cair.
Deckard e a caçada à Zhora
Deckard está em busca de Leon e, ao analisar fotografias por meio de uma máquina, consegue enxergar elementos e pessoas que não estão retratados na cena. Assim, ele descobre informações sobre outra replicante, Zhora.
Então o ex-policial vai ao encontro de Zhora e, depois de uma perseguição pelas ruas da cidade, acaba executando a moça com tiros pelas costas. Nesse momento Deckard entra em conflito sobre sua função de executar robôs.
Zhora sai correndo pelas ruas de Los Angeles para fugir de Rick Deckard
Em seguida ocorre um confronto entre Leon e Deckard, no qual o replicante está prestes a executar o detetive quando Rachel dá um tiro em sua cabeça e salva Deckard. Dessa forma, o caçador fica devendo sua vida à moça e promete não exterminá-la.
O romance entre Deckard e Rachel
Deckard e Rachel em cena romântica controversa, em que o protagonista força a moça a lhe dar um beijo.
Desde o início havia um clima de romance entre o investigador e a replicante, o que faz com que Deckard pense que poderia agir de maneira incisiva no sentido de conseguir uma aproximação com a Rachel.
A cena em que os dois se beijam pela primeira vez é controversa, exibindo uma atitude abusiva do protagonista, que na época não foi questionada, mas que atualmente certamente não passaria despercebida.
O encontro entre criador e criatura
Enquanto isso, Sebastian está com Pris e Roy em seu apartamento e conta que possui uma síndrome que o faz envelhecer rapidamente, portanto ele também tem pouco tempo de vida. Aqui vemos mais uma vez o questionamento sobre a passagem do tempo em contraposição com a vida e a morte.
Sebastian leva Roy ao encontro de Tyrell. Já é noite, e o enorme apartamento do milionário está iluminado com muitas velas. Através de um riquíssimo cenário, figurino e fotografia se percebe a riqueza e o poder do dono da empresa que fabrica os robôs.
Roy vai ao encontro de Tyrell exigir que o criador lhe dê mais tempo de vida
Roy questiona seu fabricante e exige que ele lhe dê mais tempo de vida. Mas o pedido é logo negado, pois, em meio a palavras de consolo, é dito que isso seria impossível.
Portanto, o replicante, visivelmente frustrado, pega a cabeça de seu criador com as mãos, lhe dá um beijo da morte e a esmaga entre os dedos.
Sebastian também não é poupado e Roy sai sozinho do magnífico prédio.
O confronto de Deckard com os replicantes
Nesse momento, Deckard vai ao apartamento de Sebastian e se depara com diversos "brinquedos".
Entre eles está Pris, que exibe uma maquiagem marcante e está imóvel, coberta por um véu, em uma das cenas mais assustadoramente belas do filme.
Cena em que Pris se disfarça entre outros robôs e Deckard é surpreendido pela replicante
Pris surpreende Deckard e quase consegue matá-lo, mas acaba assassinada. É quando chega Roy e a vê sem vida.
Então o replicante e o blade runner iniciam uma sequência de perseguição na qual Deckard se vê sem saída e tenta fugir pelo telhado do local.
Em meio a uma chuva incessante, o ex-policial quase cai e Roy, que poderia facilmente matá-lo, resolve salvar sua vida.
As "lágrimas na chuva" de Roy
A cena desse embate ficou marcada na história do cinema devido ao emocionante discurso que o replicante faz antes de morrer. Segurando uma pomba branca — que simboliza a liberdade e a vida - Roy diz:
O monólogo final de Roy é um dos pontos altos do filme. Nessa cena ele está na chuva pouco antes de morrer
"Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion.
Eu vi raios-c brilharem na escuridão, próximos ao Portal de Tannhäuser.
Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer."
Aqui, podemos ver a mescla entre as características artificiais e humanas do robô, projetado para ser "mais humano que os humanos", segundo o slogan de seu fabricante.
Curiosamente, ele realmente consegue desenvolver amor por sua existência e pela vida dos demais, salvando inclusive seu oponente.
A imagem poética de "lágrimas na chuva" tornou-se memorável, ainda mais vinda de um personagem antinatural.
Detalhes Técnicos
Cores e fotografias
A fotografia e as cores usadas na película também são importantes para trazerem simbologia e significado. Podemos reparar que duas cores são muito usadas: o azul e o amarelo.
As cenas amareladas e douradas foram assim feitas para transmitir a sensação de riqueza e poder e são associadas à Tyrell, o grande idealizador e criador dos androides.
O dourado também é uma cor normalmente relacionada ao âmbito do divino.
Praticamente todas as cenas em que Dr. Tyrell aparece apresentam iluminação amarelada
Já as cenas azuladas passam a noção de melancolia, frieza e ligam-se à atmosfera sombria e catastrófica das grandes cidades.
Além disso, há as cores em neon, que contribuem para o caráter tecnológico e multi-étnico presente em grandes metrópoles. O tom azulado é marcante nas cenas em que a cidade caótica e multi-étnica de Los Angeles é mostrada
A maneira como a luz é trabalhada é outro fator de destaque. Em muitas cenas internas há feixes de luz que adentram os locais, sugerindo a falta de privacidade, como se todos estivessem sendo vigiados em todo instante, e de fato estão, pois as luzes provém dos carros voadores de polícia e dos zepellins que passam com anúncios.
Curiosidades sobre Blade Runner
Como já dito na abertura deste artigo, "Blade Runner" foi um ícone da cultura dos anos 80 e definiu as bases para um movimento que ficou conhecido como cyberpunk, que alia o crescimento tecnológico com a degradação do planeta e da qualidade de vida.
O visual do filme foi inspirado nas produções do cinema noir, estilo de filme policial de suspense, mesclando estética futurista com retrô.
O nome replicante foi usado pelo escritor Ridley Scott como um sinônimo de andróide, depois que ele se deu conta que a palavra era usada em biologia para designar a duplicação celular. Assim, o termo ficou conhecido e é imediatamente associado ao filme.
Na cena em que o personagem Roy faz seu famoso monólogo final, o ator Rutger Hauer teve a liberdade de modificar sua fala.
Foi dele a ideia de cortar várias frases e inserir o que viria a ser o ápice do discurso: a frase que se refere aos momentos perdidos como lágrimas na chuva.
Trilha Sonora
"Love Theme" — Vangelis
Um ponto de destaque na produção é também a trilha sonora, criada especialmente para o filme pelo músico grego Vangelis, que também contribuiu brilhantemente para outras obras cinematográficas como "Carruagens de Fogo" (1981).
A música em Blade Runner ajuda a criar um clima melancólico e distópico.
Outra curiosidade é sobre as diversas versões que foram apresentadas do longa-metragem.
A primeira que foi lançada não agradou os produtores, que determinaram que algumas mudanças fossem feitas, como a narração do protagonista e um "final feliz".
Depois ainda foram feitas outras versões, até que 2007 foi lançada a versão final do diretor, conhecida por "Final cut".
Confira a seguir cinco fatos curiosos sobre "Blade Runner" e estenda em mais algumas horas o papo com os amigos:
1. As versões do diretor
Dez anos depois de lançado nos cinemas, Ridley Scott lançou em VHS aquela que seria a sua versão original de "Blade Runner".
Segundo o diretor, na edição do filme os estúdios modificaram consideravelmente sua visão da história. Entre as mudanças verificadas na nova versão estão a eliminação da narração em off e um desfecho diferente, que muda a perspectiva da história (veja a seguir).
Uma terceira versão foi lançada em 2007, quando do lançamento em DVD e Blu-Ray, acrescentando algumas cenas estendidas.
2. Rick Deckard é um replicante?
Segundo o próprio Ridley Scott, sim. A explicação está em uma cena incluída na versão final do diretor.
Nela, quando Deckard está fugindo com Rachel, no final do filme, encontra um unicórnio de papel deixado pelo policial Gaff.
Na verdade essa seria uma memória plantada, o que faz com que, ao invés de partirem em um final feliz, Deckard e Rachel fujam.
3. Dustin Hoffman como Deckard
Se você não consegue imaginar outro ator na pele de Rick Deckard, saiba que por muito pouco o papel não foi parar em outras mãos.
Inicialmente, a produção cogitou como protagonistas Robert Mitchum, Cristopher Walken e Tommy Lee Jones.
Mas o preferido de Ridley Scott era Dustin Hoffman, que durante meses foi persuadido a interpretar o personagem, mas não entrou em acordo com os produtores.
Scott buscou outro ator e se interessou por Harrison Ford, devido ao papel em "Star Wars".
4. Por que Blade Runner?
"Blade Runner" é uma adaptação do conto "Do Androids Dream of Electric Sheep?" (Androides sonham com ovelhas elétricas?), de Philip K. Dick.
No texto, porém, a palavra blade runner não é mencionada em momento algum.
A escolha do termo, que não tem tradução em português, foi feita por Ridley Scott, com base na adaptação cinematográfica de William Borroughs para um conto de Alan Nourse, intitulada "Blade Runner (a movie)".
Ele apenas gostou da expressão e adquiriu os direitos autorais para usá-la no filme.
5. Relação conturbada
Harrison Ford e Sean Young vivem o par romântico de "Blade Runner", superando todas as diferenças possíveis para ficarem juntos.
Durante as filmagens, no entanto, a relação entre os dois atores não tinha nada de romântica.
A cena em que Ford empurra Young contra a persiana e a beija em seu apartamento, por exemplo, foi chamada ironicamente nos bastidores como "cena de ódio".
"Ele [Ford] a odiava",
disse a produtora Katherine Haber.
Conclusão
Se existe um problema de verdade em "Blade Runner" em suas versões originais, ele reside no epílogo em que vemos Deckard e Rachael — em uma tomada aérea literalmente emprestada de "O Iluminado" — fugindo em direção a uma vida a dois em um campo verdejante.
Toda a atmosfera pesada, caótica e pessimista construída minuciosamente por Scott vai por água abaixo quando esse momento excessivamente positivo surge do nada, como se fosse um delírio.
É quase chocante ver luz natural depois de quase duas horas em uma escuridão fétida e opressiva e, mesmo imaginando que os dois pombinhos tenham apenas algumas horas de uma idílica vida a dois, isso já seria o suficiente para fazer ruir tudo o que veio antes.
É como se, ao final de "Mad Max" (qualquer um dos filmes), Rockatansky encontrasse sua esposa e filho vivos em um paraíso perdido no deserto australiano.
"Blade Runner" não é um filme fácil de se gostar. Ele não foi feito para ser agradável ou bonito ou para conter personagens com que possamos nos identificar.
Ele é, em primeiro lugar, uma experiência visual ímpar que, se o espectador comprar, terá a chance de lidar com questões sem resposta das mais impressionantes, abrindo um leque temático que nem todo mundo percebe em uma primeira sentada.
"Blade Runner" exige observação e um olhar atento para os detalhes para que ele seja absorvido como deveria ser.
"Blade Runner" é muito mais do que um filme sobre o futuro.
A versão remontada por Ridley Scott, em 1993, remete a dimensões que a versão que vimos inicialmente nos cinemas dissolvia.
Problematiza de maneira contundente as relações entre passado, presente e futuro, questionando a concepção de tempo linear e as relações do homem com o seu próprio tempo e a sua própria história.
Aqui, a temporalidade do que poderia ser chamado de propriamente humano constitui-se nas relações que o homem trava com a sua própria memória buscando, a partir disso, a comprovação de sua existência enquanto ser e, portanto, enquanto dono de seu passado e de sua própria vida.
Ficha Técnica
Blade Runner, o Caçador de Androides (Blade Runner, EUA/Reino Unido/Hong Kong – 1982)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Hampton Fancher, David Webb Peoples (baseado em romance de Philip K. Dick)
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Edward James Olmos, M. Emmet Walsh, William Sanderson, Brion James, Joanna Cassidy, James Hong, Morgan Paull, Kevin Thompson, John Edward Allen, Hy Pyke
Duração: 116 min. (Versão Americana do Cinema), 117 min. (Versão Internacional do Cinema)
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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