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sábado, 29 de outubro de 2022

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES — "SWEET CHILD O' MINE", GUNS N' ROSES

Algumas canções se eternizam, às vezes, já pelo primeiro acorde. No caso da canção sobre a qual falarei nesse capítulo da série especial "Canções Eternas Canções", esse clássico do rock, se eternizou já pelos primeiro e marcantes riffs da guitarra do Slash. 

Creio que é impossível alguém não ouvir essa introdução e já de cara saber de qual música se trata: a belíssima 'Sweet Child O' Mine'. Mais do que a introdução emblemática, essa canção tem uma história que é conhecida por poucos. É ela que irei contar aqui.

Vamos à letra

'Sweet Child O' Mine' — Guns N'Roses


Curiosidades sobre o clipe
    • O clipe de 'Sweet Child O' Mine' é um dos mais emblemáticos vídeos de rock da história. Ele mostra a banda ensaiando na Huntington Ballroom, em Huntington Beach, localizada em Orange County, na California. Os músicos estão cercados pelos roadies, e todas as namoradas dos integrantes do Guns na época aparecem no vídeo.
    • No clipe a música foi editada, tendo um trecho cortado para tornar o vídeo mais próximo do formato padrão da MTV à época. A versão do clipe é a mesma que está no single inglês, e, por esse razão, é mais curta do a que está presente no álbum original, tendo uma parte do solo de Slash cortada.
She's got a smile that it seems to me
Reminds me of childhood memories
Where everything
Was as fresh as the bright blue sky

Now and then when I see her face
She takes me away to that special place
And if I stare too long
I'll probably break down and cry

Oh, oh, oh...
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh...
Sweet love of mine

She's got eyes of the bluest skies
As if they thought of rain
I hate to look into those eyes
And see an ounce of pain

Her hair reminds me of a warm safe place
Where as a child I'd hide
And pray for the thunder
And the rain
To quietly pass me by

Oh, oh, oh...
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh...
Sweet love of mine

Oh, oh, oh, oh...
Sweet child o' mine
Uh, uh, uh, uh...
Sweet love of mine

Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go
Where do we go now
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now

Sweet child
Sweet child o' mine

Tradução


'Minha Doce Criança'

Ela tem um sorriso que me parece
Trazer a tona recordações da infancia
Onde tudo era
Fresco como o límpido céu azul

Às vezes quando olho seu rosto
Ela me leva para aquele lugar especial
E se eu fixasse meu olhar por muito tempo
Provavelmente perderia o controle e começaria a chorar

Oh, oh, oh...
Minha doce criança
Oh, oh, oh, oh...
Meu doce amor

Ela tem os olhos como os céus mais azuis
Como se eles pensassem em chuva
Detesto olhar para dentro daqueles olhos
E enxergar o mínimo que seja de dor

Seu cabelo me lembra um lugar quente e seguro
Onde, quando criança, eu me esconderia
E rezaria para que o trovão
E a chuva
Passassem quietos por mim

Oh, oh, oh...
Minha doce criança
Oh, oh, oh, oh...
Meu doce amor

Oh, oh, oh, oh...
Minha doce criança
Uh, uh, uh, uh...
Meu doce amor

Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora

Doce criança
Minha doce criança

Uma canção, muitas histórias


A banda de hard rock Guns N' Roses é um dos grupos mais conhecidos do mundo, trazendo o frontman Axl Rose com diversos sucessos em toda a trajetória, como as músicas — todas hits absolutos — 'Patience(escrevi artigo especial sobre essa música aqui), 'Sweet Child O' Mine', 'Civil War', 'Welcome To The Jungle', 'You Could Be Mine', 'November Rain' e muito mais.

Em relação a faixa 'Sweet Child O' Mine', que foi lançada no seu álbum de estréia, o clássico "Appetite for Destruction" de 1987 (escrevi artigo especial sobre este disco ➫ aqui).

A canção foi o primeiro single dos Guns N' Roses a atingir o primeiro lugar na Billboard Hot 100, durante duas semanas em Setembro de 1988, a canção fez sucesso nos anos 80 e sendo popularmente um dos grandes hits do século 20.

Embora tenha sido lançada originalmente como faixa do álbum "Appetite For Destruction", o qual foi lançado em 1987, contudo, a música fez tanto sucesso que ganhou diversos prêmios ao decorrer dos anos como a 37ª colocação da lista dos 100 melhores solos de guitarra, pela revista Guitar World. 

Além disso, recebeu o prêmio da revista Rolling Stone, a música se encontra na 196ª posição entre as 500 maiores canções de todos os tempos e a 1ª posição na lista da revista Total Guitar por ter o mais famoso riff da história do rock.

Como Surgiu a Canção 'Sweet Child O' Mine'?


A música surgiu "por acidente". Slash, Duff e Izzy estavam sentados na sala de estar perto da lareira, onde Slash se encontrava tocando a introdução de 'Sweet Child O' Mine', enquanto Izzy e Duff tocavam os acordes por trás dela. 

Axl estava no andar de cima, em seu quarto, e ao ouvi-los, começou a escrever a letra. Slash classificava aquela sequência de guitarra como um "exercício pessoal meio idiota", mas para sua surpresa, no dia seguinte, quando estavam ensaiando no Burbank Studios, Axl quis que tocassem novamente o que estavam tocando na noite anterior.

Logo, ela se transformou em uma música, e ao ser lançada fez o maior sucesso. Alguns dizem que Izzy fez a música com a ajuda de Slash, e outros falam que Axl fez para Erin.

Com a incrível marca de 1,1 bilhão de reproduções no Spotify, o hit 'Sweet Child O' Mine' é um dos maiores sucessos não só do Guns N' Roses, mas de toda década de 1980. 

Em entrevista para a Guitar Center traduzida pelo canal Arte Legendada, o guitarrista Slash relembrou o passo a passo de como foi o processo de composição do clássico, que aparece no álbum "Appetite For Destruction" (1987).
"Essa música surgiu quando o Guns N' Roses inteiro estava em uma casa. O lugar estava basicamente destruído. Não sei há quanto tempo a gente morou lá, mas era tipo um abrigo. Eu e o Izzy éramos os únicos que realmente moravam lá. 
O Duff e o Axl vinham visitar às vezes. Então, em uma tarde, eu, Izzy e Duff estávamos sentados no andar debaixo e eu estava tocando minha guitarra. O Izzy também. 
Não lembro de onde surgiu a melodia do riff, mas comecei do nada a tocar esse padrão. Era um processo. Eu ia descobrindo conforme ia colocando cada nota. Acabou se tornando algo que ficava repetindo, sabe?"
comentou.

Em seguida, Slash explica que Axl Rose escreveu a letra e tudo aconteceu de uma maneira natural, sem fórmulas, como sempre acontecia no caso do Guns N' Roses.
"Nesse meio do caminho, o Izzy começou a tocar os acordes. Acho que o Axl ouviu a gente tocando. Ele estava no andar de cima. Sem a gente saber, ele começou a escrever uma letra. 
Uns dias depois, estávamos em um ensaio, fazendo uma pré-produção acho. O Axl falou: 'Toquem aquela música que vocês estavam tocando outro dia'. 
Eu perguntei: 'Que música você está falando?'. Ele disse: 'Aquilo que vocês estavam tocando no andar debaixo'. Então a música veio daí! A música se escreveu sozinha, assim como todas as músicas do Guns N' Roses. Não tinha fórmula ou padrão. A música inteira tomou forma naquela tarde"
disse.

Para concluir, Slash revelou qual parte da música gosta mais e disse como surgiu a parte do 
"Where do we go now". 
"Para mim, a parte mais libertadora da música é o solo. Tem umas mudanças de acorde. O resto é meio baladinha demais para meu gosto. Então, gravamos umas demos de 'Sweet Child O' Mine' e nesse processo da demo surgiu a parte do 'Where do we go now'. Lembro que tinha uma paradinha. Aí o Axl falou: 'Tá, mas para onde vamos agora'? ('Where do we go' em português). Aí isso entrou na música"
concluiu.

Uma canção de amor?


A "doce criança" a que se refere a canção é Erin Everly, namorada de Axl na época e sua futura esposa, a quem ele chegou a oferecer metade dos royalties da música, alegando que nunca poderia ter composto a letra sem ela como inspiração. 

Erin aparece no videoclipe de 'Sweet Child O' Mine', onde os membros da banda tocam o single em um teatro abandonado. 

Diversas outras namoradas dos membros do Guns N' Roses aparecem no videoclipe, além do cão de Izzy Stradlin logo no início. Existe uma versão alternativa desse videoclipe com imagens diferentes e a metragem inteiramente preta e branca.

Conclusão


Na lista 100 Greatest Guitar Solos publicada pela revista Guitar World, 'Sweet Child O' Mine' aparece na posição número 37, a canção está no número 3 dos 500 Greatest Songs Since You Were Born, publicada pela revista Blender. 'Sweet Child O' Mine' está na posição 198 na lista The 500 Greatest Songs of All Time da Rolling Stone.

Além disso, inúmeras bandas gravaram versões para 'Sweet Child O' Mine'. Uma das mais conhecidas é a versão lançada em 1999 por Sheryl Crow, e que tocou sem parar por um longo período. Por tudo isso, uma coisa é certa, mesmo que você não goste do Guns N' Roses,  'Sweet Child O' Mine' faz parte do inconsciente coletivo e é referenciada em diversas mídias como uma das canções mais famosas de todos os tempos. É claro que vou dar meu carimbo de
[Fonte: Como Surgiu a Canção, por Júlio Solid; Whiplash.net, por Gustavo Maiato e Ricardo Seelig]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

sábado, 22 de outubro de 2022

O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRISTÃO — PODER E RESPONSABILIDADE

"Ao ser todo o povo batizado, Jesus também foi batizado. E aconteceu que, enquanto ele orava, o céu se abriu, o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba, e do céu veio uma voz, que dizia: '— Tu és o meu Filho amado, em ti me agrado.' Ora, Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério" (Lucas 3:21-23).
É impossível viver uma vida cristã plena sem a presença do Espírito Santo. Você conhece o Espírito Santo? Já teve alguma experiência com Ele?

A Bíblia apresenta vários símbolos, metáforas, alegorias e parábolas e, em cada uma, há uma verdade eterna sobre o Espírito Santo. Como o Espírito Santo é incorpóreo e intangível, estes símbolos facilitam nossa compreensão sobre Ele.

No texto desse artigo, não tenho a pretensão de encerrar o tema, dado a sua complexidade, mas, com base, tanto em minhas experiências pessoais, quanto ao que tenho aprendido, tentar contribuir, sem o compromisso de técnica teológica, com o entendido sobre essa Pessoa maravilhosa que é o Espírito Santo.

Cumprimento profético

"Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (Atos 1:8).
O grande dia, tão esperado e prometido por Jesus — em linha com a palavra profética proferida pelo profeta Joel (2:28-32) —, chamado de Pentecostes, aconteceu quarenta dias após Sua ascensão aos céus. Os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar e de repente um vento soprou sobre eles enchendo toda casa (no caso, o cenáculo, onde estavam reunidos).
"...Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados" (At 2:1-2).
Então, o vento ou o fôlego, descrevem o Espírito de Deus como uma força móbil, um poder que desperta e vivifica.

Jesus e o Espírito Santo: únicos em Suas essências, distintos em seus ministérios


É muito interessante quando começamos a observar o texto acima, quando Jesus é batizado por João Batista no Rio Jordão. Era um dia normal para João, porém a partir daquele momento tudo mudaria, Aquele de quem ele havia falado agora está ali, na sua frente e com uma proposta bem diferente da que ele esperava. 

Talvez esperasse que Jesus lhe convidasse para ser um de seus discípulos, ou talvez viesse para lhe transmitir uma palavra que Deus havia lhe passado. No entanto, Jesus vai para se sujeitar ao batismo de João, mesmo sem necessidade pois era um batismo de arrependimento e Jesus não havia cometido pecado algum para tal ato. 

Mas porque Jesus fez isso? Para fidelidade à doutrina de Deus, onde ensina que, para que a justiça fosse cumprida, é necessário ao homem nascer da água e do Espírito (João 3:5), conforme falado pelo próprio Cristo.

Após aquele batismo, passamos a outra poderosa verdade da Palavra de Deus, veio sobre Jesus o Espírito Santo em forma corpórea de uma pomba, e ouviu-se uma voz do próprio Pai que dizia estar ali seu Filho amado em quem se agrada. 
Ele tinha como registrado por João, cerca de 30 anos nesta época. Interessante, pois nos anos anteriores e até aqui Ele jamais havia efetuado qualquer milagre, seja pequeno ou grande, absolutamente nada.
Mas a partir deste momento ele começa seu ministério, mais especificamente de milagres, e indo também pregar em todos os lugares, divulgando o Reino de Deus a todos. 

O que foi que aconteceu para que somente agora, com cerca de 30 anos ele começasse seu ministério? A resposta está no capítulo seguinte  
"Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto" (Lc 4:1); 
ou seja, Ele estava cheio do Espírito Santo e era guiado pelo mesmo. Sua vida de milagres, uma vez que Ele era 100% homem e 100% Deus, porém tendo esvaziado da sua glória como Deus (Filipenses 2:6,7), necessitava do revestimento do poder do alto para fazer os milagres que somente através do Espírito Santo podemos realizar. Ele não ousou atuar antes da liberação feita pelo Pai, uma vez que necessitava deste poder do alto!

Tudo isso serve para nosso ensino da importância do Espírito Santo em nossas vidas, e não é somente de tê-lO, mas desejar ardentemente o revestimento de poder que Jesus havia prometido a seus discípulos – Atos 1:4-5, 8 
"E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem: 'Não se afastem de Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, a qual vocês ouviram de mim. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias. (...) Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra'" (At 4:4,5,8).
Este revestimento (chamado por algumas vertentes cristãs de "batismo" — veremos esse imbróglio no próximo parágrafo) com o Espírito Santo é que nos dá capacidade de testemunharmos de Cristo em todo lugar e para todas as pessoas, e também de efetuarmos os milagres de Deus, pois é ele que distribui os dons conforme lhe apraz.

O imbróglio teológico X a experiência pessoal

Espírito Santo: Batismo e revestimento

  • O batismo com o Espírito Santo

Há controvérsias sobre o assunto na compreensão teológica acerca desse tema. Pentecostais e neo-pentecostais acreditam que é uma "segunda bênção", e que é uma experiência pós-conversão, que marca a vida de poder com o fato único de falar em outras línguas.

A teologia bíblica reformada compreende que a expressão batismo com o Espírito Santo não é explicada no livro de Atos dos Apóstolos. Em nenhum lugar do Novo Testamento encontramos a expressão "batismo com" ou "pelo" Espírito Santo. 

Em 1 Coríntios 12:12, a expressão "batismo com o Espírito Santo" pode ser compreendida como o ato do Espírito Santo reunir em uma unidade espiritual, pessoas de diferentes origens raciais e formação social, a fim de formarem o Corpo de Cristo – a ekklesia. (Cito: George Eldon Ladd — "Teologia do Novo Testamento", Hagnos, 904 páginas).

  • Plenitude ou revestimento do Espírito

Qual o sinal da plenitude, revestimento, ou ser cheio do Espírito Santo? Ao compararmos Escritura com Escritura (a Exegese), entendemos que a expressão “
"...sereis batizados com o Espírito Santo..." (At 1:50), 
é tratada como sinônimo de ser "cheio do Espírito Santo" 
("...E todos foram cheios do Espírito Santo..." (At 2.4)); 
também explicada como "derramarei do meu Espírito" (At 2:17,18), que também é repetida em Efésios 5:18 
"...e não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito Santo".
No Novo Testamento, não  um sinal apenas é considerado como evidência que a pessoa foi revestida, cheia ou recebeu o derramar do Espírito Santo. No livro de Atos dos Apóstolos encontramos: 
  • transbordar de alegria e adoração (10:46b);
  • intrepidez para testemunhar o nome de Cristo: 
"Todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus" (4:31). 
Observe que muitos dos que foram cheios em Atos 2.4, são cheios novamente em Atos 4.31. Há, portanto, vários revestimentos de poder necessários para servir a Cristo com poder e não apenas um único como, por exemplo, o compromisso e paixão missionária (1:8); e coragem para testemunhar e morrer por amor a Cristo (6:8).

A ênfase moderna que o sinal de ser cheio do ou com o Espírito Santo é falar em línguas estranhas, não tem bom fundamento numa boa interpretação bíblica (conquanto, acredito na contemporaneidade deste dom do Espírito Santo de acordo com o registro sagrado em 1 Coríntios 12:13,14). 

Parece-me que o maior sinal é o poder, a coragem e a paixão para ser missionário a partir do lugar onde a pessoa vive, trabalha, estuda, serve e se relaciona com aqueles que ainda não são de Cristo, tendo inclusive o coração disposto a ser mártir por amor a Cristo (At 2:11; 6:8a; 7:60; 8; 9:17; 18 — comparando 9:20; 11:24; 19:6 — comparando 19:10 e Ef 5:18).

Parece-me que o foco do relato e hermenêutica bíblica está no fato de que o "ser cheio do Espírito Santo" é uma realidade que deve ser buscada por todo crente e pela igreja como comunidade. 

Vários intérpretes bíblicos consideram que o coração cheio de louvor e adoração, gratidão, submissão a Cristo e aos irmãos, e autoridade espiritual contra os poderes do inferno, demonstram que o cristão e a igreja local estão de fato cheios do Espírito Santo. 

Ao comparar Efésios 5:18 e Colossenses 3:16, somos levados a considerar que ser cheio do Espírito é ser cheio da Palavra
("...habite em vós ricamente a Palavra de Cristo").
Em Gálatas 5:15 há uma ordem sobre "andai no Espírito" (ou seja, viver diariamente nos diferentes relacionamentos sob o domínio e a liderança do Espírito Santo). Uma pessoa sob este domínio demonstra no dia a dia o seguinte fruto: amor, alegria, paz, bondade longanimidade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (5:22,23).

Imbróglios teológicos (bem) a parte, busquemos ser cheios do Espírito e sigamos andando nEle.

O Espírito Santo como uma necessária experiência pessoal do cristão


Incentivo a cada pessoa a viver uma vida de busca constante pelo revestimento de poder, o batismo no Espírito Santo, se você acha que é difícil, que é complicado, saiba que não é, afinal de contas Deus anseia que todos os seus filhos sejam revestidos deste poder transformador. 

E o próprio Cristo declara que este é o desejo de Deus para aqueles que pedem  —
"Por isso, digo a vocês: Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, a porta será aberta. Quem de vocês, sendo pai, daria uma cobra ao filho que lhe pede um peixe? Ou daria um escorpião ao filho que lhe pede um ovo? Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai celeste dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!" (Lc 11:9-13). 
Jamais desista, e não tenha medo do Espírito Santo, nem da manifestação dEle em sua vida, muitas vezes não recebemos por vergonha, por exemplo, do que as pessoas pensarão ou dirão ao nos verem falando em línguas estranhas, pare com isso! Essa experiência é algo tão marcante e gostoso que você jamais se esquecerá dela, e vai querer mais dEle a cada dia.

E aqueles que já receberam, não permitam que essa chama se apague devido à apatia e falta de interesse pelas coisas de Deus, que muitas vezes é motivada pelas decepções que temos com outras pessoas. 

Não se esqueça de uma coisa, a diferença de estar de pé ou não na vinda do Senhor Jesus Cristo dependerá diretamente do quanto nós temos fome e sede da presença e mover do Espírito Santo (leia a Parábola das Dez Virgens — Mateus 25:1-13).

Conclusão


Se sabemos que o Espírito Santo é Deus presente na terra e que habita em nós, podemos ter mais experiências, O ter como um auxiliador da família, do ministério..., sendo assim, cheios do Espírito Santo como foram os discípulos.

Oremos: Espírito Santo venha ao meu encontro, sopra sobre minha vida e enche-me do teu poder, pois não quero viver sem a tua presença. Em nome de Jesus eu te peço, amém. Muito obrigado por existir! Então, seja Cheio do Espírito Santo!

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domingo, 16 de outubro de 2022

DIRETO AO PONTO — O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Quando eu me converti, lá pelos idos de 1992 (e lá se vão 30 anos...), a realidade da igreja evangélica, ainda que já não fosse o ideal, era bem mais atraente que hoje em dia.

A importância de se manter as tradições


O profeta Zacarias advertiu os exilados, vindo do cativeiro Babilônico, para que não fossem como os antigos (antepassados), que se recusaram a ouvir aos profetas anteriores. Os antigos não obedeceram aos limites estabelecidos pelos pais — Moisés.

Quando Salomão escreve 
"Não removas os marcos antigos que puseram teus pais" (Provérbios 22:28), 
está se referindo às "pequenas pedras semelhantes a pilares usadas como demarcador de terras que mostrava um limite onde não se poderia ultrapassar. Na Linguagem de Hoje (NTLH) o texto fica mais claro: 
"Não mude de lugar os marcos de divisa de terras que os seus antepassados colocaram".
Há duas aplicações para este versículo. A primeira é literal:
  • aqueles que possuem terras, terrenos, campos, fazendas, não devem mudar de lugar a "cerca", ou seja, o marco de localização, de definição da divisão das terras com o propósito de ganhar um pedacinho a mais enganando o seu próximo. 
A segunda aplicação é figurada: 
  • aplica-se aos princípios morais, ou seja, os pais geralmente são mais conservadores e colocam limites mais severos, porém os filhos têm a tendência de serem mais liberais permitindo uma decadência de princípios e valores morais.
Esse texto nos ensina a prática da integridade (íntegro; inteireza moral, retidão,), a prática do respeito (consideração; obediência) e a prática da justiça (poder de decidir sobre os direitos de cada um, de premiar e de punir). 

O versículo não está ensinando que todas as tradições dos antepassados devem ser mantidas intactas, apesar de sabermos o valor de nossa herança histórica.

O teólogo Erwin Lutzer lembra: 
"Todos somos propensos a universalizar nossas próprias convicções pessoais; queremos tornar absoluto o que deveria ser relativo". 
Não podemos valorizar a forma em lugar da essência; não podemos transformar preceitos (regra, norma) em princípios (código de boa conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas ações); não podemos tornar absoluto aquilo que é relativo; não podemos transformar tradições em doutrinas; não podemos desprezar a interpretação bíblica em nome de justificativas injustificáveis. Quando fazemos isso, prejudicamos a nós mesmos e a comunidade cristã!

Num tempo em que grande número de denominações evangélicas está se enveredando por caminhos dúbios precisamos colocar em pauta reflexões sobre a relevância da manutenção dos marcos que foram postos pelos nossos pais; marcos que fundamentam os valores e os princípios bíblicos da Igreja do Senhor Jesus Cristo.

É inegável que vivemos uma época de grande instabilidade da igreja evangélica quanto a sua fidelidade aos marcos sobre os quais foi estabelecida. São muitas as novidades que surgem, a cada dia, e rapidamente são disseminadas entre as igrejas.

Mudamos a forma de culto, a expressão do nosso louvor, a maneira de orar, o comportamento reverente na congregação, a fidelidade às doutrinas e aos bons costumes, nem tanto com vistas a alcançar e agradar o Deus adorado, mas, muito mais, com o propósito de proporcionar melhor ambiente e satisfação aos participantes daquele ato. 

Não poucas vezes este recurso, este modismo, ganha força nas igrejas que se justificam pelos resultados numéricos obtidos, ou ainda pela aprovação dos novos adeptos.

Entretanto, Deus impôs limite a todas as coisas na criação: ao mar, ao sol, à terra, à lua, aos animais e também ao homem. Limites são condições que não devem ser violadas ou ultrapassadas, pois quando assim acontecem consequências se instalam e males nos sobrevêm.

Bons tempos...


Como novo convertido, eu ficava impressionado com o momento em que o pastor subia no púlpito para pregar. Porque minutos antes todos cantavam juntos, liam a Bíblia em uníssono e de repente: silêncio absoluto. 

O pastor se encaminhava lentamente para o pulpito e o silêncio das pessoas fazia com que fosse possível ouvir os passos do pregador subindo os degraus. A atmosfera mudava e eu olhava para o rosto das pessoas e todos estavam com os olhos fitos no púlpito esperando para ouvir o que o pregador tinha para dizer. 

Tive a sorte, ou melhor, a bênção,  de ouvir bons pregadores, com mensagens evangelísticas, cristocêntricas e que sempre faziam bem mais do que simplesmente emocionar: causavam impacto, confrontavam, levavam à reflexão, geravam temor, aumentando a sede e a fome pelo Senhor.

Eram homens preocupados em ler, explicar a Bíblia e mais do que isso, aplicar os ensinamentos antigos ao tempo presente, à vida dos homens e mulheres no tempo presente — contextualizando tudo, porém, com fidelidade à hermenêutica e à exegese. 

Quem mudou, a igreja ou nós?


Intuitivamente eu entendia que aquele era o momento mais importante do culto. Quando eu mesmo fui ao seminário estudar percebi que havia outras tradições cristãs diferentes da minha que entendiam a eucaristia como o centro do culto e seu momento mais importante. 

A reforma protestante deslocou a ênfase do culto da eucaristia para o sermão. Reformadores acreditavam que de um lado o sentido da eucaristia como era realizado estava errado e que sua celebração cotidiana acaba tirando seu caráter sacral e especial. 

Optaram por celebrações mensais da eucaristia o que acabou por criar cultos com uma liturgia, a da palavra e não às duas liturgias: da palavra e do sacramento, na maior parte do tempo. 

Isso aconteceu também porque a reforma protestante tinha uma característica muito marcante, a saber, a preocupação com a leitura e explicação da Bíblia na língua do povo o que parece uma coisa simples mas não era. 

As missas eram em latim antes da reforma e óbvio muita gente que presenciava uma missa entrava e saia sem entender nada do que se passava. Os protestantes tinham essa preocupação de ensinar, de trazer a Bíblia e seu entendimento para a vida das pessoas comuns. Daí tanta ênfase no sermão. 

É compreensível portanto essa mudança embora eu pense que não deveria haver culto dominical sem as duas liturgias — a eucaristía, ou melhor, a celebração da Ceia do Senhor, momento ímpar, singular e emblemático, mais uma ministração expositiva das Escrituras. 

A reforma protestante fez os próprios católicos romanos depois de um tempo, mudarem a estrutura das missas, abolir o latim e as missas ganharam a estrutura que têm hoje. 

A tradição protestante por vezes é até criticada por transformar seus cultos em salas de aula tal é a ênfase e a centralidade da pregação no culto dominical. A reforma queria que as pessoas ouvissem em suas próprias línguas a Bíblia e um sermão que as ensinasse a Palavra de Deus. 

Os protestantes sempre tiveram a preocupação de formar bem seus ministros, homens que conhecessem não só a teologia mas a filosofia e demais áreas do conhecimento humano para que pudessem melhor comunicar as maravilhas de Deus.

Reformados? 


Por isso na tradição protestante o púlpito é tão importante quanto a mesa da ceia, e tão sagrado quanto. Quando hoje vejo pastores evangélicos tranformando igrejas em comitês eleitorais, púlpitos em palanques políticos e fazendo teologia para apoiar projetos políticos com ares de teocracia eu fico extremamente triste (não que a politização dos fiéis não seja importante, por certo é, mas, transformar o púlpito em parlatório político é extrapolar todos os limites do aceitável). 

Isso sem contar outros tantos que transformaram o ambiente da igreja tal e qual uma casa de espetáculos, onde celebridades gospel e profissionais do pulpíto (os tais coaches e suas famigeradas mensagens motivacionais de auto ajuda — com exacerbadas doses de positivismo, triunfalismo e prosperidade —, massageando egos e relativizando princípios que são absolutos em sua essência) fazendo as apresentações pirotécnicas de suas medonhas performances.

Conclusão

É, parece que a reforma fracassou. Eu não via isso no meu tempo de novo convertido e não sou tão velho assim. Do alto dos meus 55 anos acredito que a igreja evangélica vive seu pior momento de costas para a reforma protestante que a criou.

Se quisermos deixar como herança uma Igreja saudável para nossas crianças, juniores, adolescentes e jovens, devemos permanecer vigilantes e lutar contra as sutis investidas que o mundo pós-moderno tem infligido contra o verdadeiro evangelho.

O apóstolo Paulo, na sua oração em favor dos Colossenses faz a seguinte declaração: 
"…oro para que transbordeis de pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual, a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus" (1:9,10).
Portanto, é nosso dever nos desviarmos de qualquer abordagem oportunista deste século.

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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sábado, 1 de outubro de 2022

ESCRITO NAS ESTRELAS — ESPECIAL: MORRE IRMÃO ANDRÉ, O "CONTRABANDISTA DE DEUS"

Tem algumas coisas que acontecem no meio evangélico brasileiro que eu não consigo entender. Fico impressionado de ver o quanto essa atual geração de crentes, além de estar correndo o risco de não deixar nenhum legado de Fé, ainda sofre de um emburrecimento cultural, em paradoxo com a facilidade de acesso à informação e uma assenção acadêmica meteórica, fenômenos em muito potecializados pela popularização da internet e suas mídias digitais. Uma das características dessa triste realidade, é o fato dessa geração não já não ter mais quase nenhuma memória.

Morreu nessa terça-feira (27), o Irmão André, o homem que contrabandeou Bíblias para países comunistas fechados e foi o fundador da Missão Portas Abertas, instituição que apoia a igreja perseguida em todo o mundo. Ele morreu aos 94 anos. 

Além de uma cobertura pífia, dado a importância desse herói contemporâneo da fé cristã (eu não vi absolutamente nenhum veículo da chamada grande imprensa dando sequer uma nota sobre o ocorrido, exceto a mídia segmentada), afirmo sem medo de errar, que muitos dos dessa atual geração de crentes, ignoram completamente a história de vida do Irmão André e toda a sua importância para a missiologia cristã mundial contemporânea.

Neste capítulo da minha série de artigos "Escrito nas Estrelas", um especial em homenagem póstuma, vamos conhecer um resumo da história e do legado deixado por esse homem extraordinário. 
  • Todas as informações que constam neste texto adaptado por mim, foram extraídas do site oficial da Missão Portas Abertas (o link segue no final) e publicações na internet.

Desde o ventre...


No dia 11 de maio de 1928, nascia Anne van der Bijl, em Witte, Holanda. O menino era um dos seis filhos de um ferreiro e de uma dona de casa. 

O garoto virou um homem que foi destaque no mundo pela ousadia em dizer sim ao chamado de Jesus. 

Ele se tornou um pioneiro na missão de levar Bíblias e esperança a centenas de cristãos que vivem em países fechados para o evangelho.

Nascimento de um missionário


A conversão de Anne aconteceu em 1950 e, cinco anos depois, passou a rodar pelos países comunistas com um fusca azul abarrotado de Bíblias para entregar aos cristãos locais. 

Foi nessa época que ele adotou o pseudônimo Irmão André, como ficou conhecido mundialmente. Em uma viagem que fez pela Alemanha Oriental, um pastor o comparou ao José do Egito que procurava os irmãos a pedido de Jacó.

Os relatos sobre a vida e começo do ministério do Irmão André são encontradas no livro "O Contrabandista de Deus" (Editora Betânia, 336 páginas), que se tornou um best-seller

Nele, estão registradas suas viagens para países da chamada "Cortina de Ferro" (a antiga União Soviética), fechados ao evangelho, com a finalidade de levar Bíblias para cristãos locais. 

Além disso, contém detalhes de perigosas travessias de fronteiras, perseguição da polícia secreta russa, da KGB, e o início de sua jornada dedicada a viver radicalmente por Jesus. No total, já foram vendidas mais de 10 milhões de cópias em mais de 40 idiomas.
"Diga-me onde você não pode ir como cristão e eu lhe direi como entrar. Talvez não consiga lhe dizer como sair!"

Nascimento de uma missão


O trabalho do Irmão André deu início à Portas Abertas, levando a organização a lugares onde a maioria dos cristãos não estaria disposta a ir. 

A Portas Abertas prepara milhares de cristãos perseguidos através de treinamento, ajuda emergencial, distribuição de Bíblias e literatura cristã, e ações institucionais nos países mais hostis aos cristãos no mundo.

Cai o Regime Soviético, Levanta-se uma Missão

"Hoje ainda procuro meus irmãos e irmãs do mundo inteiro que sofrem por causa da fé — não só porque eles precisam de mim, mas porque eu preciso deles. 
Todos fazemos parte da mesma fraternidade de cristãos, que a Bíblia chama de corpo de Cristo. Precisamos uns dos outros. Todos somos chamados a realizar a obra de Deus — juntos"
explicou o fundador da Portas Abertas, no seu aniversário de 91 anos.

Um Homem, Uma História, Uma Missão, Um legado


Atualmente, a Portas Abertas trabalha em mais de 60 países com o objetivo de fortalecer a Igreja Perseguida, apoiando cristãos locais em lugares hostis, para que eles continuem espalhando o evangelho ao seu redor.
"Devemos ser conhecidos não por quem e pelo que somos contra, mas a favor de quem e do que somos — Jesus e seu evangelho."
Durante sua vida, o Irmão André visitou 125 países e registrou mais de um milhão de milhas em suas viagens para pregar e conhecer cristãos em necessidades. Ele disse que, durante essas viagens, nunca teve uma Bíblia confiscada e foi preso apenas três vezes.
"Quando vemos qualquer grupo religioso ou político ou uma nação como inimigos, o amor de Deus não pode nos alcançar e nos chamar a fazer algo a respeito."
Unidade — Essa é uma das mensagens mais comunicadas pelo Irmão André. A importância de sermos um com nossos irmãos em Cristo, seja doando, orando ou se fazendo presente junto aos cristãos perseguidos. 

O Irmão André levou a Portas Abertas a lugares onde a maioria dos cristãos não iria. Sua rede subterrânea de cristãos locais ajudou na distribuição de milhões de Bíblias a cada ano em todo o mundo, bem como no treinamento de centenas de milhares de líderes cristãos.

Conforme a organização, o ministério também assiste a Igreja Perseguida por meio de ajuda socioeconômica, alfabetização, treinamento vocacional, entre outras frentes de atuação, nos países mais perigosos do mundo.

Contrabandista de Deus


Polônia, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Alemanha Oriental, Bulgária e outros países do bloco soviético receberam a visita proibida do missionário que desafiava os exércitos de regimes totalitários participantes da "Cortina de Ferro", para propagar a mensagem do Evangelho.

A princípio, estima-se milhões de Bíblias contrabandeadas ao longo de suas viagens. 
"Eu não me importo com estatísticas"
disse ele em uma entrevista em 2005. 
"Nós não contamos. … Mas Deus é o contador perfeito. Ele sabe"
dizia o veterano soldado de Cristo.

Estima-se que o Irmão André tenha visitado 125 países e percorrido mais de um milhão de milhas em suas viagens para pregar o Evangelho e fazer amizade com pessoas em necessidade.

Sua amizade e amor a Deus o levaram a reuniões privadas com líderes de vários grupos fundamentalistas. Ele foi um dos poucos líderes ocidentais que regularmente ia a esses grupos como um embaixador de Cristo.

Seu livro de 2004, "Força da Luz: uma tocante história da igreja pega no meio do fogo cruzado no Oriente Médio", em co-autoria com Al Janssen, conta sobre seu evangelismo no Oriente Médio.

Um outro livro, também em co-autoria com Al Janssen, publicado em 2007, foi "Cristão Secretos: o que acontece quando muçulmanos creem em Cristo".

Vida Pessoal


O Irmão André foi casado por 59 anos com Corrie van der Bijl, desde 1958, até seu falecimento em 23 de janeiro de 2018. Eles deixam cinco filhos e onze netos.
"Fortaleça o que resta e que estava para morrer"
Sabe-se que a base bíblica para o início do trabalho missionário foi Apocalipse 3:2: 
"Esteja atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer".
Com esse foco espiritual, a Portas Abertas completou 67 anos de ministério em 2022 e já alcança mais de 60 países.

A missão conta com mais de 1.400 colaboradores globalmente, com o propósito de apoiar e fortalecer cristãos perseguidos e igrejas em países onde há perseguição aos que se declaram cristãos.

O Irmão André sempre dizia: 
"Nossa missão se chama Portas Abertas porque acreditamos que todas as portas estão abertas, em todo o tempo e qualquer lugar. Eu literalmente acredito que toda porta está aberta para ir e pregar o Evangelho, desde que você esteja disposto a ir e não esteja preocupado em voltar".
Para o secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz, 
"o irmão André, nos deixa um exemplo de obediência ao Senhor e ao seu chamado. Foi obediente ao ponto de colocar muitas vezes em risco a sua própria vida.

Ele não media esforços para seguir o chamado recebido de Deus e servir aos cristãos perseguidos. Como ele mesmo dizia: 'Claro que é perigoso, mas é mais perigoso não obedecer a Deus. Segurança é algo que não está em jogo quando se trata da Grande Comissão'"
citou.

Conclusão


A vida e a obra de irmão André, inspirou vários outros missionários e ajuntou recursos para a Missão Portas Abertas, ministério de apoio a igreja perseguida, fundado por ele. 
"Eu sou apenas um cara comum. O que eu fiz, qualquer um pode fazer", 
completa o herói da fé contemporâneo.

E assim foi a vida desse homem — que, sem dúvida se enquadra na galeria daqueles dos quais esse mundo não é digno (Hebreus 11:35-40) desde quando teve um encontro pessoal com Jesus Cristo, que lhe abriu não só os olhos, mais as portas de uma missão, que mais que um legado é um monumento eterno na história contemporânea do evangelho, história essa que, por certo, está registrada na contabilidade do livro de Atos.

Que nossa forma de celebrarmos ou honrar a história e o legado desse homem de Deus seja dizendo sim para o chamado de Cristo, de amar nosso próximo de forma prática, esteja ele perto ou longe fisicamente.

Irmão André não terá apenas seu nome escrito nas estrelas. Ele é uma delas.


Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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