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sexta-feira, 31 de julho de 2015

"NÃO DÁ NADA PRA MIM!"

Quais são os ensinamentos e filosofias que cercam o adolescente nesse terceiro milênio? O que o mundo está ensinando aos adolescentes de hoje? Que tipo de vida, comportamento, caráter, valores, eles estão aprendendo?

Estas são perguntas que a maioria das mães e dos pais de adolescentes têm feito a si mesmos, aos professores, psicólogos e pastores nestes 15 anos da virada do milênio. O que fazer para  livrar seus filhos adolescentes das más influências, das más companhias, da violência e de todos os problemas que a sociedade enfrenta na atual conjuntura em que vivemos?

A internet, a televisão, as músicas, os colegas, levam o adolescente a buscar experiências inusitadas, emoções fortes, sem levar em conta as consequências desta busca insana, desenfreada. 

"Não dá nada pra mim!"


Esta é a frase que - corretamente seria "não vai dar nada pra mim" - define e resume a filosofia de vida dos adolescentes de hoje. Certos da impunidade e indiferentes às responsabilidades, eles cada vez mais se acham "os donos do mundo" e querem viver tudo ao mesmo tempo agora. O polêmico cantor Lobão, lá pelos idos da década de 1980, já "profetizava" na letra da canção "Décadence Avec Élégance": "...É melhor viver 10 anos a 1000 do que 1000 anos a 10." E é assim mesmo, em ritmo louco e acelerado, que grande número de adolescentes vivem. Vejamos alguns ensinamentos de conceitos filosóficos que estão sendo passados aos adolescentes da geração 2.0:


  • Liberalismo - Filosofia que cria no indivíduo aspirações para uma liberdade total em tudo, liberdade até dos pais, família... "Tipo, eu sou liberal em tudo".
  • Individualismo - Filosofia que ensina que a liberdade individual está acima de todos os interesses pessoais, até mesmo da família, do lar, e da comunidade em geral. "Eu sou mais importante que tudo."
  • Secularismo - Indiferença ou rejeição, exclusão de tudo o que se diz de Deus, religião, Bíblia e padrões morais bíblicos. "Eu não preciso de Deus; eu sou suficiente."
  • Emocionalismo - Tendência de se reger pelas emoções. Viver a vida do ponto de vista das emoções apenas. "Eu sou feliz hoje, o amanhã não me interessa. Tô legal, isso é tudo." E sob o domínio das emoções passageiras, um número assustador de adolescentes se entregam aos vícios - cresce cada vez mais o número de adolescentes dependentes químicos - e ao sexo sem compromisso - cresce cada vez mais o número de adolescentes grávidas, com DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids.
  • Racionalismo - É a valorização total das coisas pela razão apenas. O que fugir do conceito razão, cabeça, inteligência, está fora de cogitação. É a geração hi tech, cuja vida se condensa na forma e conteúdo dos variados dispositivos digitais. "Eu sou cabeça, sou razão, inteligência e isto é suficiente."
  • Materialismo - A valorização dos bens materiais acima de tudo. A vida só tem valor ou é medida pelo volume dos bens que se possui. "Eu sou rico, tenho tudo o que quero, não preciso de mais nada, de ninguém, quero viver, gozar dos bens que tenho, e isto é tudo." Daqui surgiu a geração ostentação, embalada pelo som do funk e do sertanejo universitário.

O papel dos pais na vida dos filhos adolescentes


Em Efésios 6:4 a Bíblia nos fala sobre o papel dos pais de adolescente nos dias de hoje. Sua principal função é aproximar-se dos seus filhos para rebater e destruir todas as filosofias erradas que estão quebrando os princípios divinos nos filhos. De que forma e como os pais cristãos podem fazer isto? Ensinando uma disciplina amorosa, mas firme, pois a disciplina cristã fortalece os laços de amor e a afeição entre pais e filhos e faz crescer neles a segurança emocional, fazendo com que se sintam protegidos.

A disciplina cristã fortalece o relacionamento com Deus e como consequência, com a família e com a sociedade em geral (veja Hebreus 12:11). O papel da mãe, como diz o Salmo 127:4, "como flechas na mão do valente" é dar aos filhos a direção certa antes de soltá-los para a vida. Deve prevenir os filhos quanto às ideias erradas de disciplina moderna. Tais disciplinas ensinam que:
  1. Uma criança educada num lar com uma disciplina firme se torna uma pessoa sem personalidade, pois não pode fazer o que quer. A Bíblia diz em Provérbios 23:13, 14: "Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isto morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno."
  2. A disciplina no lar torna as crianças auto-dependentes e sem coragem para enfrentar a vida. A Bíblia diz em Provérbios 29:15: "A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe."
  3. A disciplina que castiga o corpo não tem vez na educação moderna [Vide a Lei da Palmada, sancionada em 27/07/2014, com a alteração da Lei 8069, de 13/07/1990, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), e da Lei 10.406, de 10/01/2002, Código Civil Brasileiro, introduzidas pela Lei da Palmada que estabelece o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos. Tal alteração visa garantir o direito de uma criança ou jovem de ser educado sem o uso de castigos corporais.]. A Bíblia diz em Provérbios 29:17: "Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma."
  4. A Pedagogia moderna ensina que a melhor maneira de guardar os filhos é fazer tudo o que eles querem. A Bíblia diz em Provérbios: 28:23 "O que repreende o homem achará depois mais favores do que aquele que lisonjeia com a língua."

Algumas mães da Bíblia e seus filhos adolescentes abençoados


Ana e Samuel - Samuel 2:11; A mãe anônima da menina que falou de Deus a Naamã - 2 Reis 5:3; As mães anônimas de Daniel. Misael, Hananias e Azarias que ao serem levados para a Babilônia em tenra adolescência (Daniel tinha 14 anos), já tinham formado o seu caráter em Deus e não negociaram seus valores e convicções espirituais - Daniel 1, 3); A mãe anônima de Timóteo que lhe ensinou as Sagradas Escrituras - 2 Timóteo 1:5, 3:14-17; A mãe anônima do rapaz que doou os pães e peixes para Jesus Cristo no episódio da multiplicação - João 6:9 e; Maria, a mãe de Jesus Cristo que aos doze anos já tratava das coisas do Pai -  Lucas 2:41, 42

O que você pode fazer por seus filhos adolescentes hoje?


Orar por [e com] eles sem cessar - 1 Tessalonicenses 5:17. Ensinar-lhes os princípios bíblicos - Provérbios 22:6. Levá-los, através de um bom testemunho, a ter uma vida com Cristo, na abundância do Espírito. Dizer que Cristo breve voltará e que eles precisam estar preparados. Levá-los ao entendimento de que são justiça de Deus e que, portanto, sua fé, suas convicções, seus valores devem ser inegociáveis, incorruptíveis. Seja exemplo de pais exemplares em casa, pois é na intimidade do lar que revelamos quem e o que realmente somos. Sejam amigos e companheiros para que o adolescente tenha liberdade e confiança para confidenciar seus problemas, expor suas dúvidas e levantar seus questionamentos. O Google e o mundo não podem ser substitutos dos pais nessa grande responsabilidade. Sejam pais pacientes, compreensivos - porém, não omissos, manipuláveis e/ou permissivo -, compreendendo os conflitos do filho. Caminhem juntos nesta que é uma fase tão importante para o indivíduo. Dadas as devidas proporções, ao menos tente gostar do que eles gostam (isto poderá requerer uma boa dose de renúncia e esforço). Se interesse pelos seus alvos. Invista neles. Em público faça sempre elogios aos seus pontos fortes e nunca ridicularize seus pontos fracos. Correção, preferencialmente em particular. Evite, sempre que possível, os termos: não faça, não diga, não suje, não vá, não fique, não quero que faça isso..." Aqui, obviamente, vai caber uma análise bem profunda das circunstâncias. Faça do seu lar um refúgio para seus filhos onde eles gostem de estar, dessa forma, eles não precisaram buscar refúgio nos vícios. E, o mais importante, diga todos os dias ao seu filho a frase mais impactante do mundo: EU TE AMO!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

DIGA NÃO AO MEDO

"Porquanto, Deus não nos concedeu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (...) No amor não existe receio; antes, o perfeito amor lança fora todo medo."
2 Timóteo 1:7; 1 João 4:18a 

Síndrome do pânico, fobias e terrores noturnos. Esses são alguns do males que originam-se nesse que tem sido um dos principais fatores que caracterizam a queda de muitos irmãos e também tornam-se um desafio à medicina moderna: o medo.

O medo é um terrível sentimento que ataca a mente e torna-se um empecilho à ousadia, à motivação, à perseverança do indivíduo. Espiritualmente pode causar uma tragédia na vida do crente que vive constantemente envolvido em meio a uma batalha espiritual, que algumas vezes manifestam-se também no mundo físico, na forma de enfermidades que são chamadas de "doenças modernas".

O espírito maligno que se aproveita do medo - que em alguns casos é mecanismo de defesa natural em todo ser humano - em conjunto com a derrota que é o resultado de quem a ele sucumbe. Imagine o que seria da Igreja se ela entoasse cânticos de desânimo, de derrota, de medo? Quantas derrotas teríamos no dia-a-dia?! Mas se esse espírito de medo não consegue se expressar em cânticos, ele penetra sutilmente na Igreja de muitas outras maneiras.

O medo tem levado muitos crentes à derrota, à frustração e ao fracasso. Dependendo da forma como se lida com este sentimento (que pode ser benéfico, conforme enfocarei em posterior artigo) é muito grande a possibilidade de ser aprisionado em seus tentáculos e ficar sem condições de dar um passo em direção à uma próxima etapa, um próximo degrau.

Entendendo o medo - o que diz a ciência


Respiração difícil, coração acelerado, mão úmidas, pernas tremendo, peito pulando, rosto vermelho, boca seca, mandíbula dura. Sente-se desligado do que acontece a sua volta, perdido, sem controle. São alguns possíveis sintomas do medo.

O que provoca medo? - Qualquer situação que seja percebida como ameaçadora. Esta ameaça pode ser física, moral ou de qualquer outra ordem. Alguns exemplos: Ansiedade ao participar de entrevistas ou reuniões; Perder o sono pela expectativa dos resultados de exames médicos; pensamentos referentes a possibilidade de rompimento do relacionamento, etc.

Algumas vezes damos nomes diferentes à mesma sensação como: apreensão, preocupação, ansiedade, angustia, mas são termos que podem estar se referindo ao medo. Na Bíblia, em algumas passagens ele é chamado de espírito angustiado (Isaías 61:3) e espírito abatido (Provérbios 17:22, Isaías 57:15). 

Às vezes a pessoa pode não estar consciente do medo, não percebe inseguranças, mas mesmo assim eles podem impedir situações novas como por exemplo um relacionamento satisfatório ou um emprego interessante. Alguns ficam ansiosos quando tem uma entrevista de emprego, sente medo , e algumas vezes mentem para si mesmos dizendo que não querem este emprego, e podem evitar a entrevista por medo de uma possível reprovação. O medo pode ser manifestar como uma “voz” dizendo que as coisa darão erradas.

Algumas vezes o medo pode se parecer com vozes críticas que dizem que você não consegue, que não é tão bom quanto aquela outra pessoa, não é tão bonita como gostaria, etc. O medo pode abranger todas as intensidades, desde uma insegurança leve até o terror total. O medo pode estar presente em: insegurança , preocupação, ansiedade, fobias, ataques de pânico e TSTP, transtorno do estresse pós traumático.

O que é medo - Podemos entender o medo como sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Medo é pessoal, o que assusta um pode ser indiferente do outro. Existem pessoas com medo de espaços abertos e não saem de casa, tem pessoas que sentem muita ansiedade de entrar no metrô, outros tem medo de tarefas como por exemplo, organizar uma festa, outros tem medo de baratas, avião, gatos, etc. 

Mas o problema pode não ser o metrô, o gato, a festa a ser organizada. O problema pode não ser a pessoa, situação ou objeto, mas a maneira como a pessoa percebe esta situação, pessoa ou objeto. Por exemplo, uma pessoa que precisa apresentar seu trabalho na reunião da empresa. O problema dela seria falar sobre seu trabalho? Ou o que a faz entrar em pânico é o que ela pensa que pode acontecer, exemplo: “E se não gostarem de minha apresentação, e se meu projeto for reprovado, ou se meu chefe me demitir porque descobriu que eu sou um péssimo funcionário que nem sabe apresentar um trabalho. O que vão pensar de mim?” 

Um bom passo na compreensão do medo pode ser perceber que todos os medos surgem da preocupação a respeito do que poderá acontecer em conseqüência do evento, e não o evento em si.

Reações físicas do medo

Quando sentimos medo o corpo se prepara para o famoso “lute ou fuja”. Seu corpo se prepara para dois resultados possíveis, enfrentar a situação e lutar com ela, ou sair correndo, fugir. Isso faz seu cérebro trabalhar muito intensamente, o que gera mais adrenalina. A pessoa pode se sentir: tremulo e enjoado, dores agudas nos braços, pernas e ombros, os sentidos são bombardeados com muito mais informações do que costuma administrar e por isso o cérebro não consegue filtrar tanta informação e se torna super-vigilante, e assim fica muito mais sensível ao que acontece a sua volta. 

Quando tudo isso acontece em relação a algo que não seja uma ameaça física (ou seja, você não está sendo atacado de fato) mas acontece em relação à uma ameaça emocional, como por exemplo você está medo de falar com seu chefe, começa uma espiral de terror onde a o coração dispara, e acelera a adrenalina, que pode fazer que sujam dores no corpo. 

Por exemplo: Uma pessoa tinha tanto medo de andar de metrô, mas nunca tinha entrado sequer numa estação de metrô. Portanto ele tinha fobia daquilo que ele pensava que era o metrô . Toda vez que ele passava perto de uma estação de metrô e, só de pensar em entrar, ele suava frio, seu coração acelerava, seus ombros ficavam curvados e ele achava que ia desmaiar. 

Vejam que este medo não está relacionado ao ato de entrar no metrô, mas a sensação de perda de controle que ele associava a andar de metrô. Como essa sensação toda era muito forte, ele nunca teve a chance de lidar com o medo de forma racional.

Como a Bíblia trata o medo


Nas Escrituras encontramos o que é descrito como populacho [pessoas de mau pensamento, gentalha, canalha corja, plebe, "povão", ralé, vulgacho, bagaceira, vulgo, "arraía miúda", escória, laia vasa, galera são alguns dos sinônimos listados pelos dicionaristas], uma mistura de gente que estava no meio do povo de Deus (Êxodo 12:37, 38). Era gente de diversas nações que se aproveitou para sair também do Egito e provocou uma rebelião entre os hebreus (Números 11:4, 5). O desânimo e o medo dessa gente nada tinha a ver com as promessas de Deus que fora feita a Abraão. Eles elegeram um líder para os fazer voltar ao Egito e encabeçaram uma revolta com o desejo das comidas da terra de Faraó. Ao se verem frente aos desafios que teriam de enfrentar, o medo aguçou a covardia e o desânimo abateu esse povo que a Bíblia chama de "vulgo", ou seja, não era o povo escolhido.

Os profetas do medo - No livro de Números encontramos o relato dos doze espias - doze líderes representantes das doze tribos - que foram enviados por Moisés para fazer o reconhecimento da terra de Canaã. Depois de terem visto tantos milagres e sinais desde a saída do Egito, dez desses homens acharam impossível conquistar a Terra prometida. Certamente temeram ao considerar suas fraquezas, limitações e suas possibilidades. Pensaram nos seu filhos e em suas famílias. O covarde relatório desses dez homens trouxe pânico e medo entre os filhos de Israel a ponto de haver uma derrota popular sem precedentes. Somente Josué e Calebe trouxeram palavras de encorajamento ao povo, mas foram duramente tratados e quase apedrejados não fosse a intervenção divina. Os medrosos, que não confiam no Senhor, enfraquecem o povo e minam a resistência dos filhos de Deus (Números 13). O medo opõe-se à fé.

Em Neemias 6:12-14, encontramos a história do profeta que, juntamente com outros líderes corruptos -, com certeza, medrosos também - tentaram levar pânico procurando atemorizar o homem de Deus. Neemias diz que um de seus homens foi subornado para amedrontar e tentar fazê-lo abandonar a obra da reedificação dos muros de Jerusalém, obra essa que havia sido pre-determinada pelo próprio Senhor, portanto, a vitória já conquistada. Nessa passagem registrada no livro do profeta Neemias - um corajoso servo de Deus - notamos semelhanças nas estratégias de satanás para tentar impedir a obra do Senhor, usando como arma, as deficiências e limitações humanas. Se Neemias tivesse agido como um covarde e permitido que o espírito de medo assumisse o controle da situação, provavelmente não teria obtido êxito em seus propósitos, o que poderia causar um atraso na conclusão da obra de Deus e impediria que seu nome fosse arrolado no rol dos vencedores da Bíblia. Mas ele foi corajoso, perseverante e deixou o Espírito de Deus atuar em si e fluiu toda aquela coragem, determinação no meio do povo e a obra de Deus foi concluída. Neemias era o líder levantado por Deus, se ele perecesse ao medo, todo o povo que já estava ferido pelos anos de cativeiro, certamente pereceria junto.

O exército de Israel e o profeta Elias - Outras duas situações onde o medo atacou homens de Deus registrados na Bíblia são as que envolveram o gigante filisteu Golias e os integrantes do exército de Israel. O medo e a intimidação foram as únicas armas usadas pelo filisteu em sua investida contra o experiente e temido exército israelita (1 Samuel 17). O profeta Elias, conhecido e respeitado por seus feitos miraculosos e poderosos em nome do Senhor, logo após derrotar os 450 profetas de Baal (mais 400 de Asera), num feito sobrenatural de fé (1 Reis 18), foi intimidado pelas ameaças da perversa rainha Jezabel e, com medo, fugiu para o deserto, se enfiou numa caverna e vitimado por uma profunda depressão teve até vontade de morrer (1 Reis 19). 

O pescador que teve medo das águas - O episódio bíblico que retrata com bastante peculiaridade o problema do medo é o que relata a caminhada de Pedro sobre as águas do mar da Galileia (Mateus 14:27-33). Ali, quando se deu conta que seus pés não pisavam em terra firme, o pânico invadiu-lhe a alma e logo começou a afundar. Não fosse a intervenção soberana do Senhor do universo, provavelmente tivesse morrido afogado. Afinal, como veterano pescador - Pedro era o líder na sua equipe de pescadores - acostumado aos riscos e armadilhas da profissão, nada era, com certeza, uma de suas frequentes atividades e, portanto, na qual ele tinha muita habilidade. Mas o medo apavorante paralisou sua mente e impediu que tomasse qualquer iniciativa para salvar-se. 

É natural que convivamos com o medo em maior ou menor grau, diante de circunstâncias específicas, principalmente as pessoas incertas de seu futuro. Até certo ponto ele acaba tendo efeito benéfico, pois serve para abrir os olhos e evitar situações de consequências desastrosas. E também contribui para se depender mais de Deus, como no caso de Pedro, que era uma pessoa alto-confiante, alto-suficiente, arrogante.

No entanto, quando assume proporções doentias, desfigura e aliena o indivíduo, tornando-o completamente desencorajado para enfrentar os desafios da vida. Ele hesita em decidir, não é capaz de sair da teoria e passar para a ação, amofina-se ao menor sinal de perigo, não vê as possibilidades que estão diante e prefere permanecer prostrado em sua desolação pessoal. Nesse estágio de letargia, já passou para o nível do pânico com seu efeito aterrorizador. 

O medo do futuro pode fazer com que as pessoas percam o ideal, deixem de sonhar e vivam estagnadas em suas angústia existencial. A falta de coragem limita o campo de ação à mesma rotina de sempre e conduz à inoperância. Ao invés de interagir de forma positiva com as alternativas possíveis, preferem viver como parasitas consumidos por fobias e improdutivos à sociedade. Há crentes que têm medo de macumba, de feitiço e até do demônio. Devemos nos lembrar e aplicar em nossas vidas os preceitos bíblicos que são armas contra o medo, como os registrados no Salmo 91, que não são para serem usados como amuletos, mas para serem praticados. Não é o Salmo 91 que pode fazer alguma coisa por alguém, mas sim o Deus que o inspirou.

Algumas formas para vencer o medo

  • 1} Nunca desistir na primeira batalha - a tendência do ser humano é evitar novas experiências ao fracassar na primeira tentativa. Mas a guerra só será ganha quando o último inimigo for derrotado. Analisemos o episódio ocorrido em Jericó, quando se deu a queda das muralhas (Josué 6). 2} O povo de Deus venceu pela confiança que gerou neles a perseverança necessária para que Ele operasse. Também não se falaria em cristianismo hoje se Jesus abandonasse o projeto de Deus em favor da humanidade no Jardim do Getsêmani (Mateus 26:36-39), levando-se em conta que ali ele estava como HOMEM. 3} Talvez o Novo Testamento não teria sido concluído se o apóstolo Paulo não suportasse as perseguições em Damasco, no início da fé, e retrocedesse à escravidão do judaísmo farisaico (Atos 9:20-25). Como se vê, quem não chega ao fim por medo ou falta de ânimo, não conclui suas realizações e nem planta para a posteridade. Portanto, a perseverança é uma das armas contra o medo. A Bíblia é uma fonte de perseverança, leia Romanos 8:31-39 e tome posse dessa Palavra em nome de Jesus.
  • Não olhar o tamanho do inimigo - conhecê-lo é parte da estratégia de guerra, mas isso deve ser feito sem que você super valorize suas próprias forças, pois faz com que percamos o referencial de grandeza do Todo-Poderoso e negligenciemos nossa total dependência dEle. Este, com certeza, foi o erro de Pedro no episódio ocorrido lá no mar da Galileia. Em questão de segundos Pedro olhou para o mar, calculou a sua profundidade, mediu a distância que o separava de Jesus para chegar a terrificante conclusão de que as profundezas o aguardavam: é matemática do medo. Esta retrospectiva relâmpago dos desafios do obstáculo o fez desviar a atenção d'Aquele que tem o controle do universo, para ver-se debatendo desesperado nas águas com as quais já estava acostumado a enfrentar. O princípio é este: mantenha o inimigo sob controle, à distância, mas sem se esquecer de que na retaguarda está o Deus Soberano que pode todas as coisas, fazendo com que nEle [em Jesus] também possamos. Foi essa a estratégia usada por Davi no seu confronto contra o incircunciso filisteu, o gigante Golias (1 Samuel 17:31-54).
  • A certeza de que o futuro pertence a Deus - aquele que ao Senhor submete a vida presente, saberá estar preparado para enfrentar os dias vindouros, sem o pânico da incerteza que caracteriza os medrosos da atualidade. A indústria maligna e oportunista do ocultismo e da adivinhação tem se aproveitado da fraqueza e incerteza dos medrosos. Passado, presente e futuro foram experimentados por Pedro, ainda citando o episódio do mar da Galileia, na mesma dimensão do tempo. Segundos depois do Mestre ter-lhe autorizado caminhar sobre as águas, o futuro lhe sobreveio na forma do provável afogamento. Mas o mesmo Jesus que, segundos atrás, já no passado, lhe permitira sair do barco, toma-lhe pela mão e o sustém no futuro que se tornou presente. Quem vive hoje com Deus, portanto, não se amedronta quanto ao amanhã, pois, Ele é, também, Senhor do tempo (Eclesiastes 3:1-11; Mateus 6:25-34; Filipenses 4:-7), e ainda que haja alguns momentos vacilantes e desafiadores, o socorro divino estará bem perto.

Conclusão


O amor de Deus (cf 1 João 4:17, 18) nos assegura uma perfeita comunhão com Ele, que exerce domínio absoluto sobre todas as coisas. À medida que o amor de Deus suplanta o egoísmo nos corações e estabelece um vínculo de harmonia na convivência pessoal, o temo perde espaço nas preocupações de cada um. Nada melhor, portanto, do que experimentar este amor que entende e sara as ambiguidades da alma para viver cada novo dia com esperança de que o epílogo trará a melhor parte da história. E aí poder-se-á dizer como o salmista "o choro pode durar uma noite, mas a alegria [certamente] virá ao amanhecer." Cultivar o coração com essa mensagem alimentará nossa fé, dará novo sentido à vida e fará com que tenha domínio sobre o medo, pois nascemos para vencer, e não subjugar-se ao fracasso. Não desesperemos. Digamos NÃO ao medo.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

OS CINCO DONS MINISTERIAIS

"O Senhor Jesus, antes de subir ao Céu, confiou aos seus servos o cuidado e administração dos seus bens, a continuação da obra que Ele começou a fazer: Ensinar, pregar a Palavra, libertar os cativos, curar os enfermos, expulsar os demônios para que as vidas que Deus ama sejam salvas e cuidadas pela Igreja." - Efésios 4:11-18

É isto um grande privilégio, uma grande honra, e aos seus servos, cumpre nunca esquecer que, para tanto, homem nenhum será capaz, se por Deus não for chamado e habilitado.  Em 1 Coríntios 12:4 -11; Efésios 4:11 dizem a respeito dos dons espirituais e dons ministeriais, sendo que Jesus Cristo concede os ministérios e o Espírito Santo distribui os dons, que tem a finalidade de capacitar estes ministérios. Na igreja hoje, "inventaram" um monte de cargos e deram a eles o título de "ministérios", entretanto, à luz das Escrituras, os únicos dons ministeriais são os 5 que listarei neste artigo.

Efésios 4:7-14 diz que Jesus deu dons a igreja."Mas a cada um de nós foi dada a medida conforme o dom de Cristo." Por isso foi dito: "Subindo ao alto levou cativo ao cativeiro, e deu dons aos homens." Esta palavra aqui não é carisma, é uma palavra que se refere mais ao caráter do dom, do que o dom em si, Jesus deu dons a igreja, aqui a palavra dons, não é a mesma de 1 Coríntios 12, que fala dos dons do Espírito Santo (carisma). Aqui fala do dom que é dado em forma de ministérios aos homens, mulheres, pessoas. Os ofícios falam de pessoas, Ele deu pessoas a igreja, esses dons aqui são em forma de pessoas com ofícios/ministérios. A palavra "carisma" se refere aos dons espirituais, que são uma capacitação sobrenatural dada pelo Espírito Santo para exercer o ministério.

Estes ministérios ou ofícios são: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Segundo este texto o Senhor Jesus deu estes ministérios com a finalidade de aperfeiçoar e edificar os santos, para que o serviço no reino do Senhor fosse desempenhado por pessoas chamadas e capacitadas, todos exercendo o seu ministério de acordo com que recebeu do Senhor.

Vejamos então cada um deles, seguindo a sequência bíblica que em absoluto quer dizer que um é superior ao outro, mas sim uma sequência conforme a estrutura eclesiástica:

1º.  Apóstolo 


Este vocábulo pode ser encontrado 79 vezes no novo testamento, literalmente, significa enviado - do grego: enviado, mensageiro, embaixador. A princípio era considerado apóstolo somente aquele que pertencia ao grupo dos doze, mais tarde, com o desenvolvimento da igreja vemos Paulo defender, diante dos gálatas, sua autoridade apostólica. Em suas cartas, ele se identifica como: “Paulo, apóstolo de nosso Senhor Jesus Cristo.” Sendo um dom Ministerial, segundo lemos em Efésios 4:8. Sabemos com segurança que os apóstolos jamais estiveram ausentes da igreja, embora não mais receberam o mesmo título, continuam a realizar o mesmo trabalho daqueles que espalharam, de Jerusalém, a mensagem de Cristo. Missionários, ou apóstolos, enviados por Jesus continuam ativos na expansão do reino de Deus:


  • O título é usado para Cristo (Hebreus 3:1);
  • Os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mateus 10:2);
  • O apóstolo Paulo (Romanos 1:1; 2 Coríntios 1:1; Gálatas 1:1) e outros (Atos 14:4,14; Romanos 16:7; Gálatas 1:19; 1 Tessalonicenses 2:6,7);

Há uma característica no termo “Apóstolo” que é dada somente aqueles que estabeleceram a igreja, tinham autoridade total na igreja, no tocante à revelação divina da mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje, isto é eles foram instrumentos do Espírito Santo, para revelação da palavra escrita. Efésios 2:20; 3:5; Apocalipse 2:2...No dicionário Larousse Cultural da língua portuguesa diz que Apóstolo são:

  1. ...os doze discípulos como os primeiros mensageiros do evangelho chamados por uma vocação...,
  2. nome daqueles que pela primeira vez pregaram o evangelho em uma cidade ou país,
  3. aquele que se dedica à propagação e defesa de uma doutrina,
  4. pregador, missionário.

 Apostolado:


  1. Missão de um Apóstolo ou dos apóstolos
  2. Atividade visando a difusão da fé cristã

Apostolar: adj. Edificante próprio de um apóstolo.
Apostolar: Vt. (Verbo transitivo) pregar como apóstolo; ensinar publicamente.

Pequena Enciclopédia Bíblica, por Orlando Boyer - Apóstolo: embaixador, mensageiro, enviado extraordinariamente, pessoa que representa a pessoa que manda. Está relacionado a administração, implantação, fundação de igrejas e que tem autoridade para dar cobertura. A Igreja dos nossos dias não pode deixar de lado o ministério do apóstolo, pois isto trará uma grande influência para o crescimento do reino de Deus, implantação de Igrejas, e divulgação do evangelho.

2º. Profeta 


"Proclamador de verdades inspiradas", Significa também "aquele que fala a outrem da parte de alguém" A finalidade do profeta na Igreja não é para acrescentar. Do dicionário teológico. Profeta (do hebraico nabi, do grego prophetes): O que fala por Deus ou em lugar de Deus. É o porta-voz da divindade, cuja missão é preservar o conhecimento e a vontade do Único e verdadeiro Deus. Você pode profetizar, mas isso não o torna um profeta. Todo profeta profetiza, mas nem todo que profetiza é profeta. Profeta é um ofício, Cristo deu dons aos homens. Profeta é uma pessoa, que tem um dom ministerial.

Profeta é um ofício estabelecido na igreja, ele é um oficial na mesma, ele tem um ministério. No profeta operam: A palavra de Sabedoria, a palavra de Conhecimento ou Discernimento de espíritos (esses são dons de revelação). Em 1 Corintios 14:29 - 30, Paulo está falando a respeito da revelação. Não devemos portanto confundir o cargo de profeta, com a simples manifestação da profecia.

O verdadeiro profeta não é aquele que prega, embora quando pregamos estamos profetizando, profeta é um vidente e as marcas são sobrenaturais. Ele precisa operar pelo menos em dois dons do Espírito, (dons de revelação). Muitos trechos bíblicos revelam, acima de qualquer dúvida, ser um profeta do novo testamento um Dom ministerial, distinto, portanto, do que pretendem alguns ser o Dom de profecia, atualmente. Os dons ministeriais foram dado à Igreja depois que Cristo subiu às alturas, que, certamente, assim como os dons espirituais, se manifestou depois da descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste.

Assim, podemos ver com clareza, que o profeta representava um Dom ministerial de reconhecida autoridade perante a Igreja. A prova disto é encontrada em Atos 13:1-3. Aqui temos uma reunião, em que estava presente um grupo de profetas, por quem disse o Espírito Santo: separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. O texto em seguida nos dá clara ideia da autoridade ministerial que tinham. Então, orando e jejuando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Isto nunca teria acontecido se não se tratasse de pessoas de reconhecida autoridade ministerial, pois o que aconteceu é muito semelhante ao ocorrido, sob a presidência de Paulo e Barnabé em Atos 14:23.

 Desde então o ofício de profeta permanece, não para acrescentar algo à perfeita revelação das escrituras, mesmo porque a atuação do profeta do novo testamento e completamente diferente do profeta do antigo testamento. A sua função é edificar, consolar e exortar o corpo de Cristo mediante o inspirado e inspirador dom de um ministério que interpreta e aplica essas Escrituras com nova luz, vida e poder, a cada geração e a cada circunstância, por uma renovada e imediata operação do Espírito Santo.

 É certo que o Espírito Santo não erra e não falha. A falha ou o erro é de instrumento humano. Se contudo , não houvesse a possibilidade de falhas ou erros na profecia, seria desnecessária a recomendação de 1 Co 14:29. Precisamos tremendamente do ministério profético na Igreja em nossos dias, mas do modo real e tão proveitoso como descreve o novo testamento!

3º. Evangelista 


Significa proclamador de boas-novas ou o que leva o Evangelho da salvação, aquele que anuncia o evangelho de Cristo.Trata-se de um carisma específico, que capacita o crente a disseminar, de forma extraordinária, as boas novas. Evangelista é um vocábulo encontrado apenas três vezes no Novo Testamento.   "...Filipe, o evangelista..." (At 21:8);    "Ele mesmo concedeu uns para evangelistas..."  (Ef 4:11); "... Faze o trabalho de evangelista..." (2  Timóteo 4:5 ). Como vemos, a primeira referência é a um homem como evangelista, a Segunda, ao Dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista - um homem, o dom, o trabalho.

Atos 8 Mostra um verdadeiro evangelista, Felipe, ele possuía este Dom. embora neste período designado para servir como diácono, (At 6:5) sua verdadeira vocação era de evangelista e neste texto ele começa a exercer seu verdadeiro chamado. A verdadeira marca de um evangelista são os dons de curar e operações de milagres. Se estas marcas não estiverem presentes na vida do evangelista ele será apenas um exortador ou pregador. Atos. 8:4-8 Mostra as operações dos dons na vida do evangelista Felipe, para capacitá-lo. Será com sinais e prodígios que os gentios serão impactados e se converterão ao evangelho. Em At. 21:8 confirma que ele era um evangelista. O Apóstolo Paulo exortou a Timóteo: Faze o trabalho de evangelista, (2 Tm 4:5).

De maneira geral todos temos a obrigação de pregar o evangelho. Mas, entre os santos, alguns são chamados para faze-lo de forma mais dinâmica eficiente, ousada, movidos por Deus de uma forma especial. Enfim de forma milagrosa. No evangelista a paixão pelas almas atinge o ápice e consumação na forma dum ministério que domina e absorve toda a vida, seu coração pulsa por almas, por vidas, a vocação divina o inspira e anima, o amor pelas almas o move, o Espírito Santo o constrange. Ele é capaz de exclamar como Paulo: ...Sobre mim pesa a obrigação (...) e ai de mim se não pregar o evangelho (1 Co 9:16 ). Ele não é pastor, ele ganha e o pastor cuida (At 8:26). 

Unção para evangelizar (Lc 4:18; At 8:25; 8:40; Ef 2:17; 1 Pe 2:25 ) - Jesus Cristo foi o evangelista modelo. Felipe foi grande exemplo de imitação do mestre. Pode ser tomado como paradigma deste importante ministério. Jesus tanto pregava às multidões como a um indivíduo. Felipe desprendeu-se da grande popularidade que já desfrutava em Samaria; deixou as multidões maravilhadas e, na direção do Espírito Santo, foi ao encontro de um único homem a quem evangelizou com o mesmo interesse e grande resultado para o reino de Deus. Uma tradição informa que no quarto século do cristianismo ainda existia uma Igreja Cristã na Etiópia, como fruto do testemunho daquele homem, ganho para Cristo por Felipe, na estrada deserta.

Devido à incorreta concepção do ministério de evangelista, vemos, às vezes, um evangelista ocupado com uma pequena Igreja, completamente fora de sua função, ou mesmo, sem qualquer evidência deste Dom ministerial. É evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de ; isto não tem nenhum fundamento bíblico. Nem se pode admitir que seja o meio correto de descobrir vocação para o ministério.

O trabalho de evangelista exige coragem e estas virtudes o imunizam contra o medo. Tudo isto se encerra na exortação de Paulo: "Admoesto-te que reavivas o dom de Deus" (Timóteo foi um pastor que também evangelizou, como vemos nas declarações de Paulo). As virtudes aí expostas correspondem às boas condições espirituais do evangelista e, de algum modo, de todos os crentes. É certo que o poderoso Dom de evangelista não é comum a todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra.
  

4º. Pastor


De todos os ofícios do ministério cristão, o pastorado é o mais conhecido em nossos dias. Não raro, o título é dado até mesmo aos ministros em diferentes funções ministeriais. A função é tão honrosa, que o antigo Testamento frequentemente atribui a Deus o título de pastor de Israel (Jeremias 23:4; Salmos 23:1; 80:1). O vocábulo originalmente aplicado a um guardador de ovelhas significa apascentador, guia, protetor (Isaías 40:11). Estas definições correspondem às varias fases das atribuições e deveres do pastor. Como no caso dos demais ministérios, encontramos em Jesus o grande exemplo de pastor.

Jesus como exemplo do bom pastor

  1. O bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas;
  2. conhece as suas ovelhas;
  3. guia as suas ovelhas;
  4. pastor e bispo das nossas almas, (1Pe. 2:25).

Significa o pastor que tem verdadeiro cuidado de nossas almas, que as busca, alimenta e sustenta; que amas as suas ovelhas e as protege "sem tosquenejar". Como bispo de nossas almas, Ele as supervisiona, dirigindo-as sábia e convenientemente. Guia-nos com segurança em toda a nossa peregrinação neste mundo de perigos espirituais. O cuidado que Cristo tem de nós, como Pastor e Bispo de nossas almas, pode ser expresso nestas palavras: " instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselhos"  (Salmo 32:8). Como temos falado, os títulos `as vezes correspondem aos dons ministeriais, e estes se revelam na pratica e na função dignas da aprovação de Deus. Os dons espirituais devem determinar o ministério e este evidenciá-lo pelo seu caráter eficiente e pelas qualidades virtuosas dos que os possuem.

O pastorado eficiente é um Dom de Cristo. não depende de curso especial, nem é produto de treinamento. Cristo o deu à sua Igreja (Ef 4:11 ). Não pode ser substituído por nenhuma preparação intelectual. A instrução, a preparação através de uma escola teológica é importante e fundamental para o exercício do ministério pastoral, para aqueles quem receberam o chamado, não há duvida de que este, para ser proveitoso, para ser uma verdadeira benção para a Igreja, necessita   ser um Dom vindo do alto (Tiago 1:17).

Em João 21:15-17, no diálogo que Jesus manteve com Pedro, antes de sua restauração ao ofício pastoral, o mestre usou dois termos, que sugerem dupla função do pastor, que são:

  1. Apascentar -  "Apascenta meus cordeiros... apascenta minhas ovelhas". O vocábulo significa " alimentar, dar de comer, sustentar, nutrir". A linguagem é figurada e traduz o dever de doutrinar ensinando a Palavra, ministrar conhecimento, dirigir no bom caminho;
  2. Pastorear, guardar - pastoreia as minhas ovelhas. O sentido de pastorear vai alem de apascentar, isto é, o dever de guiar o rebanho, e não somente alimentar, mas conduzir ao pasto, ou mesmo prover pastagem para o rebanho. Nos tempos de seca, o pastor precisa encontrar erva e água para alimentar o rebanho. Era isto um tipo do pastor de almas, que, pela graça de Deus, deve sobrepor-se às diferentes crises que tenha que enfrentar, em condições de sempre prover o rebanho do vital alimento, pela orientação sadia, pela mensagem ungida, pela palavra vivificadora, ...alimentando com as palavras da fé e da boa doutrina bíblica... (1 Tm 4:6).

É dever também do pastor de ovelhas proteger do mau tempo e dos animais ferozes (Amos 3:12; 1 Samuel 17:34,35; At 20:28 ). Alem disto, o ofício pastoral incluía a obrigação de buscar e recuperar a ovelha fraca e a doente ou desviada (Ezequiel 34:8; Lc 15:7). Para tudo isto é necessário aquele amor que Jesus enfaticamente indagou haver em Pedro (Jo 21:15-17).

As qualidades do pastor - Como parte dessas funções, o ministério pastoral abrange os seguintes encargos:

  1. Doutrinar os irmãos, isto é, ensinar os irmãos a andar e viver segundo a Palavra de Deus (1 Tm 3:2);
  2. Apascentar o rebanho de Deus com cuidado e amor (1 Pe 5:1-3);
  3. Exercer vigilância espiritual sobre o mesmo, proteger ( At. 20:28);
  4. Admoestar com longanimidade, com amo (At 20:31; 2 Tm 4:2);
  5. Cuidar dos necessitados (Gálatas 2: 9,10 );
  6. Visitar os enfermos e ajudá-los com ministração e oração da fé (Tiago 5:14,15);
  7. Cumprir o papel de despenseiro dos mistérios de Deus (1 Co 4:1,2).

Assim como na vida do evangelista os dons de curar e operações de milagres estão presentes como sua credencial, o pastor também é aquele que opera nestas mesmas manifestações, e além disso ele tem governos operando através do seu ministério. Governar, administrar. Apascentar, pastorear, governar/administrar cabe àquele que recebeu do Senhor o Dom para isso, o evangelista não tem estas qualificações, ele evangeliza na unção, e a pessoa se converte, agora é com o pastor.

Um homem que governa a Igreja de Deus. Só o homem que governa bem a sua casa terá suficiente autoridade para governar a Igreja de Deus (1 Timóteo 3:5). Entre os dons ministeriais, Paulo menciona "governos" ou habilitação de Deus para pastorear apropriadamente a sua Igreja (1 Coríntios 12:28). Esta habilidade para governar inclui:

  1. Capacidade para distribuição de serviço aos membros da Igreja. Agostinho diz: A cabeça dos desocupados é a morada de Satanás e os demônios procuram mãos ociosas para fazer a sua maligna obra.
  2. Capacidade para administração financeira. A habilidade do pastor para cuidar dos negócios da Igreja de modo proveitoso e honradamente inspira confiança nos membros para contribuir. Desperta o interesse de todos os fieis. Governar é uma capacidade que não se deve subestimar, pois dele depende a boa ordem, a estabilidade e o progresso da Igreja em todos os sentidos. É uma necessidade imperiosa no ministério do pastor, com a responsabilidade de governar a Igreja de Deus. O apóstolo Pedro ensina (1 Pe 5:2,3).

Aqui temos três regras de grande importância:

1ª. Não por constrangimento, mas espontaneamente, com o coração.
2ª . Nem por sórdida ganância, mas de boa vontade
3ª. Nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelo do rebanho (pode mais a força do exemplo do que o exemplo da força).

A função do pastor é guiar, servindo de modelo para o rebanho, sabendo que toda a autoridade edificante provém da Palavra de Deus, que o pastor ensina e pratica. O pastor que observa estas normas nunca lutará só; terá sempre a mão divina a ajudá-lo na solução de todos os problemas na Igreja. Terá paz e estará tranqüilo, na esperança de que, logo que o sumo pastor se manifestar, receberá a imarcescível coroa de glória (1 Pe 5:2). Isto significa que o pastor , tendo em vista sua responsabilidade como administrador do rebanho ou administrador da Igreja, tem de se destacar também como expositor da Palavra de Deus. 

5°. Mestre


Sobre este vou falar com propriedade, pois é o meu ministério/ofício no Corpo de Cristo. Em primeiro lugar entendamos que não é simplesmente aquele que estudou muito, se não operar na palavra de conhecimento, sabedoria, ele não é um mestre estabelecido pelo Espírito Santo. O mestre é aquele que tem uma capacitação sobrenatural, unção para esclarecer, expor e proclamar a palavra de Deus. A fim de edificar, fortalecer e levar o corpo de Cristo (Igreja) a andar nas verdades reveladas na palavra. Pela Palavra de Deus e pela função do pastor compreendemos que o Dom ministerial do mestre, deve operar na vida do pastor. E isto será de muita importância e não duvidamos de que seja mesmo a vontade de Deus que o pastor tenha, de fato, um coração de pastor e o Dom de ensinar com segurança as verdades divinas, numa autêntica revelação das profundezas de Deus. Entretanto, são dois dons distintos, com suas características definidas à luz do Novo Testamento.

Que este Dom ministerial ocupa lugar específico e muito importante no Novo Testamento é provado pelo fato de ser ele mencionado em todas três listas de ministérios, apresentadas respectivamente em Romanos 12:6-8; 1 Co 12:28; Ef 4:11. Um mestre realmente dado por Cristo e ungido pelo Espírito Santo pode ser de inestimável benção para a Igreja, como fator contribuinte para o "aperfeiçoamento dos Santos para a obra do ministério e a edificação do corpo de Cristo". A Palavra de Deus, apresentada na sabedoria do Espírito Santo, promove o preparo para o serviço, pois "é útil para o ensino..., a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tm 3:16,17).

Conclusão


Estes são ministérios dados pelo Senhor Jesus Cristo, para a edificação dos santos, para a realização da obra de Deus na terra, estes ministérios devem ser exercidos por aqueles que manifestarem chamados específicos (a unção é específica e dada sob medida para execução do ofício ministerial). Se o chamado for pastoral receberá a unção pastoral, se for apostólica unção de Apóstolo, se for evangelista unção de evangelista, se for profeta unção de profeta se mestre unção de mestre.

Não existe pastor evangelista, ou pastor mestre, ou pastor profeta, ou é um ou é outro. Entretanto evangelizam, pastores ensinam, pastores profetizam - tudo dependerá das circunstâncias, da necessidade e da oportunidade -, só que a unção específica que há sobre ele é a pastoral e é nessa que ele fluirá e frutificará com excelência. E isto é válido para todos os demais dons ministeriais aqui definidos.

Por fim, oremos e supliquemos ao Deus eterno que ilumine os seu servos, àqueles que receberam um ministério, um chamado, que foi capacitado com os dons espirituais, que os inquiete a ponto de não se acomodarem em possuir meros títulos teológicos ou universitários. Esses tem o seu valor, no seu devido lugar, mas não substituem a provisão divina dos dons, sejam espirituais ou ministeriais. Que todos, com humildade e corações quebrantados, clamem ao céu, intercedam e busquem em Deus os recursos sobrenaturais dos dons, da unção e poder de Deus. Só assim poderemos cumprir a missão que nos foi confiada por Deus, pregar e ensinar o evangelho de Cristo, fazer discípulos.

Só assim poderemos apresentar-nos aprovados por a Ele aprovados, como obreiros que não temos de que nos envergonhar, manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2:15). Só assim poderemos um dia ouvir do Senhor: "muito bem, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor" (Mt. 25:21).

LIVROS QUE EU LI #10 - DEFESA DA FÉ

Não é raro que encontremos pessoas descrentes que tentam a todo custo nos confrontar com supostas contradições nos textos bíblicos. A principal motivação de tais pessoas - ateus, agnósticos e céticos são "mestres" nisso - é levantar dúvidas e questionamentos quanto a nossa fé. O mais triste de tudo isso, é que como leitura e estudo da Bíblia, infelizmente não é prioridade no devocional de grande parte dos cristãos (o fenômeno do "esvaziamento" das classes de Escolas Bíblicas Dominicais, Discipulados e reuniões de Estudos Bíblicos é um fator comum nas igrejas, independente do tamanho, da quantidade de membros e da denominação), seguidores de seitas além dos grupos já citados acima, infelizmente, têm conseguido êxito no seu nefasto intuito de perverter, corromper e matar a fé de muitos crentes, que, por desconhecimento sólido das Escrituras, não têm sua fé alicerçada em base sólida. Nesta 10ª parte da série especial de artigos Livros Que Eu Li, trago a indicação de obras que são excelentes ferramentas para o estudo das Escrituras especificamente sobre os pontos principais de defesa da fé cristã.

Em Defesa da Fé 


Autor: Lee Strobel 
Editora: Vida 
Formato: 14x21cm 
368 páginas 

Lançado no Brasil em 2002 pela Editora Vida, o livro "Em Defesa da Fé" é mais uma boa ferramenta para aquelas pessoas que se interessam em debates e leituras apologéticas. Escrito pelo jornalista ex-ateu Lee Strobel, Em Defesa da Fé é muito característico e particular em sua estrutura, não sendo apenas mais uma obra apologética dentre as inúmeras existentes. O livro, bem dizer, não foi todo escrito por Strobel. Seguindo a linha do primeiro livro do autor, Em Defesa de Cristo", "Em Defesa da Fé" foi criado a partir de entrevistas que Strobel fez com alguns dos mais famosos apologistas cristãos da atualidade. 

Mas isto não tira os méritos do autor na obra. Muito pelo contrário, conseguimos perceber claramente a grande habilidade de Strobel em trabalhar com as palavras e em elaborar perguntas perspicazes na busca de conseguir as melhores respostas. A proposta de Strobel em Em Defesa da Fé é responder às objeções que as pessoas têm em relação à fé cristã. Para cada objeção, um apologista foi entrevistado por Strobel. 

Este livro é um dos mais indicados quando o assunto é defesa da fé, entretanto, não vou mentir: o livro tem seus pontos fracos. A meu ver as entrevistas de Walter L. Bradley (sobre a teoria da evolução) e Norman Geisler (sobre as passagens da Bíblia nas quais Deus teria mandado matar pessoas inocentes) são pontos fracos da obra. Walter Bradley concentra suas críticas contra a teoria da evolução em argumentações sobre ignorância (a ciência não sabe como X aconteceu, logo X tem de ter acontecido pela interferência de um Designer) e Geilser, já comprometido como pressuposto de que a Bíblia é porque é um livro 100% inerrante, tentou prover respostas para as passagens “polêmicas” da Bíblia, claramente adequando-as ao seu pressuposto. Muitas das respostas de Geisler não me convenceram e, certamente, não vão convencer os ateus que lerem esta obra. 

Porém, mesmo nestas entrevistas que considerei “ponto fraco” do livro, algumas boas respostas foram dadas por estes apologistas entrevistados. Além disto, o livro tem seus pontos fortes. Os destaques são as entrevistas de Peter John Kreeft sobre o famoso problema do mal (suas respostas foram muito boas), William Lane Craig sobre a possibilidade de ocorrências de milagres (Craig, novamente, mostrando toda sua habilidade retórica), Ravi Zacharias (com reservas, algumas de suas respostas não me agradaram) sobre a particularidade cristã em relação às demais religiões e J. P. Moreland sobre o problema do inferno. A entrevista de Moreland, penso, a melhor de todas as entrevistas do livro. Os textos escritos exclusivamente por Strobel – a introdução e a conclusão de cada capítulo e do livro – são textos muito bons, apesar de serem muito de escrita bem “apaixonada”, de caráter bem evangelístico, o que pode não agradar aos leitores ateus que venham a ler esta obra. 

Enfim, tenho minhas reservas em relação a esta obra (como tenho com praticamente todos os livros que leio), mas, no fim, é uma boa ferramenta para quem gosta de ler sobre questões apologéticas. É importante destacar que Em Defesa da Fé é um livro mais introdutório à prática apologética que, penso, trará pouca novidade a você que já está acostumado a ler obras apologéticas mais extensas. Apesar de trazer poucas novidades, muitas questões interessantes são abordadas, e é um livro que valeu a pena ler – apesar de não saber se virei a tirá-lo da prateleira outra vez. 

Manual de Defesa da Fé Apologética 


Autor: Peter Kreeft 
Editora: Central Gospel 
Formato: 16 X 23cm 
Páginas: 624 

Desafios ao cristianismo são feitos por ateus, por pessoas questionadoras e por futuros cristãos. Fé e razão são conflitantes? Deus existe? A Bíblia é apenas um mito? Por que Deus permite a existência do mal? Jesus era divino? Existe vida após a morte? É possível ocorrerem milagres? O Livro Manual de defesa da fé apologética cristã categoriza e resume os argumentos mais fortes a favor das principais doutrinas cristãs. Este livro, certamente, responde aos seus questionamentos. Por isso, não pode faltar em sua biblioteca. Quer as perguntas partam de você mesmo, ou esteja tentando responder a outras pessoas. 

Reflexivos, concisos, perspicazes e sábios, Peter Kreeft e Ronald Tacelli elaboraram um guia informativo e valioso para todos aqueles que buscam respostas que envolvem fé e razão. A organização que os autores deram ao livro, a forma como separaram os assuntos, a ideia em ser simples e direto ao assunto, faz do livro uma matéria prima para um curso apologético na igreja local. 

Peter Kreeft é professor de filosofia no Boston College e autor de mui tos livros relacionados à fé cristã, incluindo "Between Heaven and Hell" (Entre o céu e o inferno), "The Best Things in Life" (As melhores coisas da vida) e um livro com seleções de textos de Tomás de Aquino comentados por Kreeft; "A Summa of the Summa" (Uma suma da Suma). Ronald K. Tacelli é professor assistente de filosofia no Boston College e já publicou artigos nas revistas Public Affairs Quarterly e Downside Review. 

Em Defesa da Fé Cristã 


Autor: Dave Hunt 
Editora: CPAD 
Formato: 14X21cm 
344 páginas 

Por que Deus Permite o Sofrimento e o Mal? Como explicar todas as "contradições" existentes na Bíblia? Algumas pessoas estão predestinadas a ir para o inferno? Este livro traz uma série de respostas racionais, inteligentes e bíblicas às perguntas que investigadores sinceros (muitos críticos, céticos e ateístas) têm feito. Perguntas sobre assuntos polêmicos e espinhosos, os quais todos, cristãos e não-cristãos, indagam. Alguns Deles incluem: Por que Um Deus Misericordioso puniria as pessoas que jamais escutaram falar de Cristo? Como responder aos ataques contra Deus? Como especificar qual a diferença existente entre as obras de Deus e as de Satanás? 

Traz um amplo espectro de perguntas que guiará o leitor a uma exploração empolgante sobre as verdades bíblicas à medida que as respostas vão sendo desveladas e que levará o leitor a obter uma compreensão mais profunda de quem é Deus e como Ele trabalha. A fé acontece através da constatação da incrível amplitude de diretrizes que a Palavra de Deus oferece e isso o ajudará a viver de acordo com sua verdade. 

Dave Hunt é autor e palestrante reconhecido internacionalmente. Pesquisador das áreas como profecias, misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo. Escreveu mais de 25 livros, e o conjunto de sua obra já vendeu mais do que 4 milhões de cópias. 

Bom, eis aí as dicas. Apesar de o tema ser o mesmo, cada uma dessas obras tem suas peculiaridades e, com prós e contras, elas cumprem bem ao que se propõem. Entretanto, saliento que a maneira mais contundente de defender nossa fé é nós mesmos não termos qualquer dúvida acerca de quem é Deus, quem nEle somos e tudo o que nEle podemos - Romanos 8.

terça-feira, 28 de julho de 2015

VOCÊ É UM LEVITA?!

A Igreja Cristã Contemporânea - composta pela a minha, a sua, a nossa igreja local, independente da denominação - tem se firmado muitas vezes em uma sucessão de equívocos na formação de seu compêndio doutrinário. O problema que muitos desses equívocos, apesar de ter provado biblicamente sua inviabilidade teológica, por causa da dureza de muitos líderes que não assumem seus erros, ainda persistem e vão levando outros à disseminação do engano. E é sobre um desses equívocos que irei falar neste artigo: Levitas! Para isso vamos entender o que afinal foi o levirato? Só para adiantar: não existem levitas na Igreja Contemporânea.

Quem foram os levitas?


Deuteronômio 10:8 - “No mesmo tempo o SENHOR separou a tribo de Levi, para levar a arca da aliança do SENHOR, para estar diante do SENHOR, para servi-lo, e para abençoar em seu nome até ao dia de hoje.”

Se pararmos para observar, muitos dizem serem levitas, mas não sabe a responsabilidade tremenda que um levita teve, se soubessem não se autointitulariam como tais. Vamos entender um pouco sobre a palavra que deu origem ao nome levita. Levi do hebraico lêwi ligado a raiz iâwâ significa "juntar", ou ainda hillaweh que significa unir. O nome Hillaweh (Leví) é da mesma família onomatopaica da palavra haleluia... Bem! Agora vamos ver um pouco de história da Bíblia para entender o porque desse nome.

"Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi" (Gênesis 29:34).

Preste atenção no que lemos agora, o nome Levi significa unir, vemos também que essa reunião referida no texto é a união do esposo com a esposa. Analisando direito, podemos concluir que, em figura contextual de linguagem, o levita foi o responsável por unir a Esposa (igreja) ao Esposo (o Senhor). A primeira pergunta a se fazer: sendo você um "levita", está usando o dom que Deus confiou a você para unir o que a quem?

Cantor e músico NÃO SÃO levitas


Talvez uma das mudanças mais equivocadas que vi nesse período tenha sido a transformação do serviço de música em "Ministério Levítico". Há até o absurdo de congressos, seminários, festivais de músicas e afins que são chamados como sendo "de/para 'Levitas'". Primeiramente o que é um levita? Afirmo sem medo de errar que se essa pergunta for feita aos que se autointitulam ou que são intitulados como "levitas" não saberão responder a essa pergunta. Mas, vejamos. Trata-se de uma família, uma das 12 tribos de Israel, que era destinada a TODO serviço no tabernáculo, e mais tarde no templo. Eles eram músicos. Mas também eram porteiros, faxinheiros, sacerdotes. E o nome levita absolutamente nada tem a ver especificamente com a música, mas sim com a tribo/família de Levi, um dos 12 filhos de Jacó.

Acender o menorá, trocar os pães da preposição, a água da bacia, isso era função do levita. Também eram carregadores. Somente eles eram autorizados a carregar a arca da aliança e as partes do tabernáculo, que eles mesmos montavam e desmontavam sempre que a nuvem ou a coluna de fogo estacionassem em algum ponto do deserto. Então a música era apenas uma dentre tantas funções dos levitas. Curiosamente o livro de "Levíticos" não tem nenhuma canção. Nenhum salmo sequer. Nesse ponto alguns chegam a pensar: "Então todo mundo que trabalha na igreja deveria ser chamado de levita"... Ao que caberia a resposta: "Se essa igreja não fosse cristã, pode até ser". Isso porque Jesus, o fundador da SUA igreja, não era levita. Ele era da tribo de Judá, certo? Logo aqueles que foram gerados nele não são gerados pela linhagem de Levi. Isso dá um nó na cabeça? Não deveria. Basta fazer um estudo das Escrituras com o cruzamento de dados obedecendo o principio da contextualidade.

No capítulo 7 do livro de Hebreus há uma excelente explanação sobre o tema. Sobre Jesus, o escritor aos hebreus afirma que ele é "sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedeque": "De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?" Então Jesus e nenhum de seus seguidores são feitos levitas. (nem mesmo os músicos e menos ainda os cantores). 

Indo à fundo na História


Voltemos um pouco na história, Arão o primeiro sacerdote do tabernáculo (Êxodo 28:1 - Porque Jetro também era sacerdote em Midiã - Êxodo 3:1), ele era levita (Êxodo 4:14). Em Êxodo 28 Deus separa estas pessoas para o cargo de sacerdote (Levita), eles tinham que ajudar nos serviços sagrados do tabernáculo. Seu serviço era cuidar do tabernáculo e de seus utensílios, inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto, veja: “Faze chegar à tribo de Levi, e põe-na diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam, e tenham cuidado da sua guarda, e da guarda de toda a congregação, diante da tenda da congregação, para administrar o ministério do tabernáculo. e tenham cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação, e da guarda dos filhos de Israel, para administrar o ministério do tabernáculo. Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhes são dados em dádiva.” Números 3:6-9. 

No capitulo 4 de Números, veremos os deveres dos Levitas. Naquele tempo, os levitas não eram responsáveis pela música no tabernáculo. Afinal, não havia uma parte musical no culto estabelecido pela lei de Moisés, embora as orações e sacrifícios incluíssem o sentido de louvor, adoração e ações de graças, mas você deve estar se perguntando: O que, que tem a ver Levita com cantores, músicos, tocadores? Nos tempos do Rei Davi, Davi inseriu a música como parte integrante do culto. Afinal, ele era músico e compositor desde a sua juventude (1 Samuel 16:23). Então, atribuiu a alguns levitas a responsabilidade musical. Em 1 Crônicas (9:14-33; 23:1-32; 25:1-7), vemos diversas atribuições dos levitas. Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e também cantores e instrumentistas (2 Crônicas 5:13; 34:12) e em Neemias eles ensinavam o povo a Lei, Neemias 8:7. Ou seja, os levitas eram também profundos conhecedores da Palavra de Deus. E você, que se diz levita, tem uma profunda intimidade com a Bíblia?

Levitas?


Continuando... Nos dias de hoje, existe levitas? Quero que você reflita nos pontos que colocarei e você tirará as suas conclusões revendo o que eu já expus acima:

  • Como vimos, os levitas eram da tribo de Levi (Nm 3:6), e hoje existe um tocador, músico de sua igreja da tribo de Levi?
  • Levita (no hebraico לוי quer dizer; devoto, unido ajudavam no serviço do tabernáculo - Nm 3:6-9), hoje muitos “levitas” só pensam em status, só querem os púlpitos (ou seriam os "palcos"?) mas não querem ajudar na Casa de Deus. Mas você deve estar dizendo: Não existem os cooperadores e diáconos? Sim! Mas temos que todos cuidar da Casa de Deus, dar-te-ei um exemplo: Na sua casa, só porque a sua mãe a limpa, ou tem uma empregada doméstica você vai deixar tudo sujo, mal arrumado, tudo para elas fazerem? Não, eu acho!
  • Você se apresenta em sacrifício vivo diante de Deus? (Rm 12:1,2). 
  • Você está orando, ou vocês acham que os levitas só faziam o que era para fazer no templo e acabava ali? Qualquer um que tem ou deseja ter um cargo/ ministério na igreja tem que viver em constante oração e em total consagração. Essa é regra e aqui não cabe as exceções. (1 Ts 5:17).
  • Você ensina a Palavra de Deus a alguém, assim como foi em Neemias na reforma liderada por Esdras, (Neemias 8). Porque quando Esdras foi ler a Lei para o povo Judeu, os levitas ensinam a Lei para o povo, e ensinar não é apenas ler a Palavra de Deus, ensinar no latim ensinaire, significa; alimentar, preparar o indivíduo para fora (mundo).
  • A dança faz parte do louvor na forma de culto de algumas igrejas, certo? Sendo assim, seguindo essa "lógica", os que dançam na igreja também são "levitas", certo? Entretanto, os Levitas não dançavam no Templo, a dança tinha um significado isto se vê em Êxodo 15:20 quando Miriã dançou com suas irmãs, mas dançaram por causa da vitória que Deus lhes deu, mas não dançaram dentro do tabernáculo e nem no templo, muito menos dentro da igreja. E, o que tinha Miriã a ver com a tribo de Levi? Absolutamente nada.

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Se você quer ser um “levita”, espere em Cristo obedeça a sua Palavra, e sua sã doutrina, seja cheio do Espírito Santo, honre e seja submisso a seus pastores (Hb 13:17), seja obediente aos seus pais porque é o primeiro mandamento com promessa (Efésios 6:2), santifique a sua vida ore, jejue, leia, estude e pratique a Palavra de Deus medite nela. Sirva a sua igreja local e esteja sempre disponível "para o que der e vier". Mas, entenda, NÃO EXISTEM MAIS LEVITAS NA COMPOSIÇÃO DOUTRINÁRIA DA IGREJA CONTEMPORÂNEA. Você não vê Jesus, o dono da Igreja e nem os apóstolos citarem absolutamente nada sobre a continuidade do levirato na Novo Testamento. Inclusive, por isso, toda a base bíblica usada neste artigo é de maioria vero testamentária. Para concluir, sugiro que leia atentamente 1 Coríntios 12:14-27 e faça uma leitura com carinho da epístola aos Hebreus, cujo principal tema é o Sacerdócio Superior de Jesus Cristo, o leão da TRIBO DE JUDÁ.

“... vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e virão e verão a minha glória. E também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR.” - Isaías 66:18,21