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quinta-feira, 16 de julho de 2015

TEOLOGIA INCLUSIVA, TODA FORMA DE AMOR VALE A PENA?

A homossexualidade é um dos assuntos que andam mais em alta ultimamente. Com a militância gay "saindo do armário" e indo para as ruas fazer suas reivindicações os homossexuais estão se sentindo cada vez mais à vontade na sociedade. Cenário totalmente diferente do de outras décadas passadas, como os anos 70 e 80, por exemplo, onde a homossexualidade era encarada com mais restrição. Hoje, para muitos, ser gay é um "orgulho" e como estão cada vez mais na mídia e na dramaturgia, se assumir gay - inclusive em meio às celebridades - virou tendência. 

Nos últimos tempos uma nova vertente teológica tem gerado polêmica no segmento cristão evangélico. É a chamada "Teologia Inclusiva", no coloquial, teologia gay. Consiste em uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor e seu amor incondicional, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. 

Os pregadores dessa teologia, afirmam que as condenações encontradas no Antigo Testamento, especialmente no livro de Levítico, se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. 

Conceitos


Segundo seus disseminadores, a Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais. Seu pilar central encontra-se no amor de Deus pelo homem - quando citam João 3:16 -, amor que, embora eterno e incondicional, foi negado pelo discurso religioso ao longo de vários séculos. Ainda segundo eles, a Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. 

Ao menos na maioria das igrejas cristãs, os negros e as mulheres já desfrutam de um tratamento igualitário, conquistado após séculos de exclusão injusta, "aparentemente embasada" nas Escrituras. Hoje, ao menos uma categoria da diversidade humana ainda luta pelo direito à inclusão nas variadas estruturas religiosas cristãs no Brasil e no mundo: os homossexuais. Eles afirmam que a Teologia Inclusiva busca demonstrar, pelas Escrituras Sagradas, que a homossexualidade constitui outro aspecto da alteridade humana, tão natural quanto a cor da pele ou dos olhos, por exemplo. Não constitui, em si, uma nova teologia, mas um aspecto teológico fundamentado na dignidade da pessoa humana, nas necessidades individuais de homens e mulheres e na valoração da identidade de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.

Comunidades inclusivas


Recentemente começaram a surgir no Brasil as comunidades inclusivas que configuram-se como espaços de inserção de gays e lésbicas, promovendo a participação, efetiva e plena, dessa minoria como sujeitos agentes e articuladores da dinâmica corporal da Igreja, com palavra e reconhecimento a partir de suas experiências e histórias, única possibilidade de dar à luz uma teologia adequada às suas realidades existenciais – essa especificidade da Teologia Inclusiva também lhe rendeu a denominação de Teologia Gay. 

A TI combate o que chamam de "opressão da heterossexualidade compulsória, resultante de ideologias cristalizadas, socialmente aceitas, porém limitadoras de um fazer teológico abrangente e igualitário". Ao restituir aos gays e às lésbicas o status e a consciência de seres transformadores, a TI outorga-lhes o papel de "protagonistas de suas vidas". Por meio da apropriação e da releitura das Escrituras, apresentam "novas perspectivas teológicas, condizentes com os princípios bíblicos e compatíveis com a identidade, com os anseios e com o papel social dos cristãos homossexuais". No Brasil, as comunidades inclusivas mais conhecidas são a Igreja Cristã Contemporânea, liderada pelo casal de pastores gays Fábio Inácio de Souza e Marcos Gladstone, e a Comunidade Jesus Cidade de Refúgio, do casal de pastoras lésbicas Lanna Holder e Rosania Rocha.

A Teologia Inclusiva versus A Verdade


Segundo os teólogos inclusivos, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações europeias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. 

Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que refletem os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta forma, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.

O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. 

Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão. É um erro pensar que a homossexualidade seja o maior pecado de todos, pois essa afirmação é anti bíblica. Segundo as Escrituras só um pecado não tem perdão, o que o caracteriza como o maior de todos: a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. 

Também é bom que se enfatize que todo cristão deve repudiar completamente qualquer tipo de manifestação de preconceito, desprezo e violência não só contra os homossexuais, mas contra qualquer outro semelhante. Lembremos que o que Deus condena é a prática do pecado e não o pecador.

Enfim...


Cristãos que recebem a Bíblia como a Palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado – Veja o que diz a Constituição: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art. 226, § 3º) – e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5:29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.

[Fonte: Livros "Bíblia e Homossexualidade: Verdade e Mitos" - Alexandre Feitosa, Metanoia Editora - p. 13,14; e citações de "O Prêmio do Amor" - mesmo autor, edição própria.]

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